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História Uncool Kid - Glasses and Chocolate


Escrita por: Lucchan

Notas do Autor


Capítulo 2! Espero que gostem!

E queria dizer que talvez o 3 demore um pouquinho a sair, porque eu viajei... Peço perdão por isso desde já.

Boa leitura ♡

Capítulo 2 - Glasses and Chocolate


Fanfic / Fanfiction Uncool Kid - Glasses and Chocolate

 

 

Por alguma razão desconhecida, Luhan sentia-se estranhamente mais animado para ir à escola naquela manhã.

 

 

Certo, talvez a razão não fosse desconhecida assim. Estaria mentindo se dissesse que as chances de ver Kim Minseok novamente não o agradavam.

 

Só não fazia idéia de como isso aconteceria.

 

Não se lembrava de ter visto Minseok alguma outra vez pela escola, não tinha noção de qual classe fazia parte. E a escola era grande demais para que saísse olhando de sala em sala. Saber o nome dele também não era de muita ajuda, já que quantos outros “Kim Minseok” deviam existir ali?

 

Sem dúvidas, seria bastante complicado. Mas não impossível.

 

 

**

 

 

Na manhã seguinte, Minseok voltou à escola como se o dia anterior nunca tivesse acontecido. Não importava, era passado, e se alguém lhe perguntasse sobre o assunto, não ousaria responder.

 

Bem, não é como se alguém além de seus dois amigos, Baekhyun e Jongdae, acabasse perguntando. Não mantinha contato com mais ninguém.

 

No fim, estava errado. Após uma das primeiras aulas, é óbvio que Lee Taemin, maldito Lee Taemin, viria com uma de suas incontáveis e habituais provocações idiotas.

 

“Espero que tenha se divertido na detenção ontem, Kim. Não é como se você tivesse coisas mais importantes a fazer fora daqui, certo?” Disse ele ao passar pela carteira que Minseok se sentava todos os dias.

 

“E mesmo assim, sem dúvidas consigo ser mais útil que você em toda sua existência.” Chegou a pensar, mas não se deu ao trabalho de responder, apenas olhou para baixo permanecendo em silêncio, fazendo o Lee dar uma risada e sair.

 

Não sei como você agüenta ficar quieto, Min. — Baekhyun disse, fazendo o amigo revirar os olhos.

 

Eu não fiquei quieto ontem e veja só o que aconteceu. — Deu de ombros.

 

Todos os anos, sem exceção, havia alguém em sua classe que parecia viver com o propósito de lhe importunar. Então, desde que entrou no ensino médio, tal alguém era Taemin. Sempre buscava ignorá-lo, ignorar tudo o que dizia e cada mínima brincadeira estúpida, mas às vezes era realmente difícil de suportar, como no dia anterior.

 

Havia passado acreditar que não valia à pena se defender, pois nada mudaria, podia até piorar a situação. Parando para pensar nisso agora, esperava que Taemin não fizesse nada contra si por conta do recente acontecimento. Apenas jogou um caderno contra ele, não era o suficiente para deixá-lo com raiva a ponto de lhe dar uma surra, certo?

 

Torcia fervorosamente que não.

 

Existem dias bons e ruins e a esta altura já havia aprendido a lidar com ambos.

 

 

**

 

 

Às vezes Minseok costumava usar o horário de almoço para fazer alguns trabalhos e atividades, ou simplesmente estudar sem um real propósito. Gostava de quando todos estavam no refeitório e as salas ficavam vazias. Era tranquilo e pacífico, sentia-se estranhamente à vontade.

 

Entretanto quando isto acontecia com freqüência, seus amigos começavam a insistir para que fosse almoçar, já que precisava comer ou “acabaria desmaiando por aí e não queriam ganhar bronca enquanto ele estivesse apagado”.

 

Então, aquele era um dos dias em que era arrastado até o refeitório contra sua vontade ao invés de ficar sozinho na sala terminando as entediantes, porém necessárias questões de matemática. 

 

Geralmente o horário de almoço passava rápido, quase como um borrão, mas nesse específico dia os minutos pareciam se arrastar. Não que estivesse com alguma pressa, só era estranho. Apenas comia, em silêncio, mal escutando o que Baekhyun e Jongdae tanto falavam, tinha noventa por cento de chance de não ser algo importante de qualquer forma.

