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História Universe - You never walk alone


Escrita por: hanyudetails e Peachyuk

Notas do Autor


sugaish: ALOOOO

Desculpa gente kkkkkkj as burras aq esqueceram q tinha q postar ontem (pois é, somos muito responsáveis) MAS ESTAMOS AQUI, PLENA MADRUGADA POSTANDO SAPORRA PQ POR UNIVERSE A GENTE FAZ TUDO

Aproveitem manas ♥

JoanaDarkeu: Oi pessoal. A gente eSquEceU de postar ontem kkkkj ai desculpa. PORÉM AQ ESTAMOS com esse capítulo lindíssimo dessa fic lindíssima. Espero que gostem s2 e ah, se o capítulo ficar esquisito não se preocupem que depois a gente arruma bonitinho ;3

Capítulo 7 - You never walk alone


— Eu fiquei preocupado, seu merda! — Quase podia sentir os tapas em minha pele, que Baekhyun me daria quando eu chegasse em casa. Por enquanto, apenas conseguia ouvir a sua voz através do microfone do celular. 

— Desculpa, desculpa! Me perdoa, por favor!

— Baek, ele dormiu na casa do Jongin, tapado! Nós não devíamos perguntar sobre outras coisas? — Suho interrompeu o surto do Baekhyun, rindo alto com seus próprios pensamentos que eu já sabia serem muito pervertidos. — E então? Usou camisinha?

Eu comecei a rir também, mas da falta de vergonha na cara daquele ser. Céus, Suho sabia ser engraçadamente constrangedor de vez em quando.

— Do que está rindo?

Me virei vendo Jongin alegre, na porta do seu quarto, me observando. Eu não notei que minhas mãos apertaram logo o lençol por vê-lo assim, todo felizinho como um neném

— Falando com o Suho e o Baekkie.

— Ai, me segura! Baekhyun, o macho do Kyungsoo está na área! Eu vou surtar, me segura!

— Cala a boca, Suho! — Reclamei.

— Soo-hyung, eles não ficaram chateados, pois não? Quer que eu explique o que houve?

O que houve, Jongin? Explicar como a gente quase transou e como eu estava tão excitado que os mandei para a puta que pariu, sem dar explicações? Explique então, pode ser que eu seja zoado pelo resto da vida. Estendi o celular para ele, esperando que sua resposta fosse boa o suficiente para calar a boca dos meus amigos.

— Está tudo bem com o hyung, Suho. Ele só está andando meio torto.

— JONGIN EU VOU TE MATAR!!!!

Me levantei, correndo atrás dele pelo apartamento. Eu desisti de matá-lo no instante em que ouvi sua risada divertida, mas ele ainda ia levar uns bons tapas!

— Hyung, hyung, o Suho ainda está ouvindo! — Kai disse, e eu voltei a colocar o celular no ouvido, embora soubesse que tudo era apenas uma desculpa para não levar tapas.

Mal sabe ele que eu não vou esquecer nunca.

— Desculpa, Kyunggie, se eu soubesse que você se encontrava nessa situação delicada, — O filho da mãe riu. — não tinha ficado tão preocupado.

— Aish, vocês são todos um bando de desocupados! Eu não transei com o Jongin.

— Não transou ainda! — Suho corrigiu, insistindo na última palavra.

— Hyung, eu não... — Tentei, mas logo eles desligaram o celular na minha cara.

— Transe como um cachorro no cio! Boa sorte e usa lubrificante! Tchau, Kyunggie!

Olhei torto para Jongin, que ria como um condenado, rebolando na cama. Por um momento me lembrei da copa do mundo.

— Para de imitar o Neymar e vem fazer a comida. — Reclamei, mas como hoje Kai não parecia disposto a fazer outra coisa senão chatear-me, ele pulou nas minhas costas, me fazendo deitar na cama também. — Aish, Jongin!

— Jongin não! Repete comigo, Kai. K-A-I.

— Puta que pariu, como você é chato. — Gritei, embora estivesse sorrindo por receber tanta atenção.

Eu gostava quando ele me irritava, por mais que odiasse admitir.

Mesmo que por vezes ficasse aborrecido com isso, eu me sentia sempre muito feliz e eufórico quando a atenção dele se virava para mim. Mesmo que fosse apenas para testar minha paciência.

