História Was a Dream Until... - What Doesnt Kill You?

*Julian Narrando*

—Vocês já estão sabendo do que aconteceu com o Raymond? –Perguntei a Hayley ao telefone.

—Já, já estamos sim. E metade disso tudo é culpa sua. –Cuspiu as palavras sem nem ao menos se preocupar com o dano que ela faria em meus sentimentos.

—Minha? Raymond que sequestrou a mim e a Mikey. Ele deve ter se matado por pura culpa... E também não me faz falta alguma... A única coisa que me corrói por dentro é ver Michael chorando por uma pessoa que fez seu mal.

—Eu não estou nem aí. Quero que você dê um jeito nisso. Eu e Bert estamos muito ocupados para preocuparmo-nos com problemas seus e de Mikey.

—Problemas? Que problemas? –Perguntei indignada.

—Se você não sabe... Bert e eu que vamos fazer o velório de Ray, e depois vamos comprar uma casa para morarmos juntos. E sim, Bert e eu estamos namorando sério. –Respondeu algo que não me interessa muito.

—Que sejam muito felizes... Agora preciso desligar. Daqui a poucas horas o ônibus chega a Chicago. –Falei esperando que ela falasse mais algo, mas ela apenas desligou o telefone sem prévio aviso. —Nossa, que educação exemplar. –Falei a mim mesma, referindo-se a Hayley.

Olhei as horas no visor do celular, e marcavam 23h00min... E eu sabia que faltavam poucas horas para chegar lá, coisa de 6 horas, eu acho. E eu também sabia que quando chegássemos lá, nós não poderíamos descansar nem um pouco já que o show seria às 14h00min da tarde... Não daria nem para esticarmos a perna, acho que daria apenas para cada um tomar banho, e pôr uma roupa que preste para o show.
Após acordar de meus pensamentos, voltei a guardar meu celular em meu bolso de trás da calça, e pendi minha cabeça para trás.

E em poucos minutos eu caí no sono que eu estava precisando...

*Gerard Narrando*

—Porra, Frank. I’m Not Okay só vem depois de Famous Last Words... –Gritei fazendo que Mikey e Bob virasse toda a atenção para mim.

—Você é tão teimoso... Tá, se quer que seja assim, assim vai ser.

Era sempre assim... Frank sempre querendo que comecemos com sua música preferida, mas nós meio que já temos um “ritual”. E o “ritual” diz que “Famous Last Words sempre vem primeiro que qualquer música”. Porra! Ele sabe disso... E em todos os shows ele fica de pirraça. Nem parece o Frank que eu gosto... Amo.

I,m Not Okay...

Virei para Frank, que estava sentado ao meu lado no assento, e logo o avistei com os bracinhos cruzados e com aquele biquinho que faz quando está bravo... E eu amo beijar esse biquinho.

Inclinei-me para o lado e dei um beijo em sua bochecha, mas ele deu um de “difícil”, e apenas limpou a área com sua mãozinha tatuada. Mas claro, como eu também sou difícil, continuei tentando arrancar um sorriso de seus lábios, que naquele momento estavam quase da cor de sua pele branca. Com uma de minhas mãos apertei sua bochecha e segurei a mesma com uma força um tanto bruta, que o fez gemer de dor por conta de que seus dentes machucavam a área da bochecha que estava sendo apertada por mim, logo colei nossos lábios em um beijo muito desajeitado, pelo simples fato de que seus lábios estavam que nem de um “peixinho”.

Soltei suas bochechas e passei a segurar suas mãos que logo apertaram as minhas, meio que pedindo para que eu não as soltasse mais.

Nosso beijo já estava mais intenso, e apaixonante. Eu simplesmente não queria mais soltar aqueles lábios... Frank me dava vida... Seus lábios me deixavam vivo.
Sua língua brincava com a minha, estava sendo uma coisa tão simples, como se nós nos beijássemos toda hora, o que não era verdade, pois eu e Frank quase não tínhamos contato desse tipo... Eu tenho certeza que nós transamos mais do que nos beijamos.

Soltei seus lábios e mirei minha atenção toda em seu lóbulo que continha seu alargador preto, e que normalmente eu adorava morder aquela parte um pouco acima do mesmo. Então, acabei fazendo após enroscar meus dedos em seus cabelos macios, e um pouco desgrenhados.

—Me desculpa por gritar com você, meu pequeno?

—Desculpo, né... Eu te amo... Sabe que desculpo as besteiras que faz comigo. Mas você é sim um filho d...

