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História Uma difícil decisão - Especial - Um dia de Mia


Escrita por: Salveana

Capítulo 40 - Especial - Um dia de Mia


 

 

Normalmente acordaria e correria para pular na cama da sua avó ou pai, já que agora não poderia fazer isso com sua mãe, tudo culpa daquela coisinha! Franziu a testa, pois agora era assim, tudo girava em torno da coisinha. Porque eles tinham que ter feito isso com ela que era a melhor filha do mundo? Sentou-se rapidamente, ainda gostava muito dos seus pijamas desenhados, mas ultimamente o calor não deixava mais usar as calças, por isso só usava a parte de cima do pijama. Ajoelhou em frente a cama e procurou debaixo dela seus chinelos, bufou, não estavam lá!

Abriu a porta do quarto ainda descalço e caminhou coçando a barriga, andando preguiçosamente com os cabelos desgrenhados, quando algo lhe chamou a atenção... Lá estavam eles, dinovo pensou, olhou pela frestinha da porta do cômodo e eles estavam lá, sorrindo contentes, levantando uma roupinha que não era a dela, fez bico, mais que coisa chata, tudo era a neném, a neném pra lá, a neném pra cá... Ninguém prestava mais atenção em nela, tanto fazia agora, ninguém mais queria saber se ela estava com a pança cheia ou se escovou os dentes na noite passada... Grande coisa, o que um neném faz que ela não?

Ainda pisando duro foi ate a cozinha. Se ninguém estava aí pra ela, isso só podia significar que ela já era uma moçinha, por isso não precisava de ninguém pra fazer seu café!

Arrastou a cadeira, subiu sobre o móvel e abriu o armário, nada muito difícil... Até aí... Apanhou sua caneca de plástico  e desceu.  Primeiro passo feito com sucesso, agora só precisava de leite, e achou facilmente na geladeira. A tarefa não parecia difícil, então seu café com leite e achocolatado e algumas bolachas foram muito simples para ela conseguir fazer. Todo mundo antes da coisinha a chamavam de esperta! Agora sabia, ela era muito esperta!

Foi até a sala e só aí as outras pessoas apareceram. Ouviu algo que sua mãe falava sobre “olha só a bagunça que essa mocinha fez”! Mas estava muito entretida com seu desenho para prestar a atenção... Ainda não tinha terminado quando seu pai chegou e sentou do lado, quieto, só olhando para o seu rosto. Virou, não queria falar com ele, mas ele ainda estava lá, e não tinha como ignorá-lo quando ganhava um cutucão.

Naruto: E aí pequena, não quer mais falar comigo não?

Mia: vocês quem não querem! Ninguém mais me quer, então sou mocinha e faço tudo sozinha, não preciso de vocês!

Falou rápido e levantou, deixando a tigela com biscoitos e Naruto que lhe seguia com os olhos. Estava decidido, se querem só aquela coisinha então ela seria a “dependente”. Foi para o quarto e tentou arrumar sua cama, mais não queria mais sair dela, sabia que sua mãe iria lhe chamar atenção, então ficou no quarto pelo resto da manhã fazendo coisas importantes como desenhar e fazer roupinhas para seu urso preferido, o coelhinho fedorento!

Em algum momento, sentiu no ar o cheiro de bolo, o bolo da vovó Tsunade. Foi até o guarda roupa e colocou o macacão que havia ganhado na semana anterior da sua avó, só ela ainda era legal. E saiu do quarto, sorrateira, olhando para os lados, não os viu, foi ate a cozinha e encontrou sua avó, puxou mais uma vez a cadeira e colocou em frente a pia, sabia o que acontecia e isso só podia significar uma coisa, ela a ajudaria fazer o chá para mais tarde!

Foi pega de surpresa enquanto mexia a massa com gotas de chocolate pela avó.

Tsunade: Então gatinha, o que tá acontecendo? – limpava as mãos no pano de pratos e se virou para ficar de frente com a criança, que ainda ajoelhada na cadeira, mexia a massa.

Mia: Sou mocinha agora.

