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História Único Motivo Para Viver - Céu e Tempestade


Escrita por: Musuke

Notas do Autor


Betado por Dri, obrigada minha linda beta <3
Aqui está o novo cap pessoas, espero que gostem ^^

Capítulo 3 - Céu e Tempestade


Capítulo 3: Céu e Tempestade

Seis anos antes

A primavera chegara mais cedo naquele ano. Sentado no parapeito de pedra ele sentia o sol da manhã lhe aquecer o corpo de modo aconchegante, a sensação era parecida com a do calor do colo de uma mãe. Não que ele soubesse como era, sua mãe havia morrido no dia em que deu a luz a ele, mas imaginava que fosse exatamente daquele jeito.  

Observou as plantas mais verdes e as flores que desabrochavam em todos os cantos mais coloridas do que nunca. Ate os edifícios no fundo daquele vale pareciam luzir como se estivessem alegres pela chegada da primavera.

O garoto amava a primavera. Tudo era mais bonito e feliz. Suspirou maravilhado com aquele dia perfeito. Ou quase.

A porta se abriu de modo estrondoso, sem nenhuma cerimônia. Quase caiu  do parapeito com o susto que tomou.  

- Tsunayoshi di Vongola, acho bom que já tenha levantado esse traseiro preguiçoso daí! – ouviu a voz masculina dizer (ou berrar) da porta. Um homem ruivo adentrou o quarto amplo e ricamente decorado como uma tempestade furiosa (mas isso até que fazia sentido); ele passou pela cama e ao vê-la vazia foi em direção a varanda onde o menino estava, o pobre garoto se encolheu de medo – Então é ai que você está.

- Bom dia, G – disse com um leve tremor na voz e deu um sorriso amarelo.

- Não venha com “bom dia, G”. Você já deveria estar no salão esperando os convidados e nem mesmo tirou o pijama ainda.

- Eu sei, mas...

- Nada de “mas”. – interrompeu ele, o rosto como de costume franzido de irritação – Vá se vestir ou te arrasto pelado para a reunião, principezinho.

O menino corou violentamente ao imaginar a cena. Sabia que G era capaz de fazer aquilo.

G servia a casa Vongola, mas não agia como tal, afinal nunca vira um subordinado falar desse jeito com seus senhores.  Mesmo assim Tsuna tinha muito afeto por G, sabia que esse era o jeito dele: Com desconhecidos G era o mais polido dos homens, mas com quem realmente se importava era um bárbaro (o que não fazia o menor sentido). Só de pensar nos palavrões horríveis que G chamava Gokudera-kun sentia arrepios, fora o fato de que o rapaz levava mais pancadas que cachorro vira-latas.

- G, eu preciso mesmo ir?

- Sim! – ele respondeu firme.

Fez um bico involuntário. G apontou o dedo acusadoramente em sua direção.

- Nem pense em me olhar com essa carinha de cão abandonado, você não vai me dobrar. Não dessa vez.

Piscou e inclinou a cabeça para o lado confuso e G estreitou os olhos.

- Ei! Pare com isso agora!

Não entendia do que G estava falando, não era sua intenção fazer cara alguma. Iria perguntar do que era que ele estava falando, mas acabou desistindo. Desceu do parapeito e andou até G, parando em frente ao ruivo. Talvez conseguisse convencer ele de alguma forma.

- G, eu não quero ir.

G suspirou, a veia que saltava de sua testa diminuiu e seu tom se abrandou - na medida do possível se tratando dele, já que sua voz parecia naturalmente brava.

- Você sabe que não funciona assim. Essa é uma reunião de paz, que serve para estreitar os laços entre os dragões e impedir conflitos. É importante que os Dragões importantes estejam presentes.

- Mas eu não sirvo pra nada G. – aquela era a verdade embora doesse admitir.

- Não diga isso! – repreendeu G, e Tsuna se encolheu novamente com seu tom raivoso - Você é o próximo na linha de sucessão, pelo menos até que Giotto tenha filhos.  É seu dever estar presente e saber de tudo o que acontecerá lá.

Encarou o chão, um arrepio percorreu seu corpo ao pensar naquelas pessoas altivas de olhares assustadores. Mordeu os lábios e prendeu a respiração tentando impedir que o tremor que sentia lá no fundo se espalhasse pelo corpo, e temendo que G o considerasse mais fraco e covarde do que ambos sabiam que ele era.

- Ninguém me quer lá... – fez uma ultima tentativa.

- Tsuna – o chamou, mas o menino não ergueu o rosto – Tsuna, olhe para mim – insistiu G com a voz mais calma que já vira nele, a mão do homem pousou suavemente sobre seu ombro.

G era órfão. Giotto lhe disse certa vez que G tivera que se criar praticamente sozinho, sem conhecer o amor de uma família, e se tornar feroz foi o jeito que encontrou para sobreviver nas ruas, pelo menos até ser acolhido pelo pai de Tsuna e Giotto que vira nele um grande poder. Mas viver só tanto tempo o tornara duro e era difícil para ele demostrar gentileza.  Então aquilo era o máximo de carinho que G conseguia oferecer a alguém. Só por esse gesto Tsuna o encarou.

