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História Vodka and Tears - Rilaya - Uma Bebida


Escrita por: Aikn

Notas do Autor


Sei que demorei, mas muita coisa aconteceu. Muitas pessoas importantes para mim se foram e fiquei completamente bloqueada e não sabia o que escrever. Não sei se vocês gostarão desse capítulo, mas espero que gostem.

Capítulo 9 - Uma Bebida


Isadora Smackle era uma garota estranha, tinha que admitir.

A sua Isa era uma menina adorável, pequena e espinhenta que gostava de noites frias e abraços quentes. Maya tinha perdido a conta de quantas vezes as duas tinham dormido juntas com Farkle na mesma cama e se lembrava de que Isa sempre queria ficar no meio com os dois amigos a abraçando. Ela era um neném que merecia carinho e atenção e que odiava ser ignorada. Era delicada e gentil, e respeitava os pais.

Já Smackle era um mistério para Maya.

Durante essa rápida semana perfeita que teve ao lado de Riley, ficou mais do que conhecida no colégio. Ser a melhor amiga de Riley Matthews tinha suas vantagens. Cortava fila na hora do almoço e as pessoas lhe passavam as respostas dos deveres de casa. De alguma forma, pessoas desconhecidas pegaram seus números e a chamaram nos chats de conversa, puxando assuntos completamente aleatórios, como se fossem amigos a anos. Riley lhe obrigou a fazer um perfil no Instagram, e até agora, só tinha postado uma foto. Uma foto de ela e Riley fumando no pátio. Tinha tirado ela a dias, e pelo fato de ter marcado a garota na foto, ganhou milhares e milhares de curtidas, e em três dias, tinha mais de quinhentos seguidores. Achou engraçado o fato de que ser a melhor amiga de Riley Matthews apagou o fato de que ela era a depressiva esquisita e drogada a algumas semanas atrás. E um de seus novos seguidores era Smackle.

Não iria mentir para si mesma. Sentia muita vontade de persegui-la no Instagram, e o fez, e se sentiu uma maníaca. Ela era cheia de fotos com maquiagens, vestidos, com seus amigos felizes. Focou em uma foto específica, em que estava Smackle, Riley, Lucas e Zay. E então foi no perfil de Lucas, que para sua surpresa, sequer tinha cem seguidores. Viu que a sua última foto era ele em uma piscina, com comentários horrorosos que fizeram Maya rir. Chupador de rola era seu apelido preferido. Não iria mentir, estava amando.

Abandonou seu celular – onde estava passando mais tempo agora, pois conversava com Riley e os figurantes de sua escola – para começar a se arrumar para a escola. Suas noites de sono estavam muito melhores, e os pesadelos estavam diminuindo de frequência. Estava melhorando e agradeceria a Riley todos os dias por isso. Tomou um rápido banho frio e vestiu um dos vestidos que Riley deixara com ela. O vestido era amarelo, e em Riley, chegava no meio de suas coxas, mas em Maya, chegava abaixo dos joelhos. Amava aquele vestido que com ela ficou com cheiro de maconha. Também penteou seus cabelos dourados e colocou um chapéu. Não escondeu suas cicatrizes naquela manhã frienta, dispensando um casaco. Gostava do frio. 

Se olhou no espelho e pela primeira vez em muito tempo se sentiu linda.

Foi caminhando até a casa da Matthews fumando um cigarro enquanto ouvia boas músicas de Tally Hall, sentindo o sol fraco da manhã em sua pele clara. Respirava profundamente, pensando em como teria mais um dia incrível ao lado de Riley. Os amigos toscos dela? Maya sempre os suportaria. Aquilo era um dos preços a se pagar para ter sua namorada ao seu lado. Chegou no apartamento dela mais rápido do que imaginara, e subiu a escada de incêndio.

