História Uma (nada) Romântica História de Amor - Capítulo Único

Uma (nada) Romântica História de Amor

Era fim de tarde e os alunos da 1-A voltavam tranquilamente para os dormitórios, depois de um longo dia de estudos e treinamento. Alguns conversavam entre si sobre as aulas ou de maneira descontraída em algum assunto aleatório.

Liderando o grupo, mais à frente, estava Bakugo Katsuki, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça e a sua corriqueira expressão impaciente, principalmente devendo-se ao fato de que estava cansado, e ter que ouvir os colegas dialogarem por todo o trajeto era realmente irritante.

Como haviam acabado de sair do prédio principal, ainda precisariam andar por 5 minutos até chegar à Heights Alliance, e no caminho encontraram um grupo inusitado composto pelo diretor Nezu, Aizawa e outras duas pessoa incomuns, sendo essas: um professor do Colégio Shiketsu acompanhado de Camie Utsushimi, do segundo ano do curso de heróis da melhor escola do oeste.

Camie se distraiu da conversa e identificou rapidamente o grupo vindo em sua direção, e sorriu largamente ao reconhecer a face de quem vinha na frente.

- Yo, Bakubae! - Acenou com a boina do uniforme do colégio, e correu na direção do loiro com um sorriso maior que o mundo, feliz por ter algum conhecido na Yuuei.

- BAKUBAE?! - Os outros alunos exclamaram juntos, em surpresa.

A paciência de Katsuki pareceu ter acabado no momento em que bateu os olhos em Camie vindo na sua direção.

- MAS QUE PORRA TU TÁ FAZENDO AQUI, ILLUSIONS?! - Ele exclamou, do seu jeito explosivo de sempre, tentando ignorar a surpresa dos colegas por tamanha "intimidade" na fala da garota.

- Ah, mano! Tá ligado que com essa parceria da Shiketsu com a Yuuei sobre compartilhar informações da União do Vilões eles acabaram me trazendo aqui para alguns esclarecimentos por causa da minha falta de memória no dia do Exame da Licença Provisória - A loira respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo, tagarelante como sempre, enquanto colocava o chapéu de volta na cabeça - Acabamos de chegar e vamos ficar até amanhã! Seria tãaao maneiro ter alguém pra me mostrar a escola! - Sorriu empolgada.

Bakugo não pareceu prestar muita atenção na resposta da garota, já que não havia feito aquela pergunta por mera formalidade, e sim porque havia ficado não só realmente surpreso, mas "muito puto" em revê-la.

- Vai se fuder - Retrucou com a carranca de sempre e voltou andar, não parecendo ter afetado a loira com o seu jeito, que apenas riu divertida e se preparou para seguí-lo.

- E-ei, você não é aquela garota que me atacou no Exame da Licença Provisória? - Midoriya perguntou curioso, porém um tanto constrangido ao se lembrar do incidente.

- Ooh, então você que é o Midoriya Izuku? - Camie perguntou, logo abrindo outro sorriso - Cara, que loucura! Eu não lembro de conhecer você. Só ouvi me contarem a história e mostrarem o vídeo! - Aproximou-se do esverdeado, analisando-o de cima à baixo - Você é tão bonitinho e fofinho que dá vontade de te prender num potinho e levar pra casa! Me dá o seu número de telefone? - Pediu, deixando o mais novo ainda mais vermelho e constrangido, enquanto no fundo do grupo uma Uraraka Ochako sentia-se enciumada por dentro, também ficando um pouco vermelhinha, sem que ninguém percebesse - Ei, aquele ali não é o bonitão de sangue azul da recuperação?! - Apontou para o Todoroki escondido no meio dos colegas, com isso todos da turma o encararam, enquanto esse permaneceu com a mesma expressão fria e tranquila.

- Oi -

- Tch - Bakugo rosnou - ÔE, ILLUSIONS, SE NÃO VIER LOGO EU VOU TE DEIXAR PRA TRÁS!! - Gritou, chamando a atenção não só da loira, mas de todos os colegas com a mudança repentina de opinião.

