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História Uma suposta facção de balé - Rond de jambe


Escrita por: ikus

Notas do Autor


Oioi, faccionáries!!! Tudo bem com vocês? Comigo melhor vindo postar, hihi 💜 amo ter esse momentinho com vocês

Como sempre, continuo meio sumida por causa da correria da vida :') mas felizmente são meus últimos dias de aula do semestre, então pelo menos fico de férias da faculdade (do trabalho, não :')

Boa leitura e, se possível, comentem, por favorzinho! Me deixa muito muito feliz saber o que vocês estão achando da história! Juro, ler os comentários é o que mais me deixa felizinha 🥺
#EstrelandoOCoadjuvante

Capítulo 25 - Rond de jambe


O final de semana chegou.

Finalmente.

Jimin estava em êxtase, sonhara durante a semana inteira com aquele tempo a mais com Jungkook. Imaginava que sentiria a mais pura felicidade, mas, por algum motivo, ela trouxe um acompanhante: um nervosismo estranho.

Não estava pronto.

Daquela forma, tratou o final de semana como qualquer outro e insistiu em fazer programas de família. Os pais o chamaram várias vezes para perguntar se queria mesmo passar tempo com eles; ambos sabiam bem como era começo de namoro, e não queriam que o filho se sentisse obrigado a agir como sempre.

Jimin, por outro lado, enxergava a normalidade como uma boia salva-vidas para o sentimento ambíguo em seu peito. Jungkook, por sua vez, estava apenas animado como sempre. Não percebia nada de errado.

— Ei, Kook, me ajuda aqui! — chamou Jina, em um tom de voz despretensioso, enquanto faziam compras no hortifrúti. Jimin tinha ido analisar as verduras, e o namorado ia ao seu encalço antes de ser interrompido.

A mulher observou o garoto aproximar-se com todo seu ar de obediência entusiasmada junto a um sorriso. Com dificuldade, passou um braço no ombro alto dele e o puxou para um canto, como se analisassem as laranjas com muito afinco.

— Tenho um segredinho! — contou ela, em um tom de conspiração. Jungkook arregalou os olhos, animado; compartilhar segredos com a família Park parecia legal. Jina quase tascou-lhe um beijo na bochecha, por ser fofo demais mesmo com aquele tamanhão todo.

— E eu posso saber?

— Quero saber até se você pode ajudar! Provavelmente meu filho marrento não contou, mas quarta é aniversário dele!

— Não contou! Que droga!

— Opa, então a proposta pode ficar ainda mais interessante... — Ela deu uma risadinha maldosa. — Finge que você continua não sabendo e passa a quarta com ele como vocês sempre fazem, pode ser?

— Poxa, mas queria fazer algo especial! O Jimin faz eu me sentir tão... especial! E aí eu queria fazer o mesmo! — Seus olhos brilharam, pidões. Jina só ficou com mais vontade de apertá-lo, garoto fofo do caramba! E ver que ele nem titubeava em dizer tais frases dava uma satisfação engraçada; conseguia imaginar o filho morrendo do coração toda vez que o namorado soltava algo do tipo.

— Calma! O Minnie faz a gente se sentir especial também, e também queremos que ele se sinta assim. Mas quarta é um dia ruim, não concorda? Tem escola... Aí a gente pensou em fazer um jantar pra comemorar, mas lembramos que você trabalha esse horário, e acho que o Minnie ia querer sua presença...

— Eu estraguei tudo! — Jungkook choramingou. — Desculpa, eu...

— Calma! — Jina repetiu, mais séria dessa vez. — Essa que é a graça da nossa proposta! O Minnie deve querer passar o dia com você, normal, então eu e o Bongcha só vamos parabenizar ele no café da manhã, comer coisas gostosas e fingir que é isso. Aí, você finge que não sabe que é aniversário dele e...

— E? — Jungkook perguntou, interessado.

— Você ajuda a gente a organizar a festa surpresa dele no sábado! Aí a gente pode aproveitar o fim de semana e chamar mais convidados. O que acha? — Ela sorriu. — Queremos fazer um bolo bem bonito, mas é difícil fazer em segredo porque o Minnie sempre tá na cozinha. Mas agora temos você como nosso trunfo! Você pode distrair o Minnie!

— Posso sim! — Jungkook concordou, animado, muito feliz de "ser um trunfo". Mal sabia da festa e já estava empolgado para que próximo sábado chegasse logo. — Como será que eu faço isso?

