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História Unbreakable Vow - Capítulo 11


Escrita por: fercarol03

Capítulo 11 - Capítulo 11


Hermione não havia conseguido dormir naquela noite. Em sua cabeça passavam as recentes descobertas sobre Dumbledore e Ariana e Hermione sentia uma estranha urgência crescer dentro de si.

Hermione e o conselheiro haviam saído durante a madrugada, depois que os últimos criados se recolheram após a dispensa da rainha. A garota, como todos os dias, havia deitado na cama após a aia ajudá-la a trocar de roupas, e esperou nervosamente até o sinal de Malfoy, que aparecia depois de conferir se todos os corredores estavam vazios. Ambos partiam diretamente dos aposentos reais, através da rede de flu. 

Para irem ao vilarejo do retrato de Ariana, no entanto, não poderiam ir da mesma forma. Seria necessário aparatar ou utilizar uma chave de portal e, infelizmente, nenhum dos dois era possível no momento. Malfoy andou de um lado para o outro ao voltarem da barraca de Dumbledore pela lareira do quarto de Hermione.

-Uma chave de portal será a forma mais discreta de chegarmos lá. Eu preciso estudar uma forma de fazermos isso. -Ele murmurou distraído. 

-Se é um vilarejo de usuários de magia, ninguém estranharia se chegássemos lá dessa forma. -Hermione comentou abraçando a si própria, agitada demais para se sentar.

-O problema é que não conhecemos ninguém naquele lugar. -Draco coçou o próprio queixo. -É melhor sermos discretos. Vamos aguardar alguns dias e usar esse tempo para planejar essa viagem.

-O que você acha que vamos encontrar lá? -A garota perguntou caminhando até a janela e dando uma olhada para o lado de fora. A cidade em torno do castelo estava completamente tomada pela escuridão.

-Respostas, eu espero. -Malfoy parou no próprio lugar e lançou um olhar de esguelha para a garota. Hermione agitava seus dedos que seguravam os próprios braços. Ela mordia o lábio inferior como se tentasse controlar a ânsia de continuar a fazer perguntas. Draco meneou a cabeça. -Está ansiosa?

-Acho que não vou conseguir dormir esta noite. Eu gostaria de poder partir e explorar o lugar agora mesmo. -A menina confessou em um tom baixo. Draco assentiu uma vez em compreensão.

-Espere aqui, majestade. Voltarei em um minuto.

Hermione virou-se em alerta, mas o conselheiro não esperou por uma resposta. Ele foi em direção a porta e saiu silenciosamente, deixando a garota sozinha em seu quarto. Hermione passou as mãos pelo rosto. Ainda sentia seu coração bater muito rápido contra suas costelas.

Pensou em tudo o que pensava saber sobre o antigo mestre. Dumbledore nunca havia entrado em detalhes sobre sua vida pessoal ou sobre sua história. A garota sempre acreditou que ele havia nascido em algum lugar ao sul do país, mas não tinha como ter certeza. Tudo o que sabia é que o mago parecia ter estado em toda parte do mundo e havia aprendido tudo o que sabia em suas experiências durante as viagens. 

Tentou imaginar o Dumbledore de suas memórias com dois irmãos, as histórias que teriam da vida conjunta da infância, que tipo de pais eles teriam. Hermione sentiu um tremor em seu corpo. O que ela e Malfoy iriam descobrir no vilarejo? O que poderia ter sobrado naquele lugar para eles? Tinha tantas coisas que gostaria de saber. Queria conhecer mais sobre seu mestre, mas também queria entender a história de sua avó. Como uma menina comum, usuária de magia, havia acabado se casando com o futuro rei? Como ela teria salvado sua vida? O que seu avô estava fazendo naquele lugar tão remoto?

Hermione ainda tentava responder uma ou outra de suas perguntas quando ouviu uma batida na porta. O conselheiro entrou em seu quarto sem qualquer cerimônia, segurando uma garrafa de vidro com um líquido que se parecia com água. Hermione arregalou os olhos. Era a bebida que havia sido enviada como presente pelo Príncipe Viktor.

-Você fez os testes nessa bebida? -Ela perguntou surpresa, vendo o conselheiro colocar um pequeno copo na mesa redonda em frente à janela.

-Aquele guarda fez o teste por nós. -O conselheiro sorriu de canto. -Ele está bem, só teve uma dor de cabeça terrível mais tarde.

-Então não se trata de nenhuma substância desconhecida? -Hermione fez careta ao ver o homem despejar uma pequena quantidade no copinho de licor.

