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História Unknown Feelings - II- Seríamos dois, se eu não fosse um Zero.


Escrita por: KarmaKamikaze

Notas do Autor


<3
Te amo, Debs <3 @atlanta

Capítulo 2 - II- Seríamos dois, se eu não fosse um Zero.


* * *

 

— Eu te amo, Kouyou.

— Eu te amo, Yuu.

Oh, que lindo não? Seria mais bonito se fosse real.

"Desde aquele dia me senti disposto a mostrar e falar abertamente para ele o que eu sentia e hoje parecia o dia apropriado?” Lembra-se disso?

Eu estava errado. Aquele não era o dia apropriado pra dizer algo ao Kouyou, nem para ter devaneios ou alucinações nervosas sobre momentos íntimos e declarações entre nós, muito menos para ter uma ereção num ensaio.

— Tudo bem como você? — O loiro traz minha atenção de volta, havendo certo pleonasmo, porque minha atenção anterior era para ele, mas era para o Kouyou idealizado que só existia na minha mente.

— Ah, sim, claro. — Rio sem graça, posicionando a guitarra por cima da região "animada" — Eu só preciso beber uma água, tomar um ar. Pode continuar praticando sozinho?

— Posso sim, mas com você me guiando fica mais bem feito, afinal, foi você que compôs. Na verdade... — Diz passando as mãos meio trêmulas no cabelo tingido — Eu me sinto meio mal por estar pegando sua parte da música, seu solo e tal... Mas com você me ajudando aqui, na maior humildade e compreensão, me sinto menos culpado — Um sorriso cúmplice e idiota surge em meus lábios e trato de apagá-lo o mais rápido possível.

Nada de demonstrações, Yuu.

— Ah relaxa, Uruha, eu não tenho problema com isso — Ele ri levemente, o lábio inferior levemente puxado para cima, dando a vista de seus belos dentes branquinhos. — Mas se você se sente melhor comigo aqui, eu volto logo, preciso dessa saída.

— Primeiramente, não me chame de Uruha quando estivermos sós ou com os caras — Apenas rio em resposta — E não tem problema você sair, eu espero. — Um sorriso de certo modo até infantil de tão puro brota em seus lábios de Pato. Faço uma reverência e sigo para o banheiro.

Lavo o rosto duas, três vezes, não lembro ao certo e me dirijo para o terraço da cobertura do prédio. É inevitável pensar naquele loiro, com aquele belo rosto com um sorriso ladino me esperando para "fazê-lo se sentir melhor e menos culpado".

Concentração, Yuu! E calma, muita calma nessa hora.

Fumo um cigarro após o outro. Tinha que apagar esses pensamentos com nicotina. Muita nicotina. Mas a nicotina apenas me levava a recordar o cheiro másculo e amadeirado que o mais novo emana quando passa, a superioridade e maturidade de suas ações e seus sorrisos que contrastam com a maturidade, de tão puros. Lá estava eu, no telhado de um prédio enorme, me sentindo um bosta, um trouxa, como uma menininha chorona. Eu preciso reverter isso.

Desço alguns andares de escada e depois pego o elevador para descer na área de reunião onde tinha uma mesa com Whisky. Whisky me acalma, eu preciso acalmar esse corpo angustiado pela falta do toque do loiro e acalmar essa mente conturbada. Pego dois copos e os encho até a boca, levando-os comigo até o elevador, logo aperto o botão para que ele pare no meu andar. Então quase morro de susto ao encarar a criatura à minha frente.

Era Kouyou, simples e sorridente.

Entro com um sorriso tímido no rosto quando ele cheira o ambiente apontando para direções aleatórias até que descobre que o cheiro que procura vem do copo em minhas mãos.

— Whisky? — Seus olhos brilham, maldito bebum filho da puta.

— Errr... Sim — Respondo timidamente — Quer um desses copos pra você? — Direciono o copo da esquerda para ele, que sorri e aceita de bom grado.

Numas duas goladas apenas ele acaba com praticamente um quarto de um litro de whisky, como se fosse suco de pêssego em caixinha. Um riso maroto brota em seus lábios como se tivesse sete anos e tivesse ganhado o presente que queria do papai noel. Ele me beija na bochecha, deixando em meu rosto e ombro o cheiro de bebida e Kouyou. Sorrio de lado e finjo não estar explodindo em fogos de artifício por dentro. Ele sai no próximo andar deixando apenas um sorriso tímido e um levantar do copo em agradecimento. Só isso. Mando uma mensagem dizendo que estou me sentindo mal e que estou indo para casa. Toda vontade de mudar minha situação com o Kouyou se vai. Mais um dia da minha vida sendo um idiota apaixonado pelo Kouyou. Eu não aguento mais.