- Ah, qual é? Espera aí, Bakubae! - Camie exclamou, esquecendo-se de Izuku e Shoto e correndo de volta para o lado do loiro emburrado, já bem longe do grupo, que havia enfiado as mãos ainda mais fundo nos bolsos da calça e agora andava a passos pesados e a coluna curvada, como se estivesse indo mostrar o colégio à ela completamente contrariado.

Os outros alunos permaneceram parados no mesmo lugar, todos piscando várias vezes e encarando, um tanto chocados, a dupla se afastar, e vendo o quanto Camie tagarelava enquanto andavam, fazendo-os se perguntarem por quanto tempo o Bakugo seria capaz de aguentar aquela companhia. Até uma discreta aposta rolou entre Sero e Mineta, com o menor apostando que a paciência de Katsuki não duraria nem metade da noite.

- Foi só impressão minha, ou isso pareceu ciúmes? - Kaminari sussurrou para Kirishima ao seu lado, que encarava os dois se afastando com um leve sorrisinho orgulhoso.

- Quem sabe, não é? Eles se aproximaram bastante na época do treinamento de recuperação do exame - O ruivo respondeu, achando graça da atitude do melhor amigo.

Aizawa e Nezu se aproximaram dos alunos, juntamente do outro professor.

- Bom, como puderam perceber, a Yuuei está recebendo visitantes do Colégio Shiketsu, e precisamos de um local para alojá-los - Aizawa disse, com a voz grossa e arrastada de sempre.

- Isso mesmo, e nós já nos conversamos e achamos melhor alojar a senhorita Utsushimi junto com vocês da 1-A - O diretor Nezu complementou - Alguma garota de dispõe a dividir o quarto com ela só por esta noite? - Perguntou educadamente, deixando em aberto para quem quisesse responder.

- Eu tenho uma cama bem grande no meu quarto, não seria problema dividi-la por uma noite - Momo se prontificou, prestativa como sempre, enquanto o Todoroki ao seu lado a encarava indignado, sem que ninguém percebesse.

- Está decidido, então. Tenho certeza que a senhorita Utsushimi ficará em boas mãos - O pequeno mamífero branco sorriu, nem ele estando confiante o suficiente em deixar a aluna de fora nas mãos daquela turma, mas a Yaoyorozu com certeza era muito confiável, e ele não parecia ter outra opção - Agora vamos mostrar aonde vai ficar, sensei - Voltou-se para o outro homem, e então saiu, acompanhado dele e de Aizawa, que ainda lançou um olhar de "comportem-se", mas também de "fiquem de olho naqueles dois", para a sua turma.

Por incrível que pareça, Bakugo estava tranquilo enquanto andava pela escola na companhia de Camie, ambos caminhando silenciosamente em direção aos dormitórios da 1-A, já de noitinha. O cenho franzido e o olhar suave voltado para baixo indicavam um raro momento de calmaria do loiro, e ao seu lado a garota falante também vinha quieta - depois de ter tagarelado bastante o trajeto inteiro sobre o quanto a Yuuei era grande e bonita, e ainda ter insistido em tirarem uma foto juntos, mesmo que tivessem visto apenas as áreas principais, já que tinham somente alguns minutos para o tour e então logo escureceu.

Camie lançou um breve olhar de canto de olho para o mais novo, vendo-o com aquele olhar distante e pensativo, e cogitou que seria ainda mais inconveniente com ele se tentasse puxar uma conversa. Apesar de que a mudança repentina na decisão do Bakugo de levá-la para conhecer a escola realmente tenha lhe deixado curiosa.

De repente a Utsushimi se pegou o admirando, tendo reduzido significativamente o ritmo dos seus passos apenas para encará-lo por trás. A expressão levemente suave no rosto com certeza não era do seu feitio, e ela já o conhecia o suficiente para saber disso.

Por falar nisso, Camie havia conseguido o número de celular de Katsuki ainda na época do Treinamento de Recuperação do Exame, e desde então tem infernizado a sua vida ao puxar conversas aleatórias em momentos completamente inoportunos - como de madrugada ou no meio das aulas -, recebendo apenas as respostas grosseiras e previsíveis do garoto, mas que nunca deixou de lhe responder ou realmente entrar na conversa. Ou seja, ela sabia o bastante.