- Não fuja daquilo que lhe assusta, Tsuna. É normal sentir medo, mas domine ele para ele não dominar você.

- Mas G...

- Você é um Dragão! Lembre-se disso, não só para hoje, mas pra sua vida: Se precisa enfrentar algo, feche os olhos e pule de cabeça, aconteça o que acontecer não recue. Se for pra vencer, vença. Mas se for pra cair, caia como um homem. Levante e comece de novo, me entendeu?

Tsuna não conseguiu fazer outra coisa além de assentir. Não era tão fácil para ele seguir o conselho de G. O ruivo deu um passo para trás, virou as costas para o menino e foi em direção à porta a passos largos.

- Vá se arrumar. Você tem 5 minutos, não me faça voltar aqui! – ameaçou o ruivo voltando ao seu tom de voz normal, antes de fechar a porta com força atrás de si.

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           Observou as mãos tremulas e fechou os dedos com força percebendo que estavam suadas, as esfregou com força nas calças. Se precisasse apertar a mão de alguém aquilo seria vergonhoso.  Mantenha a calma Tsuna, vai dar tudo certo. É apenas uma reunião, não o fim do mundo, pensou, mas isso não surtiu efeito.

           O problema era que os dragões valorizavam e se orgulhavam de suas batalhas, e nessas ocasiões as pessoas geralmente acabavam indagando sobre suas habilidades em luta, e ele sempre acabava envergonhado com os olhares de desaprovação.

           Havia um espelho ao seu lado e se aproximou dele observando a si mesmo. Viu seu cabelo arrepiado castanho e seu rosto fino. Detestava tudo aquilo. As festas em que todos o viam como um pária, a roupa que incomodava e a gravata que parecia sufoca-lo. Detestava ser pequeno e fraco demais pra sua idade, e o rosto que parecia ter menos do que os 14 anos que realmente tinha.

           Puxou a gravata com força a fim de diminuir pelo menos esse incomodo. Assustou-se ao ver a porta que havia ao lado do espelho se abrir e esperou ouvir a bronca por estar tirando a gravata.

           Um homem loiro de cabelos espetados surgiu na soleira da porta, ele pareceu levemente surpreso ao ver a mão do garoto que ainda segurava a gravata frouxa. Mas em vez de lhe passar um sermão o loiro sorriu.

           - Eu também odeio essa coisa – disse ele e arrancou a própria gravata – Assim é bem melhor. Estava me sentindo um cachorro na coleira.

           Tsuna riu, sentindo um alivio ao ver o rosto de gentil do homem. O loiro tinha a capacidade de fazer com que qualquer peso se tornasse mais leve, apenas pela sua simples presença em um lugar.

           -Vamos dar um passeio? – perguntou o loiro.

           - Giotto, G vai brigar com você – disse. O mais velho franziu o cenho.

           - Mas que coisa, eu não tenho medo do G. Eu sou o Senhor destas terras, é ele quem deve me temer – declarou Giotto com uma pose altiva, então se aproximou e falou em tom de confidencia:  – Mas eu agradeceria se você não falasse nada. Veja bem, não é que eu tenha medo dele brigar comigo, eu só quero evitar certas coisas.

           - Tipo ouvi-lo gritar?

           Giotto caiu na gargalhada, ergueu os braços se dando por vencido.

           - Tudo bem, eu confesso. É exatamente isso, não estou a fim de ficar surdo, obrigado – Giotto parou ao seu lado e passou o braço por seus ombros, ficando sério enquanto lhe encarava com seus gentis olhos azuis – Algum problema Tsu?

           Surpreendeu-se com a pergunta. Estava sorrindo, como Giotto sabia que havia algo errado? O sorriso se desfez em seu rosto.

           - Como você... ?

           - Te conheço desde que era um bebê, você é um livro aberto para mim.

           Suspirou, nem mesmo sabia o que dizer. Giotto já tinha tantos problemas, não queria incomodá-lo com os seus que eram tão pequenos comparados aos dele. Abaixou o rosto e desviou o olhar.

           - Não é nada – sabia que aquilo não convenceria o irmão, realmente não conseguia mentir.

           - Hum – respondeu Giotto sem emoção e então mudou de assunto não querendo insistir - A proposta para passearmos ainda está de pé.

           Franziu o as sobrancelhas e encarou o mais velho.

           - Está falando sério? – perguntou incrédulo, e Giotto assentiu – Mas e a reunião?

           - Vai ser um passeio rápido, só estou querendo caminhar um pouco.

           Minutos depois os dois estavam em uma parte isolada do jardim, Giotto estava deitado sobre a grama fitando o límpido céu com Tsuna ao seu lado sentado na grama. Um vento forte e gelado passou por eles arrebatando seus cabelos e os deixando ainda mais bagunçados. Sentiu um leve arrepio percorrer seu corpo, mas sorriu. Era como um ultimo adeus do inverno que dava lugar a primavera.

           Giotto sentou-se de repente, o vento ainda soprava com força. Gio lhe olhou e deu um sorriso maroto de criança travessa.