Encontrou-a se arrumando, usando umas de suas roupas que tinha deixado na casa dela depois de passarem uma tarde juntas. Uma calça jeans rasgada e botas que chegavam abaixo dos joelhos. Aproveitaram que os pais dela estavam trabalhando para ficarem no apartamento. As duas estavam amando trocar de roupas, de bijuterias e de qualquer coisa. Trocavam de calcinhas até músicas no celular. Amava o nível de intimidade que as duas tinham. Era como se realmente fossem um só.

- Eu estava falando com a Smackle – Riley lhe disse depois que desceram a escada de incêndio. – Ela disse que o Lucas está tentando me enviar várias mensagens – Ela riu depois de soltar a fumaça por entre seus lábios. – É engraçado, porque antes eu quem corria atrás dele. Agora me sinto importante.

- Você é importante. – Maya disse com raiva depois de pegar o cigarro da namorada. As duas estavam andando perto dos prédios, ignorando alguns olhares por estarem fumando. – Mas é sério? A Smackle é tão vadia a ponto de continuar sua amiga? E o Zay?

- Eu não o vejo muito. – Riley confessou. – E sempre que o vejo ele me ignora.

- Talvez ele se sinta culpado por ter traído você. – Maya sugeriu, fumando mais uma vez. – Provável que ele e Smackle ainda chupem a rola do garoto perfeito. – Continuaram rindo e conversando até chegarem no inferno. Por incrível que pareça, o inferno atualmente estava sendo bem suportável com Riley ao seu lado. Estava tudo mais alegre, colorido e divertido. Mas para Maya, nada poderia ser perfeito. Smackle estava ali, lendo algo em seu chique celular, e assim que as viu, caminhou até elas. Maya não conseguiu deixar de revirar os olhos quando ela se aproximou com aquele falso sorriso e com aquelas botas de salto enormes que a deixavam maior do que Maya.

- Riley, estou pensando em dar uma festa. A casa do Charlie está livre para esse sábado. – Smackle disse sorridente, ignorando Maya completamente, como sempre o fazia. Maya gostava de ser ignorada por aquela vadia, pois aquilo demonstrava que Isadora ainda estava ali, e que ainda se lembrava do que tinha feito. – O que você acha?

- Não vai me dar bom dia, Smackle? – Maya provocou depois de jogar o cigarro no chão para apagá-lo. – Que falta de educação.

Smackle encarou o chão, e Maya notou que Riley estava com um sorriso estampado em seus lábios finos. Maya queria mais. Queria que Smackle sofresse do jeito que ela sofreu. Queria que ela fosse humilhada do jeito que ela foi. Queria que Smackle entendesse sua dor, a dor de uma garotinha que perdera os únicos amigos que tinha para a popularidade.

- Smackle? – Riley disse, quase rindo. – Não vai dar bom dia para a Maya?

Smackle encarou Riley por alguns segundos, e depois olhou para o chão. Maya viu a raiva crescer dentro dela e quis gargalhar na cara dela como Lucas tinha feito quando jogaram macarronada nela. Mas não riu e esperou o bom dia de Smackle que ela sequer conseguiu escutar.

- Meninas, oi – Missy disse quando chegou. Maya já não odiava Missy, pelo menos não como antes. Descobrira que ela era bem engraçada quando queria, e muito madura. Maya devia parar de fazer pré-julgamentos. Sempre pensou que Missy era uma mimada imatura e egocêntrica. Em partes, ela era. Mas era mais madura do que Maya jamais seria. – A Smackle já te contou da festa?

- Acabei de contar. – Smackle disse animadíssima, jogando o cabelo cheio de cremes e chapinha para trás do ombro. – Vai ser incrível. Meu primo, que é dj, está tentando achar uma festa e ele é muito bom. Podemos arranjar algumas bebidas e fazer a festa no jardim perto da piscina. Vi as fotos do Charlie no Instagram com a piscina e uma das fotos teve vários likes. As pessoas vão amar.

- Para quando? – Riley disse, interessada, mas Maya estava prestando mais atenção no carinho que Riley lhe dava com a ponta de seu dedo na palma de sua mão. Era reconfortante sentir aquela demonstração de afeto para suportar a voz irritante de Smackle.