 

Ter tantas pessoas falando ao mesmo tempo no mesmo ambiente lhe incomodava bastante. Principalmente pelos indivíduos em algumas mesas que pareciam ser propositadamente barulhentos e inconvenientes.

 

Um em especial parecia incomodá-lo mais que o habitual.

 

Lançou um olhar irritado para as pessoas sentadas na mesa no centro do refeitório. Tal lugar era considerado “especial” por motivos bem estúpidos. Somente os mais populares da escola sentavam-se ali, os chamados “cool kids”. Cool Kids deveriam se sentar na Cool table, sem exceção. Pessoas de fora apenas almoçavam ali se convidadas por um deles, o que era algo muito raro.

 

Particularmente, Minseok não gostava das cool kids. Pois não conseguia entender o que fazia deles tão especiais e diferentes dos demais alunos, porque ganhavam tanta atenção e até certos privilégios. Fazer parte da porcaria de um time ou ser líder de torcida não te torna melhor do que ninguém, certo? Errado. E esse era o tipo de pessoas que por sentirem-se superiores, geralmente viriam a lhe importunar em algum momento.

 

Enquanto todos pareciam saber quem eles eram, Minseok sinceramente mal conseguia se lembrar do nome de dois ou três indivíduos. Começou a passar os olhos por cada um sentado naquela mesa, notando como conversavam e riam animadamente. Sinceramente, nenhum dos rostos ali era familiar, simplesmente por não prestar real atenção em nenhum deles.

 

Alguns segundos depois Minseok notou que pensou isso cedo demais.

 

Pois um dos rostos ali presentes lhe era familiar, estranhamente e infelizmente familiar. O garoto da detenção, LuHan. Sua memória não era ruim o suficiente para que o esquecesse de um dia para o outro.

 

Todas as peças pareceram se unir imediatamente, tudo fazia sentido agora. O porquê de nunca ter visto Han por aí, já que cool kids não se misturavam com “pessoas como Minseok”. O porquê também do garoto não ter ganhado uma punição mais severa ontem, já que cool kids tinham certos privilégios que ninguém comentava, mas sabiam que existiam.

 

Ficou meio desapontado, pois sabia que se Han soubesse que o Kim era “ninguém”, jamais teria lhe dirigido a palavra no dia anterior e muito menos se esforçado daquele modo para manter um diálogo. A outra parte de si sentiu alívio por saber que nunca mais teria contato algum com ele, e sinceramente? Não queria. Não quis antes e queria menos ainda agora. 

 

Assim como no dia anterior, só o que desejava de Luhan era distância absoluta.

 

 

**

 

 

Han passou boa parte da manhã tentando pensar em uma forma de descobrir em que classe Minseok estudava. Chegou ao ponto de cogitar ir perguntar à própria Kwon BoA, mas depois de ontem, a última coisa que a diretora precisava ver era seu rostinho bonito.

 

Teria mesmo que contar com a sorte e destino? Isso era patético até de pensar.

 

Era impossível tentar encontrá-lo durante o almoço, com o refeitório grande demais e lotado. Era como procurar uma única formiga em meio ao formigueiro. Que péssima comparação. E se Minseok não existisse e fosse fruto de sua imaginação? Nah... Ele e a diretora não podiam ter imaginado a mesma coisa...

 

A mente de Luhan estava uma bagunça e ele era idiota a ponto de pensar tal tipo de coisa.

 

Depois do almoço, tinha uma entediante aula de história. O que o levou até seu armário para pegar o livro necessário. Estava meio desanimado, mas tentava pensar que apenas mais algumas horas e estaria em casa.

 

Enquanto se dirigia até a sala, sem realmente ter pressa — já que quanto menos aula assistisse, melhor — estava tão distraído que quase não notou dois garotos um pouco ao longe, visivelmente bem mais apressados que si. E realmente não teria dado a mínima se não tivesse escutado algo que capturou sua atenção:

 

“Vamos, Minseok, estamos atrasados!”

 

Olhou na direção dos dois depressa, e céus, não conseguia acreditar: era ele, sem dúvidas era ele. Sentiu-se vitorioso, talvez depender da sorte e destino não fosse tão patético assim! Não, esquece, era patético sim.