          - Escuta – conhecia aquele olhar e não pôde evitar sorrir também.

           - É falta de educação ouvir a conversa alheia.

           - Não é minha culpa se o vento traz.

           -É sim quando você usa a super audição de Dragão do Céu para isso – disse franzindo os lábios para evitar rir.

           - Não é minha culpa ter uma super audição.

           - É sim quando você se esforça para usá-la.

           - Deixa de ser chato e fica calado – disse ele com uma risada na voz, passado a mão sobre os olhos de Tsuna o obrigando a fechá-los – Do jeito que te ensinei.

           Fez o que Giotto disse e se concentrou para ampliar sua audição. Deviam estar há alguns quilômetros de distância, mas era possível ouvi-los claramente, sua super audição  era única coisa que Tsuna podia se orgulhar em ter.

    - Como você pôde ficar de conversa com aquelazinha? - perguntou a voz feminina realmente irritada.

    - Ela só estava me pedindo uma informação. Ainda não entendo o que há de errado com isso - respondeu a voz masculina.

    - Resposta errada, meu amigo - disse Giotto. Olhou para o irmão e viu que ele  sorria com os olhos fechados e balançava a cabeça. Deu uma risadinha e voltou a ouvir.

    - Não vê o que há de errado? Como você não vê o que há de errado? Ela é sua ex! - disse a mulher, a voz chegou mais alta do que antes e eles souberam que ela estava gritando.

    - Ainda não entendi. Isso foi há tantos anos - veio a resposta calma, e Tsuna finalmente reconheceu aquela voz - Ela é uma boa pessoa.

    Giotto deu um tapa na própria testa, até Tsuna sabia que ele não deveria ter dito aquilo.

    - Droga Ugetsu! Só tá piorando - reclamou o loiro - Ugetsu é Dragão da Chuva incrível, e um homem mais incrível ainda, mas as vezes ele não tem noção das coisas.

     O vento parou de soprar por um momento e ficou difícil entender a resposta da mulher, mas ele ouviu o tom, e só isso foi o suficiente para ser grato de não conseguir entender as palavras (soava muito como as coisas que G gritava quando estava realmente bravo).     

    - ... espere. Eu realmente sinto muito - conseguiu ouvir Ugetsu dizer quando o vento voltou -  Se eu quisesse outra estaria com ela.

    Giotto deu uma tapa na grama empolgado.

    - Ponto pro Ugetsu!

    A mulher ainda não respondia nada.

    - Não me olhe com essa cara, estou falando sério. Você que é o amor da minha e eu só quero você. Você me perdoa?

    - Tá - a mulher respondeu, tentando parecer seca, mas havia um sorriso em sua voz.

    - Me dá um beijo então - ouviram a mulher cochichar alguma coisa e logo depois a gargalhada de Ugetsu.

    - Uhuuuuu!  - Giotto começou a aplaudir com um entusiasmo eufórico - Foi difícil, mas esse bravo guerreiro venceu a batalha.

    Tsuna olhou para o irmão e ambos caíram na gargalhada.

    - Giotto o que fizemos foi muito feio - disse Tsuna ainda rindo e Giotto deu de ombros  de modo displicente e mudou de assunto.  

    - E você Tsuna? Há alguém por quem se interessa? - o garoto corou diante da pergunta.

    - Não.

    - Mas tenho certeza que logo haverá. E que garota sortuda será!

    Tsuna abaixou o rosto.

    - Eu acho que ela não vai me querer.  - Giotto inclinou a cabeça confuso.

    - Por que não? Só se ela fosse louca para não querer você.

    Tsuna olhou nos olhos do irmão, e se surpreendeu ao ver que ele parecia realmente acreditar naquilo.

    - Só você acha isso. Eu sou um completo inútil desajeitado, nenhuma garota vai me querer. Todos me desprezam e…

    - Cale-se! - chocou-se com o tom autoritário do irmão. Já ouvira Giotto falar daquele jeito, mas aquele tom quase nunca era dirigido a ele. Encarou o irmão com os olhos arregalados e Giotto sorriu acalmando-o - Desculpe, é que eu não gosto de ouvi-lo falar desse jeito. Se você não acredita em você mesmo, como espera que as pessoas acreditem?

    Havia tido uma discussão parecida com G mais cedo, suspirou derrotado. Não importava o que dissessem, tudo acabava sempre sendo a mesma coisa.

    - Tsu eu sei que você é uma pessoa incrível, o problema é que os outros não sabem. Não, não é isso. O problema é que você não sabe. Mas vai chegar o dia em que todos saberão e terão tanta admiração por você quanto eu tenho.  

    - Acha mesmo isso Gio? Não está dizendo isso só pra me animar?

    Giotto cruzou os braços fazendo um bico, fingindo-se ofendido.

    - Ei, eu não minto. Se eu digo que é, é porque é! - descruzou os braços e lhe bagunçou o cabelo.

    - Acha que uma dia eu serei bom em alguma coisa Gio? - a mão do loiro ainda estava sobre sua cabeça.