Durante todos esses dias em que trocaram mensagens, um aperto inexplicável incomodava o coração da jovem aspirante à heroína. Ela não soube identificar o que era até encontrar o explosivo novamente. Quando o viu, um calor aconchegante tomou conta do seu peito, e Camie pensou que tudo isso poderia ter sido saudade, o que a fez concluir que talvez estivesse apaixonada pelo mais novo. Estava desesperada por um companheiro à bastante tempo, é claro, mas ela realmente não esperava se apaixonar tão rapidamente e por uma pessoa tão complicada quanto o Bakugo.

Quando soube que faria uma visita ao Colégio U.A. para alguns esclarecimentos da sua situação no dia do exame, a ilusionista ficou muito animada por poder fazer uma viagem e ainda ter a chance de conhecer a melhor escola de heróis do leste. De quebra ainda poderia encontrar com Katsuki durante a sua estadia de uma noite, por isso ela decidiu fazer uma surpresa e se conteve ao máximo em não falar nada para Bakugo por mensagem.

Camie ainda permaneceu nesses pensamentos, com um sorrisinho bobo e discreto nos lábios avantajados.

Enquanto isso, Katsuki também permanecia imerso em seus próprios pensamentos, perguntando-se o porquê de repente ter mudado de ideia quanto a Utsushimi.

É tudo culpa daquele nerd de merda. Ele pensou, referindo-se ao fato de que Midoriya queria tudo que era dele.

Mas espera, aí? Camie não era dele. Quer dizer, ele a achou interessante na primeira vez em que se encontraram, além de que ela foi a única pessoa que conseguiu o fazer rir em toda a sua vida, e ela também era muito bonita e tinha um corpo atraente e … Mas o que estava pensando?? 

Bakugo cerrou os dentes ao se pegar em tais pensamentos. Illusions era tão irritante quanto todos os outros extras que o cercavam, e complicada de entender também, com todo aquele seu jeito tagarela e cheio de gírias. Mas era engraçada, afinal.

Katsuki dessa vez soltou um rosnado meio furioso, afundando as mãos nos bolsos da calça e curvando as costas, sentindo uma veia saltar em sua testa, mas sua expressão logo se suavizou novamente, em um semblante meio entristecido. O que aquela garota estava fazendo com ele, afinal?

Nunca se sentiu assim por nenhuma outra pessoa antes. Illusions o deixava confuso, e isso o irritava profundamente, não com ela, mas consigo mesmo. Ele não sabia o que tanto o atraía nela, o porquê de ter respondido todas aquelas insistentes e inconvenientes mensagens que a loira mandava, e, principalmente, não entendia porque se sentiu tão mexido por dentro quando Camie falou daquele jeito com Deku e com o Picolé de Pimenta.

O silêncio que pairou enquanto iam para a Heights Alliance só o incomodou ainda mais, já que Camie havia sido bem falante na ida, e silenciosa até demais na volta. Ousou olhar para o lado de relance, procurando-a e não a vendo onde deveria estar.

Bakugo teve um mini ataque cardíaco ao não encontrá-la ao seu lado, e olhou ao seu redor um tanto desesperado, encontrando-a atrás de si, olhando-o com aqueles grandes olhos azuis acinzentados, confusos com súbita reação do garoto, e aquele costumeiro biquinho que ela fazia com os lábios quando estava confusa.

O mais novo a encarou por um breve segundo. Vendo o quanto Illusions sabia ser adorável quando quieta. Assim como ela lhe descreveu no dia do treinamento de recuperação: "Bakugo, você calado é um anjo. Deveria ficar calado mais vezes". Sua voz ecoou na mente do loiro explosivo, fazendo-o pensar a mesma coisa dela.

- Está tudo bem, Bakubae? - Camie perguntou, continuando na mesma posição enquanto ele permanecia lhe encarando.

Uma veia saltou na testa do loiro quando percebeu o que estava fazendo - absolutamente nada.

- É CLARO, PORRA! - Exclamou, virando-se e voltando a andar a passos pesados - Só não some mais da minha vista! - Advertiu, sentindo-se envergonhado pelo momento constrangedor que passou, mas agradecendo mentalmente por ela não poder ver o seu rosto levemente corado agora.

Sentia-se um idiota.