 

Antes que tivesse a oportunidade de ir até lá, os ouviu falar:

 

“Pare de me apressar, você que demorou demais almoçando!”

 

“Eu gosto de apreciar a comida com calma, ok? Você não entende. De qualquer forma, vá pra sala, eu tenho que pegar meus livros ainda.” Disse, fazendo Minseok revirar os olhos. “Vejo você daqui a pouco, hm?”

 

“Se não te deixarem entrar, a culpa não é minha." Deu de ombros e saiu, deixando o outro sozinho.

 

Claramente não seria possível falar com o Kim no momento. Mas não importava, tinha tudo que precisava logo ali à sua frente. 

 

O outro garoto vinha pelo mesmo caminho que estava fazendo, já que tinha acabado de pegar um livro em seu armário também. Seria fácil. 

 

Ahn... Hey! — chamou quando o mesmo passou por si, fazendo com que parasse de andar abruptamente e olhar para os lados, como se perguntasse a si mesmo se Luhan estava realmente falando consigo. —  Hm, qual o seu nome?

 

— ... Byun Baekhyun. — Respondeu, ainda sem entender o que estava acontecendo.

 

Lu Han. — sorriu. — Então... Posso te fazer uma pergunta?

 

Se qualquer outra pessoa tivesse lhe parado no meio do corredor e falado tal coisa, Baekhyun entenderia. Mas não era, então nada fazia sentido. 

 

Pode, sem problemas.

 

Você é amigo de Kim Minseok, certo?

 

A esta altura já tinha desistido de entender o que estava acontecendo. Por que diabos Han, Lu Han, estaria perguntando por seu amigo, o tão comum e “uncool”, Kim Minseok?

 

Sim, ele é meu melhor amigo.

 

Ótimo! Então espero que não se importe em me contar qual turma ele estuda.

 

Suspeito, absolutamente suspeito. Byun não tinha a capacidade de manter a boca fechada, mas em uma situação assim seria até arriscado demais falar sem mais nem menos. O que poderia querer com Minseok? O interesse era estranho até demais.

 

Sendo sincero, acho que me importo sim. A não ser que diga seus motivos.

 

Han não entendeu a reação do outro garoto. Não era uma pergunta tão espetacular assim, então por que não respondê-la de imediato? Pelo menos não ligava de ter que explicar.

 

O conheci ontem na detenção, e apesar de notar que ele não é muito de conversar, o achei... não sei, legal? Mas não faço ideia de qual classe estuda e juro que fiquei a manhã inteira pensando em como descobriria isso. — explicou, tentando não soar estúpido e ao mesmo tempo confiável. — Então eu o vi com ele e foi a solução do meu problema. Quer dizer, espero que me ajude a solucionar o problema.

 

Primeiramente, Baekhyun se perguntou por que diabos Minseok não lhe contava as coisas. Segundo, ficou sem realmente acreditar que aquilo estava acontecendo e sentiu vontade de rir.

 

Não sei, Luhan, será que devo? — Perguntou, fingindo pensar.

 

Ah, não seja cruel. Eu posso... sei lá! — disse e em seguida abriu a própria mochila, procurando algo em seu interior. — Posso te dar isso, é só o que eu tenho agora, mas me diz! — Continuou, tirando dela uma barra de chocolate e estendendo para o outro, fazendo-o rir de verdade desta vez.

 

Você quer me subornar com comida? — riu novamente. – Boa ideia, viu? Bem, não entendi seu súbito interesse por Minseok, mas tudo bem, sempre bom fazer amigos novos, hm?

 

“Principalmente quando tal amigo é um dos caras mais populares e bonitos da escola.” Chegou a pensar, escolhendo guardar tal parte para si mesmo.

 

Segundo ano, sala C. — Respondeu, fazendo Han sorrir animado.

 

Muito obrigado, mesmo!

 

Por nada. — Deu de ombros.

 

Byun sabia que Han era o tipo de pessoa que o Kim gostaria de manter distância. Mas deu as informações necessárias por dois motivos: o primeiro era a barra de chocolate que tinha em mãos; o segundo chegava a ser mais óbvio ainda: quando um dos garotos mais populares do colégio praticamente implora para conseguir entrar em contato com seu melhor amigo, ajudá-lo é quase uma obrigação.