- Que tal sexta? – Os olhinhos pretos de Smackle brilhavam, cheios de expectativa. Maya revirou os olhos.

- Vou pensar a respeito. – Riley disse e foi rapidamente para dentro da escola assim que o portão foi aberto.

As duas foram no armário de cada uma, no banheiro, e Riley ainda foi deixar Maya em sua sala. Amava todo o carinho que recebia da Matthews, como se realmente fosse a pessoa mais importante no mundo dela. Por anos desejou ser amada assim e agora seu maior sonho se tornou realidade. As duas se despediram com um selinho rápido.

Suas aulas foram suportáveis ao lado de Missy e de Charlie, e às vezes tinha que suportar Sofia e Isabella, duas líderes de torcida muito devotas a Riley. As duas sabiam de tantas coisas sobre Riley que Maya até ficava assustada. Na hora do almoço, Riley e Maya comeram na mesa dos populares. Maya achava aquele nome ridículo, mas gostava da sensação de poder que Riley lhe transmitia. Jurou para si mesma que um dia, deixaria de dividir a mesa com Smackle, e ela teria de observá-la com Riley da mesa ao lado da lixeira.

No fim do almoço, Riley lhe puxou para o banheiro e lhe deu um beijo.

- O que acha da ideia da festa? – Riley perguntou, esperançosa. – Tenho várias ideias, e poderíamos nos divertir. Pensei em incluir um pouco mais além de bebida...

Maya riu.

- Poderíamos fazer uma festa incrível. – Começou Riley, se olhando no espelho. Maya se aproximou e a abraçou por trás. – A piscina com luzes, bebidas em todos os lugares, petiscos que deixariam qualquer um brisado, e tantas fotos para postar no Instagram e receber likes que todos vão ficar abismados. No Twitter, hashtags vão nos dar mais reconhecimento, e tudo isso para ver a desgraça de Smackle.

Maya encarou Riley por um segundo através do espelho.

- Faremos com que a festa que Lucas deu seja apenas uma lembrança. Seria uma pena se massacrássemos Smackle na frente de todos. – Riley sorriu e segurou com força a mão da melhor amiga. Mas ela aparentou não gostar do silêncio de Maya. – O que houve? Você não aprova?

- Óbvio que aprovo. Mas não quero mais pessoas te chamado de corna. – Maya revirou os olhos e cruzou os braços. – Vamos foder a Smackle por outro motivo.

- Além de ela estar chupando a rola do Lucas, eu não tenho mais nada sobre ela. Você tem?

Maya suspirou.

- Não, mas eu arranjo.

A tarde se resumiu em Riley conversando com Missy, Smackle e Charlie sobre o quanto a festa seria incrivelmente fodástica. Fariam todos se esquecerem do vínculo vergonhoso que eles tinham com Lucas Friar. Seria incrível. E Maya com certeza faria aquela festa inesquecível.

- Existe maconha comestível? – Riley perguntou, com a voz baixa, e Maya riu enquanto atravessavam a rua correndo.

- É claro. Dá para fazer bolos e brigadeiros com maconha. Dá pra fazer qualquer coisa com maconha. – Maya disse, explicando. Teve um dia em que ela fez um “brisadeiro” de maconha que deixou sua língua dormente e as alucinações a assombram até os dias de hoje. Foi muita maconha. – Podemos servir uns bolos na festa. Deixaremos Smackle mais do que chapada. Ela dirá ótimas verdades para todos ouvirem. Faremos tantas gravações que ela sequer aparecerá na escola na semana seguinte.

Riley riu. Amava a risada dela.

De noite, planejaram um pouco mais na casa de Riley antes de Maya ter de ir embora. Maya ficaria encarregada da comida e da bebida, e daria um jeito de colocar algumas coisinhas a mais na comida e quem sabe até na bebida. Daria um jeito de ninguém sair dali sóbrio, mas não iria deixar ninguém ficar mais louco do que Smackle. Queria apenas ela falando coisas incríveis para as câmeras. Foi embora assim que Cory entrou no prédio. Saiu pela escada de incêndio. Deu um beijo demorado em Riley antes e um abraço no pequeno Auggie.