-Não, é uma bebida alcoólica tradicional dos países do norte. O sabor é forte, mas a ajudará a dormir. -Malfoy passou o copo para Hermione que o levou até o nariz. O líquido não tinha qualquer cheiro. Ao perceber que Hermione estava hesitante, Malfoy revirou os olhos parecendo divertido e tirou o copo de sua mão, levando-o à própria boca e bebendo em um único gole. -Lembre-se, majestade, que nós fizemos um voto perpétuo. Eu jamais colocaria sua vida em perigo sem colocar a minha também. 

-Me perdoe por não confiar totalmente nas implicações do voto. -Hermione deixou um sorriso divertido escapar ao ver o homem servir uma nova dose de bebida e passar para ela.

-Se não confia no voto, majestade, insisto que confie em mim. -Ele meneou a cabeça, um sorriso de canto. -Se não acredita em minhas boas intenções, acredite no poder da minha curiosidade.

-Na sua curiosidade? -Hermione franziu a testa confusa, levando o copo em sua boca e dando um pequeno gole. Hermione fez careta ao sentir o gosto forte da bebida.

-Recentemente eu descobri que a história de sua família é muito mais interessante do que eu julgava possível. -O homem levou um dedo ao fundo da taça de licor que repousava sobre os lábios de Hermione. Ele ergueu o fundo do copo, fazendo com que todo o conteúdo corresse para a boca da garota. -Agora, majestade, eu sugiro que você tente dormir um pouco.

O conselheiro voltou a pegar o pequeno copo e pousou sobre a mesa de desjejum. Com um movimento com as mãos, Draco incentivou que Hermione se virasse em direção à cama. Ele tocou com suavidade seu ombro, e a conduziu até lá, puxando as pesadas cobertas para dar espaço à rainha.

-Eu não sei se vou conseguir dormir. -Hermione resmungou, teimosa. Draco deu um sorriso divertido, percebendo que a garota começava a piscar com mais frequência.

-A bebida irá lhe ajudar a dormir, majestade. -Ele murmurou esperando até que Hermione se deitasse e depois puxou as cobertas para cobri-la. -Eu prometo que irei me apressar para criar uma chave de portal e logo iremos descobrir tudo o que há para saber sobre os Dumbledores.

-Tudo bem. -Hermione se afundou em seus travesseiros.

-Até lá, trate de descansar. -Malfoy sorriu uma última vez antes de se afastar em direção à porta.

-Boa noite, conselheiro. -Hermione falou ao perceber que o homem ia sair. Malfoy assentiu uma vez.

-Boa noite, Majestade.

(...)

Quase uma semana havia se passado desde o dia em que tinham ido à cabana de Dumbledore. A tensão parecia cada vez maior dentro da garota, que agora tomava uma dose da bebida nórtica todos os dias antes de dormir. Em alguns dias, ao saber que teria que enfrentar um longo encontro com os nobres do reino, Hermione costumava tomar uma pequena dose antes, durante ou depois do almoço.

E, para sua total surpresa e desespero, o pedido de casamento e aparente interesse repentino do príncipe nórtico, Viktor Krum parecia ter atraído o interesse de diversos outros homens solteiros pelo reino à fora. Hermione esperava que as fofocas que começavam a se espalhar afastassem curiosos e pretendentes em potencial, mas o efeito foi justamente ao contrário.

Certa vez, McGonagall lhe explicou que os homens eram movidos pelo desafio. Ao saberem que havia um príncipe e herdeiro do trono interessado na rainha, outros homens se sentiram desafiados a tentarem eles mesmos a sorte de tentar conquistar o coração da soberana. Por esse motivo, o movimento de veículos de carga havia dobrado, o palácio real havia se tornado um verdadeiro depósito de todo tipo de coisas. Os guardas reais se dividiam em grupos para fiscalizar cada item que chegava em nome de Hermione e o Conselheiro Malfoy se via enfurecido por ter que testar todo e qualquer produto aparentemente comestível que aparecesse.

-Não entendo por que não podemos simplesmente dar a um guarda novamente. -Ele resmungava cada vez que o comandante Potter lhe informava que havia mais presentes para Hermione. O oficial normalmente lhe respondia com um fuzilar de olhos.

Hermione, por outro lado, também não estava nem um pouco feliz com os recentes acontecimentos. Havia esgotado suas desculpas para não receber os filhos, afilhados, sobrinhos e netos da nobreza mais próxima da coroa e, ao ser questionada sobre seus planos de casamento, ela costumava fingir que não havia entendido a pergunta ou então direcionava o pretendente indesejado à uma das jovens solteiras que a acompanhavam para todos os lados. Era uma situação constrangedora para todos, mas Hermione ficava feliz em se ver livre no final.

