"-Sam.- chamei a sua atenção.- Aquilo na água é sangue?
-Puta que pariu.- com as mãos na cabeça, corremos para junto das pessoas na beira da praia."
-O QUE ESTÁ ACONTECEU?- Sam gritou, olhando para os garotos, que antes riam, mas que agora tinham um feição um tanto preocupada no rosto.
-Caralho, Sammy, era para ser só uma brincadeira, para pagar a aposta!- Cameron, o garoto que saíra da água enquanto descíamos toda a extensão da areia, disse com passando as mãos na cabeça.
-ISSO NÃO IMPORTA!- Interrompeu Sam.- DEPOIS VOCÊS EXPLICAM O QUE ACONTECEU, QUE PORRA DE SANGUE É AQUELE NA ÁGUA?
-PERA!- Interrompi.-TEM ALGUÉM NA AGUA?
-TEM!- Um dos garotos gritou.
Não fiquei a tempo de escutar o resto da resposta, tirei meus saltos e corri de volta para o posto de salva vidas, onde eles tinham pranchas de surf dentro da garagem, e eu sempre soube onde eles escondiam a chave, já que trabalho ali todo verão. Tirei a a mesma de trás da placa com a cruz e abri a garagem, tirando de lá uma prancha. Corri de volta pra água e adentrei a mesma, levando um choque em seguida por conta da temperatura, mas mesmo assim continuei.
O sangue, que já havia se espalhado, começou a tocar em minha prancha, e, seguindo o mesmo com o olhar pude avistar bolhas subindo para superfície freneticamente, com a prancha presa em meu pé esquerdo, virei a mesma de cabeça para baixo e mergulhei, avistando um menino de cabelos escuros e pele extremamente clara, com o pé preso entre as pedras. Tive que me soltar da prancha por alguns segundos, o que seria o suficiente para que a mesma voltasse para beira sem a minha companhia, já que o humor do oceano não era dos melhores.
Consegui remover uma das pedras com a ajuda do garoto, e juntos voltamos para a superfície.
-Você está bem?- Perguntei.- Tirando o seu pé, é claro.-Ele apenas me olhou e revirou os olhos. Minha vontade era de deixa-lo ali para morrer afogado pelas pedras, mas não sou uma assassina e afinal, querer não é poder. Coloquei o braço do garoto em volta do meu pescoço e com muito esforço levei o mesmo para a beira da praia.
-Nash, Beatrice!- Pude escutar a voz de Sam não muito longe, e logo ele e outros dois garotos estavam vindo em nossa direção.-Vem.- Samuel disse, assim que cai na areia, junto de Nash, me ajudando a levantar e me dando seu casaco, colocando o mesmo envolta do meu corpo.
-Vocês estão bem?- Um moreno de cabelos castanhos, alto e forte disse, caminhando em direção ao suposto Nash.
-Eu estou bem, mas seu amigo machucou a perna.-Disse apontando para o menino em minha frente e me encolhendo entre os braços de Sammy.
-Eu não precisava da sua ajuda, eu conseguiria sair dali sozinho.- Ele disse, revirando os olhos mais uma vez, e aquilo me tirava do sério, não somente o garoto, mas também as seguidas reviradas de olhos, como se tudo aquilo não fosse necessário.
-Sabe, você tem razão.- Falei, me soltando de Sam.- você conseguiria sair sem a minha ajuda.-Ao dizer isso, o menino me lançou um olhar orgulhoso, o olhar que alguém lança quando se ganha uma discussão ou quando quer dizer "eu disse."- Você sairia assim que seu pé apodrecesse depois do seu corpo ter entrado em decomposição em reação ao sua morte por afogamento.- Falei indo em sua direção e encarando seus imensos olhos azuis, se eu não estivesse com tanta raiva, poderia até mesmo dizer que eram lindos e encantadores, mas tive que espantar os pensamentos e troca-los por como aquela cara seria uma delícia de se socar.-Sabe, eu deveria te-lo deixado mais uma pouco lá embaixo, para você pensar que ia morrer e ficar inconsciente, para ver você engolir esse teu ego de mauricinho de quem não precisa de ninguém.
-Olha só garota.-Ele disse, tentando caminhar em minha direção, mas vacilando e caindo em cima de mim. Por um momento pude perceber seu olhar alternando entre meus olhos e minha boca, mas não poderia acontecer.
-De nada por amortecer a sua queda, e de nada, de novo, por ter salvo a sua vida naquele mar, agora sai de cima de mim.-falei séria e pude vê-lo soltar um risinho, que logo se desfez, ele se aproximou de meu ouvido e sibilou 6 palavras separadamente.
-Eu não precisava de sua ajuda.-Revirei os olhos.
-Alguém me ajuda aqui?- Perguntei, apontando para o menino em cima de mim e logo pude sentir seu peso sair de cima de meu corpo. Com a ajuda de Cameron e do menino alto, moreno e forte, Nash estava em pé em minha frente, já Sam me ajudava a levantar.
-Então Bea, eu acho que está na hora das devidas apresentações.- Ele disse, tentando quebrar o clima tenso.- Meninos essa é a Beatrice-Falou enquanto passava os braços em volta de meus ombros, dei um leve sorriso para os outros garotos que agora me encaravam.- Esses são Cameron- Disse apontando para o garoto que saíra da água.- Shawn.- Falou se referindo ao moreno, forte e alto de antes- Nate, Carter, Taylor, Aaron, Jacob, Matt, Jack Jonhson e Jack...- Ele parou e olhou em volta.- Cara, cadê o Gilinsky?- Sam perguntou para o loirinho, Jack Jonhson.
-Ele estava por ai com uma garota.-Jonhson respondeu.
-Na verdade nosso garanhão está ali.- Taylor disse, apontando para duas pessoas descendo a areia correndo.
-E esse é o Jack Gilinsky e uma menina.- Sam disse sorrindo para mim.
-Scarlet.- Eu disse, segurando o riso. -
Scarlet?-Matt indagou.
-É a minha amiga, Scarlet.- Disse rindo.
Gilinsky chegou e todas as apresentações aconteceram mais uma vez, só que dirigidas para Scarlet dessa vez.
-O que aconteceu?- Ela perguntou chegando em mim depois, falando baixo.
-Te conto em casa.-Falei no mesmo tom.- Acho que já vamos indo.- Disse sorrindo.
-Fica, por favor.- Sammy disse chegando mais perto.
-Eu falo com você por mensagem, ok? Eu to com frio.- Respondi, apontando para a roupa molhada.
-Tudo bem.- Sorriu.
Entrei no carro com Scarlet e fui contando tudo o que acontecera aquela noite, e ela ria mais que tudo, como se toda a situação com o idiota do Nash tivesse sido engraçada.
-Ele é um babaca.- Falei rindo.
-Um babaca gato, tu viu aqueles olhos, meu deus.
-Você é toda errada Scarlet.
-Vai dizer que ele não é bonito?-Scarlet disse me encarando.
-Ele é bonito.- Respondi, puxando o freio de mão e girando a chave.- Mas é otário.- Completei enquanto abria a porta e saia do carro.
Subimos as escadas e tomamos os respectivos banhos, fizemos pipoca e brigadeiro e deitamos na cama, fazendo uma maratona de séries até cairmos no sono.
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