    - Você é bom em muitas coisas - Tsuna franziu o cenho ao ouvir isso.

    - Tipo em que? - Giotto sorriu e puxou a cabeça do rapaz em direção ao seu peito, e lhe envolveu em um abraço.

    - Tipo em ser meu amado irmãozinho - sorriu e afundou o rosto no peito de Giotto. Desde criança ele amava aquele abraço.

Os pais morreram quando Tsuna era muito pequeno e Giotto o criou, então o loiro era muito importante para ele. Não, muito importante não era o termo correto. Giotto era tudo para ele. Era o seu mundo. Aquilo que tornava as coisas menos dolorosas. Quando estava perto do irmão, parecia que realmente não havia problema em ser quem era.

Quando tinha pesadelos corria para a cama de Giotto e o loiro o abraçava e dizia: Está tudo bem. Estou aqui com você, e tudo que era ruim, o medo e a dor, era simplesmente enxotado para fora. Sentia que enquanto Giotto estivesse ao seu lado, nenhum mal poderia lhe ocorrer e só queria poder ficar com irmão para sempre.

Pobre Tsuna, nem sabia que seus dias ao lado de seu querido Gio estavam acabando.

    

 

 Voltaram rindo para o castelo, por sorte ninguém havia chegado ainda.

- Nunca fiquei tão feliz por me deixarem esperando – disse Giotto recolocando a gravata.

- Você nem estava aqui Gio – disse o garoto inclinando a cabeça com um franzir.

 - Mas ninguém sabe disso.

Nesse momento, como se para dizer que ele estava errado, a porta da sala se abriu de modo estrondoso, ambos pularam de susto.  G entrou no cômodo e fechou a porta com força, Tsuna fechou os olhos ao ouvir o barulho. Coitada da porta, quase posso ouvi-la gritar, pensou o rapaz.

- G você precisa mesmo tentar quebrar minhas portas toda vez que vai de um cômodo a outro?

G assumiu uma leve confusão no rosto ao ouvir isso, olhou para Giotto e Tsuna percebeu que ele esperava que estivessem lhe repreendendo, mas quando viu o sorriso do loiro deu de ombros.

- Onde você estava? Te procurei por todo canto – perguntou G com a sua típica irritação na voz. Giotto ergueu os ombros com irreverencia.

- Fui dar uma volta com Tsu. Precisava respirar um pouco.

G franziu as sobrancelhas diante da resposta.

 - Por quê? Seus pulmões não funcionam dentro do castelo?

- Sua delicadeza é tocante, minha cara Tempestade – disse o Dragão do Céu levantando uma das sobrancelhas, um dos cantos dos lábios se erguendo em um meio sorriso.

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O salão estava lotado de pessoas, os dragões mais importantes do mundo. Eles passavam por Tsuna apenas com o objetivo de chegar a Giotto, um aceno de cabeça era lançado em sua direção apenas por obrigação. A admiração era perceptível em seus olhos ao olharem para o mais velho, mas quando cruzavam com os do jovem, ele só percebia escárnio. Tsuna quase conseguia ouvir seus pensamentos Como alguém como Giotto pode ter um irmão tão fracassado?

Para evitar esse tipo de coisa, o jovem se recolheu em um canto do salão, passando a ser completamente ignorado. Era melhor assim.

Ele olhou em volta e suspirou. Não importava o que Giotto dissesse, ele nunca seria alguém a quem os dragões admirariam. Tirando Gio e G, ninguém gostava dele ali.

- Tsuna! Que bom revê-lo! - disse uma voz ao seu lado, virou-se vendo um loiro sorrindo com sinceridade.

Sorriu aliviado, pois havia mais alguém ali que não o desprezava.

- Dino-san, é bom vê-lo também! - o sorriso do Cavallone se alargou.

Gostava muito de Dino, ele era o Senhor dos Dragões do leste, mas era uma das pessoas mais simples que já havia conhecido. Sabia que Dino era um guerreiro incrível, tanto que era conhecido como Cavalo Selvagem (um apelido que fazia reverência tanto ao sobrenome de sua família, quanto a sua fúria em batalha), e mesmo assim ele parecia não se importar com sua desajeitada personalidade.

Conversou com Dino por alguns momentos, coisas banais como o fato da primavera estar linda naquele ano ou como a torta de amoras estava suculenta.

Foi então que viu o irmão se aproximando ao lado de G. Gio sorria largamente e G se mantinha sério. Giotto e Dino eram amigos, os dois se cumprimentaram com um sorriso, sem as pomposidades que o nobres geralmente usavam.

- Dino fico muito feliz que você e meu irmão se deem bem, ele geralmente tem dificuldade pra interagir com os outros.

- O seu irmão é um bom menino - respondeu Dino a Giotto e depois se virou para Tsuna com um sorriso inocente - Como vão suas técnicas de luta, Tsuna?

Tsuna abaixou o rosto, subitamente envergonhado sabia que aquilo iria acabar acontecendo. O sorriso de Giotto vacilou por um momento, Dino olhou de um para o outro sem compreender. Não era culpa dele, as Terras do Leste eram muito distantes, claro que Dino já ouvira boatos, mas ele não conhecia o quão baixo era o nível de Tsuna. Foi G quem respondeu.