— Não sei, mas tenho alguns requisitos! A festa pode ser depois do almoço, então seria legal se você saísse de casa com ele de manhãzinha, para dar tempo de fazer o bolo, arrumar a casa, agrupar os amigos e tudo mais. Você consegue?

— Hm... Tenho que pensar em como fazer isso, mas consigo, sim!

— Ótimo! Você topa ajudar a gente então?

— Claro! — Jungkook assentiu enfaticamente, muito animado mesmo, eufórico; parecia até que a festa seria dele. Jina queria apertá-lo mais ainda, era fofo. — Ah... Só uma coisa... O que será que eu deveria dar de presente pro Jimin? Maquiagem? Eu não sei escolher maquiagem, me ajuda?

— Por que você não tenta fazer algo mais manual? Que só você possa fazer — ela sugeriu. — O Minnie já tem exatamente as maquiagens e roupas que ele quer e usa. E não gosta de ter mais do que isso.

— Ah, verdade... Ele tem toda essa questão de consumo... — suspirou, e Jina assentiu. — Nossa, que difícil! Eu não sei fazer nada!

— Que mentira! — Jina ralhou. — Você sabe muitas coisas. E sabe uma coisa que só você entre nós sabe fazer?

— O quê?!

— Dançar!

— Ei, o que vocês estão conspirando? — A voz de Jimin fez-se ouvir, e ambos o encararam com os olhos arregalados, pegos no flagra. Ele segurava uma alface, tranquilo, e usava aquele vestido preto com margaridas que deixava Jungkook ruim das ideias de tanta beleza.

— Sua mãe tava me contando que você peidava na banheirinha quando bebê — Jungkook disparou, tentando se recordar das conversas que já tivera com Jina. — E que fazia bolhas, tipo desenho animado.

— Era muito fofinho! — justificou-se Jina, pegando a deixa. Jimin revirou os olhos e os dois segredosos comemoraram: conseguiram enganá-lo!

— Depois eu perco o namorado, e não sabem por quê... — respondeu, todo dramático; buscava usar da chantagem emocional para se poupar daquelas informações vergonhosas transitando.

— Achei muito fofinho! — Jungkook apressou-se a abraçá-lo de costas e beijar sua bochecha. Jimin ficou com o rosto vermelho de timidez, mas amou cada uma das sensações.

— Você tem gostos estranhos, gracinha — resmungou, desvencilhando-se a contragosto. Já não era discreto indo ao hortifrúti com as roupas das quais tanto gostava. Deixar seu namoro tão público era perigoso, ainda mais com a variável "pais do Jungkook" na jogada. Detestava-os.

— Assim você se ofende... A coisa que eu mais gosto é você.

— Pois então! — Riu e foi até o carrinho apoiar sua alface. — Relaxa, gracinha, é só uma brincadeira.

— Mas você mesmo que disse que esse tipo de brincadeira não é legal! Enfim, a hipocrisia — Jungkook resmungou ao ajudar Jina a segurar a sacola enquanto ela escolhia batatas.

— Ok, você venceu esse argumento! — Jimin aproximou-se, na expectativa de dar um selinho no namorado, mas conteve-se. Droga, era difícil! Foi buscar o pai para ajudá-lo no resto das compras. Era bom se manter longe de Jungkook; percebeu que resistência não era mais um de seus pontos fortes.

Terminaram as compras e, enfim em casa, Jimin voltou a sentir nervosismo com a possibilidade de ficar sozinho com Jungkook. Conseguiu inventar muitas coisas para fazer junto aos pais: lavar as compras, arrumá-las na geladeira, começar a preparar o almoço, passar um pano na casa... Jungkook o acompanhava em cada uma das tarefas. Isso é, até Jina chamá-lo em um cantinho e falar "Minnie, vai se divertir com o Kook! Desse jeito, fico me sentindo mal, parece que o menino só faz tarefa doméstica!". Ficou, então, sem opções.

Pensou em sugerir que já estudassem, mas quando iam às compras, só estudavam mais tarde. Sem os livros para distraí-los no próprio quarto, Jimin o temeu. Então, puxou Jungkook até o sofá da sala para assistir a algum desenho animado qualquer na televisão.

