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História Wake me up - Jikook - This can't be happening!


Escrita por: Ly_Aguiar

Notas do Autor


"Autora some por quase 2 anos e posta capítulo novo como se nada tivesse acontecido", entenda o caso:

Mil perdões KKKKKK O que posso dizer? Aconteceu muita coisa na minha vida. Mas acho que o importante é que voltei por ora KKKK Não posso dizer quando vai ser o próximo capítulo, mas posso dizer que pretendo terminar essa fic. Tenho muito carinho por ela e não quero deixá-la inacabada. Ela merece um final. Então, mesmo que eu demore, vou continuar postando capítulos :)

Enfim, espero que gostem do capítulo <3

Capítulo 29 - This can't be happening!


Fanfic / Fanfiction Wake me up - Jikook - This can't be happening!

Não pode ser… Não, não, isso não está acontecendo!

    A visão do meu pai esgueirando-se pela multidão aparentando estar à procura de algo fez com que meu sangue gelasse. Senti meu corpo paralisar e um nó se formou em minha garganta. Na minha cabeça, perguntas como “O que ele está fazendo aqui?” e “Como ele descobriu que estou aqui?” não paravam de surgir, me fazendo até ficar um pouco zonzo.

Senti alguém segurar meu braço.

- Kookie? - ouvi a voz de Jimin, mas parecia distante.

Não consegui reagir. Meus olhos estavam fixados no meu pai, tentando não perdê-lo de vista.

- Kookie, está tudo bem? - ele segurou meus dois braços e me chacoalhou de leve - Dongsaeng?

Despertei do meu torpor em sua última chacoalhada e foquei meus olhos na expressão preocupada de Jimin. E então minha mente pareceu processar tudo o que estava acontecendo.

- Hyung, a gente precisa ir embora! - exclamei, pegando a mão de Jimin e puxando-o.

- O quê? Por quê? - continuei o arrastando em meio à multidão - Espera, Kookie!

Ele puxou seu pulso, o que me fez parar e me voltar para ele.

- Kookie, o que aconte…

- Meu pai está aqui! Ele não pode nos ver! Ele… - me voltei para a multidão, percebendo que havia perdido meu pai de vista. Uma onda de desespero tomou conta de mim.

- Seu pai?! Como assim?

Ignorei a pergunta de Jimin, tentando achar meu pai novamente. O pensamento de que ele já havia me visto ali e poderia surgir do nada me aterrorizava. O que eu diria para ele? O que eu iria fazer?

Então o encontrei em uma das extremidades do local. Ele cochichava algo com um homem, o qual não consegui ver o rosto. Vi quando eles foram em direção a um ponto escuro da balada e desapareceram.

O que está acontecendo?

- Kookie?

- Hyung, espere aqui, por favor - comecei a me esgueirar pela multidão em direção àquele local.

- Dongsaeng, espera! - ouvi Jimin ao longe, mas o ignorei, seguindo em frente.

Após um tempo, finalmente cheguei até lá. Fui na direção do local que havia visto antes, me afastando das pessoas ali e encontrando um corredor estreito. Olhei para os lados, hesitante, antes de entrar ali.

Me apoiei em uma das paredes, sem enxergar coisa alguma. Andei por um tempo até notar que estava diante de uma porta. Peguei na maçaneta e hesitei. Aquele local estava um tanto oculto para o resto da balada. Eu devia mesmo entrar?

No entanto, lembrei do meu pai vindo para cá com aquele homem. Sem mais pensar, abri e entrei.

Me vi diante de um lance de escadas iluminadas fracamente por algumas lâmpadas, que piscavam de quando em vez. Engoli em seco, começando a descer, temendo o que eu poderia encontrar. O que meu pai veio fazer aqui?

Ao longe, vi uma luz brilhante escapando pelas frestas de uma porta. Apressei o passo e, sem trepidar, abri. E o que encontrei me deixou boquiaberto.

Era um recinto pintado em cores escuras, cheio de mesas de jogos e máquinas caça-níquel. Havia um cheiro pungente de bebida e cigarro,  além de gritos e risadas dos que apostavam. Stripers masculinos e femininos dançavam em alguns pole dances e garotos e garotas de programa transitavam pelo local, sentando no colo dos apostadores.

Nunca poderia imaginar que algo assim poderia existir no subsolo da boate. Meu pai estaria em um local como esse?

Não precisei esperar para ter essa resposta. Em uma das mesas, eu o vi sentado, com um prostituto no colo. Ele segurava cartas em sua mão, mas as largou por um momento, pegando um cartão e um saquinho do bolso.

O que vi em seguida foi uma imagem que jamais esperava ver meu pai fazendo. Ele despejou um pó branco em um canto da mesa, ajeitando-o com o cartão. E então, passou uma das narinas por ali, inalando o conteúdo e jogando a cabeça para trás.

