História Unlucky - 25 - Time Travel

YooJung

Minha mente parecia uma campainha. Uma campainha que não parava de tocar. Era tão real que eu me remexia no sofá enquanto esmagava as pipocas que estavam espalhadas no local desde a noite anterior. Eu achei que a campainha psicológica iria parar de me atormentar, mas não, só piorou e se transformou em uma voz masculina... Era Taeyang! Me levantei rapidamente e me desesperei, quando ao olhar para o sofá, avistei Minhyuk dormindo em um sono profundo. Balancei negativamente a cabeça, na tentativa de acordar os neurônios e fazerem eles raciocinarem. Taeyang não parava de chamar na porta por um segundo e tudo o que eu consegui foi gritar um angustiante “Já vou!”, enquanto minhas mãos balançavam Rocky na tentativa de acordá-lo. 

— Minhyuk! Taeyang tá aí! — Disse gritando baixo, enquanto o sacudia. O mesmo acordou desnorteado e confuso sobre o que estava acontecendo. — Você precisa se esconder! 

Disse para o maior se esconder no banheiro do meu quarto. Claro que Taeyang não seria doido de entrar no meu cantinho já que se dizia um homem “respeitador”, quando na verdade, era extremamente chato. Me direcionei até a porta e suspirei fundo antes de abrir a mesma, pois sabia muito bem como Taeyang agiria naquele momento, porém, meu psicológico não estava preparado para isso... Não a essa hora da manhã. 

— Bom dia, Taeyang! — Abri um sorriso falso, fingindo uma gentileza que eu não teria e se tivesse, não gastaria dessa forma com ele. — O que traz a sua ilustre presença tão cedo em minha residência? 

Eu estava apoiada na porta e apesar de estar com sono — algo que era nítido —, eu tentava forçar o máximo possível um rosto acabado de quem acabara de acordar. Sinceramente, eu não estava afim de deixar Taeyang entrar, mas sem convite algum, o mesmo já estava entrando e eu apenas o encarei incrédula pela sua atitude nada correspondente ao modo que o mesmo se descrevia para minha mãe e claro, para mim. Ele observou a sala, como se estivesse procurando por algo ou alguém e eu apenas continuei o encarando com o meu rosto forçado. 

— Você não dormiu com pijamas... — Comentou me encarando de cima a baixo. 

— Você gostaria de me ver com pijamas? 

— N-não! É que... 

— Vou perguntar a minha mãe o que ela acha de um cara que quer ver a filha dela de pijamas.

Sorri maléfica, enquanto fechava a porta e desse modo, segui em direção ao sofá, me jogando sobre o mesmo que por conta das pipocas espalhadas por ele, fez um barulho, no qual chamou atenção de “Taeyang, o investigador”.

— Por que tem pipocas no sofá? 

— Talvez porque ontem eu comi pipoca... Pensou nessa alternativa? — Disse pegando umas pipocas que estava sobre o móvel e comendo. Naquele momento eu desejava aos céus que Rocky não tivesse soltado gases em cima das pobrezinhas. — Você veio fazer um questionário? 

— Eu vim garantir sua segurança, YooJung. 

— Se eu fosse depender de você para estar em segurança, eu estaria completamente ferrada. Agora vá embora. 

Talvez eu estivasse sendo um tanto grosseira com ele, porém, se eu não agisse dessa forma, ele nunca entenderia. Bem, mesmo sendo grosseira, Taeyang continuava o mesmo tapado e tonto de sempre e eu que precisava aguentar tudo até eu quebrar a maldição, mas até encontrarmos Tenebris, me livrar dele era um sonho muito bom e distante. Antes mesmo dele me responder caminhei até a porta abrindo a mesma, como um convite para ele se retirar dali. Abri um leve sorriso, ao lembrar que Rocky estaria ali, comigo, logo depois que Taeyang saísse. Agora eu entendia perfeitamente a frase “O que vem depois da chuva, é o sol” e sinceramente, Minhyuk seria o melhor sol de todos. 