Não foi tão fácil quanto imaginara. Jungkook o deitou em seu colo e começou a lhe dar um cafuné gostoso. As coxas de Jungkook eram quentes e a pele macia. Quando menos esperava, Jimin viu-se longe da narrativa na tela e imerso demais em acarinhar as pernas do namorado. Quando percebeu a ação de suas mãos rebeldes, sentou-se apressadamente no sofá. Jungkook o encarou confuso e perguntou:

— Tá tudo bem?

E não estava nada bem para Jimin. Tinha ficado ainda mais doido por Jungkook e não conseguia se impedir de querer experimentá-lo, tocá-lo, beijá-lo. E queria tanto que queria mais. E o que queria a mais, não queria de fato, por estar nervoso em exagero para tal. Ah, que bagunça!

— Uhum... Só está meio quente — Jimin murmurou, sem jeito. Via estampado na cara do namorado a incerteza sobre as palavras ditas. — Aí fiquei com calor e quis me afastar um pouco.

— Entendi — Jungkook concordou, acenando com a cabeça. Virou o rosto para voltar a assistir à TV.

— Eu estou te deixando chateado? — A voz de Jimin ficava cada vez mais baixa. Suava, mas nem era de calor, e sim de nervosismo. Detestava estar tão estranho.

— Claro que não! — Jungkook respondeu, meio assustado. — Era pra eu tá chateado?

— Hm... Acho que não...

— Por que você acha que tá me deixando chateado?

— Por eu não querer te tocar...

Jungkook pestanejou, mais confuso ainda. Confuso e preocupado. Virou-se para encarar o namorado, encontrando-o com o olhar baixo. A boca farta formava um bico o qual ficou morto de vontade de beijar, mas não era o momento. Quis fazer carinho em suas bochechas, mas também não era hora.

— Mas eu não ficaria chateado por causa disso. É claro que eu amo quando a gente fica agarradinho, mas a gente não nasceu grudado, sabe? É normal você não querer no calor, esterquinho de minhoca do meu coração. Eu seria um babaca se ficasse chateado com você por causa disso.

— Ah, entendi... — Jimin sentia-se ainda mais estranho. Porque vibrava por dentro de tanto amar Jungkook, mas desesperava-se porque sabia que o motivo de estar paranoico com a suposta chateação de Jungkook é por contar mentiras a ele. E sentia que Jungkook também sabia ser mentira. O problema não era o calor. O problema era só...

Jungkook levantou-se do sofá e foi até a cozinha. Jimin, por sua vez, ficou espiando seus movimentos. Precisou aguardar bastante, porque Jungkook se distraiu conversando com Jina e Bongcha, mas logo voltou com dois picolés, entregando um ao namorado e dando uma mordida no seu. Então, inclinou-se em busca de um selinho correspondido.

— Fresquinho! — Jungkook sorriu aquele sorriso tão gostoso, aquele que enchia o peito de Jimin de felicidade também.

Jimin mordeu um pedaço em seguida e buscou a boca do namorado a fim de deixar outro selinho, mais tranquilo. Contudo, antes que notassem, afundaram no estofado para serem escondidos pelo encosto do sofá e uniram os lábios com uma urgência maior. Jimin suspirou de satisfação com a língua geladinha e doce de Jungkook contra a sua. Suspirou, satisfeito, pois não precisava pensar demais nas coisas. Esperara tanto pelo final de semana... Não deveria deixá-lo ser estragado por uma afobação que criou sozinho; Jungkook nem o pressionava a nada.

Então, quando terminaram o picolé, Jimin puxou Jungkook até seu quarto. Deixou a porta aberta, para não deixar a cabeça imaginar demais certas coisas, que tanto queria e temia. Estava sendo apressado. Sentou-se em sua cama e deu tapinhas no colchão ao lado para Jungkook acomodar-se também.

— Quer que eu pinte suas unhas? — ele ofereceu ao se sentar e puxar o rosto do namorado com delicadeza para um beijo que derreteu ambos.

— Quero. Das mãos! — Jimin respondeu com um sorriso e foi atrás da sua caixinha de esmaltes. — Se sente confiante para isso?

— É muita responsabilidade, mas posso tentar... Qualquer coisa você tira e arruma. — Jungkook observava o namorado voltar com a caixa e com um sorriso. Jimin ficava tão lindo daquela forma, ainda mais com o vestidinho de margaridas; quase não aguentava de vontade de beijá-lo inteirinho.