Assim que chegou em casa já deu telefonemas. Queria tudo perfeito para sexta-feira. A festa seria mais incrível do que qualquer festa que Lucas desse. Daria um jeito de arranjar narguilés e muito esctasy. Tinha certeza de que metade daqueles guris mimados jamais tinha experimentado um brigadeiro com maconha. Se fechasse os olhos, até conseguiria imaginar Smackle rindo e chorando, falando coisas que ela guardava a sete chaves.

Louis Two Shoes a encontraria mais cedo do que o previsto, e Genius Clone também. Ambos eram seus distribuidores mais competentes, mas chamaria outros. Precisaria fazer muita coisa para sexta, e realmente queria que tudo saísse perfeito. Daria muita risada com Riley dos caras loucos de maconha. Seu coração se agitava só de pensar no quanto daria mais diversão para aqueles estúpidos estudantes.

Preparou tudo com a mais perfeição que conseguiu arranjar. Tudo estava em sua casa, pronto para ser usado. Esperou por suas coisas por três dias, e a festa seria amanhã à noite. Pediu para que Riley dormisse em sua casa para lhe ajudar com a comida. Teria de fazer vários bolinhos, pois Riley lhe contou que mais de trezentas pessoas eram aguardadas. Riley, de alguma forma, conseguiu permissão para dormir em sua casa. Tinha certeza de que tinha dito aos pais que dormiria na casa de Missy.

- Minta para o seu papai mais vezes. – Maya disse quando Riley apareceu em sua porta. Não gostou do fato de ela ter ido sozinha. Maya poderia muito bem ter ido buscá-la. Mas Riley saiu sem avisar e apenas lhe contou no caminho que tinha conseguido a permissão. Abraçou a garota com força.

As duas passaram a noite juntas, conversando, rindo, fumando e cozinhando. Estavam preparando tudo direitinho, colocando cada pílula na bebida certa. Combinaram que não exagerariam nas bebidas dos convidados, e que guardariam uma bebida e bolos especiais para Smackle. Quando as duas terminaram de colocar os últimos bolinhos no forno, eram quatro da manhã e estavam exaustas.

- Eu acho que não vou conseguir fazer Smackle beber. – Riley disse, encarando a bebida em que tinham colocado alguns doces para a garota. – Somos amigas, mas nunca a vi beber em toda a minha vida. Pelo menos, não mais do que alguns goles.

Maya encarou a bebida junto de Riley. Não tinha poder sobre Smackle, mas tinha muito poder sobre Isadora. Queria descobrir se Isadora ainda estava lá, enterrada vida e amordaçada para que seus gritos de socorro não pudessem ser ouvidos por Maya.

- Eu faço.

Combinaram de ir de preto. Depois da escola, Maya e Riley foram para a casa da segunda para verem o que usariam. Maya optou por uma calça rasgada preta dela, que tinha deixado lá fazia dias, e um top preto de Riley, que ficava um pouco apertado nela por seus seios serem maiores do que os de Riley. Por cima, usava uma camisa xadrez. Riley estava mais gostosa ainda, usando um vestido justo até a cintura, preto com uma fita, e solto embaixo, que ia até acima do joelho. Riley usava uma simples maquiagem e um escuro batom. Seus lábios estavam tão bem desenhados que Maya teve de se segurar para não pular em cima dela.

- Você é muito linda. – Maya disse antes de abraçá-la por trás. As duas estavam de salto, mas mesmo o salto de Maya sendo maior do que o de Riley, continuava mais baixa.

Esperaram Missy chegar com Charlie, e sequer se despediram dos pais de Riley, que estavam no quarto por não tolerarem a presença da drogada lésbica que estava destruindo cada vez mais a filha perfeita deles. Achava engraçado o fato de eles estarem muito errados. Riley a estava ajudando, e odiava os pais dela por pensarem coisas tão ruins sobre Maya, mas isso não chegava perto do que eles obrigavam Riley a fazer. Maya se preocupava todos os dias em se perguntar se Riley já tinha vomitado ou não.