-Majestade, o Duque de Watergate enviou alguns arranjos de flores. -McGonagall informou Hermione um dia enquanto a menina se refugiava em seu escritório.

-O Duque de Watergate? -Hermione franziu a testa, deixando a pena cair sobre a mesa. -Ele mandou em nome de quem?

-Dele mesmo, majestade. -McGonagall umedeceu os lábios constrangida.

-Ele é não é casado? -Hermione ergueu as sobrancelhas. Não havia sido comunicada do falecimento da condessa e, portanto, não havia enviado uma carta de condolências.

-Na verdade, ele espera ficar viúvo até o fim deste ano. -A mais velha desviou o olhar em direção ao chão e Hermione deixou a boca cair em surpresa.

-Mande as flores de volta para a condessa. Eu vou escrever uma carta para a esposa dele. -Hermione bufou tirando um papel timbrado de dentro da gaveta.

-Vossa majestade contará a condessa sobre o pedido de Watergate? Eu não acredito que…

-Eu só vou falar que sinto profundo pesar por saber de seu súbito adoecimento. -Hermione deu um longo suspiro, exausta.

-Majestade, eu não acredito que a condessa está doente. -McGonagall piscou os olhos, parecendo ainda mais constrangida (se é que isso era possível).

-Eu sei, mas eu vou me divertir imaginando como Watergate irá explicar toda essa confusão para ela.

Hermione deu um sorriso de canto para a governanta que crispou os lábios para reprimir uma risada. McGonagall, que havia mostrado uma personalidade mais amena nos últimos tempos, parecia contente em ser útil de mais formas do que apenas cuidar dos detalhes da casa. Hermione era grata por tê-la por perto no meio de toda aquela loucura.

-Inclua esse bilhete às flores de Watergate, por favor, Sra. McGonagall. -Hermione falou lhe passando o envelope selado com seu carimbo oficial.

-Sim, majestade. -A mulher fez uma reverência discreta. -Além disso, algumas cartas foram entregues hoje de manhã. O conselheiro está atrasado, pois ficou preso no portão analisando uma entrega de doces para vossa majestade.

Hermione gemeu passando as mãos pelo rosto. Por um segundo pensou em ela mesma começar algum boato para afastar toda aquela atenção desnecessária, mas imaginou que sua estratégia poderia funcionar como uma faca de dois gumes e certamente o conselheiro não iria achar uma boa ideia. Ela suspirou, colocando-se em pé em um salto.

-McGonagall, gostaria que você fizesse uma lista de todas as pessoas que enviaram algo hoje. A partir de amanhã, nós não receberemos nenhum presente de possíveis pretendentes. Enviaremos tudo o que chegar para caridade. -Hermione falou a última parte crispando os lábios. -Eu escreverei uma carta para cada um explicando o motivo de minha recusa. Isso está passando dos limites.

-Sim, majestade. -A mulher fez outra referência. -Não gostaria de olhar os presentes antes? Alguns parecem interessantes.

-Não, não há necessidade. -Hermione sacudiu uma mão, mas em seguida fez uma pausa, olhando para a mesinha de canto onde a governanta havia colocado uma garrafa da bebida nórtica mais cedo. -A única exceção é o príncipe Viktor. Para o caso de ele enviar um pouco mais do tal tônico nórtico.

-Claro, majestade. -McGonagall parecia estar se esforçando novamente para conter uma risada. Fazendo uma nova mesura, a mulher saiu.

Mal a governanta havia fechado a porta, ela foi novamente aberta, desta vez pelo conselheiro que tinha uma expressão irritada e trazia consigo um grande saco de tecido que parecia pesado. Hermione franziu a testa quando o homem o colocou sobre a mesa, de forma descuidada.

-O que é isso? -Perguntou curiosa, se aproximando.

-As correspondências de hoje. -O homem bufou. -Estive até agora nos portões aprovando o que deveria ou não entrar no castelo. Eu recusei ao menos vinte e sete arranjos de lírios apenas na parte da manhã. -O homem resmungou parecendo indignado.

-Qual o problema com os lírios? -Hermione perguntou de repente achando graça na irritação do homem.

-Besouros! Os floristas nunca tomam o cuidado devido e as flores vêm infestadas de besouros. Depois o usuário de magia da corte que ache um jeito de acabar com eles. -Malfoy se arrepiou. -Bichos asquerosos.

