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História Versace - Versace


Escrita por: Si1mari11ion

Capítulo 1 - Versace


O alarme gritou alto no meio da madrugada.

E madrugada de inverno, ainda por cima!

Acordando os pobres desavisados, muitos dos quais caíram de suas camas sem delicadeza nenhuma, e irritando os infelizes insones, que mal pregavam o olho e vinha um maldito ligar a merda do alarme de incêndio.

Tudo bem que tinham avisado logo que acordaram na manhã anterior que haveria um treinamento noturno na precaução de incêndios, mas isso não evitou os sustos e xingamentos subseqüentes. Em verdade, era capaz que falassem mal da mesma forma mesmo que fosse um incêndio de verdade.

Afinal, com o tipo de emprego que tinham o descanso era uma recompensa inestimável.

Ok, rapazes, vocês sabem o que fazer! – aquela animação sádica de quem sabe que está destruindo a vida dos outros, isso só podia vir daquele careca mal amado. – E em fila só pra começar!

O pau mandado da Deusa Patricinha Mimada tinha um megafone e gesticulava para que todos saíssem do prédio, e ainda tinha uma espada de kendo para bater nos “agregados” mais sonolentos e levando em conta que a maioria deles ainda estava abraçada ao travesseiro, a maioria deles iria apanhar também. Era incrível que mesmo sendo “homens feitos” ainda tinham que obedecer e viver sob as ordens daquele infeliz, mas quando lembravam que não tinham NADA na vida, as coisas ficavam um pouco mais toleráveis.

Mas honestamente, ainda estava tentando entender como eles, alguns dos homens mais poderosos do universo, ainda abaixavam a cabeça para um mordomo de meia tigela.

Tanto que quando o homem tentou lhe bater com a espada, só de implicância ou filhadaputisse mesmo, ele ficou se perguntando o porquê segurou e quebrou a espada sendo que pescoço dele estava ao alcance da mão.

Por que estamos praticando alarme de incêndio no meio da noite de novo? – abraçou-se na tentativa de manter algum calor. – Está frio pra caralho!

É apenas uma vez por mês, Nii-san... – o irmão menor também choramingava ao seu lado. – Além de ser norma de segurança, uma casa com mais de quinze pessoas tem que ter treinamentos regulares...

O que lhe lembrava de amaldiçoar o dia em que aceitou morar naquele lugar!

Não bastava ser Cavaleiro, ainda tinha que viver de agregado na casa de quem já era fiel. Pior que isso só se fosse rameira de Gêmeos em seus tempos de ditadura ou ainda tivesse que aturar o maldito Mestre que o treinou naquela ilha dos infernos, que os dois diabos descansem em paz – seu Mestre nem tanto, esse bem que podia ficar em sofrimento eterno.

Não é grande c- Oh meu Deus! – o irmão, que já era branco, ficou ainda mais branco para ficar vermelho logo em seguida. – Versace!

Versace?

O que uma marca de roupas italiana tinha a ver com o frio glacial que fazia naquela caralha de lugar? A única pessoa que provavelmente estaria usando esse tipo de roupa estava do lado do careca infeliz e, até onde pouco sabia, aquele pijama de panda e o roupão não era da Versace nem aqui e nem no Paraguai e muito menos na China, a Terra da Falsificação! Sem contar que aquela menininha mimada nunca, jamais, em hipótese alguma, ia usar uma falsificação de nada! Nem se fosse pra salvar a própria vida!

E sua cara devia dizer tudo isso e mais um pouco, porque o irmão apontou com o dedo em riste para um ponto atrás de si a fim de compartilhar de seu espanto.

Olhe ali! – sua voz era um miado constrangido.

Não estava pensando em nada quando virou para olhar o mais discretamente possível, mas quando viu o “Versace” quase engasgou com o coração subindo pela garganta.

