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História Unhearted. - Pretending.


Escrita por: Bandit

Capítulo 16 - Pretending.


Fanfic / Fanfiction Unhearted. - Pretending.

 

Ryan

 

O sol nasce atrás das montanhas, brilhando laranja e violeta e atingindo meu rosto. Não está tão quente para a neve derreter, porém, e existe uma camada branca no topo da montanha principal. Uma noite inteira observando as estrelas e ainda estou acordado, sentado no banco da janela abraçado aos joelhos.

Minha mãe entra no quarto por volta das sete e meia da manhã, sentando-se à minha frente e tirando meus braços da minha volta, me obrigando a encarar seus olhos tão parecidos com os meus. Estico-me no pequeno banco para deitar em seu peito quente.

— Eu estou com medo — sussurro, e ela esbugalha os olhos para mim. Danielle é o tipo superprotetora de mãe que faz o possível para que os filhos fiquem bem, e, se algo não sai como planejado, significa que ela não fez seu trabalho direito. Aperto sua mão para mostrar que não é sobre ela. — Não quero estragar tudo.

— Não quer estragar sua noite com Brendon? — ela pergunta com delicadeza. O sol brilha em sua barriga exposta e um tanto inchada. — Mas, filho, ele gosta tanto de você...

— Como amigo, mamãe — um suspiro, uma pausa. — E se nada for como eu quero que seja e ele acabe se afastando porque o baile foi uma merda por minha causa?

— E daí você parte pra outra porque ele é um idiota — ela deposita um beijo doce na minha testa e me empurra para cima. — Vá descansar, Ryan. Logo pela tarde Dallon estará aqui.

— Eu não sou uma mulherzinha, mamãe — resmungo.

— Qual o problema em seu mulherzinha, bonitão? — Danielle sorri. — E nós sabemos que você não é do tipo machão.

— Mamãe!

Ela sai do quarto mandando um beijo no ar e bate a porta, gritando para que durma. Tiro todas as roupas e deito sobre a cama arrumada, cobrindo-me até a cintura caso alguém entre. Através da janela, a cidade começa a acordar.

Fecho os olhos e pressiono o rosto contra o travesseiro com força.

Imagino o que vai acontecer depois desse baile.

Danielle e George dormindo com abafador de som.

Minha casa na árvore e seus pisca-pisca.

Empurro os quadris para cima para meus dedos mais uma vez, mordendo a fronha para não fazer qualquer barulho, e roço meu membro duro contra o colchão, precisando urgentemente ser tocado. É uma sensação completamente nova.

Brendon Urie ao meu lado depois do baile. Apertado. Apertado.

Solto um gemido alto e arco as costas, pressionando o terceiro dedo contra minha entrada e chegando até a base de todos. Uso a outra mão para acelerar o processo e me derramo sobre a cama, afundando em seguida. Minha cabeça roda, mas há um sorriso em meus lábios.

Se eu conseguir fazer essa noite dar certo...

Acordo no fim da tarde com Dallon dando tapinha em minhas costas. Ergo a cabeça para encontra-lo sorridente, e coro ao ver meu lençol ainda molhado e meu corpo nu. Desde os sete anos, ninguém vê nenhuma parte minha e agora meu melhor amigo está rindo das marcas vermelhas que deixei em mim mesmo.

Demoro a sair da cama e deixar que ele me veja despido, mas antes ele que Brendon Urie. Weekes está no topo da lista.

— Você andou batendo uma para aquele cara? — ele ri, apontando para meu membro úmido. Puxo o roupão na poltrona para me cobrir. — Uh-oh, Ryanzinho, não precisa ter vergonha. O único que me agrada é o do Jon.

— Você é uma puta por pau.

— E você precisa de um urgente, imbecil.

Nunca neguei.

Brendon Urie aparece na porta da minha casa no horário exato. Ele usa uma calça social escura como a noite e uma blusa cor de pérola com as mangas arregaçadas até os cotovelos, o paletó jogado sobre um ombro e os cabelos bagunçados pelo vento. Ele também usa maquiagem e botas para ficar da minha altura. E minhas bochechas estão magicamente coradas.

Atrás de mim, minha mãe canta a música tema do filme Titanic. Mãe, respeita, mãe.

Ele sorri quando paro de frente para ele, os olhos fitos no chão sob os meus pés e a franja escondendo parte do rosto. Brendon dá um passo à frente com receio e as pontas dos seus dedos tocam minha mão em busca de permissão. Papai pigarreia atrás de mim, mas ninguém responde.