A noite do dormitório da 1-A foi agitada. Yaoyorozu ajudou Camie mostrando e explicando onde era cada lugar do prédio, e a ajudou a se arrumar no seu quarto, separando travesseiros e cobertores limpos para a mais velha. Depois do jantar, os alunos se sentaram na sala e ficaram fazendo diversas perguntas para a aluna da Shiketsu, que respondia a tudo completamente eufórica e com um enorme sorriso, feliz por estar fazendo novos amigos. Enquanto isso Mineta ficava babando no quão sexy a garota ficava no seu pijama, que era uma blusa com decote em V e um shortinho colado bem curto, porém sendo completamente ignorado pelos colegas.

Apesar de ter se divertido bastante e se sentido muito bem acolhida pela turma, a Utsushimi sentiu a falta de alguém no recinto, até o seu celular vibrar no bolso de trás do seu short. Ela o pegou e viu uma mensagem de Katuski.

Bakubae 💥

ÔE, MANDA ESSES FILHOS DA PUTA FALAREM MAIS BAIXO QUE EU QUERO DORMIR

19:38

Illusions ✨

Eles estão muito animados! ^^ 

19:38

E eu não sou dona da casa pra mandar em ninguém

19:38

Boa noite, Bakubae 💙

19:39

Bakubae 💥

VÃO SE FUDER ENTÃO POHA

19:39

Boa noite

19:40

A loira riu sozinha com aquela pequena conversa. Achava uma graça o fato de Bakugo dormir tão cedo, e achava mais gracioso ainda quando ele lhe respondia coisas simples, como um "boa noite". Ele sabia ser educado, afinal, bem no fundo, o mais discreto possível e com algum xingamento antes, mas ele sabia.

Eram esses pequenos detalhes que a conquistavam.

Camie acordou no meio da noite com sede, e viu que relógio digital do despertador em cima da mesa de cabeceira marcavam 01:24 da manhã. Ela olhou para o outro lado da enorme cama, estando o quarto iluminado pela luz da lua que entrava pela porta de vidro da sacada, que era coberta por uma cortina branca transparente, e viu Yaoyorozu dormindo serenamente. A loira se arrastou delicadamente até descer da cama, com todo o cuidado para não acordar a mais nova, e seguiu até a porta.

Quando colocou a mão sobre a maçaneta, pronta para abrir e sair, uma estranha cautela se apoderou do seu corpo, fazendo-a se virar na direção da cama novamente e assoprar a sua individualidade no ar, criando uma ilusão de si mesma ainda dormindo no mesmo lugar, só por precaução.

Finalmente a Utsushimi abriu a porta e desceu até o térreo, notando que uma das luzes da cozinha estava ligada, e andou silenciosamente até lá, não querendo assustar quem quer que estivesse ali, mas também não querendo ser indiscreta na "casa" dos outros.

Ficou um tanto surpresa quando viu Bakugo escorado na bancada de mármore, com um copo de vidro praticamente vazio em uma das mãos, e uma expressão pensativa e distante no rosto. Ele não pareceu notá-la se aproximar.

- Bakubae? - Camie chamou, já praticamente ao seu lado.

O loiro sobressaltou assustado e a encarou.

- Mas que caralhos, Illusions?! - Exclamou em um sussurro revoltado, com a mão livre em cima do peito, sentindo o coração bater acelerado - Tá fazendo o que aqui? - Perguntou, claramente irritado.

- Eu fiquei com sede. A culpa não é minha se você tava aqui com uma cara de cu - A Utsushimi fez bico, pegando o copo da mão do garoto e seguindo até a geladeira.

Katsuki sentiu uma veia saltar em sua testa pela ousadia da mais velha, mas relaxou e não disse mais nada, permanecendo parado no mesmo lugar, analisando-a de cima abaixo enquanto tentava alcançar a garrafa de água.

Seus olhar se perdeu no bumbum avantajado da loira, que se destacava perfeitamente no short preto, curto e colado. Quando Camie se virou para lavar o copo na pia ao seu lado, também pôde perceber que o decote da blusa valorizava bastante os seus seios fartos, e ele não fazia ideia do porquê estava reparando nisso.

