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História Unbelievable - Uma zero a esquerda qualquer.


Escrita por: aliciarsoares

Capítulo 83 - Uma zero a esquerda qualquer.


O que? Ela é o motivo disso e você ainda deixa ela entrar? - percebi o sorriso ridículo dela. 

- Sim, Mary. Vou dar uma chance pro Rafael. Você tá na portaria, não é? Liga e chama o Rafa e deixe os dois conversando aí, ou namorando né.

- Tá bom Brendan. - desliguei e liguei para Rafa ir para a portaria.

- Estou vendo como você tem autoridade minha querida...

- Você deu foi sorte. 

- Sorte nada, você vai ver como eu consigo reconquistar Rafael rapidinho de novo.

- Pois eu aposto que daqui uma semana ele não vai estar nem ligando mais pra você. - percebi Rafael se aproximando - se cuida, e aproveita o momento.

Cumprimentei Rafa e fui em direção ao quarto que Phillipe e Lucas estavam, e jogando Xbox como eu previa.

- Nem para me chamarem hoje, não é?

- Desculpa Mary, foi por causa do Rafa. Ele ficou meio sem graça contigo depois que a Lays te disse aquelas coisas de tarde.

- Ah tudo bem meninos, vocês não tem culpa dos erros que Rafael está cometendo.

- Por que erro Mary? Será que é tão difícil você aceitar que o Rafa desencanou de você?

Sim, aquela frase doeu em mim. Mais do que tudo nessa vida, mais do que um tiro, mais do que uma facada no meu peito, Phillipe foi duro comigo, mas nunca iria deixar transparecer aquilo. 

- Não Phillipe, estou pouco me importando pra isso, eu vou me casar com Fernando. Mas Rafael escolheu uma interesseira pra vida dele. 

- O que você quer dizer com isso?

- Nada Phillipe, nada. Eu acho melhor ir pro meu quarto. Tenham uma boa noite.

E saí. Eu estava agoniada, e ainda sentindo cheiro de Pringles vindo de algum quarto. Era estranho como o meu olfato se tornara mais apurado nas últimas semanas. 

Entrei no meu quarto, comi algumas porcarias que tinha trazido na mochila, balas e chocolates, coloquei o fone de ouvido e fiquei escutando as músicas até cair no sono.

Acordei mais cedo que todos, afinal, tinha ido dormir cedo, e fui dar algumas voltas pelo centro de treinamento. Sozinha, mas antes só do que mal acompanhada. 

Observei tudo ao meu redor, e lembrava como era diferente de Cobham, mas mesmo assim tinha o seu charme. A cor vermelha das instalações dava um toque alegre no CT, e eu gostava daquilo. Me sentei em um dos campos e deixei o tempo passar... Coloquei uma música lenta pra tocar e fiquei ali pensando na vida.

Até que Brendan apareceu.

- Pulou da cama hoje? Nunca te vi acordando mais cedo do que o marcado, Srta. Mary Jane.

- Pulei sim - e ri - foi porque eu dormi cedo.

- Ah sim, notei você diferente depois do treino de ontem, aconteceu alguma coisa?

- Não, só estou concentrada para o jogo contra o City.

- Fala sério Mary, eu não estou conversando como um superior seu ou como um membro profissional, estou conversando como amigo. Se tem algo te incomodando bota pra fora! 

- Eu agradeço Brendan, mas eu prefiro não comentar muito da minha vida pessoal, é muito complicada. 

- Nós temos tempo.

- Tudo bem... É normal você gostar de duas pessoas ao mesmo tempo?

- Normal é sim Mary, tá acontecendo isso contigo.

- Sim Brendan, e tá me deixando louca, eu me arrependo de ter aceitado o pedido de casamento do Fernando porque eu acho que eu estou sendo injusta com ele.

- Mas você tá traindo o Fernando? 

- Não... Eu evito o máximo, mas se alguns pensamentos contam eu estou traindo sim.

- Mary, também não é assim. E relaxa, aos poucos você vai esquecendo o outro.

- É difícil quando convivo com ele todos os dias. Mas tudo bem, muito obrigada pelos conselhos Brendan.

- Imagine, se precisar é só me chamar.

- Ah e por favor não comenta isso com ninguém, porque se chegar nos ouvidos ou nos olhos de Fernando o meu casamento vai por água abaixo.