— Tá esperando o que? Tchau! — Apontei para porta, como se ele não tivesse entendido o recado. 

— Nossa Jungie! Por que faz isso comigo, o cara que te ama? 

— Porque eu não te amo. Tchau! — Reforcei a despedida, enquanto o maior formava um bico entre os lábios um tanto emburrado, mas ele se retirou e eu agradeci aos céus.

Assim que a porta se fechou, meus passos tornaram-se apressados em direção as escadas em busca da porta de meu quarto. Meu coração batia forte e eu tinha um sorriso entre os lábios. Assim que cheguei em frente da porta, fiz questão de checar minha roupa para ver se não tinha pipoca, afinal, eu gostava de Minhyuk e quando você gosta de alguém, quer estar perfeita porque sabe que alguém mais perfeito ainda pode roubar seu lugar. Minhas mãos pousaram na maçaneta e abriram a porta de meu quarto, ainda com o sorriso entre os lábios. 

— Taeyang já foi embora! — Disse tentando manter um tom nem tão baixo e nem tão alto. — Minhyuk? 

Caminhei até o banheiro e nada. Minhyuk tinha ido embora sem ao menos se despedir. A minha primeira reação foi correr até o criado-mudo, em busca de meu celular para procurar mensagens dele e tinha uma que dizia: 

“Eu tive que fugir pela janela, mas uma pena que não estava apenas de cueca...” 

Um riso escapou de meus lábios, respondendo então a mensagem do mesmo. 

Sohye

Eu andava de um lado para o outro, enquanto não parava nem um segundo de roer a unha da mão esquerda com um movimento involuntário. Era cedo e o pequeno Baek estava no colégio, então eu estava nas minhas manhãs diárias de folga. Não era mais que dez horas da manhã quando chamei MinJee até a minha casa... Ou melhor, o quarto que vivia na casa onde trabalhava. Ela mantinha os olhos fechados e tentando se concentrar para ter uma visão, mas por algum motivo, sentia que a minha inquietude não a deixava raciocinar, mas por outro lado, pensava que se ela não havia reclamado até agora, não estava atrapalhando. 

— E aí? Conseguiu alguma coisa? Precisamos ver aquela garota que segurava Tenebris! — Disse encarando a mesma que estava sentada sobre a minha cama de solteiro. 

— Caramba Sohye! Eu não funciono sobre pressão... Muito menos quando um certo alguém fica andando pra lá e pra cá prestes a abrir um buraco no chão! 

Ao dizer aquilo, MinJee havia de virado por completo em minha direção, me encarando e me repreendendo como se eu fosse uma criança completamente errada. Me sentei sobre a cama ao seu lado, fazendo um bico frustrado com tudo o que estava acontecendo. O tempo estava acabando e a nossa única missão era ajudar YooJung a encontrar Tenebris, mas nem isso estávamos conseguindo fazer. Mas logo algo veio em mente. 

— Ya! Tive uma idéia! — Disse super empolgada olhando em direção a MinJee. — Que tal se fizermos uma viagem do tempo? 

— Ahn? 

— Olha, se percebermos, nossos poderes estão interligados, certo? Poderíamos juntar as chaves e cada uma fazer sua parte, ao mesmo tempo! — A olhei esperançosa. Talvez minha teoria estivesse correta e realmente funcionasse perfeitamente e finalmente teríamos a resposta. Mas o olhar negativo de MinJee me fez desanimar. 

— Sohye, entenda, nós somos a chave e para desvendarmos esse mistério, precisamos descobrir onde está o livro para abrirmos. Para essa “viagem do tempo” funcionar, precisaríamos dessa terceira pessoa... Dessa peça chave... Ou melhor, dessa fechadura. 

Após ouvir aquilo, me joguei na cama frustrada. MinJee estava certa, porém, agora estávamos sem saída, a não ser, esperar por um milagre divino.