- Camie - Chamou, fazendo-a o encarar imediatamente, com uma expressão de surpresa e mesmo biquinho de sempre. Só então Bakugo percebeu como havia a chamado - Tch. Não deveria usar essas roupas tão curtas, Ilusions. Aquele cabeça de bolas é um tarado - Advertiu, olhando para o lado e assim evitando encarar aquele biquinho perfeito da garota - E além do mais, você não usa isso na Shiketsu, não é? - Perguntou, claramente abismado com o pensamento.

Camie ainda precisou piscar algumas vezes para entender, e então finalmente riu divertida e coçou a cabeça por trás com uma das mãos.

- Na verdade, não. Na Shiketsu a gente não tem essa parada de dormitórios - Respondeu como se fosse uma coisa óbvia - E além do mais, essas roupas são boas porque não dão calor. E eu também não ligo para o que os outros pensam - Acrescentou, sorrindo inocentemente.

- Tch - Katuski resmungou.

O silêncio se instaurou na cozinha, e nenhum dos dois sequer se moveu para sair ou mudar de posição. Permaneceram calados, sem se encararem, até a mais velha resolver falar.

- Obrigada por se preocupar, Bakubae -

Ela recebeu um olhar surpreso do maior, que mais surpreso ainda ficou quando Camie colou os lábios carnudos e macios aos seus, em um beijo leve e delicado.

Bakugo pareceu ficar sem reação. Os olhos se arregalaram e todos os músculos do corpo se contraíram, indicando uma rigidez desnecessária. Ele não precisou pensar muito para finalmente corresponder, agarrando a cintura da ilusionista com uma das mãos, enquanto a outra se enfiava em meios fios loiros do cabelo dela, pressionando-a ainda mais contra si e aumentando a intensidade do beijo.

A língua do explosivo adentrou a boca da mais velha com voracidade e necessidade, explorando cada centímetro dela e sentindo-a enrolar-se à si em uma guerra por espaço onde ambos queriam desfrutar do gosto um do outro.

Katsuki a imprensou contra a parede da cozinha, com a mão direita saindo da cintura da Utsushimi e percorrendo todas as suas curvas de cima à baixo. As mãos delicadas da garota agarraram-se aos fios espetados do cabelo do loiro com necessidade de aproximá-lo ainda mais, de deixar aquele beijo ainda mais intenso e voraz.

Quando o ar lhes fez falta, Bakugo imediatamente desceu os beijos molhados pelo pescoço da mais velha, deixando chupões leves enquanto ela suspirava e agarrava o seu cabelo pedindo por mais. De repente Camie abriu os olhos e se lembrou que ainda estavam na cozinha do prédio da 1-A, e pensou que não poderia de indispor com os novos amigos desse jeito.

- B-bakubae … nós ainda … ainda estamos no meio da cozinha - Tentou falar em meios aos suspiros provocados pelos beijos que o loiro distribuía pelo seu pescoço.

Katsuki soltou um rosnado sobre a pele alva, furioso por ter sido interrompido, e a encarou com os olhos rubros carregados de impaciência, mas também de desejo.

- Só sabe complicar as coisas, não é, Illusions? - Resmungou com a voz rouca, fazendo-a morder o lábio inferior, comprimindo um sorriso divertido.

Com aquilo, ele poderia ter tacado foda-se como sempre fazia, mas seria inconsequente demais, e ele também não estava disposto a transar no meio da cozinha correndo o risco de serem pegos - apesar de que parecia uma ideia interessante e excitante o bastante para ser cogitada. Por isso ele pegou Camie pelo pulso e a arrastou até o lado dos quartos masculinos, subindo até o seu aos beijos, entrando e logo trancando a porta, sem nunca se separarem.

A Utsushimi pulou no colo do mais novo, agarrando a sua cintura com as pernas e o sentiu levar as mãos grandes até o seu bumbum, sustentando-a e ainda apertando a pele com vontade.

Katsuki deitou a mais velha na cama, voltando a tecer beijos pelo seu pescoço e descendo até a clavícula, deixando chupões que ficariam marcados e visíveis no outro dia.

Naquele momento, nem Bakugo e nem Camie pareciam se importar com os seus arredores. A noite era somente deles, e dela eles fizeram um ótimo proveito.