Meus pais somem pela porta depois de desejar uma boa noite e Dallon se enfia em seu carro para cantar pneus pela rua. Brendon estende o braço, num pedido silencioso para que o pegue. Entrelaço nossos cotovelos e seguro seu pulso, trazendo meu corpo para mais perto para compartilharmos de calor. Pela primeira vez, ele está aqui por mim, e não por outra pessoa enquanto sou apenas um observador.

Nós seguimos pelas ruas geladas em silêncio, encostados um ao outro. As casas estão escuras e é possível enxergar as luzes coloridas da escola à distância.

O ginásio está decorado da maneira clichê de filmes besteiróis americanos, com as faixas roxas da cor da cidade e o brasão da escola indo de uma parede a outra do salão e a iluminação numa mistura engraçada de vermelho e branco e azul. Brendon Urie me encara com seus olhos castanhos na primeira porta para o ginásio, enquanto eu respiro fundo.

Olhares queimam sobre mim quando colocamos o pé dentro. Não é como se o baile inteiro parasse para nos ver entrar, até porque outras pessoas entram ao mesmo tempo, mas grande parte dos casais na pista nos observa. Eu sou o amigo traíra que não esperou para roubar o namorado.

Brendon Urie escorrega a mão para baixo e aperta a minha, confiante. Nós atravessamos o salão até uma mesa onde Juliet e Spencer estão abraçados e gargalhando. Na cadeira ao lado, Tunny usa um vestido vermelho como sangue e os cabelos azuis caindo sobre seu decote. Hayden está perdida em algum lugar, atrás de bebidas.

Spencer me lança o olhar mais malicioso da história quando sentamos, e Juliet esconde o rosto em seu ombro. Brendon passa o braço pelo meu quadril e arrasta minha cadeira para mais próxima da dele, trazendo seus lábios para minha orelha para mordê-la e me fazer rir.

Por que ele está me tocando tanto hoje?

Abraço-o através dos ombros e encosto nossas cabeças, observando Hayden voltar de onde quer que estivesse e sentar ao lado de Tunny, beijando-a. Elas são adoráveis juntas, e sorriem para nós dois, num claro gesto de cumplicidade que não há no outro casal.

Brendon sorri para mim.

— Acho que essa é a parte que a gente sai — Hayden comenta, comicamente, e puxa sua par para fora da mesa. Tunny acena para nós.

— Não esquece a camisinha que eu te dei, Ryan, por mais que seja difícil você aparece grávido — Spencer pisca, enquanto eu coro violentamente e escondo o rosto nos cabelos do garoto ao meu lado. Ele apenas ri e meu amigo sai aos pulos.

— É absurdo que eu ainda fique constrangido com esse tipo de comentário? — sussurro, ouvindo sua risada.

— Não é não. Relaxa — ele beija minha testa. Não estou acostumado com tanto carinho assim. — Você, uh... quer danar comigo?

— Não sei dançar — minhas bochechas esquentam mais. — Será vergonhoso para você — ele tomba a cabeça para o lado e estreita os olhos.

— Por favor, Ryan! Eu adoro essa música! — ele implora, balançando meu braço para chamar minha atenção. Não deixo de gargalhar alto.

— Não, Brendon. Você sabe que eu não vou para o meio daquela gente — insisto. Os conhecidos que nos olharam torto na entrada nos observam de novo agora. — Eles estão me encarando.

— Então dance comigo no jardim — ele segura minhas mãos e ergue até seus lábios, beijando meus dedos um por um. — Dá pra ouvir de lá... e não tem ninguém.

— Brendon...

— Por favor! É uma das minhas favoritas e seu último baile.

Suspiro e aquiesço com a cabeça. Foi o que disse para minha mãe mais cedo: eu acabaria estragando tudo.

Brendon entrelaça nossos dedos e me puxa para cima para ficarmos de pé. Nós atravessamos o ginásio próximos à parede e empurramos discretamente a outra porta, para longe dos inspetores. O vento gelado bate em mim com força, me fazendo estremecer.

Neve. E uma árvore iluminada por pisca-piscas.

Nós paramos bem embaixo da copa. Ele põe as mãos nos meus quadris, quase delicado demais, e me puxa para que coloque os braços ao redor do seu pescoço. Seus olhos brilham sob as luzes prateadas, maravilhosamente castanhos, e sorriem para mim como seus lábios. Meus dedos correm por sua nuca arrepiada.