— Gracinha... — Jimin tentou provocar, mas a voz minguou. Jungkook lambeu os lábios. — Você está com muito calor?

— Depende pra quê...

— Vou mostrar...

Jimin apoiou a caixinha na cama e deixou um selinho de Jungkook antes de empurrá-lo até que ficasse com as costas apoiadas na parede. Ele o olhava tão atentamente, já sentia suas bochechas corarem, mas o esforço recompensaria. Queria muito. Afastou um pouco as pernas alheias para poder se acomodar no espaço entre elas, apoiando as costas no peito dele. Sentiu sua cintura ser enlaçada no mesmo instante e deu um suspiro satisfeito com o abraço, mergulhando ainda mais nele.

— Nossa, tá frio demais! — Jungkook assumiu um tom dramático e beijou os cabelos rosa. — A gente vai ter que ficar agarradinho assim pelo resto da vida, ou vou morrer congelado!

— Bobo... — Jimin resmungou, com um sorriso enorme no rosto. Buscou removedor de esmalte e algodão dentro da caixinha. — É que assim dá para você pintar minhas unhas também.

— Sim, sim, genial. Adorei para poder pintar suas unhas, claro... — Jungkook fez-se de sonso enquanto beijava o pescoço de Jimin, que se esforçava para sentir cócegas em vez de arrepios.

Jimin resolveu tagarelar sobre as ideias para seu canal no YouTube, tanto por estar animado mesmo e querer compartilhar daquela empolgação com Jungkook, quanto por temer ficar em silêncio e começar a pensar em todas aquelas coisas das quais tentava fugir quando com Jungkook.

Suas unhas terminaram de ser pintadas — não com tanta maestria, mas muito carinho — logo antes do almoço. Desceram para se juntar a Jina e Bongcha, que também insistiram em ficar com as louças para eles descansarem antes dos estudos.

Felizmente, Jimin conseguiu aplacar o nervosismo e ficar com a cabeça no lugar, recuperando a naturalidade que sempre tivera com o namorado, mesmo que às vezes se lembrasse e se irritasse com toda aquela... adolescência? sentida. Estudaram, alongaram-se, treinaram um pouco as elevações — essa parte foi um pouco difícil para ambos, por lembrar tanto o primeiro beijo — e assistiram a um filme antes de dar a hora de dormir. Adoravam tanto dormir nos braços um do outro que as preocupações esvaíam-se.

O domingo também foi normal e tranquilo. Gostavam de como ele era quase monótono, ainda mais comparado à correria da semana. Não gostavam, porém, do fato de que Jungkook teria de voltar à sua casa; até mesmo naquele calor, a cama de Jungkook parecia fria demais.

Mas, inevitavelmente, a noite chegou. E Jungkook ficou até mesmo aliviado ao entrar em sua casa e encontrá-la vazia. Depois, ficou triste. Triste e só. Coadjuvante mais uma vez. Subiu as escadas correndo e enfiou-se debaixo do chuveiro.

Quando saiu do banho, encarou os próprios fios negros e encharcados no espelho. Parecia outra pessoa. Algo como um retrato de melancolia. Algo como o espectro do que uma pessoa deveria ser. Em seus ouvidos, soou o choro melódico de uma orquestra característica. De repente, seu conceito estilhaçou-se como um frágil espelho, esmiuçado devido ao sorriso enorme nascendo em seus lábios, pela epifania ao ver-se coadjuvante depois de um dia inteiro como protagonista.

Porque enfim sabia como presentear o namorado.

-��-

Na quarta-feira em que Jungkook precisava fingir não saber do aniversário do namorado, tentou acalmar um pouco seu coração dando os melhores beijos que sabia na hora do almoço. E, quando o fizera, percebeu sempre os dar, porque beijar Jimin era tão bom que seu coração sempre participava por inteiro. Amava-o tanto.

Jimin ponderou algumas vezes se contava sobre seu aniversário de dezoito anos. Sentia-se meio estranho, por algum motivo, mas resolveu deixar quieto. Se fosse para contar, deveria tê-lo feito com antecedência e não no próprio dia, o que certamente desesperaria Jungkook com a responsabilidade de fazer "parecer especial" em cima da hora.

Na verdade, Jungkook ligava para aniversários? Jimin ligava, mas sua família sempre comemorava. A do Jungkook era diferente.

Enfim, já tinha perdido o momento oportuno.