- Tsuna não sabe lutar.

- Ah - respondeu Dino sem graça. Um silêncio constrangedor caiu sobre os quatro. Um dragão que não sabia lutar, ainda mais sendo um Dragão, e pior, um Dragão do Céu o mais superior dos dragões, era considerado uma vergonha.

- Eu… não consigo. Eu juro que tento, mas não dá…  - o garoto tentou se explicar, sem coragem de encarar os três homens, que eram os mais fortes Dragões do mundo. E ele apenas um garoto bobo, se segurava para não cair em prantos por ser tão patético, e o fato de sentir vontade de chorar por aquilo só fazia com que se sentisse pior - Toda vez que eu…

- Está tudo bem Tsuna. Você não me deve nenhuma explicação - disse Dino, encarou o loiro e viu que Giotto sorria aliviado pelo Senhor do Leste não julgar seu irmãozinho - Quando jovem eu também não sabia lutar.

Encarou Dino com descrença, tendo a certeza que o loiro estava debochando dele. Dino percebeu isso.

- Estou falando sério - ele riu - Eu não conseguia fazer nada direito – ele se virou para Giotto e G - Não é verdade?

- Bem... – Giotto coçou a cabeça sem graça.

- É. Ele era um completo inútil – G respondeu sem a menor cerimonia, Giotto lhe lançou um olhar com um misto de choque e censura, então G completou: - Com todo o respeito.

Giotto suspirou e colocou a mão na testa, envergonhado por seu subordinado.

- G você não pode ofender alguém e depois dizer “Com todo o respeito” – repreendeu Giotto e olhou para Dino, prestes a se desculpar. Dino fez gesto de descaso e riu.

- Está tudo bem, estamos entre amigos. E depois ele está completamente certo. Obrigado pela sinceridade – disse o Senhor do leste ao ruivo. G sorriu.

- Disponha.

Tsuna quase riu da situação. G não era desse planeta, mesmo depois de tantos anos ele ainda o surpreendia. Ele fazia coisas que não esperava de mais ninguém.  Giotto dizia que G era a pessoa que servia para esfregar a verdade na sua cara e evitar que ele fizesse bobagens, pois não tinha medo de enfrenta-lo. Só que Tsuna tinha certeza que Giotto era quem mantinha o ruivo desbocado mais ou menos na linha e impedia que ele cometesse grandes desastres.

- Mas voltando ao assunto. Se me permite dizer, acho que Tsuna precisa de um professor especial. A mesma pessoa que me ensinou talvez fosse perfeita para isso.  

Giotto e G se entreolharam, parecendo bastante interessados.

- Você está falando daquele cara? – perguntou Giotto.

- De quem então falando? – perguntou Tsuna perdido no meio da conversa.

- O Dragão do Sol, Reborn – respondeu Dino. Tsuna conhecia esse nome. Era um Dragão das Terras do Leste muito famoso por sua impressionante força. E de repente ele próprio estava interessado na conversa.

- Acha que ele pode me ajudar, Dino-san? Será que ele me aceitaria como aluno? – perguntou, com os olhos brilhando de esperança. Dino riu.

- Mandarei uma mensagem imediatamente pedindo que venha – então se voltou novamente para Giotto – Se seu irmão permitir, é claro.

Giotto olhou de um para o outro sorrindo, e ao ver os olhos de Tsuna confirmou.

- Eu ficaria grato se pedisse a ele, Dino.

- Tudo bem. Mas prepare-se Tsuna, Reborn é osso duro de roer. Não será fácil.

- Mas eu sei que Tsuna vai conseguir – disse Giotto, e Tsuna ficou ainda mais empolgado. A esperança que seu irmão tinha nele era algo que lhe enchia de felicidade. Giotto era o único que realmente acreditava nele, e Tsuna não queria decepcioná-lo. Não novamente.

Tsuna estava tão feliz com a possibilidade de virar um Dragão forte que nem se importava mais com aquela reunião. Provavelmente nunca seria tão forte quanto Dino, não esperava que fosse chegar a tanto, mas se ao menos conseguisse se tornar um dragão mediano então não seria mais uma vergonha ao sangue Vongola. Mal podia esperar pela chegada de Reborn.

As portas do salão se abriram de repente. Todos se voltaram na direção da figura que surgiu. Um homem jovem de cabelos brancos, com incomuns olhos lilases. O homem exibia um  sorriso simpático, mas por alguma razão Tsuna detestou aquele sorriso. Alguma coisa lá no fundo o mandava correr para longe daquele homem.

- Peço desculpas a todos pelo atraso – disse o homem abrindo os braços. Ao seu lado havia uma garota que deveria ter a mesma idade de Tsuna, com cabelos negros e grandes olhos azuis.

Dino ficou ao seu lado, assumindo uma postura séria e um olhar duro que lhe assustou, ele e Giotto, que conversava com seus 6 Conselheiros, trocaram um olhar ansioso. Giotto sorriu e foi em direção ao homem.