De manhã, o despertador tocou mais cedo do que o normal, como todos os dias, por causa de uma mania costumeira do loiro de acordar mais cedo do que os colegas. Normalmente ele o desligaria "calmamente" e se levantaria "bem disposto" a começar um novo dia - se é que tais palavras existam no dicionário do garoto explosivo -, porém esta manhã o pobre aparelho que marca as horas sofreu com a fúria matinal de Katsuki, que simplesmente o esmagou com a mão aberta e o explodiu, deixando-o aos pedaços em cima da cômoda.

A mão que havia sido usada voltou imediatamente para o encontro da pele macia do outro corpo deitado na cama. Camie, que havia visto toda a cena, o encarava com um sorrisinho divertido nos lábios, estando com o rosto bem próximo ao do mais novo.

- Bom dia, Bakubae - Disse da maneira mais doce que pôde encontrar, sem sequer se abalar com o ocorrido.

Bakugo não respondeu, apenas enfiou o rosto no pescoço da garota e a abraçou ainda mais apertado contra o seu corpo. Por causa da noite agitada, repleta de desejo e gemidos abafados, o loiro sentia-se um tanto cansado e nem um pouco disposto a se levantar. Se pudesse, ficaria ali, naquela posição, durante o dia inteiro, sem falar nada que pudesse estragar o momento. A Utsushimi ainda ousou afagar-lhe os cabelos enquanto o abraçava delicadamente contra os seus seios fartos, criando uma sonolência indesejada no garoto.

Ficaram alguns poucos segundos naquela posição, com Katsuki quase voltando a dormir com o carinho e a maciez dos seios da mais velha.

- Bakubae, quer ser o meu namorado? - Camie simplesmente perguntou, do nada.

Aquilo despertou rapidamente o loiro, que abriu os olhos, se afastou e a encarou com uma expressão meio surpresa e assustada ao mesmo tempo, encontrando-a com aquele biquinho que tanto lhe fazia querer beijá-la e nunca mais parar.

- O que? - Perguntou de volta, claramente confuso e se perguntando se havia ouvido certo ou sonhado - Mas que porra, Camie?! Tu mora do outro lado do país, isso nunca daria certo! - Exclamou, sem esperar uma confirmação da pergunta que havia feito.

A loira resmungou e se sentou na cama, aumentando ainda mais o bico.

- Aah, verdade. Poxa, eu tava tão desesperada por um namorado, que quando eu vejo eu me apaixono por alguém de outra escola - Lamentou, agarrando as pernas cobertas pelo lençol - Se bem que a Shiketsu é fora de moda e não é permitido namorar - Murmurou para si mesma.

Aquelas primeiras palavras atingiram em cheio o Bakugo, que arregalou ainda mais olhos enquanto a encarava de costas para si. Ele não sabia o que era aquela coisa que nutria pela ilusionista. Algum tipo de afeto muito forte que ele se recusaria a admitir em voz alta, mas a preocupação por talvez tê-la magoado com sua resposta o fez abrir a boca para falar.

- Tch. Mas pelo menos a noite foi boa, quem sabe não repetimos a dose - Disse, desviando o olhar para o lado.

Camie apenas sorriu levemente e se virou de volta para o rapaz, sentando-se em seu colo e aproximando os lábios do seu ouvido. Katsuki sentiu todos os seus músculos se enrijecerem com a atitude da loira, deixando-o um pouco tenso e levemente arrepiado ao sentir a respiração quente em seu ouvido.

- É, quem sabe numa próxima vez - Ela sussurrou, percorrendo as unhas pelo peito e abdômen definido do mais novo - Eu te amo, Katsuki - Deu-lhe um delicado selinho na bochecha e se afastou para encarar os olhos cor de sangue e a expressão indescritível no rosto do jovem aspirante a herói.

Dava pra ver seus olhos a sua luta interna contra si mesmo e seus sentimentos.

Bakugou levou uma das mãos ao cabelo da garota e a puxou para um beijo urgente, invadindo a sua boca com a língua e provando o seu gosto uma última vez antes de se separarem.

- Vê se não some, Camie - Sussurrou rouco depois de puxar, com os dentes, o lábio inferior dela para si e soltar.

Naquela manhã, Katsuki e Camie não passaram a viver uma romântica história de amor como a loira esperava - até porque de romântica essa história não tinha nada -, mas prometeram repetir a dose da madrugada mais vezes e sempre que pudessem, deixando um gostinho de quero mais para o futuro.