História Uma Nova Versão De Você - Quem é Você?

P.O.V. Dipper:

Enquanto eu falava com Bill todos conversavam e se divertiam. Mabel estava junto de Pacifica no telhado, mas, de repente, todos ouvem um estrondo. Mabel derrubou seu copo no chão e começou a perder o equilíbrio.

- Mabel? Você está bem? -Pacifica pergunta a menor, mas antes mesmo que ela pudesse responder algo, ou que pudesse segurá-la, Mabel cai do letreiro em que estava.  Uso minha magia para segurá-la no ar antes que a mesma caia no chão.

- MABEL! -Todos gritam ao ver a cena de Mabel caindo. Eu a trago calmamente até mim e a deito em minha frente. Checo a respiração dela e me desespero ao não sentir nada.

- Mabel!

Antes que eu faça algo, Mabel volta a respirar e acorda se levantando rapidamente e muito ofegante. A menor olha em volta, confusa.

- Cadê aquela moça?

Todos ficamos confusos e em silêncio.

- Que moça? -Pergunta Bill quebrando o silencio.

- A pouco tempo, depois que eu fiquei tonta, lembro de abrir os olhos e estar em um lugar estranho e nele tinha uma moça.

- Que lugar Mabel? -Pergunto preocupado e curioso.

- Não parecia o nosso mundo. -Mabel ficou em um estado de transe depois de dizer isso, nos deixando assustados.

- ... Mabel. -A chamo e a mesma volta ao normal segundos depois. – Você caiu do letreiro e estava sem pulso.

- Como? Eu lembro de ter ido a esse lugar! E-e ela... Aquela moça! -Ela estava ficando desesperada e começando a suar.

- Você a conhecia?

- Não. Mas lembro de ter ouvido a voz dela antes do Waddles me trazer de volta à vida também.

- O que ela disse? -Pergunta Pacifica se aproximando da menor. Mabel olhou fixamente para mim.

- “Debitum Sanguis”

- E o que é isso? -Perguntou Stan confuso.

- Latim. -Respondeu Ford sem expressão. – Significa “Divida de Sangue”.

- E o que que isso tem a ver com a Mabel? -Perguntou Pacifica confusa.

Todos passaram a me olhar. Ford suspirou e perguntou a Mabel...

- Mabel, ela disse mais alguma coisa?

- Não.

- Você lembra como ela era?

- Não deu... Não deu pra ver o rosto dela. Tinha uma luz... Parecia que ela a prendia. -Mabel começou a ficar mais “mole” e com uma expressão de cansaço.

- Deixem-me examinar ela. Eu sei um pouco de medicina. -Disse Ford.

- Vamos levá-la para o subsolo.

Após descermos até o porão e Ford analisou Mabel por uns cinco minutos.

- Pelo jeito é só anemia, mas é melhor fazer alguns exames de sangue nela por precaução. Estou dando soro a ela, vamos deixá-la descansar, mas pela manhã vamos fazer os exames. 

- Porque tem soro aqui? -Pergunta Wendy.

- Desde que voltamos achei melhor termos todo o necessário em caso de uma emergência. -Explica Ford e Wendy dá uma risada nervosa.

- Obrigado Ford. -Digo olhando para baixo.

Começo a subir as escadas, indo rapidamente para a floresta. Bill vai me seguindo e ao irmos um pouco mais adentro na floresta ele começa a me chamar. Eu não respondo nada, apenas continuo andando de cabeça baixa.

- Dipper. Dipper! -Ele agarra meu pulso. – O que ouve? -Quando ele me vira, vê que estou chorando. O mesmo ficou assustado e surpreso. – Porque você está chorando?

P.O.V. Bill:

- Se eu tivesse ficado mais calmo... Eu não teria destruído a cabana... O Ford não teria quebrado o braço... O Lúcifer não teia fugido... O Waddles não teria que ter se sacrificado... E... -Fico sério o olhando enquanto o mesmo falava em meio a lágrimas e soluços. – A MABEL NÃO TERIA MORRIDO E NÃO ESTARIA MAL AGORA! -Dipper cai de joelhos no chão, chorando com as mãos em sua cabeça. - É TUDO MINHA CULPA! TUDO!