Arrependeu-se ainda mais de não ter contado ao desejar usar a carta de "mas hoje é meu dia!" quando Jungkook lhe pediu privacidade para mostrar parte da coreografia que criava à professora Joohyun. Era mesmo necessário tanto segredo? Jimin estava frustrado.

Tão frustrado que um bico fez morada em seus lábios durante todo o caminho até a loja de conveniências e ao acomodar-se atrás do caixa. Não gostava da desculpa dada por Jungkook de ter vergonha de mostrar a coreografia. Jimin nunca o acharia vergonhoso, mas deu o braço a torcer e o deixou esconder as coisas. Em geral, era ele mesmo quem tinha essa mania de fugir da exposição; seria o sujo falando do mal-lavado.

Jungkook ficou morto de vontade de dar um selinho naquele bico manhoso, mas sabia que Jimin era paranoico com as câmeras da loja, então precisou se contentar com um carinho discreto em sua coxa. Foi o suficiente para Jimin sorrir envergonhado por estar sendo tão cabeça dura.

Estudaram normalmente. Jungkook se perguntando como o namorado não se importava de passar seu precioso aniversário fazendo coisas chatas consigo; Jimin refletindo se deveria perguntar qual dia era o aniversário de Jungkook de uma vez ou seria suspeito demais.

— Gracinha... — chamou, manhoso. Sempre perdia o fôlego com o olhar atento de Jungkook em si. Já se arrependia de tê-lo chamado, provavelmente seria questionado de volta e estragaria tudo, mas estava muito curioso. — Hm... Você gosta de comemorar aniversário? Quando é o seu?

— Hm... Não sei se gosto — Jungkook respondeu, forçando uma expressão pensativa para aliviar o susto com a pergunta. Viu Jimin murchar. Queria tanto poder corrigir-se e falar que não sabia se gostava do próprio aniversário. Já amava o de Jimin. — O meu foi mês passado. Primeiro de setembro.

— Quê?! — Jimin arregalou os olhos, consternado. — A gente já... a gente já era amigo! Por que você não me contou?!

— Era pra eu ter contado? — Jungkook assumiu um tom sonso. Escolhia as palavras com cuidado, não queria perguntar sobre o aniversário de Jimin sem querer. — Você se importa com o seu?

— Ãn... — Jimin engasgou. Tudo em seu peito gritava: sim, me importo! mas sabia que não agia de forma coerente. Assim como Jungkook, tinha escondido o próprio aniversário; de novo, o sujo falando do mal-lavado. Pestanejou, maquinando uma forma de mudar o assunto. — Você fez quantos anos?

— Dezoito. Aluno que faz aniversário no fim do ano acaba sendo mais velho mesmo... — Jungkook, por ter passado o aniversário tão em branco, não notara, mas agora a ficha tinha caído. Dezoito. Era muita coisa. Praticamente adulto, muito assustador de se pensar. Tinha dezoito anos e não fazia a mínima ideia de como ser independente de seus pais. O que será que fazia de errado?

— Mas já? Você é mais velho do que eu, então... — Jimin travou seus movimentos ao notar ter deixado coisa demais escapar, temendo que Jungkook perguntasse quando era o seu aniversário. Não esperava que Jungkook também estivesse fugindo daquela pergunta. — Alguns meses, mas...

— Ah, nossa... Nem pareço. Acho que sou um crianção mesmo, ainda mais comparado a você... — resmungou, fazendo sua parte em desviar o assunto. Porém, notou não ter escolhido bem as palavras ao sentir o peso de um olhar fulminante no rosto.

— Jungkook... — Jimin respirou fundo, buscando a mão do namorado por baixo do balcão da loja. Deixou sua revolta se dissipar em melancolia. — Me magoa muito quando você faz comparações sem sentido entre nós. Talvez tenha aspectos em que eu pareça mais maduro aos seus olhos, mas te garanto que, várias vezes, me sinto infantil perto de você. E também não acho isso bom, só acontece de às vezes eu querer ser um pouquinho mais parecido com você... Eu só... não queria que a gente tratasse isso como algo correto de se fazer, sabe? Não quero me desmerecer por causa de você, e nem que você faça isso comigo. Queria que a gente só pudesse ir aprendendo um com o outro.