Tsunade: Você quem decidiu isso?

Mia: Eu mesma, só você é legal comigo agora, os outros não ligam pra mim.

Tsunade: Seu pai e sua mãe?

Mia: Isso, os outros...

Tsuande sabia que aquele gênio era de Naruto, quando ele ficava enciumado era uma coisa, e agora olhando a menina que fazia careta parecia mais ainda com o pai.

Mia: Que foi Oba –Chan?

Tsuande: Você não pode ficar sem falar  com eles para sempre.

Mia: Posso sim, já sei fazer meu café sozinha, me vestir sozinha, escovei os dentes, até arrumei minha cama hoje! O que mais eu preciso saber?

Geniosa, essa era apalavra que Tsunade mentalizou e não pronunciou, a menininha está enciumada e seus pais nem tinham percebido o porquê deste comportamento.

Assim que colocaram mais uma fornada de biscoitos, a avó alertou a pequena que não tocasse nas formas, pois ainda estavam quentes. Deixou a menina assistindo TV e foi até onde o casal deveria estar: no quarto da caçula, terminando os preparativos, bolsa para levar para hospital e essas coisinhas. Entrou sem cerimônia, e os pegou rindo, felizes pelo desenrolar da semana agradável de entendimentos e retomada da vida. Ficou um segundo os olhando, estava feliz por eles, mas os ouvidos de todos foram pegos pelo grito vindo da cozinha.

Foi mais que um susto, mas as mãozinhas vermelhas e a criança que gritava compulsivamente as segurando denunciava que a pequena havia colocado as mãos na assadeira ainda quente.

Mais que depressa Naruto a pegou e abriu a torneira de água fria a forçando a colocar suas mãos debaixo da água, tinha que a segurar firme, a menina esperneava e chorava. Hinata desesperou-se e ficou pálida por um momento sendo amparada por Tsunadade, mas quando recobrou as cores do rosto, o vermelho de fúria veio a galope.

Hinata: Mia Hyuuga perdeu o juízo? Quantas vezes temos que avisar para não colocar essas suas mãos cheias de dedos onde está mais do que claro que está quente?

Naruto: Pega leve Hina, tá tudo bem agora não está?

Não estava Mia engoliu o choro, sabia que a mãe estava furiosa, sentou-se no banco apontado pela mãe, e logo teve as mãos pegas para averiguação, jurou poder ver a veia da testa de sua mãe que pulsava mais forte, estava realmente encrencada, e nem o grandão iria ajudar porque ele também tinha percebido e a olhava pedindo para ficar quietinha.

Depois da bronca, foi para o quarto, as mãos não doíam tanto como antes, ainda teve o celular tomado como castigo, além da tv que agora não assistiria no quarto. Agora tudo fazia sentido, tudo culpa daquela coisinha, se não fosse por isso sua mãe não ficaria tão brava, além disto eles tinham a obrigação de ficar todas as hora do dia grudados nela, oras, filho não era pra isso?

Levantou os olhos claros e avistou sua mochila da escola, isso sim era um plano, agora ninguém mais iria brigar com a menina que deu um pulo da cama. Estava decidido!

Passava-se das 5 da tarde, e a família estava reunida na mesinha que acabaram de por na varanda, agora só faltava  a danadinha que só poderia ter pego no sono. Hinata se dirigiu ao quarto da filha, andando passo a passo, passando as mãos pela parede, gostava da textura que aquele corredor tinha, aprendera a gostar daquela casa, tanto quanto Naruto, e se sentia em casa, estranhamente em casa, coisa que achava que nunca iria conseguir. Assim que girou a maçaneta da porta, franziu a testa, onde será que sua menina estava? Adentrou o cômodo, a procurou debaixo da cama, levantando-se com dificuldade, olhou dentro do guarda roupa achando que a menina estaria a brincar, e não estava ali.

Saiu do cômodo e abriu a porta da frente, o quarto que ela e Naruto por diversas vezes ficavam, o quarto da mais nova integrante, achou que Mia estaria ali, mas não, a garotinha não estava. Por um minuto, seu coração apertou e desesperou-se. A princípio o nome foi pronunciado baixo, para logo depois tornarem-se gritos.