Sorri mais ainda quando ele se ajeitou até ficar de frente para mim, e me beijou. Tentei não corar, mas foi inevitável. Era tudo tão novo.

E eu nunca tive um rolo com um amigo. Aliás, provavelmente, só devo ter tido uns dois ao longo da vida toda. Querendo ou não, a história das almas gêmeas e a obsessão da minha mãe por ela me perseguia até hoje. Por mais que tentasse e quisesse pensar diferente dava por mim me julgando apenas por querer ser feliz.

Era muito fodido pensar diferente das pessoas com quem crescemos. Elas nos influenciam e criam desde pequenos com suas ideias.

Mas eu queria ser diferente.

E iria.

Ou não me chamo Do Kyungsoo.

— Kai... — Repreendi quando ele me deu um selinho que fez um barulho molhado.

Jongin sorriu, ainda com as mãos em minha face.

— Hyung, eu esperei muito, e quis beijar você desde que nos conhecemos naquela boate não me leve a mal. Agora que tenho você, vou aproveitar.

Eu juro que não queria corar, ou sorrir. Bancar o indiferente era sempre engraçado, mas eu não era capaz de bancar nada sem ser o verdadeiro Kyungsoo perto de Jongin.

Porque ele arranjava maneiras não propositais de me desarmar.

Por um lado, eu gostava.

Na verdade, acho que todos os meus lados gostavam.

Ser eu mesmo era um alívio enorme depois de anos fingindo ser quem não era, fora de ambientes fechados com Suho, Chanyeol e Baekhyun. E é muito bom ter mais alguém com quem posso ser eu mesmo.

— Como vai o Jin? — Perguntei, sem desviar meus olhos dos seus.

Kai sorriu, pendendo a cabeça para lado. Depois de selar nossos lábios de novo, finalmente respondeu.

— Ótimo. Ele sente sua falta.

— Pare de fazer isso! — Murmurei envergonhado, me referindo aos beijos surpresa.

— Já expliquei meus motivos, hyung. Não tem como me fazer sentir culpado por te beijar tantas vezes! Eu revelei tudo.

Agora, foi a minha vez de o beijar, porém, com mais profundidade. Era gostoso sentir a língua dele tocando a minha e me arrepiei logo quando Jongin agarrou minha cintura e me puxou para o seu colo.

Nossa. Ele realmente gosta de me ter no seu colo, pelo que parece.

Já sentia falta de beijá-lo assim, mesmo que o tivéssemos feito minutos atrás. Eu estou muito carente. Muito mesmo. Mas é estranho, porque estou carente apenas dele. De seus beijos, sua companhia, sua atenção.

Kai me atrai de uma forma estranha e desconhecida.

É como navegar em um mar por descobrir. Vamos apenas torcer para que não seja perigoso e o barco vire.

— Você fica muito sexy quando toma a iniciativa, hyung.

— Ah é? — Perguntei antes de arrastar os lábios até seu pescoço, chupando fraco ali.

— Uhum. — Ele murmurou baixinho, com os olhos fechados. Parecia gostar do que eu fazia mesmo sendo tão pouco.

— E o que mais? — A pele de Jongin é viciante. Não só pela cor bronzeada que me deixa tonto, mas ela tem uma textura macia que parece se encaixar bem demais nos meus lábios. E tem um cheiro amadeirado gostoso, um perfume que pertencia somente a ele.

Único igual o próprio Jongin.

— Fica uma delícia rebolando pra mim, Soo.

Voltei aos seus lábios, beijando com vontade. Segurei seu cabelo com as duas mãos, o trazendo para mais perto. Como se não quisesse me desfazer daquele contato nunca. E, de fato, não queria. Porque o calor de Kai era o mais acolhedor que eu já havia sentido.

Porque a sua língua já parecia conhecer cada pedaço de minha boca e os seus dentes raspando no meu lábio inferior eram o suficiente para me entregar por inteiro.

Ondulei meu quadril contra o dele, sorrindo em meio ao beijo. Eu parecia ter o controle mas não o tinha. E nunca o teria com Jongin por perto. Mas não era ruim, eu gostava. Suas mãos foram até os meus quadris, apertando com vontade sem interromper meus movimentos.