- Seja bem vindo as Terras do Oeste, Senhor das Terras do Sul, Byakuran di Millifiore. – Giotto se voltou a garota, seu sorriso parecia mais sincero quando foi lançado a ela – e é claro, sua prima Yuni. Se me permite dizer, tu estás muito bonita senhorita.

A garota sorriu docemente e agradeceu.

- Você é muito gentil Gio-chan – disse Byakuran, com aquele sorriso que ainda lhe parecia perturbador. Giotto ficou sério, como se não conseguisse mais forçar o sorriso.

Tsuna franziu o cenho e olhou para Dino confuso, nunca ouvira ninguém chamar Giotto assim. Dino estava com o olhar fixo em Byakuran, e só naquele momento ele entendeu porque chamavam Dino de Cavalo Selvagem, pois aquele olhar parecia o de um animal selvagem que estava pronto pra lutar com toda a sua fúria. Esse tal Byakuran não devia ser alguém muito bom para despertar aquele tipo de reação em homens gentis com Giotto e Dino.

Yuni se isolou em um canto do salão (isso pareceu tão familiar) com um olhar sério enquanto Byakuran conversava com os outros convidados. Em certo momento alguém perguntou sobre os boatos de Byakuran querer expandir seu reino, e ele confirmou.

- Mas seu reino não é cercado de terras humanas? – alguém perguntou.

- Sim, é sim – disse Yuni entrando na conversa.  O rosto furioso, então era obvio que ela não concordava com nada daquilo. Pela primeira vez viu o sorriso de Byakuran desmanchar e voltou-se para a jovem com um olhar raivoso.

- E o que pretende fazer com os humanos? – perguntou Giotto tirando a atenção de Byakuran da jovem e trazendo para si. O homem sorriu novamente.

- São apenas humanos Gio-chan, não se importe com eles.

- O que pretende fazer com eles? – insistiu Giotto se levantado da cadeira onde estava e indo em direção a Byakuran a passos firmes. Ele falava devagar, mas a raiva era perceptível em sua voz.

- Matá-los – respondeu ele com frieza, e Tsuna arregalou os olhos chocado. Murmúrios surpresos se espalharam pelo salão.

O rosto de Giotto se contorceu de ódio, e aquilo foi ainda mais assustador do que a fala de Byakuran. Nunca vira o irmão com tanta raiva, e até mesmo alguns dos Dragões mais poderosos do mundo recuaram um passo, assustados com a expressão de Giotto. Byakuran se manteve sorrindo, e isso irritou ainda mais o loiro.

Giotto deu um passo decisivo, os olhos brilhando alaranjado. Ele estava prestes a atacar. Foi então que G surgiu ao seu lado e lhe segurou seu braço, forçando Giotto a parar. G não precisou dizer nada, Giotto compreendeu. Atacar Byakuran assim, “sem motivo”, seria uma declaração de guerra e muitos Dragões se voltariam contra ele. Ele encarou o ruivo e respirou fundo, recuperando a compostura e G soltou seu braço.

 Era estranho ver o ruivo esquentadinho acalmando alguém. Novamente o sorriso de Byakuran se desfez, e seu olhar furioso foi em direção a G. Então Tsuna entendeu. Byakuran queria que Giotto lhe atacasse, e estava lhe provocando desde que chegara. G frustrara seus planos.

 - Eu acho que essa não seria uma atitude sábia – disse Giotto com a expressão apática

 - Por que não? – perguntou Byakuran.

-Os humanos podem ser vantajosos aos nossos interesses. Os que vivem ao redor das nossas terras, por exemplo, nos fornecem alguns dos alimentos que consumimos diariamente.

 - Isso é ótimo, Gio-chan. Mas os que vivem ao redor das minhas são pesos mortos, não me servem de nada. Eu quero as terras deles.

- As suas são gigantescas! – declarou Giotto elevando levemente o tom, sabia que ele estava se controlando muito. G se mantinha ao seu lado, e Tsuna se sentia grato por isso.

- Não o suficiente.

 -Com todo o respeito que tenho pelo senhor, Giotto – começou um dos convidados – Acho que o que Byakuran-sama faz com suas terras é assunto dele, o senhor não tem o direito de dizer como ele deve conduzi-la.

Outros convidados pareceram concordar com aquilo. Os olhos alaranjados se voltaram em direção ao homem, frios como o mais duro inverno. O homem estremeceu diante daquele olhar.

- E o que eu digo é assunto meu. O senhor é quem não tem o direito de dizer o que eu posso ou não dizer. E depois – ele se voltou novamente para Byakuran – As terras dos humanos não pertencem a Byakuran, ele é quem não tem o direito de decidir o que acontece a elas e aos que nela vivem.

- E quem iria me impedir de fazer o que eu quero? Você? – Byakuran parecia realmente furioso agora, Giotto por outro lado era uma pedra de gelo.

- Se necessário, sim.

- Então tente! - berrou ele. Giotto sorriu como se aquelas palavras fossem o que ele queria ouvir.