Tinha que admitir que a mansão de Charlie Gardner era espetacular. Era duas vezes maior do que a mansão de Lucas, e não era de um visual mais antigo, e sim bem amplo, arejado e com paredes de vidro por vários lugares. Luzes deixavam o lugar bem engraçado, pois uma luz acesa passava por mais de três cômodos pelas paredes de vidro. Maya chegou trazendo a comida com a ajuda de Missy e Riley. Arrumaram tudo em cinco mesas. Uma perto da entrada, outra na sala de estar, outra no jardim, outra perto da piscina e uma última perto do open-bar. Estava tudo incrível. A entrada era enorme, e assim que entravam, haviam luzes que refletiam nos espelhos e passavam pelos vidros, dando ao local uma imagem sinistra. Os cômodos eram enormes, e haviam várias caixas de som espalhadas pelo andar debaixo da casa. O jardim era a melhor parte. Cheio de fontes, flores, estátuas, e a piscina ficava bem centralizada com luzes no fundo. No convite, diziam para trazer trajes de piscina, mas May odiava piscinas, e não entraria na piscina que na manhã seguinte, estaria amarela ao invés de azul.

Os convidados foram chegando a partir das oito horas, e a música aumentou. Maya queria ficar em um lugar mais reservado com Riley, mas ela insistia em receber os convidados e tirar várias fotos. Dizia para marcarem ela no Instagram e ainda fazerem uma hashtag para o evento. Achava aquilo desnecessário, mas Riley aparentava apreciar aquelas coisas estúpidas.

As dez, a casa já estava cheia, pessoas já estavam tombando levemente por terem comido alguns bolinhos, e Maya se perguntava onde estava Smackle. Riley foi até ela, e a arrastou para o jardim. As duas se esconderam entre duas árvores de cerejeiras. Riley lhe prensou contra a árvore, para a sua surpresa, e começou a lhe beijar.

- Temos que achar Smackle. – Maya disse, rindo, amando as carícias de Riley e sentindo seu corpo correspondê-las. – Ela não chegou até agora. Temos que oferecer bebidas especiais para ela.

Riley revirou os olhos. As duas voltaram para a mansão, e Maya não demorou para dar de cara com Smackle. A garota estava com um vestido rosa chamativo e com detalhes demais para o gosto de Maya. Sua maquiagem estava clara demais, e ela estava irritante demais. Maya se perguntava como conseguia suportar essa vadia todos os dias. Sabia a resposta. Conseguia por causa de Riley.

- Vamos. – Maya levou Riley até Smackle.

- Oi, amiga. – Smackle deu dois beijos nas bochechas de Riley. – Vamos beber alguma coisa.

Smackle ia pegar uma bebida na mesa, mas Riley a impediu.

- Essas bebidas são muito fortes. Vamos pegar algo mais leve na cozinha. – Riley levou Smackle até a cozinha, e Maya as seguiu. Esperava que Smackle não a tivesse visto.

As luzes iluminavam muito, e muitas pessoas pulavam loucamente, prestes a tombar no chão pela bebida e pelos doces que Maya arranjou. Seguiu com cuidado para não esbarrar em ninguém até chegar na cozinha. O ar estava com forte cheiro de bebida e suor. Amava aquele cheiro. Era o cheiro que mais predominava nas baladas em que ia, junto com gelo seco.

A cozinha estava silenciosa em comparação aos outros cômodos da casa. Riley ligou a luz e foi direto em um dos armários pegar a bebida. Maya se sentou na mesa ao lado de Smackle, que virou o rosto. Riley se juntou a elas e deu um mísero gole. Maya desconfiava que Riley sequer encostou a boca ali.

- Me dá um pouco. – Smackle falou com aquela voz irritante e pegou a garrafa. Deu um gole escasso e tossiu. – Tem certeza de que isso é fraco?

Riley riu.