 

Han sabia que não seria possível falar com Minseok no mesmo dia, mas tudo bem, podia esperar até o seguinte. E também não se importava mais com a aula de História, já estava atrasado demais. O melhor que podia fazer no momento era ir pra casa, repetindo as informações recebidas, se assegurando que não as esqueceria. 

 

 

**

        

Byun não conseguia explicar o quanto queria encher Minseok de perguntas. Na manhã seguinte, enquanto iam juntos até a escola, controlava-se ao máximo para não contar sobre os estranhos acontecimentos. Não podia sequer falar “Alguém bem peculiar me usou como fonte”, não podia insinuar nada, se o Kim soubesse que tinha falado qualquer coisa, provavelmente lhe daria um soco seguido de uma bronca.

 

Tudo que lhe restava era seguir normalmente, fingindo que nada aconteceu. Paciência, já que sentia que mais acontecimentos estranhos estariam por vir em breve. 

 

Minseok estava em um péssimo dia. Seu despertador resolveu magicamente não funcionar, acordando apenas ao ter Baekhyun tocando incansavelmente a campainha — eram vizinhos. Correu tanto para conseguir sair de casa a tempo que sequer pôde colocar suas lentes de contato, infelizmente tendo que as substituir pelos óculos que sempre levava dentro da mochila. Detestava usá-los.

 

Havia parado há alguns anos, já que algumas pessoas achavam extremamente divertido pegá-los de seu rosto e esconder de propósito. As lentes faziam com que sentisse apenas um pouquinho menos esquisito. Sabia que provavelmente escutaria algum comentário desagradável vindo de Lee Maldito Taemin, mas ignoraria com todas as forças. 

 

O dia podia passar rápido, só pra variar. 

 

Mesmo durante aqueles pequenos intervalos entre uma aula, Minseok não deixava a sala. Era o correto a fazer, certo? 

Preferia ficar ali fazendo qualquer outra coisa, ou simplesmente escutar Baekhyun e Jongdae falando sobre assuntos aleatórios. 

 

Era a última aula antes do horário de almoço. Pelo menos, deveria ser, já que o professor estava consideravelmente atrasado, tornando aquele “intervalo” um pouco mais longo.

 

Embora a turma estivesse irritantemente agitada e barulhenta, ainda era capaz de se concentrar e ler um de seus livros favoritos. Estava tão focado na leitura que sequer percebeu quando boa parte da classe ficou em silêncio de repente, inclusive os amigos ao seu lado.

 

Só foi realmente prestar atenção em algo quando ouviu seu nome ser pronunciado por uma voz que infelizmente ainda lhe era familiar.

 

Oi, Minseok!

 

Parou de ler imediatamente ao ouvir tais palavras, mas mesmo assim não quis levantar o olhar para definitivamente confirmar o que estava pensando.

 

Não.

 

Os deuses, se existiam, estavam fazendo uma espécie de pegadinha consigo. 

 

Mesmo que quisesse, não podia simplesmente fingir que era surdo. Então, após alguns segundos que pareceram durar uma eternidade, aos poucos desviou do livro e encarou o indivíduo que por infelicidade se encontrava à sua frente.

 

Mas o que diabos estava acontecendo?

 

... Olá? — Respondeu em tom baixo, sem ter certeza se lhe escutaria.

 

 

Oh, então você estuda mesmo aqui! Por um momento pensei que nunca ia descobrir, já que a escola é enorme, várias pessoas devem ter o mesmo nome que o seu e...

 

Mas o que você está fazendo aqui? — Interrompeu o monólogo sem pensar. Não conseguia raciocinar, unicamente se perguntava o que diabos se passava. 

 

Han não pareceu se incomodar ao ser interrompido, contrariamente, sorriu. Como se estivesse mais do que disposto para explicar:

 

Bem, depois de ontem eu fiquei me perguntando em que turma você estudava, já que queria falar contigo outra vez. 

 

E... como fez isso? 

 

Tenho meus contatos.

 

E ao ouvir isso, podia jurar que ouviu Baekhyun segurar o riso. Seria improvável demais se ele estivesse envolvido, certo? Não fazia sentido algum. Odiava quando as coisas eram assim, seu estômago chegava a revirar.