- Lembre-se que foi você quem pediu.

O que aconteceu a seguir foi tão rápido que ninguém entendeu direito. Num momento Byakuran encarava Giotto bufando de raiva, no outro ele estava no ar sendo arremessado contra uma parede.

A parede de pedra grossa rachou em suas costas, e Byakuran arquejou de dor. Em um piscar de olhos Giotto estava de frente a Byakuran, Tsuna, assim como todos no salão, nem mesmo conseguia ver os movimentos de Giotto de tão rápidos que eram.

Byakuran pareceu querer se transformar, mas Giotto nem lhe deu chance. Agarrou o pescoço do homem com apenas uma das mãos e o ergueu como se ele fosse uma boneca de trapos. Byakuran se debateu inutilmente, a mão de Giotto que lhe enforcava também o impedia de transformar.

Ninguém conseguia acreditar no quanto Giotto era forte estando ainda na forma humana, e se era assim, era assustador imaginar lutar contra ele em sua forma alada.

-Byakuran, não me tire do sério.  Você não sabe com quem está se metendo e garanto que você não quer descobrir – ameaçou Giotto, a voz poderosa ecoava pelo salão causando calafrios aos que ouviam.  

Giotto o soltou, Byakuran caiu pateticamente no chão, tossindo convulsivamente. Olhava para Giotto com os olhos transbordando de raiva.

- Deixe os humanos em paz – Giotto virou-se de costas e se encaminhou de volta a sua cadeira, a capa negra que usava voando majestosamente atrás de si. -  Invadir outras terras é contra o Tratado dos Dragões – disse ainda caminhando, como se não desse a menor importância a Byakuran.

 - São terras humanas, não de Dragões! – vociferou o homem tentando de se levantar. Ele havia desafiado Giotto e perdido, aquilo era uma grande humilhação. E o fato de Giotto nem se dignar a olhá-lo tornava aquilo ainda mais vergonhoso a ele, era como dizer que Byakuran era tão inferior que ele nem se daria ao trabalho de lhe dirigir o olhar.

- O tratado não especifica de quem são as terras – respondeu Giotto com frieza. Giotto tinha razão, e diante desse argumento ninguém podia dizer nada. Yuni parecia realmente satisfeita com tudo aquilo. Já Tsuna estava orgulhoso do irmão forte e inteligente que tinha.

 

Logo depois disso Byakuran saiu do salão sem dizer nada, Yuni foi com ele. Horas depois o salão estava vazio, restando apenas Tsuna, Giotto e G. Gio estava em sua poltrona com uma expressão tranquila enquanto G andava de uma lado para o outro.

 - Que merda era aquela? – perguntou G parando de frente ao loiro cruzando os braços.

- Não conhece? Chama-se Byakuran, nos conhecemos desde a adolescência e ele sempre achou que podia me vencer, mas é um covarde e tem me provocado há anos. Hoje perdi a paciência - respondeu Giotto sorrindo.G estreitou os olhos.

- Engraçadinho.

Giotto caiu na gargalhada.

 - Olha o que a convivência com você fez comigo, meu amigo – Giotto estendeu a mão em direção ao cálice de ouro que estava na mesa ao seu lado e bebericou seu vinho, e prosseguiu encarando o liquido – Mas tenho que lhe agradecer por não me deixar cair no jogo dele.

G deu de ombros.

- Essa não é a questão no momento.

- Tem razão, vamos falar sobre coisas importantes. – ele apontou para o outro cálice na mesa, um cálice de bronze. O cálice de G – O vinho está maravilhoso, beba comigo. Só que está meio quente, então vá lá pegar mais.

Tsuna viu a veia na testa de G começar a saltar e se encolheu atrás do irmão. Sabia que Gio estava levemente alcoolizado, mas não sabia que era tanto assim, já que ele estava brincando com G.

- ESTOU FALANDO SÉRIO, CÉU!  - berrou G. Giotto piscou com força, e levou uma das mãos ao ouvido.

 - Ai – disse Gio pressionando o ouvido - Calma Tempestade. Qual o problema?

- Por que todo aquele show? Por que se meter em assuntos que não eram da sua conta?

 - Ah... então é isso – Giotto tomou mais um gole de vinho – Fiz o que era necessário.

G suspirou irritado com a extrema calma de Giotto. E então abaixou o tom.

 - Droga Giotto! Por que se arriscar tanto para proteger essas pessoas? Elas não pertencem ao seu reino, nem são da nossa espécie e jamais serão gratas a você.

Giotto deu um de seus sorrisos radiantes.

 - Porque é a coisa certa a se fazer – diante disso G se calou, surpreso com a resposta. Tsuna olhou para o irmão com um sorriso, mais uma vez orgulhoso. Não era porque ele era seu irmão, mas Giotto era o homem mais justo e bondoso que conhecia – Pode pegar vinho pra mim agora?

A veia voltou a saltar na testa de G e Tsuna revirou os olhos.

- Eu vou fazer você engolir esse cálice!

- Desde que tenha vinho nele por mim tudo bem – disse Giotto rindo bobamente.