— Você gosta quando eu faça isso, Kai? — Sussurrei em seu ouvido, fazendo questão de falar seu apelido da forma mais pornográfica que conhecia. Ele pareceu aprovar quando eu pressionei ainda mais o meu quadril, pelo gemido que soltou antes de murmurar com dificuldade, um baixinho "sim".

Ele beijou meu pescoço me fazendo arfar, suas mãos me empurraram para mais perto dele. Droga, estava tão bom. Jongin parecia querer meu corpo cada vez mais colado ao seu, parecia tão necessitado que só em pensar nisso não evitei sorrir.

— Você quer as coisas no seu ritmo, huh? — Provoquei, afastando-o de meu pescoço e erguendo o seu queixo para que me olhasse. — Você pode ter isso, sim. Mas não hoje.

Eu queria. Porra, como queria. Queria que ele arrancasse a minha roupa e me usasse do jeito que queria. Meu Deus, isso soa tão clichê. O problema é que já estava “tarde” e eu sabia das duas feras que me esperavam em casa (provavelmente cheias de perguntas), sem contar que trabalho amanhã.

Com muito esforço, saí de seu colo e sentei na borda cama. O olhei e sorri, ele me encarava de volta, confuso. E ficava tão fofo assim.

— Está tarde. Pode me levar para casa?

— Kyungsoo... — Ele chamou manhoso, me puxando pelo braço para perto. — Você é muito mau.

— Eu sei. — Sorri, deixando um beijo em sua bochecha. — Me leva?

— Pode ser. — Concordou, relutante. Olhei para suas calças e vi a elevação bem saliente e indiscreta. Se já é desse tamanho num moletom, como seria sem nada por... Aish, Kyungsoo! Seu pervertido!

— Vamos então.

Não demorou muito para sairmos. A gente ia fazer um lanche, por mais que estivesse escurecendo, mas acabamos nos perdendo noutros... Ah, assuntos, sim. E ficou ainda mais tarde.

Agora eu estava no carro, tagarelando com ele sobre Jin e ouvindo a história que Kai contava de como o pequeno ficou feliz quando lhe ofereceu uma boneca nova, uma sereia. Seokjin era um neném muito fofo. Eu sentia a famosa vontade de o trancar num potinho e alimentar com muitos bolinhos e amor.

E eu só conhecia a criança há algumas semanas! O que podia fazer se ele é a criança mais bonitinha do mundo? Me conquistou no primeiro olhar.

Quando dei por mim, já via o meu prédio no final da rua. Só que algo não parecia certo.

Eu não tinha a mínima vontade de ir embora.

Como se... Simplesmente custasse demais.

Agora que eu e Jongin tínhamos dado o primeiro passo, e começado a ter algo, não parecia certo ficar longe dele. E mesmo estando na presença dele, conversando com ele, lado a lado, já podia sentir a saudade ardendo em meu peito, apenas por lembrar que iria embora.

— Está entregue, hyung. — Ele sorriu. Notei que estava meio desconfortável, e percebi um volume, agora menos notável, em sua zona pélvica. Socorro, eu fiz isso?

— J-Jongin... — Chamei, mesmo sem ter nada para falar. Eu só... Queria ficar. De alguma maneira, ir embora não era tão normal e fácil como antes. Quando foi que começou a custar tanto dizer um "Tchau" e sair de um carro?

Kai me olhou, com atenção, quieto. Ele também não parecia disposto a deixar que eu fosse embora, era o que parecia. E, desconheço como, ele percebeu que eu sentia o mesmo.

Me aproximei sutilmente, apoiando a mão no banco.

— Não quero ir.

— Não quero que vá.

O olhei, espremendo os lábios um no outro. Não tinha nada para falar mais. Estar ali era suficiente. Suas palavras me fizeram ficar meio quente e suspirei.

— S-Só mais um. O último! — Ele esbravejou, agarrando minha mão. — Só mais um, de despedida, hyung!

Senti a mão dele em meu quadril e, esquecendo completamente que estávamos no estacionamento do meu condomínio, eu subi em seu colo (terceira vez nessa situação, será coincidência, apenas?).

— É, o último. — Repeti, tentando me convencer de que não podia ficar. O último... — Só.

