Tempos depois, eu acordei e abri os olhos. Olhei ao redor, e percebi que estava na presença de um maluco. Primeira, eu estava acorrentada à uma cadeira. Segunda, tinha um desenho embaixo da cadeira. Terceira, havia um homem me olhando com desconfiança. Ele era... parecido com os Winchester.
- Quem é você? E como você e seu amigo descobriram esse lugar? – Olhei para o lado e vi o Castiel, e ele sim estava ruim. Um hematoma no rosto e parecia estar desmaiado.
- Sou Katherine Prior. Descobrimos esse lugar porque ele encontrou. – Fiz uma pausa. – Estou ajudando Dean e Sam Winchester a acharem o pai deles que desapareceu. – Eu disse isso e ele ficou chocado. Me olhou com mais desconfiança ainda. Esperei uma série de perguntas, as quais eu responderia com toda a sinceridade possível, mas recebi um jato d’água no rosto.
- Ei! – Eu reclamei. – Por que fez isso?
Ele não respondeu. Me olhou pensativo.
- A água não deu certo, você está usando um colar que tem prata... O que é você?
“Pergunta estranha”, pensei. Aliás, estranha era apelido.
- Um ser humano completamente normal. – Ele não comprou muito essa ideia.
- E o que quer com o Sam e o Dean?
- Quero apenas ajuda-los a encontrar o pai deles. Você é quem eles procuram?
- Eles deveriam estar fazendo isso sozinhos. Não deviam ter contado à ninguém. – A resposta dele me disse o que eu queria ouvir e mais um pouco. – Não deviam nem estar fazendo isso.
- Se você tirar essas correntes, te mostro meu distintivo e te conto por que eles me deixaram investigar.
Ele pensou um pouco, mas logo depois surgiu com uma chave e soltou as correntes. Me levantei e fui ver como o Castiel estava.
- Não precisava tê-lo machucado, sabia?
- Ele reagiu. A culpa foi toda dele – ele respondeu, indiferente. Sem querer provoca-lo ainda mais, mas contendo algumas palavras que eu queria dizer, fiquei quieta.
- Posso pelo menos colocar um pouco de gelo nesse hematoma?
Ele revirou os olhos, mas voltou com o gelo. Não me dignei de agradecê-lo.
- Conheci seus filhos quando eles estavam conversando sobre você, um dizendo para o outro que você ia voltar para casa. Eles pareciam magoados e preocupados. – Podia-se dizer a mesma coisa do pai deles naquele momento. – Fui conversar com o Sam e, depois de relutar um pouco, ele me contou o que estava acontecendo. Mas não contou tudo com os detalhes mais... adversos, que eu iria descobrir depois. Me deu a ficha criminal do... que aconteceu com a Mary Winchester – era difícil definir se foi acidente ou se foi homicídio culposo, dado o fato de que isso era coisa demais para eu acreditar. – Fui até a casa de vocês... E vi as marcas na parede. – Preferi não contar da menina que havia me ajudado, ele já parecia nervoso o suficiente sem isso. – Fiquei confusa, mas continuei a investigar. Na casa, eu achei uma caixa, com cartas que você endereçou à ela, antes de vocês se casarem, e uma carta que você endereçou ao Sam, pedindo a ele que voltasse.
“Antes disso, o Dean não sabia que eu estava investigando, até que ele soube, não sei como, e, quando voltei para mostrar o que tinha na caixa para o Samuel, eu falei com ele e nos desentendemos. Me aproximei mais do Castiel, que é amigo deles de longa data, não sei exatamente quanto, e ele me ajudou a investigar até aqui. A caixa eu deixei com o Dean antes de sumir de novo”.
- Então... Ninguém sabe de nada? Ninguém além de você e ele?
- Não. – Mentir era algo que eu sabia fazer muito bem, para a minha sorte.
- Como ele encontrou esse lugar? – Ele parecia interessado em saber disso.
- Tem coisas que eu não sei. Terá que perguntar à ele. – Eu não sabia como o Castiel ia responder isso, mas não me preocupei.
- Por que resolveu ajuda-los?
- Porque... Minha família desapareceu quando eu era mais jovem e... O fim deles foi trágico. – Eu falei e a arrogância e a desconfiança sumiram do rosto dele. – Não quero que isso aconteça com mais ninguém.
Ele parecia disposto a fazer mais perguntas, mas se calou.
- Katherine... – Ele parecia mais calmo, mais chateado do que antes. – Me diga com sinceridade. Como eles estão?
Eu respirei fundo.
- Ansiosos para encontrar o pai deles. Nervosos.
- Eles... Contavam muito que você fosse me encontrar?
- O Sam, sim. O Dean... Sequer fala comigo.
- Ele não confia em você.
E eu não ia aprofundar o assunto. Não agora que tudo havia dado certo.
- Vai encontra-los novamente, certo? – Eu confirmei. – Diga a eles que a busca não deu certo e que não tem ideia de onde estou.
- Por quê? – Eu me espantei.
- Eles... Não podem me encontrar. De jeito nenhum.
Fiquei olhando-o, espantada, quando o Castiel acordou.
- Kath... – ele disse e me olhou. – Tudo bem?
- Sim – eu confirmei.
- Por que estou acorrentado? – ele perguntou e viu o John. – Esse é o...?
- Pai deles.
De repente, o John soltou as correntes do Castiel, que perguntou:
- Vem conosco?
Como não houve resposta, eu disse:
- Ele não quer que os filhos saibam onde ele está. Apenas finja que não o encontramos, Cass.
- Por quê? – No caso, a pergunta foi endereçada ao John.
- Sua amiga sabe. Apenas... vão embora.
O John parecia ressentido com alguma coisa, magoado, e minha vontade de saber o motivo era enorme, mas uma frase reverberou em minha mente: “à um Winchester, é aconselhável não fazer perguntas”. Só saí andando e o Castiel foi atrás.
- Você sabe o motivo? – Ele perguntou.
- Ele disse que eles não podem encontra-lo de jeito nenhum. Não sei por que.
Já no carro, ele disse:
- Vamos espioná-lo, então.
E dirigiu para um lugar não tão longe assim, mas escondido o suficiente.
- Quer falar com o Sam? Ou prefere que eu fale? – ele perguntou.
- Tanto faz. Por...?
- Vamos ligar para eles.
Ele discou o número enquanto eu não disse nada.
- Dean?
Continua...
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