Hinata: NARUTO!

Andava depressa, pois não queria que ninguém a visse, foi muito difícil conseguir passar pela sala sem que alguém a notasse, e agora tomando a rua e pegando o trajeto que a levaria  a “rondonviaria”.  Tudo estaria melhor, se ninguém a queria ali, na cidade talvez um dos seus tios a  quisesse. Lembrava quando seu antigo pai havia dito que o lugar onde o ônibus entrava e saía iria para todos os lugares, então, porque não a levaria para casa dos seus tios?

Em casa, Hinata tremia e era amparada pela sogra que lhe afagava dizendo que tudo era só uma brincadeira enquanto Naruto vasculhava a casa rapidamente, e quando parou de frente às mulheres, Hinata pôs-se a chorar.

Hinata: Onde ela está? Eu quero a Mia agora!

Tsunade: Naruto a Mia não falou nada hoje estranho? Para onde aquela danada poderia ter ido?

Naruto: Vou ligar para o Shikamaru, se ela aparecer por lá ele liga de volta...

Demorou menos de 5 segundos para Naruto ligar para a casa dos Nara e por um minuto ficou quieto, acenou para Hinata e lhe deu um beijo no topo da cabeça antes de sair apressado pelos portões da casa.

Se Mia fosse igual ao pai, só um lugar ela poderia ter ido, e era para lá que ele por diversas vezes cogitou ir quando pequeno, fugir da felicidade alheia, apressou os passos...

 

Suas perninhas infantis não ajudavam muito, e a sandalinha que usava também não tinha sido boa ideia, agora sabia disso. Olhou para os lados para atravessar mais uma rua, mas assim que tentou dar mais um passo, foi impedida, gritou assim que sentiu ser agarrada, não teve coragem de abrir os olhos, e se tudo que seu tio Sasuke falava sobre o homem do saco fosse verdade estaria perdida!

Sentiu ser posta no chão e só depois que ouviu a voz familiar teve coragem de abrir os olhos.

Naruto: Que porra você tá fazendo fedelha? Tá surtando é?

Sentiu-se aliviada, o peito até estremeceu e agarrou seu pai fortemente pelo pescoço. Naruto estava agachado para ficar do seu tamanho, retribuindo o abraço, porque ele não a queria mais? Por um minuto achou que ele também tinha lhe abraçado como antes, a pegando no colo e carregando...Mas se ele não se importava, porque ainda continuava xingando? Porque ainda falava grosso e isso só mostrava que estava bravo.

Ao todo foram 40 minutos de angústia, até o momento que ouviu o barulho do portão sendo aberto e logo depois os passo ressoando pelo piso de madeira da casa, o desespero foi revertido em decepção e foi rápido de encontro com Naruto que carregava a menina que escondia o rosto nos ombros do pai.

Hinata: Mia Hyuuga não pense que passará por essa ilesa me ouviu? Eu não acredito que você tentou fugir de casa!

Naruto: Hina... – tentou acalmar a mulher  - Mia vá para o quarto, tome banho e se apronte para se deitar.

Mia: Pai...

Naruto: Tenho que repetir mocinha?

Nada mais foi dito, a criança rumou para o quarto quieta, não era seguro aborrecer seu pai, sua mãe sempre esbravejava mais quando seu pai falava assim, era muito perigoso!

No corredor, Naruto apoiou-se na parede cruzando os braços, enquanto Hinata se preparava enchendo as bochechas para esbravejar mais uma vez.

Hinata: Como assim você a manda tomar banho e mais nada, ela acabou de nos deixar loucos atrás dela!

Naruto: Hinata pega leve, você não percebeu ainda?

Hinata: Percebeu o quê? Que de uns tempos para cá a Mia começou a fazer mais arte do que de costume? Que está respondona? Que parece querer...

Naruto: Chamar nossa atenção?