-Eu pedi que McGonagall recusasse todos os presentes recebidos em meu nome a partir de agora. Enviarei cartas de agradecimento de qualquer forma. -Hermione manteve o sorriso de canto, abrindo o grande saco de tecido e percebendo que se tratava de milhares de cartas. -O que está acontecendo com essa gente?

-Parece que você despertou o gosto pelo matrimônio em muitos solteirões convictos. -Draco sacudiu a cabeça, revirando os olhos. -Eu ajudarei você a escrever as cartas de resposta.

Hermione e Malfoy passaram as próximas horas lendo cartas de homens de todos os lugares do reino. Alguns pediam um encontro com Hermione, outros praticamente exigiam isso e alguns apelavam para outros recursos como poemas exaltando a beleza da rainha (de pessoas que nunca tinham a visto) e até mesmo compondo músicas em sua homenagem.

Uma hora depois, Hermione lia horrorizada o que parecia ser a composição de uma valsa em seu nome. A rainha proibiu imediatamente que a música fosse reproduzida no palácio durante sua presença. O conselheiro a informou que uma serenata estava sendo planejada para aquela noite, mas que a recente regra de não aceitar presentes havia acabado com os planos do nobre desavisado.

-Serenatas também estão proibidas a partir de hoje. -Hermione bufou colocando outra carta na pilha das recebidas do Duque de Watergate. O homem parecia decidido a tentar conquistá-la (embora ainda fosse casado, é claro). 

-As pessoas vão achar que você não deseja ser cortejada, majestade. -O conselheiro comentou com um sorriso de canto, pegando a pilha de cartas de Watergate e fazendo uma careta. -Posso jogar todas na lareira?

-Por favor. -Hermione franziu a testa. -Eu espero que eles entendam que eu não quero ser cortejada.

-A não ser pelo príncipe Viktor. -Malfoy a lembrou erguendo as sobrancelhas.

-A não ser que o príncipe Viktor me mande mais da bebida de seu país. -A garota explicou fazendo uma pausa para articular os pulsos.

-Essa é a chave para o seu coração, Majestade? Bebida alcoólica? -O sorriso malicioso do homem se alargou enquanto dobrava uma carta ao meio e colocava sobre a pilha de envelopes que deveriam ser enviados.

-Não há qualquer caminho para meu coração, conselheiro. Se algum dia eu me casar, será um verdadeiro milagre. -Hermione desviou o olhar para o saco de cartas e entre os envelopes comuns encontrou um que havia aprendido a diferenciar dos demais. -E falando no diabo…

Hermione ergueu a carta com o selo real dos países do norte. Havia um sorriso triunfante em seus lábios, quase como se ela estivesse verdadeiramente orgulhosa por ter encontrado aquela entre as demais. Malfoy ergueu as sobrancelhas, surpreso.

A carta do príncipe tinha o mesmo tom formal das anteriores, embora o homem parecesse estar se esforçando para parecer simpático e até atencioso. O príncipe falou que ficou feliz em saber que Hermione havia gostado dos presentes e estava providenciando mais da bebida para a soberana.  A garota quase havia parado de ler a carta neste momento, mas uma última linha chamou sua atenção, destacando-se das demais.

O príncipe iria visitar os países de Absius. Deveria chegar no começo do inverno, no próximo mês. Hermione deixou a carta escapar de seus dedos, fazendo a folha de papel voar para baixo da mesa. O conselheiro se abaixou para alcançá-la.

-O príncipe Viktor está vindo ao país! -Malfoy falou surpreso, o sorriso malicioso desapareceu completamente.

-O que vamos fazer? -Hermione gemeu escondendo o rosto com as mãos.

-Recepcioná-lo, é claro. -A voz do conselheiro parecia calma, mas por algum motivo fez a menina sentir-se  pior. Ela sacudiu a cabeça. -Ele deve chegar a tempo para o baile do solstício de inverno.

-Mais essa agora. -Hermione gemeu. -Eu gostaria apenas de me preocupar com nossa ida à tal vila onde Dumbledore viveu.

-Então não precisa mais se preocupar. -Draco colocou a carta do príncipe sobre a mesa e se levantou de sua cadeira, ajeitando as vestes com as mãos. -Iremos amanhã ao fim do dia. Lembre-se de deixar McGonagall e as criadas ocupadas.

-Amanhã? Você conseguiu... 

-Amanhã, majestade, iremos descobrir a verdade sobre sua avó e Dumbledore. -E, dando um último sorriso de canto, Malfoy foi em direção à porta.

 


Notas Finais


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