Não estou dançando com Dallon, e muito menos com a minha mãe. Ele é mais baixo, segura meu corpo com mais força e está com o peito grudado no meu. Ele não é só uma dança.

Brendon dá um passo para trás, ergue meu braço e me faz rodar ao som de Roxette. Meus olhos correm pelas luzes até seu rosto, e ele me traz para perto de si novamente, encostando nossas testa. Não fecho os olhos — permaneço encarando-o fixamente enquanto meu corpo é direcionado de um lado para o outro de acordo com o baixo. Brendon mexe o quadril devagar, me levando junto.

Respiro fundo, deixando-me tombar e me entregar a ele.

— Brendon... — sopro, manhoso. Ele tira as mãos do meu corpo.

— Preciso que feche os olhos — ele me interrompe, mas não se aproxima. Abro a boca para falar. — Sem qualquer contestação.

Fecho os olhos, e a boca dele toca a minha. Tem hálito de uva. Brendon Urie esfrega os polegares em minhas bochechas e pressiona meu queixo, ao que ponho as mãos por dentro de sua blusa pela cintura e sinto a pele quente se arrepiando sob meu toque. Ele geme baixinho, e avança sobre meu corpo, agarrando a parte de trás do meu pescoço.

Nós demoramos a nos afastar e, quando o fazemos, deito a cabeça em seu ombro, sendo fortemente abraçado pela barriga. Ele me aconchega em seu peito.

Permito que me beije mais, e que me toque onde bem quiser. Passa as mãos pelas minhas costas e lombar e braços e morde meu lábio inferior com força, ondulando contra o tronco áspero da árvore. Nós já nos beijamos outras vezes e ainda parece a primeira vez.

— O que você quer fazer agora? — ele morde minha orelha e volta a olhar para mim, sorridente. Crispo os lábios.

— Nós podemos ir para a tela ou dançar uma música que me faz pensar sobre sexo — sugiro, dando de ombros. Brendon ri.

— Você pensa sobre sexo, Ryan Ross? — é tão inacreditável assim?

— Talvez eu pense — sussurro. Meu rosto está esquentando de novo, porque eu fui longe demais.

— É bom saber disso — ele pisca.

Nós voltamos para dentro para a tela, um pequeno local no ginásio decorado com um unicórnio roxo e bolas coloridas e purpurina e garotos héteros provavelmente não gostam desse lugar.

Brendon Urie senta atrás de mim e me joga para o lado, apoiando meu corpo com uma mão e quase me causando um ataque cardíaco. Ele toca meu queixo com a outra e puxa minha cabeça, nos mantendo próximos como uma ridícula e maravilhosa capa de filme romântico que aparece na minha televisão toda noite. Abraço-o pelo ombro e apoio a palma em seu peito, com seus olhos fitos nos meus.

A fotógrafa tira a foto em meio a um “awn” e nos entrega, docemente perguntando se queremos outra.

— Podemos?

— Você é o do último ano? — aquiesço. — Sem limite de fotos, veja só — ela ri, e seus dedos são perfeitos.

Brendon me põe de volta no unicórnio e se inclina sobre o pescoço, sorrindo para mim. Salto do animal depois de o flash atingir meu rosto e encosto na árvore formada por bolas coloridas, puxando-o pelo rosto para beijá-lo. Ele apoia a mão ao lado da minha cabeça e força a língua dentro da minha boca.

— Por que não existia isso no meu ensino médio? — a fotógrafa resmunga, e nós rimos para ela. É a última maldita foto e eu estou rubro de novo. — Usem isso no mural do casamento, e podem me chamar. Adoro casamentos.

Ela nos entrega o pacotinho de fotos — duas por click — e chama o próximo casal na fila. Brendon guarda as fotos no bolso da calça e morde minha bochecha vermelha.

— Você me assusta — ele gargalha alto, me puxando de volta para a mesa de Hayden. — É muito estranho, Brendon Urie.

— Estarmos aqui juntos?

— Você ter aceitado tirar as fotos do baile comigo. Elas vão ficar no mural da escola por um ano até o próximo.

— Eu não me importo de ficar num mural com você por um ano — Brendon está sério, e seus olhos mostram mais verdade que lembro. — O mural da escola é um lugar interessante para guardar essa noite.

— Por quê? Até... poucas semanas atrás nós éramos basicamente desconhecidos.

— Porque poucas semanas atrás você me mostrou quão raro e belo é que você existe.



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