Me agacho até ficar em frente ao rosto de Dipper e tiro com força, mas não o machucando, as mãos de seu rosto.

- É MINHA CULPA TAMBÉM! Se eu não tivesse começado o estranhagedom nada disso teria acontecido. Se eu tivesse impedido meu pai desde o início ele não teria vindo aqui.

- MAS VOCÊ MUDOU! Eu que ainda estou assim... Não sei controlar meus poderes, não sei nada sobre meus pais de sangue direito. NÃO SEI NADA! E se eu acabar machucando alguém de novo?

Coloco minhas mãos em seu rosto, o acariciando e limpando as lágrimas de seus olhos e bochechas. Dou um sorriso e falo com uma voz calma...

- E como da última vez, eu estarei lá para te parar. -O abraço forte. - Eu vou te ajudar a controlar seus poderes. Eu vou ajudar a Mabel e a reconstruir a cabana. Vamos achar o meu pai e deixá-lo apodrecer em uma sela pelo resto da vida. Podemos arrumar as coisas, mas se você fugir só irá deixar todo mundo triste.

Dipper volta a chorar em meus ombros, segurando com força minha roupa nas costas, aprofundando o abraço.

- Eu nunca irei te trair. Sempre estarei com você, não importa aonde, quando e como. Você sempre vai ser o cara que me salvou e o cara pelo qual eu me apaixonei.

Me separo do abraço e vejo que Dipper, mesmo parando de chorar, tinha algumas gotas de lágrimas em seus olhos querendo cair. Dou um sorriso, seguro sua nuca e lhe dou um beijo. Mas quando me separo sinto uma forte dor em meu peito.

P.O.V. Autora:

Bill cai gemendo de dor no chão com sangue escorrendo de seu peito, onde uma flecha de um fogo azul estava cravada. A cor dos olhos de Dipper estavam azuis claro e brilhando, mas após perceber o que havia feito, voltaram ao normal. Ele o segurou em seus braços e entrou em desespero. 

- BILL! -As lágrimas de Dipper iam caindo uma após a outra no rosto de Bill. - Eu vou te ajudar.

Dipper usa seus poderes para curá-lo. Mas Bill já estava fraco e usando toda sua força para se curar dos ferimentos da última luta, e Dipper estava com medo de usar seus poderes, então o que o moreno havia feito não o curou por completo, apenas parou o sangramento. - Bill...

- E-eu e-estou... be... em...

P.O.V. Dipper:

Me desespero ao ver que Bill havia desmaiado.

- BILL!

Meu coração passa a bater mais e mais rápido e aos poucos vou perdendo a consciência. Tudo fica embasado, até que um cenário azul vem em minha mente. Começo a arder em chamas azuis novamente, até que vejo Mabel em minha frente, ofuscada pela luz das chamas.

 - Dipper, mantenha a calma. Eu estou bem e o Bill também ficará, mas se você não se controlar, irá acabar mantando ele.

A observo e percebo que Bill estava se queimando com minhas chamas. Tento me acalmar, mas o máximo que consigo é parar de fazer as chamas aumentarem.

- Respire fundo, eu sei que você consegue. -Passo a respirar calmamente aos poucos e consigo retomar o controle. O fogo se apaga e eu volto ao normal.  - Temos que cuidar dele. -Fala Mabel se aproximando de Bill.

 - Como você sabia que eu estava aqui? -Pergunto após me acalmar já com a menor em minha frente, estranhando-a.

- Agora não é hora para isso. Venha me ajudar Dipper. -Fala a morena apressada.

- ...

- O que foi? -Pergunta ao perceber que permaneço imóvel e em silêncio.

- A Mabel me chama de Dip quando estamos sozinhos.

- Dip? -Ela vem até mim lentamente. Permaneço sério a olhando e a mesma, pouco depois, dá um longo suspiro e um sorriso, acariciando minha bochecha. – Você é muito esperto mesmo.

- Eu estava certo. Você não é a Mabel, então quem é você?

- Meu nome é Charlotte, sou sua mãe.

- M-minha mãe? Você só pode estar brincando! Minha mãe está morta! Lúcifer a matou!

 - Não. Ele juntou minha alma a dele. Eu ainda estou viva.