 

— Ahn... Ok então... — Não sabia mais o que falar. Talvez assim ele simplesmente fosse embora.

 

Errado.

 

Ah, você usa óculos! — constatou o óbvio, como se fosse algo extraordinário. — Não te vi usando antes. É bonitinho, combina com você.

 

Minseok não sabia exatamente como reagir, já que nunca em toda sua vida havia escutado algo do tipo sobre um pequeno detalhe tão trivial quanto esse. Han era muito estranho.

 

E só então foi que percebeu. Todas aquelas pessoas ao seu redor tinham a atenção focada nos dois e no que falavam. Conseguia ouvi-los, os murmúrios e sussurros. Mesmo que não soubesse exatamente o que tanto falavam, sabia que era sobre si.

 

E não havia nada que Minseok odiasse mais do que ser o centro das atenções.

 

Só de pensar nisso ficava enjoado e suas mãos começavam a tremer. Achava patético ficar assim por coisas tão ridículas, então tentaria ao máximo evitar, por hora. 

 

Não costumo usá-los. — Respondeu, ainda se referindo aos óculos, então desviando o olhar.

 

Devia usar mais, fica tão fofo.

 

Minseok até parou de respirar.

 

Não pelos motivos bons e bonitinhos, mas sim porque queria morrer de vergonha, se é que já não tinha morrido há um bom tempo.

 

Não diga isso! — contestou um pouquinho mais alto que o esperado.

 

Ouviu as pessoas ao redor cochicharem ainda mais e um pouco de pânico começou a crescer dentro de si.

 

O que elas poderiam estar falando?

 

Todos ali sabiam que Han era uma “cool kid”. Então provavelmente estariam falando coisas tipo “Por que diabos Lu Han está aqui?”, “Por que está falando com ele?”, “Como parece tão desinteressado?”, “Como consegue responder dessa forma?”, “Ele não é ninguém”, “Tão ridículo, tão estranho, tão hilário”.

 

Tais frases passavam pela cabeça do Kim, que apenas ficava mais nervoso internamente a cada segundo que passava. A ansiedade fazia com que visse as coisas um pouco piores do que realmente eram, o que não ajudava em nada.

 

Mas por quê? É realmente fofo, não que você não seja fofo sem óculos, mas assim fica ainda mais. — Han não conseguia parar de sorrir, era evidente o quanto se divertia apenas por ver as reações vindas do outro, o que lhe deixava com vontade de continuar a conversa.

 

Como se tudo já não estivesse ruim o suficiente, depois dessa suas bochechas começaram a dar indícios de que iriam corar. Era só o que faltava.

 

Antes que pudesse responder, ele continuou:

 

Fica até difícil de acreditar que dois dias atrás você estava atirando um caderno contra alguém. — Riu, não sendo o único. Mais pessoas riram baixinho e Minseok começou a entrar em desespero.

 

Esperava fervorosamente que Taemin não estivesse presente na sala, ou estaria completamente, irrevogavelmente... fodido.

 

Porém como mais pessoas além de Luhan deram risada, supôs que não, além de que ele sempre saía em todas as oportunidades que tinha.

 

Você... perguntou aquele dia se eu acabaria atirando um caderno em ti também. Bem... Acho mais prudente não testar. — Respondeu sem realmente olhá-lo de forma direta. Talvez assim ele visse que era alguém chato, desinteressante e o deixasse em paz.

 

Tinha o costume de querer afastar as pessoas de propósito, simplesmente porque não confiava nelas. Um hábito ruim que adquiriu com o tempo.

 

Han obviamente pretendia responder, mas antes que pudesse falar algo, o professor adentrou a sala com pressa por conta de seu atraso, o que indicava que precisava sair dali o quanto antes.

 

Eu tenho que ir. — seu descontentamento era visível. — Mas tudo bem, vejo você depois. — Sorriu uma última vez e saiu, deixando o Kim apreensivo apenas por pensar em uma próxima vez.

 

Após sua saída, soltou o ar que sequer notou que estava segurando e escondeu o rosto nas próprias mãos.

 

Mas o que diabos tinha acabado de acontecer?        

 

Estava contente pelo fato do professor já estar prestes a começar a aula, pois sem dúvidas não queria mais ouvir ninguém cochichando ou lhe encarando com curiosidade. 