—Tá, tá... Sem xingar. Isso acaba com o clima.

—Me beija logo! –Falou, e colocou minha mão em sua coxa.

Ficamos lá nos beijando por um tempo, depois conversamos, depois brigamos mais uma vez, daí eu o beijei de novo, e enfim acabamos caindo no sono quando já ia dar uma hora da manhã, e claro, todos já estavam dormindo a essa hora.

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Abri os olhos e logo senti meus olhos queimando, com certeza por causa dos raios solares que adentravam pela cortina da janela do ônibus. Esfreguei os olhos, e voltei a abri-los, agora já conseguindo deixa-los abertos por completo.
Olhei para o lado, e avistei Frankie todo encolhidinho ao meu lado enquanto segurava a manga da minha camiseta. Aquela cena estava sendo linda, e eu precisava compartilhar com meus fãs. E falando em fãs... Eu precisava saber se eles já estavam sabendo da noticia sobre... Sobre ele, sobre meu amigo Raymond. Nada mais justo do que seus fãs ficarem sabendo que nunca mais vão o ver.

Dead...

Com muito cuidado, enfiei meus dedos em meu bolso da frente, e peguei meu Iphone. Apertei na câmera e tirei foto daquela cena linda de se ver... E eu sei que os fãs irão adorar ver isso.

Após tirar a foto, dei meu jeito de postar aquelas foto com apenas uma mão no Twitter e no Instagram, já que eu não poderia mexer o outro braço. Postei com os dizeres “Ele tem medo de que eu o deixe... Mas eu o amo. Seus olhos brilham... Como um anjo”.

The Light Behind Your Eyes...

Fui lendo vários twitter’s das fãs dizendo que sente muito a perda de Raymond. O cabeludo da banda, um dos caras mais doidões, e que ninguém tinha a mínima possibilidade de pensar que Raymond poderia fazer tudo aquilo com Mikey e com sua namorada – Julian –, que aproposito, algumas fãs não gostam dela por ter “roubado” Mikey delas. Maluquice de fã, mas que é até “fofo”, assim dizendo.

Várias fãs, de países que eu nem se quer já havia ouvido falar... De tantos idiomas, tantas culturas... Mas lá estavam cada uma delas, estavam lamentando a morte de Raymond. Muitas delas eu sabia, eu sentia que estavam se derramando em lágrimas naquele segundo... E eu poderia fazer qualquer coisa para consolar todas elas.
Eu realmente fiz coisas que muitos dos meus fãs se magoaram, mas não foi por querer. É apenas meu jeito. Sabe, chega uma hora que nós cansamos de ter toda essa atenção. E eu não aguentei mais... Porque me julgarem tanto? Mas agora toda minha situação não vem ao caso... O que vêm ao caso é a morte do nosso amigo, que nem se quer eu poderei comparecer ao velório. E Mikey? Mikey está muito mau. Eu sei que está. Julian livra um pouco sua mente desses pensamentos, mas e quando Julian não puder mais livra-lo dessa realidade? Um dia ela não poderá mais. Um dia nenhum de nós poderá mais, e então? E então, Mikey terá que viver com essa dor... Com essa dor no coração, com essa vontade de poder dar o ultimo adeus a aquela pessoa que mesmo o machucando, mesmo humilhando sua pessoa, ele continua a amar aquela pessoa... Aquele amigo. Aquele que sempre queria algo bom para ele, até que esse laço se desfez por uma bobeira... Tanto da parte dos amigos, quanto da parte de Julian...

Foi naquele momento que eu percebi que poderia perder meu irmão se eu achasse que roubando sua namorada não iria dar em nada... Que não teria consequência alguma. Mas eu estava errado, e por muita sorte eu não roubei Julian de Mikey.

Julian estava sendo uma amiga, talvez de um modo errado, mas estava sendo amiga.

Todos aqueles pensamentos só me vinham por conta de que eu tinha uma pessoa especial ao meu lado, e eu não aguentaria o perder. Julian e Mikey me fizeram aprender que mesmo no amor tem desavenças. E a deles está durando, é por isso que eu decidi que daqui para frente eu não irei magoar Frank, não irei mais trai-lo.

E eu estou decidido a pedi-lo em casamento... Sim, casamento. Com aliança e tudo. Quando acabarmos o show, eu o pedirei em cima do palco, e espero que a resposta seja do meu agrado... Eu espero.

Famous Last Words... Words... Last... Famous…