- Sou um túmulo Mary. Vamos tomar café?

- Vamos.

E fomos, ao invés de eu me sentar na mesa de sempre, com meu quinteto predileto, me sentei na mesma mesa de Brendan e ficamos conversando sobre as táticas que usaríamos para o jogo, e ele sempre com a mesma prancheta em mãos, mesmo na hora do café da manhã. 

Reunimos depois os jogadores para conversar sobre a partida, sobre os adversários e sobre nossas estratégias. Logo em seguida, fomos aos nossos quartos pegar nossas mochilas e entrar no ônibus rumo a Anfield.

Sentei sozinha, até que Rafa foi até mim.

- Tem algo de errado contigo?

- Por que todo mundo pensa que tem algo de errado comigo? - e dei um riso forçado.

- Porque você não tá falando com ninguém, tá calada, não revidou nenhuma das brincadeiras do Gerrard...

- Só estou pensativa por causa da partida, relaxe. 

- Então tá bom né. E o que você acha da Lays? - minha vontade era de dar um chute na canela dele depois dessa pergunta idiota.

- Espero que ela te faça feliz, Rafinha.

Chegamos em Anfield, e fomos fazer o ritual de sempre, aquecer e depois ir para o vestiário ouvir os comandos finais de Brendan. Ah e dar uma olhada no telão para ver quem seriam os titulares, dito e feito, Rafael no banco. A torcida estranhou, mas ele não estava nem ligando, estava até alegre.

Na hora do aquecimento, Rafael quis inovar, assim que acabou de se alongar, foi em direção a área VIP e deu um selinho na mais nova Maria Chuteira VIP, Lays! Aquilo me enojou, a minha maior vontade era de vomitar (again), mas apenas observei aquilo de longe. 

Os jogadores voltaram para o vestiário, ouviram Brendan, e depois voltaram para o início da partida. 

Nos primeiros 15 minutos, levamos 2 gols do Manchester City, os dois de Aguero. Era preocupante a situação. Brendan tentou mudar as táticas de jogo e nada. Estávamos nos 39 minutos de jogo e quase levávamos mais um gol só que agora de Jésus Navas. Rogers não queria mexer na escalação no final do primeiro tempo, só mudou mais uma vez as táticas. Quando Luisito Suarez finalmente conseguiu diminuir a vantagem dos Citizens. 

O primeiro tempo terminou, e nós ainda estávamos perdendo, era terrível perder dentro de casa. 

Os meninos foram para o vestiário e eu conversei com o Brendan.

- Brendan, já que não temos mais nada a perder, coloca o Rafa agora, eu acho que ele já aprendeu a lição. 

- Vou colocar sim, não tenho muitas escolhas e eu confio nele, não vai ser um treino ruim que vai me impedir disso.

Fomos para o vestiário e fui direto conversar com o Rafa.

- Anjo, o Brendan vai te colocar pra jogar, eu pedi pra ele e tudo mais. Só dê o melhor de você, tudo bem? - e o abracei bem forte.

- Okay, obrigado Mary. 

Aguardei Brendan conversar com os meninos e depois os ajudei com os alongamentos, inclusive Rafa. Como Lays me olhava de maneira fulminante quando eu colocava as minhas mãos nas pernas ou nos braços de Rafael, como se ele fosse uma propriedade dela, ridícula. 

Rafa entrou e o jogo começou. O Liverpool começou melhor, sendo destaque nos ataques e nos contra ataques. Não demorou muito para o meu loirinho fazer o gol de empate.
Quando ele fez, foi correndo abraçar Brendan, e ainda disse "Obrigado pela paciência e pela confiança por todo esse tempo", foi lindo. Mesmo não sendo o gol da vitória, um empate também cairia bem. 

Os jogadores do Manchester não conseguiam ver a cor da bola, de como os reds estavam jogando muito bem, só não virou goleada por puro azar das finalizações. 

Mas pelo menos o gol da vitória apareceu. E tinha de ser dele, de Rafael, oh como ele me orgulhava a cada que se passava, um gol lindo, de voleio. 

O problema foi a comemoração... Eu achando que seria uma comemoração mágica, contagiante, mas não. Foi péssima, terrível e com vontade de vomitar (ante, pra poder rimar). Rafael saiu após o gol com um L nas mãos, sim, um L de Lays.
 



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