 

Hey, Min! — escutou Jongdae chamar em tom baixo. Revirou os olhos, desviando o olhar para ele como se dissesse “O que é?”.Por que não contou que arranjou um novo namorado?

 

Minseok fechou os olhos e respirou fundo, agradecendo por não estar com nada em seu alcance para que atirasse nele e acabasse pegando detenção novamente, já que isso tudo era consequência de seus atos. 

 

 

**

 

 

Você acredita que ele foi até nossa sala exclusivamente pra falar contigo? — Baekhyun disse enquanto ia para casa com Minseok, em um entusiasmo que irritava o mais velho.

 

Não, não acredito e não quero acreditar, na verdade, podia não ter acontecido. — Respondeu, sem ter emoção em sua voz.

 

Nossa, que humor péssimo. Você sabe quem ele é, não?

 

Sim, o que me deixa mais desinteressado ainda.

 

Você é muito chato, ele parecia bem interessado em falar contigo. 

 

Que pena. Até parece que não me conhece.

 

É, mas você bem que podia reagir melhor. E devia agradecer a mim por isso. — Deixou escapar, notando tarde demais que havia dito o que não devia. 

 

Agradecer a ti? — parou de andar de repente. — Por quê? Mas que merda você fez?

 

Byun realmente não sabia quando era hora de manter a boca fechada.

 

Eu? Nada, absolutamente nada. — Deu de ombros e voltou a andar, mais rápido que anteriormente, querendo chegar em casa o quanto antes.

 

Você fez sim! — voltou a andar também, mas o puxou pelo braço, fazendo com que parasse. — Não faça com que eu te obrigue a falar. 

 

Sabia que não tinha escolha; e mesmo que ele ficasse irritado, não tinha feito nada demais. Pelo menos era o que pensava.

 

Tudo bem... — hesitou antes de continuar: — Talvez eu tenha contado a ele qual sala você estuda. — Confessou, já esperando a bronca que viria a seguir.

 

Você o quê?! — exclamou visivelmente irritado, ignorando o pedido do amigo para que falasse mais baixo, já que estavam na rua. — Por que você fez isso e como aconteceu?!

 

Porque ele é bonitinho, popular e parecia interessado em ti, logo em ti, então é óbvio que eu ia falar. — revirou os olhos, como se fosse óbvio. — Aconteceu simplesmente porque ele me viu por aí contigo na escola e me perguntou quando a oportunidade surgiu. Outra coisa, você não me contou que o conhecia, achei um absurdo!

 

Essa não é a questão agora! E não o “conheço”, por coincidência ele também estava na detenção no mesmo dia que eu, só isso. E como você pôde falar tão fácil? Ele te ofereceu alguma coisa, só pode.

 

Para falar a verdade, ofereceu sim: uma barra de chocolate e comi ontem mesmo!

 

 

Minseok não conseguia acreditar.

 

Você se vende muito fácil. Se por acaso se prostituísse, não ia lucrar nada. 

 

Ah não, nesse caso meu preço seria bem mais alto. 

 

Não importa. Enfim, eu te odeio, e sinto que vou passar por muito estresse desnecessário porque certo alguém não sabe ficar quieto. — Suspirou, passando a andar mais rápido e ficando à frente dele.

 

Eu, ao contrário, sinto que no futuro você vai me agradecer. 

 

Minseok não queria ouvir mais nada; queria deixar sua ansiedade o mais controlada possível e não tentar pensar em todas as possibilidades que poderiam vir a acontecer. Isso lhe distraia, e não conseguir focar nas coisas era o que menos precisava no momento.

 

Talvez fosse só a ansiedade também, mas algo lá no fundo dizia que Luhan era só mais uma daquelas pessoas que se aproximavam de si para lhe fazer algum mal depois. Esperava que não, já tinha lidado demais com gente assim, e no fim, era o único que acabava magoado e prejudicado.

 

 

 

 

 

Não sabia o que esperar dos dias a seguir e isso certamente não o agradava.

 

 

 

 

 


Notas Finais


E foi isso! Gostaram? Aceito opiniões q

Até a próxima, tentarei não demorar ♡

Twitter: @xiuwantsme


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