Então era isso, a garotinha estava se sentindo deixada de lado, e a única forma que ela encontrou para ter os pais mais próximos de si era fazendo mais arte! Respirou fundo, realmente ela era filha dele, que agora lhe observava como se tivesse ganhado uma aposta, lembrava que Naruto fazia exatamente isso quando criança perturbava todos para ter um pouco de atenção, porque não havia percebido antes?

Adentrou novamente o quarto da criança e sentou-se na beirada da cama, a esperando sair do banho, o que não demorou. Mia saía com uma camisolinha rosa de alças finas e cabelos molhados, a olhava de esgoela, filha da mãe tinha o mesmo olhar do pai, deixou soltar um riso fraco, deu duas batidas na cama apontando para filha ir de encontro, e assim que Mia sentou-se, procurou as palavras.

Hinata: O que tá acontecendo filha? Eu sei que estou nervosinha.

Mia: Nervosinha? Nervosona de mãe!

Hinata: Porque você está fazendo isso? Quer dizer, porque tentou fugir?

Mia: Vocês, - encheu os olhos de lágrimas – vocês não me querem mais – abraçando seu coelho.

Hinata: Porque você acha isso filha?

Mia: Porque tudo é pra essa aí – apontando para a mãe – o quarto novo, as roupas novas, o seu tempo, o meu pai, as visitas, tudo é pra ela, até o nome dela vai ser diferente do meu, tudo pra essa ai é melhor do que o meu!

Em certo momento, nem Mia nem Hinata haviam percebido que alguém abria a porta, chegou próximo de ambas e sentou-se no chão como de costume cruzando as pernas, coçou um pouco a cabeça procurando as palavras.

Naruto: Pequena olha só... Você quem não quis mudar seu quarto não foi? – recebendo aceno com a cabeça que sim – você não quis ir ao shopping comigo e com sua mãe porque foi brincar com a Aika, e nós compramos coisas pra você também sua camisola é nova.

Hinata: Não só isso filha você é uma mocinha, sempre foi independente, não gosta que a tratemos feito bebe.

Mia: Eu gosto quando você me põe pra dormir e quando meu pai me pega no colo.

Naruto: e isso não vai mudar, só achamos que você queria ser mais mocinha entendeu? Mas se você não está preparada ainda não tem problema né Hina?

Hinata: Não, não tem problema, não precisa crescer rápido, e eu prometo, quer dizer, prometemos que vamos ficar mais tempo com você.

Mia: Juradinho?

Naruto: É gatinha...

Mia: E esse negócio dela ter o nome diferente? Eu ouvi vocês falando...

Hinata: Você quer ter o mesmo nome?

Mia: Quero!!!

E novamente a menina espevitada estava de volta, pulando na cama para logo abraçar a mãe, e depois o pai que ainda estava no chão, ainda foi advertida que ficaria sem ir à casa da amiguinha naquele fim de semana pela travessura, mas ela não se importou. Passava-se das 9:30 quando o casal saía do quarto da filha, brincaram, leram histórias e a pequena havia pego no sono. Nem deram conta das horas, Tsunade já deveria ter ido dormir. Como todos na casa, rumaram aos seus aposentos, e por fim deitaram.

Naruto: Hina... Essa brisa aá de mudar nome da Mia.

Hinata: O que tem?

Naruto: Vamos mesmo? – deitados um de frente para o outro.

Hinata: Vai falar que você não quer?

Naruto: Lógico que quero, oras... – esperou ela fechar os olhos – Hina...

Hinata: Oi Naruto.

Naruto: Juradinho?

Não era a casa mais silenciosa, ou a mais calma, mas era como sua família funcionava, gritos, risos altos, sua avó falando alto pelo jardim, sua mãe gritando consigo enquanto corria pela casa rindo... Como adorava os dias em casa...


Notas Finais


Provavelmente penúltimo capitulo postado, ate o fim do ano, terminaremos esta fanfic, perguntas, argumentos e afins podem deixar a baixo rsrs. Bjs especiais para minha mana gema Hatara que revisa a fic para esta que vos fala


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