Jongin percorreu os olhos pelo meu rosto, mas suas mãos agarraram meu pescoço e me puxaram para si, com desespero. Senti sua língua invadindo a minha boca e nunca quis tanto que um momento durasse para sempre como agora.

Eu correspondi o beijo, demorando o máximo que podia. Porque aquele beijo seria nossa despedida e eu não queria largar dele, nunca mais.

De vez em quando seus dentes capturavam meu lábio inferior e ele puxava, apenas para me atrair de novo e beijar com mais profundidade.

Mesmo me recusando, cessei o beijo.

Ficamos nos olhando por um tempo, ambos de lábios espremidos, sem saber o que dizer.

E o que haveria para falar?

Estávamos parecendo casais melosos que não querem se despedir.

E não somos um casal. Nem melosos (bem... depende).

— Até. — Murmuramos ao mesmo tempo e eu corei mais ainda. Nós não ficamos assim ontem, no sofá. Então por que eu me sentia tão sem jeito agora? Seria por estar sentindo a falta dele tão rápido?

Saí do carro, apertando a barra do meu moletom e evitei olhar Jongin do outro lado da rua, parecia que só iria embora quando eu entrasse.

Assim que a porta do prédio foi aberta, ele acelerou e desapareceu pela estrada afora, sem me dar tempo de processar o que tinha acontecido minutos atrás.

Caralho.

Eu tô fodido. Simplesmente por não entender que diabos está acontecendo comigo.

Tentei dispersar qualquer pensamento relacionado a Jongin e entrei no prédio, cumprimentando o porteiro. O elevador não demorou a chegar e aproveitei o espelho dali para me arrumar um pouco. Eu estava com o cabelo bagunçado e as roupas amassadas, ao menos isso foi a única coisa errada que pude notar antes das portas metálicas se abrirem no andar onde morava.

Suspirei antes de abrir a porta, com frases já prontas na ponta da língua. Quando entrei no apartamento, estava tudo normal: Baek na cozinha, provavelmente fazendo o jantar, enquanto Suho assistia suas novelas despojado no sofá. Os meninos pareceram notar minha presença pelo barulho que a porta fez ao fechar, e pararam o que estavam fazendo para me encarar com os olhares reprovadores. Mas não durou muito, já que não se aguentaram e estouraram em risadas maliciosas.

— Cheguei. — Sorri sem graça, coçando a nuca, enquanto me aproximava deles.

— Achei que não ia voltar nunca! — Suho riu, ajeitando-se no sofá.

— Como foi a noite, pegador? — Baekhyun perguntou para mim, de forma debochada.

— Foi... muito boa, okay?

— Sabe, hyung, — Ele continuou, passando por mim para falar com Suho. — não acho que eles tenham feito algo. O Soo é o tal do lerdo.

— Cala a boca, Baek! — Joguei a primeira almofada que vi na cara dele, que não parava de rir.

— Ele tá certo, Kyungsoo. — Meu Deus, o que era isso? Uma reunião para duvidar das minhas habilidades de sedução? Tudo bem, eu era um pouco lerdo, sim. Mas não tanto!

— Se eu conheço o Soo, ele... — O sorriso do Byun foi se desmanchando quando me olhou, dando lugar para seus olhos se arregalados. — Suho, olha isso.

Baekhyun apontou para mim, se aproximando cada fez mais. Suho se levantou e fez o mesmo, céus, alguém me diz o que está acontecendo.

— Um chupão? — Junmyeon murmurou, abaixando a gola de meu moletom para poder olhar melhor.

Merda. Preciso lembrar de matar Jongin por isso.

— Caralho, Kyungsoo. — Baek deu um tapa fraco em minha cabeça. — Não pode ser um pouco mais discreto, não?

— Ele quer mostrar pra todo mundo que transou com o gostosão do Jongin.

— Mas que inferno! Eu não transei! — Falei um pouco mais alto do que realmente queria, quem sabe assim eles me ouvissem.

— Porque é lerdo. — Baek voltou para a cozinha, cuidado das panelas no fogão. — Quero ver você esconder isso para ir trabalhar amanhã.

Merda. Eu não tinha pensado nisso. Estava calor demais para usar cachecol, eu sequer tinha um. E aparecer com um chupão na frente de Hyuk era um tanto arriscado. Mas só por isso, já que eu não trabalhava na recepção e não precisava manter uma aparência tão impecável assim. Até porque Luhan não se dava o trabalho de esconder todo o estrago que Sehun fazia. E, eu garanto, não era pouco.