- Claro que sim. As outras bebidas estão muito mais fortes. Mas e aí? – Riley fingiu dar outra bebida e passou para Smackle novamente. – Ainda conversa com o Lucas? – Smackle deu outro gole, e Maya reparou que esse foi maior do que o anterior. Se ela repetisse isso mais três vezes começaria a falar o que não deveria.

- Não. Eu não vou falar com aquele chupador de rolas. – Smackle riu. Sua risada era irritante, e impregnou na cabeça de Maya como uma praga. – Ele sequer tem cinquenta seguidores no Instagram.

- Você também não tinha cinquenta seguidores no Instagram quando parou de falar comigo para se juntar ao chupador de rolas. – Maya falou com um tom de voz indiferente e deu um gole na garrafa. A bebida estava mais forte do que deveria ser. Black Stone era um de seus preferidos. Mas estava bem acostumada com bebida, e não ficaria como Smackle.

Smackle ficou em silêncio. Ela pegou a garrafa das mãos de Maya e deu outro longo gole. Acabou tossindo no final, e Maya sorriu. Só mais alguns goles. Precisava pensar mais.

- Mas, Riles, você não se sente estranha ao saber que namorava um chupador de rolas? Enquanto você beijava aquela boca, vai saber por onde aquilo passou. – Riley sorriu, e Maya sorriu de volta ao saber que ela tinha entendido seu jogo. – Você não se sente nojenta?

- Com certeza. – Riley fingiu beber um gole e entregou a garrafa para Smackle novamente. – Digo... fico me perguntando quantas rolas ele já chupou. Isso é muito nojento. Quem sabe ele ainda continue chupando rolas.

Smackle tomou mais um gole. Precisava de mais. Queria que ela ficasse incontrolável.

- Espero que mais ninguém converse com ele. – Maya começou a rir, e viu que Smackle bebeu três goles enormes seguidos. Aquilo não era o suficiente. – Não quero ter nenhum vínculo com ele. Smackle, o que você acha?

Smackle a olhou com seus enormes olhos escuros. No passado, Maya tinha amado olhar para aqueles olhos achocolatados cheios de vida e expectativas. Mas agora sentia nojo e queria arrancá-los da cara da vadia Smackle. Se vingaria por ela mesma e por Riley. Smackle não respondeu e deu mais um gole.

- Você é uma vaca, Maya. – Smackle deu outro gole, e outro. Quando foi entregar a garrafa, Maya mal pegou e devolveu, e Smackle deu outro gole, cheia de raiva. – Não consegue entender que eu te deixei por um bom motivo? Meu grande sonho foi andar ao lado da Riley, e agora que eu consegui você vem me perturbar e me atrapalhar. Você não vai destruir tudo.

Aquilo não era o suficiente. Precisava que Smackle bebesse mais, e quando ela caísse de cara no chão e mil câmeras filmassem e postassem em todas as redes sociais, Maya iria rir e repostar, comentar e curtir, porque não seria o suficiente. Aquilo não seria um terço da dor que Maya passou. Smackle deu mais três goles seguidos e começou a chorar.

- Você é um lixo. Ninguém gosta de você. – Riley se levantou e começou a dizer. – Aceitamos você por pena e porque Lucas queria alguém para chupar a sua rola. Acha que eu não vi? – Smackle começou a chorar mais alto, e Riley segurou um dos braços da garota. – Você e Lucas se beijando na última festa que ele deu. Você é uma merda.

Smackle saiu correndo com a garrafa em mãos, chorando. Maya encarou Riley. Os cabelos levemente bagunçados, um sorriso nos lábios bem desenhados e claros, os olhos pegando fogo de desejo e excitação e as mãos trêmulas pela ansiedade. Maya nunca sentiu tanto desejo pela melhor amiga quando naquele momento. Se levantou e a beijou loucamente. Sentia desejo pelos lábios macios dela, queria ela o tempo inteiro. E sentia que a teria para sempre.


Notas Finais


Blá Blá Blá :)
Xau


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