Eu estava estático. Simplesmente não conseguia me mover. Continuei ali, vendo-o gritar e beijar o prostituto, enquanto eu só me sentia mais distante do meu corpo.

O meu pai? Um cara que sempre pareceu ser tão íntegro em um lugar como esse?! Cheirando cocaína?! E porque ele tá com esse cara no colo?! Eu simplesmente não conseguia acreditar. Sempre pensei que ele chegava tarde em casa por causa do restaurante.

Não, não pode ser… Dei um passo para trás, tropeçando em meus próprios pés e esbarrando na porta. Isso parece ter chamado a atenção de alguns ali, pois ouvi alguém gritar:

- Ei! Quem deixou esse garoto entrar?!

Algumas pessoas olharam na minha direção, entre elas, meu pai. Assim que nossos olhares se encontraram, senti lágrimas quererem vir aos meus olhos. Antes que os seguranças viessem para cima de mim, me virei e corri escada acima.

Sai do corredor e como tudo o que eu queria era sair dali, esbarrei em várias pessoas em meu trajeto desesperado para chegar até a porta. No caminho, pensei ter ouvido a voz de Jimin me chamando, mas ignorei. Passei pela porta e comecei a correr pelas ruas escuras, sem me importar com nada. A única coisa que eu queria era me afastar dali o máximo que podia.

    

***

 

    Corri por um bom tempo, até sentir as minhas pernas falharem. Eu já estava bem longe da balada e não fazia ideia de onde me encontrava, mas isso não me importava. Andei por aquelas ruas desertas, ainda com a imagem do meu pai naquele lugar, se drogando. Cerrei os punhos com força.

    Como nunca percebi? Como ele escondeu isso tão bem? Tentei me lembrar de algum momento em que meu pai agiu de modo estranho, mas sem sucesso. Como ele tem coragem de julgar alguém? Como ele teve coragem de ficar julgando o Tae e me julgar por ser amigo dele?!

    Senti meu celular vibrar em meu bolso. Enquanto corria, isso aconteceu várias vezes, mas simplesmente continuei correndo. Peguei o aparelho, vendo o contato de Jimin na tela. Suspirei. Não queria falar com ninguém naquele momento. Eu ainda me sentia extremamente decepcionado com meu pai e não conseguia lidar com isso.

    Assim, coloquei o celular de volta no bolso e continuei andando. Comecei a pensar em como a imagem que eu tinha do meu pai estava manchada agora. Sempre o vi como alguém rígido e íntegro. Todos os vizinhos o admiravam por sua gentileza e por sua moral. E agora descubro que era tudo uma fachada? Que na verdade ele não passava de um hipócrita?

    Bufei. É do julgamento desse homem que eu tinha tanto medo?

 

***

 

    Desci do Uber em frente ao prédio onde ficava o apartamento da minha mãe. Não sei porque, de todos os lugares, eu escolhi vir para cá. Mesmo que eu e ela tenhamos nos aproximado bastante, ainda não sinto que somos muito íntimos; até porque ficamos muito tempo afastados. Acho que só queria ter a certeza de que eu poderia confiar em um de meus pais.

Isso me fez lembrar de como meu pai sempre falava mal dela e de como ele me escondeu sobre as tentativas da minha mãe de se aproximar de mim. Ri sem graça. Não deveria estar tão surpreso em descobrir a vida secreta dele; alguém que é capaz de mentir sobre isso é capaz de mentir sobre qualquer coisa.

Bati na porta algumas vezes antes que finalmente minha mãe abrisse a porta. Ela vestia uma camisola longa e tinha uma expressão sonolenta.

- Jungkook? - ela parecia surpresa em me ver - Aconteceu alguma coisa?

Vê-la pareceu desencadear uma série de lembranças e pensamentos que vieram rápidos demais para que eu pudesse assimilar. Sem perceber, lágrimas começaram a cair dos meus olhos e de repente, eu estava soluçando descontroladamente. Minha mãe ficou surpresa de início, mas logo me deu um forte abraço, onde desabei de vez. Não tinha percebido o quanto eu queria chorar até aquele momento.

Ficamos daquele jeito por um bom tempo até ela me guiar para dentro do apartamento. Tomei um banho e minha mãe me deu as maiores roupas que tinha: uma camisa branca, que ficou um pouco justa em mim, e uma calça de moletom. Fomos para o sofá, onde deitei em seu colo e contei tudo o que tinha acontecido.

- Eu confiava nele, sabe? - falei, baixinho - Sempre o vi como alguém que jamais mentiria para mim, que nunca me esconderia nada. Por mais que eu odiasse o fato de ele ser homofóbico, e a gente brigasse por causa disso, eu pensava que ele era honesto comigo - lágrimas silenciosas desceram de meus olhos - Eu tinha tanto medo do julgamento dele. Tinha tanto medo de dizer a ele que sou bi.