— Vocês podem me ajudar a cobrir com maquiagem? — Pedi, um pouco sem graça.

— Claro, Soo. — Suho respondeu. — Só acho que o Byun é melhor nisso. Ele usa mais delineador que a CL.

— Eu ouvi isso! — Baekhyun balançou alto o pano de prato que segurava.

— Era para ouvir! — Suho revidou.

— Às vezes eu sinto vontade de simplesmente ignorar vocês. — Murmurei, coçando um dos olhos e bocejando.

— Você nem tem o direito de usar a palavra “ignorar”, porque é uma coisa que eu não pude fazer com esse chupão enorme no seu pescoço. E então, ele beija bem? Porque possessivo eu já reparei que é pelo, tamanho desse presentinho né. — Riu ele.

— Hyung!

— Eu só te ajudo se você contar pra gente, Soo! — Baek gritou e eu só pude revirar os olhos.

— Calem a boca. Essa janta não vai ficar pronta nunca?

— Jantar, Kyungsoo. — Suho me corrigiu. — Janta é muito pobre.

Eu ri e joguei outra almofada nele, por estar falando uma coisa tão besta.

Meus amigos eram dois ridículos. Dois ridículos que eu amava muito. E isso nunca mudaria, era o que mais me confortava.

— Sim. — Murmurei, chamando a atenção dos dois. — Ele beija bem. Pra caralho.

Ouvi Suho berrar igual uma garotinha antes de se jogar em mim, dando pulinhos animados e chamando por Baek.

— Você ouviu isso?! Olha, Baek!!! O Soo tá ficando vermelhinho, eu nunca o vi assim!!!

— Deve ser porque você tá cortando todo o ar dele, hyung! Deixa o menino contar a história!

— Não vou contar mais nada. — Protestei quando consegui recuperar o fôlego depois que Suho me soltou. — Vocês que se aquietem e, pelo amor de Deus, Byun, termina essa comida!

— Conta! Ou a gente morre de fome hoje, e você só vê o macho no seu funeral! — Baekhyun ameaçou.

— Baekhyun sabe como chantagear. — Suho sorriu, me encarando como quem pedia para continuar. Droga, eu estava morto de fome. Espera, morto não, isso é muito condizente com a ameaça do Baek. Eu estava... Esfomeado, isso!

Seria melhor obedecê-lo, Byun sempre cumpria suas ameaças.

— Eu odeio vocês. — Comecei, irritado. Mesmo assim tinha um sorriso bobo no rosto, talvez pela situação constrangedora, talvez por lembrar da minha noite com Kai. — Eu fui na casa dele e a gente assistiu um filme.

Não conseguir conter o riso. Os meninos me olhavam fixamente, o queixo apoiado nas mãos e os olhos sequer piscavam. Como duas crianças ouvindo uma história inédita.

Minha vida amorosa era tão interessante assim?

— Depois do filme... Bom, vocês sabem! Eu não preciso explicar!

— Pera aí... Era isso o que vocês estavam fazendo quando eu te liguei? — Baek parecia incrédulo, como resposta eu só consegui sorrir ainda mais e encolher meus ombros. — Seu pervertido! Não tem respeito, não?

— Ele pegou na sua bunda? — Suho ignorou completamente as reclamações do Byun. — Você o viu sem camisa?

— Caralho, Suho! Eu já contei muito, foi isso aí. Agora vamos comer, pelo amor de Deus.

— Ah, Kyung, você me deixou curioso. Eu queria conhecer melhor esse Jongin. Preciso conhecer o cara que deixa minha criança toda abobada sorrindo para o celular.

— Eu não faço isso!

— Faz sim. — Baekhyun surgiu com uma travessa grande, colocando na mesa.

— Pois faz. — Suho concordou, me fazendo ficar sem jeito.

— Aish! Parem com isso! Ele nem ao menos é minha alma gêmea. Tudo entre a gente é carnal, então não fiquem com muitas esperanças.

— Wow. Não era você o cara "Eu namoro e transo com quem eu quiser, que se foda essa tatuagem no meu pulso!", senhor Do Kyungsoo?