- Você está bêbado!

 Giotto ergueu a mão, levantando apenas o polegar e o indicador e deixando um pequeno espaço entre os dois.

- Só um pouquinho – G fez um som estranho, uma espécie de rosnado. Deu as costas a Giotto e foi em direção a porta pisando duro – Espera G, não fique bravo comigo – G voltou.

- Então pare de ter atitudes estupidas.

Giotto arriou os ombros.

- Eu não sei o que faria sem você meu amigo, mas não irei te obrigar a apoiar minhas decisões.

G revirou os olhos e cruzou os braços a frente do peito.

- Não seja idiota, é claro que apoiarei você.

- Mesmo? E quanto a historia das “atitudes estupidas”? – o loiro inclinou a cabeça.

- Você é meu líder e eu confio até na sua estupidez – Giotto sorriu, realmente tocado com aquilo – E quando a sua estupidez for demais pra mim eu lhe dou uma surra.

Giotto caiu na gargalhada, e Tsuna não soube dizer se era pelo efeito do vinho ou não.

 - Quando você me tornou seu comandante eu jurei proteger tudo isso – G fez um gesto amplo com as mãos, e Tsuna sabia que G se referia não só ao castelo mas a todo o reino dos Dragões do Oeste. Por um momento o olhar de G cruzou com o seu, e pode parecer loucura, mas ele imaginou que estava incluído no “tudo isso” – Cumprirei meu juramento até o dia da minha morte, e até depois dela se necessário.

Giotto ergueu o cálice em direção ao ruivo.

- Repito: Não sei o que faria sem você G.

- Sinto em interromper esse momento – disse uma voz vinda da porta, um homem de cabelos azulados entrou no salão – Mas gostaria de ver como você estava, meu líder. Depois daquela confusão imagino que esteja estressado, espero não estar incomodando.  

 - Na verdade estou ótimo, obrigado. – Giotto respondeu – E você não me incomoda, Daemon.

- A mim sim – resmungou G. Tanto Giotto quando Daemon o ignoraram.

- Gostaria de jantar comigo esta noite, velho amigo?

- É claro. – respondeu Daemon com aquele típico sorriso – Se me der licença irei me preparar para esse jantar.

 Daemon saiu, sendo seguido pelo olhar raivoso do ruivo.

- Odeio esse cara.

Tsuna e Giotto se entreolharam e sorriram.

- Tem alguém que você não odeie? – perguntou o Dragão do Céu. G soltou um bufo.

- Eu não odeio todo mundo, só quem merece ser odiado.

- E por que acha que Daemon e Alaude merecem ser odiados? – perguntou Giotto.

- Eu não odeio o Alaude.

 - Não? – perguntou Tsuna franzindo o rosto, se lembrava muito bem de G e Alaude já terem tido vários problemas.

- Não! Eu o desprezo, é muito diferente.

Tsuna encarou Giotto, a duvida estampada em seu rosto. Giotto ergueu as mãos como se dissesse “Não olhe pra mim, não sei do que ele está falando”.

- Se você diz...

- É sério! Alaude e eu não conseguimos ficar na mesma sala por muito tempo, mas eu com certeza confiaria minhas costas a ele em uma batalha, pois apesar dele ser um cara irritante, sei que ele é um guerreiro honrado – Tsuna e Giotto o encararam com surpresa , era a primeira vez que viam ele falando bem de Alaude – Se vocês disserem que eu falei isso eu nego e ainda mato os dois, mas eu confio em todos os outros 4 conselheiros e os considero meus companheiros.

 - E Daemon?

 - A ele não confiaria nem um botão da minha camisa. Vai que ele usa para alguma magia negra.

Tsuna não conseguiu evitar a risada. Daemon era estranho, mas era muito mais simpático do que Alaude, e Tsuna gostava mais dele. Tinha certeza que aquilo era só mais uma das paranoias de G.

 - Daemon é um bom homem. Meu pai confiava no pai dele com a sua vida - Giotto e Daemon se conheciam praticamente a vida inteira, o pai dele era um dos homens de confiança de seu pai, então cresceram juntos.

- O pai de Daemon e o próprio Daemon não são a mesma pessoa.

- Por que não confia nele? Eu não entendo, ele nunca lhe fez mal algum.

- O sorriso dele me dá arrepios – respondeu simplesmente, como se aquilo fosse motivo para odiar alguém. Mas Tsuna tinha que confessar que às vezes também se incomodava com o sorriso de Daemon, e olhando para Giotto percebeu que ele também sentia o mesmo, embora não quisesse admitir.

Giotto soltou o ar pelo nariz, desistindo daquela discussão.

 - Quando você coloca uma ideia na cabeça ninguém consegue tirá-la, não é mesmo furiosa e muito desconfiada Tempestade?

- Eu sou assim, Céu idiota.


Notas Finais


Aqui começa a história do passado de Tsuna. O que acharam? Preciso de opiniões para que possa melhorar a história ^^
Agradeço muito a todos que comentaram e favoritaram, vocês me deixaram muito feliz <3
Beijinhos e até o próximo capítulo :*


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