— Queria muito te beijar agora... — Jungkook confessou, afastando o olhar para o corredor com as geladeiras de bebidas, enquanto acariciava a mão acomodada tão perfeitamente na sua. — Você tá certo. Vou tentar fazer a minha parte. Sei lá, acho que fiquei frustrado, mas isso realmente não parece eu.

— Hm... Posso ser chato de novo? — Jimin pediu, sem graça.

— Pode falar o que você quiser... mas você não é chato.

— É só que eu acho que você se cobra demais em coisas como "não parece eu". Cada um de nós, humanos, é tanta coisa. É meio reducionista pensar que, quando agimos de uma maneira diferente, "não parece a gente". Na verdade, é a gente. Só que em uma situação que não ocorre com tanta frequência — explicou, com a voz tremendo. Seus pensamentos soavam ainda mais pedantes fora de sua boca. — Acho que a gente sempre pode fazer nossa parte para melhorar essa forma de agir, né...? Mas é a gente.

— E você me aceita desse jeito também?

— Claro... Eu te amo tanto, Jungkook. — Jimin suspirou, apoiando a cabeça na mão que não estava entrelaçada à dele. — Esses dias ando chateado...

— Com o quê?

— Com a insuficiência da palavra "eu te amo" para explicar o que sinto por você. — Jimin sentiu as bochechas arderem, mas as deixou assim. Fazia parte daquela sua luta interna de mostrar o próprio coração. — É muito brega dizer isso, eu sei. Mas com você até entendo por que é algo tão clichê, realmente me sinto sem palavras o suficiente.

— Eu também... — Jungkook sorriu e apertou a mão de Jimin de leve. As bochechas vermelhas dele eram tão lindas. Queria beijá-las. Queria sentir a quentura daquele carinho oferecido a si em forma de palavras. — Vou tentar inventar uma nova língua só para procurar algo acima de "eu te amo".

— Enquanto isso, aceito beijos... — Jimin sugeriu, suando ainda mais de tanta vergonha.

— Quero te dar todos.

— Sábado podia chegar logo, né...

— Podia...

-��-

— Sabe mais o que sábado podia... ser? — Jungkook perguntou de supetão quinta-feira, enquanto limpava a mesa depois de almoçarem. Quase esquecera da sua missão! Viu Jimin torcer o nariz, pensativo.

— Já dei replay na sua frase umas cinco vezes dentro da minha cabeça e ainda não faço a mínima ideia do que você quis dizer — Jimin murmurou, insatisfeito com a conclusão frustrada. Terminou de enxaguar as louças e apoiá-las no escorredor. — O que mais poderia ser? Bem, é o sétimo dia da semana... Você diz ele ser segunda-feira também? Seria bom trocar segunda por um sábado, mas aí o sábado-segunda vai ter uma cara de domingo, e o domingo e o sábado vão ser ambos sábados e...

Jungkook riu e aproximou-se para acomodar o namorado entre os braços. Aproveitou para desfazer o laço do avental que ele vestia e pendurá-lo ao lado do fogão ao afastar-se deixando, claro, um beijo em sua nuca antes. Jimin sorriu. Amava quando Jungkook fazia por ele aquelas pequenas besteiras do dia a dia. Pintar suas unhas, pendurar o avental, guardar seu material escolar na mochila...

— Nossa, eu falei tão mal assim? — Jungkook gargalhou e voltou a enlaçar a cintura alheia. Deixou um beijo na testa do namorado; amava o jeitinho dele de fechar os olhos com o toque. — Acho que sim... É só que eu tava lembrando daquela nossa conversa de ontem de noite. A de querer que sábado chegasse logo. E aí pensei... se você não queria sair comigo.

— Sair? Sair como?

— Hm... Vestindo uma roupa, calçando o sapato, destrancando a porta, abrindo ela e passando nosso corpo pela abertura — disse em um tom muito sério, mas não aguentou manter a expressão ao observar Jimin revirar os olhos e fazer uma cara de contrariado. Muito fofo.

— Sair para onde? — Jimin bufou. — Se você já fica meio paranoico de ir ao hortifrúti e às aulas de balé, imagine outros lugares!

— É, tem isso. Mas pensei da gente ir para a praia...

Fazia tanto tempo que Jimin não ia à praia.

— Está calor para um caralho, Jungkook — Jimin observou, levantando uma sobrancelha. — Vai estar lotado.