— Ainda sou. Mas eu só... Não quero me machucar. E nem ser julgado por todo mundo. A minha omma nem sabe que eu sou gay. Imaginem, ela morreria de desgosto ao saber que o único filho, para além de gostar de chupar uns paus, ainda namora um cara que não é sua alma gêmea.

— Mas você sabia das consequências quando decidiu apoiar essas causas. E não é sobre os outros, Kyunggie. É sobre você e suas escolhas. Você não tem culpa de toda essa sociedade que coloca expetativa frustrada nessas porras de tatuagens. Daqui a uns anos será diferente e você viverá em paz, querido. — Baekhyun disse, acariciando meus cabelos.

— É o que eu espero. — Suspirei. — Gostaria de ser como você e o Channie. Vocês tiveram muita sorte.

— Se você quiser saber, eu ainda acho que a gente já ia se apaixonar de qualquer forma. As tatuagens foram apenas uma coincidência. Veja bem, eu amei o Chanyeol desde pequeno, antes de saber sequer o que eram almas gêmeas.

Não foi destino, foi circunstância.

— E ainda tem aquela lenda que fala que tem almas gêmeas que acabam se distanciando em suas reencarnações e acabam ligados à pessoa errada. Vai que você é um desses casos.

— Vocês realmente acreditam nesse misticismo todo? — Perguntei cabisbaixo.

— Meu bem, vivemos em um mundo onde aparece tatuagens do nada na nossa pele. Quer mesmo duvidar de algo?

— Você vai perder muito se continuar se importando com essas coisas, Kyungsoo. — Suho tocou em meu ombro de forma protetora. — Olha, Jongin é legal. E dá para ver o bem que ele te faz, você não acha que ele vale a pena?

— Eu não quero ter a minha alma gêmea. — Suspirei incomodado. Toda essa situação me põe tenso. — Talvez nem seja mais questão de querer. É questão de orgulho agora, eu simplesmente me recuso. Vamos supor que sim, a minha alma gêmea nas outras vidas não é a minha alma gêmea atual. Isso seria ir contra o que eu acreditei e defendi a vida toda. Seria como voltar ao ponto inicial, lutar por algo e acabar me rendendo. É um loop infinito e eu não quero ficar preso nele de jeito nenhum.

— Eu sei, Soo. Tudo bem, não precisa encontrar sua alma gêmea perdida, ou seja lá o que ela for. Desde que a pessoa que você escolha te faça feliz, a gente apoiará sempre. Mesmo que a sua omma te deserde, ou ocorra alguma merda. Vamos sempre ficar aqui para você, okay, Kyunggie? — Baekhyun sorriu docemente.

— Kyungsoo. — Suho assumiu um tom sério que raramente usava. — Você nunca, nunca mesmo, defendeu essa história de almas gêmeas, muito menos procurou pela sua. O que está acontecendo?

— Olha. Talvez... Talvez eu esteja gostando do Jongin. E tá tudo bem, porque ele é uma ótima pessoa! Mas... Não é minha alma gêmea. E eu sei que sempre fui contra isso, só que viver na pele é muito mais difícil do que falar e pensar. Eu sinto muito medo de acabar gostando dele mais do que deveria e acabar me fodendo. Ele pode esbarrar contra a alma gêmea a qualquer momento, se apaixonar e me trocar. E boom, tchau, Kyungsoo!

— Kyung, não me leve a mal... Mas você nem sabe o que ele sente por você. Já pensou se é o mesmo? Não teria porquê hesitar.

— A gente vai apoiar você em qualquer coisa, okay? — Baek se manifestou, segurando minha mão com carinho. — E, no "Caso Kim Jongin", eu faço questão de esfregar na sua cara que é o certo a se fazer. Dar uma chance, huh?

— Eu vou fazer isso. Mas se acontecer o que eu estou pensando, vocês vão tirar um dia inteiro de folga para secar minhas lágrimas, de acordo?

— De acordo. — Concordaram se sentando na mesa e começando a comer. Eu fiz o mesmo.

De vez em quando eu realmente achava que não os merecia. Porém, no final do dia, independente de almas gêmeas, Jongin, chefes ou ommas preconceituosas, quem sempre me esperava em casa de braços abertos, eram eles.


Notas Finais


capítulo arrumado dps de mt sufoco


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