Ahh! Meu Deus! – pra chamar um cara em que nem acreditava era porque a coisa era séria; sentiu até mesmo o rosto esquentar um pouco, certamente estava mais vermelho.

O loiro estava bocejando e coçando a nuca de forma despretensiosa, nem ouvindo as baboseiras sobre segurança e incêndios que o careca falava. E aparentemente nem reparando que ele era o centro das atenções dos criados e de alguns dos colegas e amigos.

Quem em sã consciência sai no inverno só de cueca?!!

E cueca da Versace ainda por cima!

Esse incidente tinha algumas explicações plausíveis. O primeiro que ele podia estar com alguém, mas não tinha ninguém estranho ou diferente na propriedade. A segunda era que ele podia ter acabado de sair do banho, mas era madrugada e tinha um maldito horário de recolher. A terceira era que ele não tinha frio mesmo e dormia de cueca, mas sair de cueca era insano tanto pelo frio quanto pelo atentado ao pudor, ainda mais vindo do russo.

Se fosse o chinês era até mais aceitável, mesmo que no máximo ele só tirasse a camisa perto dos amigos. Mas o russo?!!

Ninguém ali jamais o viu sem camisa, o que dirá só de cueca, era assustador!

Aquele loiro é um monstro!? – a pergunta engasgada quase não saiu. – Ele não sente frio!?

Ele treinou na Síberia e nasceu num lugar bem frio, Nii-san. – o irmão ainda estava todo vermelho tadinho.

E sua vermelhidão era justa, ele não ficava sem roupas perto de ninguém sem ser o irmão mais velho, mas ai é irmão! Sangue do mesmo sangue! Não tinha problema, o problema eram os outros, e especialmente quando os outros estavam sem roupa!

Sem contar que, tinha que admitir com todas as letras, o loiro tinha um corpo escultural. Esguio e elegante como o corpo de um bailarino profissional e dedicado, mas com músculos saltados como de um lutador de wrestling peso médio. A pele parecia mármore branco com algumas sardas bem clarinhas e sutis, o cabelo dourado ainda combinava perfeitamente junto dos olhos azuis cristalinos. A única imperfeição mais gritante em seu corpo era a cicatriz no peito, lembrança do que fez ao tentar esmagar o coração do mais novo, sorte que aquele bendito crucifixo protegeu o órgão do impacto mais cruel.

Como será que ele conseguiu comprar essa cueca? Essa marca é cara... – o irmão ao menos tentava se apegar a detalhes bobos para se distrair.

Ack!! – merda, já estava gripando naquele frio dos infernos. – Shhhhh!! Ele vai olhar pra cá assim!

Dito e feito.

O loiro primeiro os mirou de soslaio, mas logo já tinha virado o rosto. Encarando os irmãos friorentos com o olhar de quem estava tentando entender aquele silencio sepulcral dos dois japoneses.

Eles estavam bem quietinhos e juntinhos, tentando manter algum calor e fingindo que não tinham visto nada, por mais que algumas olhadelas de verificação os denunciassem sem dificuldade alguma. O maior mesmo era o mais envergonhado e quando cruzava olhar tratava de disfarçar na mesma hora ao aquecer as mãos com o hálito quente ou esfregando os braços para gerar um pouco mais de calor.

Na última cruzada de olhares o loiro chegou a sorrir levemente corado, mas não era um sorriso qualquer. Era o sorriso de um lobo que já sabia qual coelhinho iria ser o seu jantar.

Olá Ikki... – até o tom de voz mudou.

O moreno sentiu o corpo gelar e a morte fazer um carinho em suas costas.

Nem esperou o careca terminar de falar para pegar o irmão pela mão e arrastar rapidamente para o quarto que dividiam, queria testemunha e segurança naquele momento, ainda mais porque tinha certeza que alguém estava olhando para sua bunda!


Notas Finais


História curta, mas cumprindo o papel que eu queria hehe
Mari_Verseau toda sua amiga minha :3


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