Fiquei um tempo em silêncio. Por fim, dei uma risada sem graça.

- Agora eu penso: pra quê? Por que eu tinha tanto medo? Eu não estou fazendo nada de errado. Mas olha só o que ele estava fazendo! Se drogando! E é um hipócrita de merda! Estava lá com um cara no colo e tinha a coragem de tratar o Tae mal! De falar aquelas coisas absurdas! - soltei um longo suspiro, tentando me acalmar - Eu não entendo. Eu me sinto… enganado. Decepcionado. Não sei o que fazer.

Ela não disse nada por um tempo. Apenas ficou acariciando meus cabelos, o que agradeci.

- Você tem que conversar com ele - falou, finalmente - Tem que contar como se sente.

- Eu sei… - suspirei - Eu só… Não queria encarar ele naquele momento. Nem hoje.

- Eu entendo - ela se abaixou e me deu um beijo na testa.

- E pensando bem, nem dá mais para esconder que sou bi. Afinal, o que eu poderia estar fazendo naquela boate gay? - dei uma risada.

- Por falar nisso, já falou com o Jimin?

Balancei a cabeça negativamente.

- Não estava em condições de falar com ninguém.

- Ele deve estar preocupado, filho. Mande, pelo menos, uma mensagem dizendo que está bem.

Ela tinha razão. Assenti e levantei do sofá, pegando meu celular. Jimin havia mandado diversas mensagens e ligado várias vezes, o que me fez sentir uma pontada de culpa. Havia mensagens do Jin e do Namjoon também.

Suspirei pesadamente antes de ligar para ele. Jimin atendeu no primeiro toque.

- Jungkook! Onde você está?! Você está bem?! - ele soava aflito.

- Desculpa, hyung…

- Você tem noção do quanto eu fiquei preocupado?!

- Hyung…

- Onde você está?!

- No apartamento da minha mãe - respondi, tentando manter a calma.

- O quê? Por que você está aí?

Suspirei.

- Aconteceu uma coisa… - umedeci os lábios - É sobre meu pai.

- Ele está bem?

Não respondi nada por um breve tempo, tentando controlar a raiva que sentia ao lembrar.

- Você pode vir aqui? - falei por fim.

 

- O que você vai fazer? - Jimin perguntou, depois que contei tudo a ele.

Estávamos deitados no sofá, abraçados, com Jimin acariciando levemente as minhas costas. Minha mãe havia ido dormir há algum tempo.

- Vou confrontar ele. Falar tudo o que sinto.

- Vai contar sobre nós?

- Não vejo por que esconder - suspirei - Ele não pode me julgar. Não depois do que vi hoje.

- Ainda estou surpreso. Seu pai sempre teve um discurso tão homofóbico…

- Ele é homofóbico - bufei - E do pior tipo: o hipócrita. Aos olhos da sociedade, é defensor da "moral e dos bons costumes", mas às escondidas faz tudo o que diz ser contra.

Ficamos um breve momento calados.

- Eu tô com tanta raiva, hyung. Raiva por ele ter me enganado. Por ter tratado o Tae mal. Por falar aquelas coisas para nós, quando estávamos no hospital. Por ser um hipócrita de merda - suspirei - E triste também. Porque ele estava lá, cheirando cocaína. Nunca imaginei que ele se drogava - minha voz soou embargada. Eu estava me controlando para não chorar.

- Kookie, respira fundo - Ele disse, calmamente - Tenta se acalmar, ok? Sei que foi um choque para você, mas tente se acalmar.

Assenti levemente com a cabeça. Jimin entrelaçou nossos dedos e começou a acariciar minha mão levemente. Senti meu corpo relaxar e ergui minha cabeça para poder olhar o rosto dele. Era impressionante a paz que ele me trazia.

E foi assim que, sem perceber, acabei caindo no sono.

 

***

 

- Vai ficar tudo bem, ok? - Jimin disse, assim que chegamos em frente à minha casa.

Assenti com a cabeça. Eu me sentia bem mais calmo do que estava ontem, mas ainda assim o nervosismo tomava conta de mim. Estar diante da minha casa pareceu ter despertado minha ansiedade.

- Ei - ele ficou na minha frente, segurando meu rosto entre suas mãos - Vai ficar tudo bem.

Olhei em seus olhos e consegui esboçar um sorriso. Acariciei sua bochecha e lhe dei um beijo na testa, abraçando-o em seguida. Não queria que aquele breve momento de paz acabasse, mas eu sabia que não podia mais adiar aquela conversa com meu pai.

Assim, caminhei firmemente até a porta. Depois de uma breve hesitação, a abri, encontrando meu pai andando de um lado para o outro na sala, ainda com a mesma roupa que estava ontem. Ele parou assim que me viu.

- Jungkook! Eu...

- Nós precisamos conversar.

 


Notas Finais


Até o próximo capítulo <3


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