Não sei o que pensar. Ela é mesmo a minha mãe? Ahhh! O que eu faço???

 - Então como você está no corpo da Mabel?

- Na luta, em quanto ela estava inconsciente e Lúcifer distraído com você, eu consegui transportar um pedaço da minha alma para a garota. Eu pretendia entrar em você, mas você já tem “alguém” dentro de si.

- Como assim “alguém”? -Pergunto com receio.

 - Primeiro acho melhor salvarmos ele. Se continuar assim, nem eu sei se posso ajudá-lo.

 - Você pode salvá-lo?

- Não, mas você pode.

- Como?

Ela dá um sorriso e me leva até Bill, que estava deitado com dificuldade de respirar e com muito sangue se espalhando em seu peito.

- Você confia em mim? -Pergunta séria.

 - Não, mas você é minha única opção.

 - Você deve dar uma parte de sua vida para ele. Não será muito, apenas um pouco.

  - Como eu vou saber que deu certo?

- Você verá. Eu sei que você vai conseguir. -Diz com um sorriso gentil, massageando meu rosto.

Charlotte se afasta e coloco minhas mãos sobre a ferida de Bill com os olhos fechados. Um brilho, em forma de fios finos e azuis saem do meu corpo e ficam nos rodeando por algum tempo. Sinto minha energia se fundindo com as de Bill. Sinto suas células se regenerando, sua ferida se fechando e por fim, ouço as batidas de seu coração voltarem ao normal, como a sua respiração, então paro minha magia.

- Ele está bem, só está dormindo. -Diz Charlotte sorrindo.

 - Que bom... -Antes que pudesse me levantar, sinto meu corpo e as pálpebras de meus olhos ficarem pesados e acabo desmaiando.

Começo a acordar e quando minha visão se estabiliza, vejo que ainda estou na floresta, com Bill em cima de mim, que quando me vê, me abraça fortemente.

- Idiota! Não se arrisque tanto! -Diz preocupado.

- Bill... -Começo a chorar o encarando. – V-você está bem?

Ele dá um sorriso e me responde.

- Melhor que nunca.

- Já você por outro lado irmãozinho, tá um caco! -Diz Mabel sorrindo com a mesma expressão que sempre vejo. É ela. 

- Mabel!

Coro até a morena e a abraço fortemente.

 - Não acredito. É você memo... -Digo chorando novamente em seu ombro.

- Claro que sou eu. -Fala rindo, mas, depois disso, me abraça forte também e começa a chorar. – Eu estava com medo! Medo de te perder. Nós nunca vamos nos separar, né?

Me separo do abraço, parando de chorar e a olho nos olhos, sorrindo.

- Nunca.

Voltamos a cabana do mistério. Bill estava praticamente curado. Não sabemos o que ouve com a Mabel, mas por enquanto ela está bem.

Soos está com a esposa, Stan com Mabel, Pacifica conversando com Bill, sim com o Bill, do que será que eles tão falando?

Candy e Grenda saíram da cidade para ver o tal do namorado da Grenda que mora em outro país a alguns dias.  Ele as convidou para ir passar as férias lá, mas Mabel ficou conosco, e Pacifica com ela. Wandy não perdeu a oportunidade e foi junto para passear, disse que foi junto por "precaução". Elas não iam, mas soubemos pelo tivô Ford que lá há uma santa que pode nos ajudar, então elas foram conferir. 

 Ford estava bolando uma maneira de deixar a cabana mais “confortável”. Mesmo em pouco tempo, conseguimos restaurar quase que toda ela.

Se passaram oito dias desde a luta contra Lúcifer.  Minha "mãe", ou seja lá o que está dentro da Mabel, não apareceu mais e a mesma não se lembra de quando me ajudou a salvar a vida do Bill. Tudo parece estar voltando ao “normal”, mas o que ninguém sabe é que...

- Ahhrg... -Eu dava leves gemidos de dor, tampando a boca com minha mão para que ninguém ouvisse, enquanto olhava de frente ao espelho do banheiro, fixando meus olhos em uma marca desenhada de fios que saiam todos de uma mancha da mesma cor, que era azul como as minhas chamas, que ia crescendo com o passar dos dias em meu peito, causando cada vez mais dor. 

...