— A gente pode ir pra parte bosta da praia, sabe? Que só tem pedra — sugeriu. — E chegar beeeeeem cedinho! Que aí vai estar vazio.

— Eu consigo acordar cedo, mas você, gracinha...

— Eu posso acordar cedo se eu quiser também! Se bem que... Você poderia tentar me acordar, né? Por via das dúvidas...

— Vou atacar seus mamilos — ameaçou, mas ambos estremeceram ao notarem as bochechas de Jungkook enrubescerem.

— Pode ser, é o método que funciona — concordou, meio embolado. Espantou a vergonha para assumir um tom animado de volta: — Então você topa?!

— Ah, não sei... Qual é o motivo de ir para a parte bosta da praia? Nem dá para entrar na água.

— A gente pode fazer um super piquenique! — Jungkook trouxe o corpo de Jimin para ainda mais perto e apoiou o queixo em seu ombro. Deixou beijos no pescoço de cheirinho doce antes de sussurrar: — A gente pode comer, falar besteiras e se beijar ao som do mar... E o vento também é muito gostoso, ainda mais nesse calor.

— Sim, mas...

— O que tá ruim?

— Acho que nada... — Jimin fechou os olhos, mergulhado no calor de Jungkook. Era difícil recusar qualquer coisa daquela forma.

— E o que tá te deixando inseguro? — Jungkook afastou-se um pouco para poder encarar Jimin nos olhos. Levou as mãos até as bochechas macias, acariciando-as; Jimin suspirou de conforto. Era golpe baixo.

— Não sei... — resmungou, formando um bico que foi beijado de imediato. — Só... Acho que desviei o assunto...

— Qual?

— Quando eu disse que você era paranoico de te verem. Paranoico sou eu...

— Ah, mas eu sou paranoico mesmo! Por que você seria? Você sempre se mostra do jeito que é pra todo mundo.

— Não me mostro, Jungkook, esse é o problema. Mesmo me vestindo da forma que desejo, mostro apenas minha armadura. Só saio dela quando estou dentro de casa, onde me sinto seguro. Olho tudo que está por trás daquela porta como um campo de batalha e acho que eu tenho um pouco de medo, sabe? De sair por aquela porta com você, com planos de ser eu mesmo.

— Ah... Então você acharia estranho...

— Também. — Jimin suspirou e apoiou a cabeça no peito do namorado. — Mas fico aqui pensando também se...

— Se?

— Se eu acharia gostoso. Estou com medo, mas acho que quero experimentar. Pode ser muito bom e... vamos para a parte bosta da praia, certo? Só você vai me ver.

— Muito privilégio da minha parte...

— Bobo!

— Realista! — Aproveitou que suas mãos já repousavam na bochecha dele para trazer seu rosto para outro beijo desengonçado, porque sorriam. — Sábado podia chegar logo, né...?

— Acho que a gente sempre fica desejando isso, será que viramos pessoas apressadas?

— Talvez. Mas tô gostando de te beijar nessa quinta também. — Mais um beijo. — É só que sábado vai ter piquenique e um vento gostoso junto.

— Verdade... Sábado até que poderia chegar logo...


Notas Finais


Ninguém: a | Jikook: CADÊ O SÁBADO?????? Não vou nem julgar, pq sou assim com as sextas pq é quando em geral vejo minha namoradinha.

Ah, e nessa fic o Jungkook é mais velho que o Jimin porque mantive a data de aniversário deles, mas deixei os anos de nascimento iguais porque não encaixava bem a história com os dois em anos diferentes ou um deles repetentes, mas basicamente mesma idade. Favor fazer vista grossa.

Ah, não se esquece de deixar seu votinho! 💜

Qual foi sua cena favorita? Eu gosto dos pedacinhos que mostram o nervosismo do Minnie! Ele se privou de muitas coisas durante a adolescência dele, então fico tão feliz em ver meu bebê enfim aproveitando essas coisinhas, juro 😭 emocionada que chama, né?

Como sempre, muito, muito, muito obrigada mesmo a todo mundo que lê, comenta, vota e surta comigo lá na #EstrelandoOCoadjuvante! (será que eu tiro meu atraso no twitter nas férias? De qualquer jeito, tô mais pelo insta, o callmeikus). Saudades de vocês e obrigada por lerem minha pitica 😭 quero que essa história seja o lar de vocês como o meu!

Beijinhos de luz e até 30/07 às 19:00! Amo vocês!


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