Não aguento mais acordar toda manhã sabendo que vou encontrá-lo na empresa e ter de encará-lo todo dia me enfraquece cada dia mais. Já perdi as contas de quantas caixas de cigarro já comprei essa semana e quantas doses de bebida já pedi ao barman da boate próxima ao meu apartamento, já perdi a conta de quantos remédios pra dormir eu já tomei.

Mas me encontro sempre assim. Acabado. Finalizado. Sem forças até para contra atacar. Esse sou eu, um cara com seus trinta e poucos anos sentindo a dor profunda de não ter definido minha vida como todos fizeram, com um amor, com uma família... Com algo para me manter vivo. A única coisa que restava eram os fãs, mas me perdoem, eu preciso de mais.

Depois me trancar em casa e chorar litros enquanto fumava como uma chaminé, resolvi ligar para um número que o Taka me deu. "Isso vai te fazer bem" foi o que ele disse, e logo após entrar em contato descubro que é um psiquiatra e decido ir logo ao assunto, logo a uma consulta.

Seria engraçado se não fosse trágico. O grande e durão Shiroyama se sucumbindo a pedir ajuda de um profissional por se sentir um bostinha sem rumo. Ah, como aquilo me doía. Doía ver o Kou cada dia mais distante, assim como os outros caras. Doía passar noites e folgas em claro no canto mais escuro do meu apartamento desbotando como uma velha tintura de cabelo. E dia após dia o sentido da minha vida se esvaía como a comida no meu estômago sendo forçado a regurgitar o alimento recente por estar levando mais uma porrada de litros de álcool.

A cada banho mal tomado, cada olhada no espelho nada mais se via além de um corpo febril e pálido adornado de aparentes costelas que jaziam em meu tórax como belos adereços que traziam o estilo "Morto, porém em pé". Ah... Aquele Shiroyama saltitante e dançante do palco se foi, sobrou apenas a minha velha concentração para não errar as notas e destruir o trabalho dos outros como eu vinha fazendo nos ensaios, desconcentrando e fazendo o Akira perder o ritmo, fazendo o Taka se irritar, desapontando o Yutaka e como sempre, o Kouyou. Kouyou esse que me olha com orbes repletos de pena, mas mal se aproxima por temer a zumbis. Foi isso que eu me tornei, um zumbi, e se a terapia é a minha única opção além da morte, vou encará-la de um jeito ou de outro, assim como a morte.

Nunca almejei algo tanto quanto almejo a morte agora.

O sono eterno, a tranquilidade infindável de não ter onde parar ou o que ser. Só esperar tornar-me pó de estrelas mortas que jazem ao meu lado no hall dos fracassados. A morte parece o doce mais gostoso e desejável quando comparado ao amargor da minha atual vida que se encaminha, querendo ou não, ao "mau caminho" da morte. Por quantas vezes minhas mãos queriam tirar o cinto da calça e amarrá-lo em meu pescoço para dar um fim em toda essa bagunça. Por quantas vezes minha cabeça quis me guiar à um bazar de armas à procura de um sonoro adeus, como uma explosão. Quantas vezes minhas pernas já quiseram me encaminhar à pisar o nada além do telhado do prédio. Por quantas vezes a morte seduziu a minha vida, como Kouyou seduziu meu ser até fazê-lo encontrar a tristeza mórbida.

Com meus magros e trêmulos dedos, assino uma ata de frequência do prédio e subo as escadas até o andar do Psiquiatra.

Degraus, degraus, escada, altura, eu poderia me jogar! Não é alto o suficiente. Mais degraus, mais tentação, escada, escada, subir mais degraus para uma morte mais dolorosa e silenciosa.

Fim.

Finalmente chego ao andar do Psiquiatra. Logo abro a porta adentrando o local, recebendo a informação que já posso entrar em sua sala, onde ele me espera sentado numa bela poltrona, de costas para o sofá onde cruzo minhas finas pernas e espero por sua primeira palavra.

— Olá, Shiroyama.


Notas Finais


Titia ama vcs, fiquem a vontade se quiserem ou não comentar.
Arigatou, Debs moza1 por betar <3 Aishteru <3


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