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História We are infinite - Ela tem o mesmo olhar que eu...


Escrita por: lHina e scarletamanda

Notas do Autor


Mals a demora :(
Se eu ficar sem postar algum tempo não estranhem, porque não vou abandonar a fic <3

Capítulo 7 - Ela tem o mesmo olhar que eu...


POV Karma

   Minha aparência estava degradável nesse fim de semana devido à visita chorosa que fiz a Zen, graças a deus já era noite de domingo e logo estaria de volta ao trabalho sem tempo para remoer minhas tristezas. Shane tinha ligado informando da entrevista e dos horários de cada candidato o que me fez ajeitar minha agenda profissional para estar disponível em todas, queria escolher pessoalmente a pessoa que se tornaria meu assistente pessoal e me auxiliaria sempre que fosse solicitado.

   Minha noite se resumiu em comer pipoca e assistir alguns filmes antigos que sempre gostei e imaginar como seria minha vida se tivesse tido a oportunidade de fazer tudo diferente, certamente valeria a pena voltar no tempo e tentar fracassar menos mesmo que isso implicasse em algumas perdas como danos colaterais, mas como dizem não se vence uma guerra sem sacrifícios e jamais se muda o tempo sem consequências. Tudo na vida tinha a lei da ação e reação como base de funcionamento, suas atitudes sempre trariam resultados sendo eles positivos ou não por isso pensar antes de agir era o conselho mais sábio de todos e o fato de não ter feito isso quando tive a chance me assombraria para sempre. Há muito tempo descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo, porque de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar.

 

*

   A segunda já tinha começado repleta de compromissos e correria, como me sentia feliz por isso. Cheguei à revista bem cedo para organizar as perguntas das entrevistas e preparar as fichas dos candidatos para que pudesse adiantar a seleção para meu assistente, Shane já me esperava na entrada do prédio e ficou muito contente em ser útil para mim ajudando a botar tudo no lugar, obviamente o convidei para participar da entrevista para tornar tudo mais fácil e como sempre aceitou me dar mais essa força.

   As horas passaram como foguetes e num piscar de olhos o relógio já batia três da tarde, horário em que nossa primeira candidata chegaria e como pedi seria Amy Raudenfeld. Ajeitei bem a sala e coloquei o currículo dela sobre a mesa aguardando ansiosa para saber como uma aluna tão empenhada seria, provavelmente seria uma daquelas nerds de óculos de grau com que nunca tinha tempo de fazer outra coisa se não estudar, mas pouco me importava diante das habilidades acadêmicas dela. Shane já estava posicionado ao meu lado e quando menos esperávamos ouvimos uma batida leve na porta.

- Entre. – Falei alto o suficiente para que ela escutasse.

   A porta se abriu e não consegui esconder o olhar de surpresa quando uma moça de cabelos loiros longos e olhos verdes entrou, como ela podia ser tão perfeita em aparência e histórico acadêmico? A mulher que estava diante de mim não era nem perto de como eu imaginava, meu amigo me olhava de canto de olho com um sorriso suspeito nos lábios o que me fez retornar para a realidade.

- Sente-se. – Apontei a cadeira e me deixei fita-la enquanto sentava, foi quando notei que ela era moça que tropeçou em mim no outro dia. – Eu conheço você. – Afirmei e ela abaixou o olhar.

- Tropecei em você outro dia. – Admitiu corada e com as mãos sobre as pernas.

- Exatamente.

- Estou perdido aqui. – Shane se pronunciou.

- Aquele dia que sai para pegar um ar e... – Parei de falar quando percebi que diria algo como comprar meu remédio, a última coisa que eu queria era uma adolescente pensando merda de mim. – Lembra? – Mudei o foco da fala.

- Claro que sim querida. Que ótimo já se conhecerem. – Cruzou as mãos uma na outra.

- Enfim vi seu currículo e tenho que admitir estar impressionada com suas felicitações acadêmicas.

- A... Que bom ouvir isso. – A moça era extremamente tímida.

- Sem querer ser arrogante, mas já sendo. Se pretende ser minha assistente pessoal terá que agir como tal e não como uma garotinha envergonhada querendo se esconder atrás da mãe. – Meu amigo me olhou com desaprovação pela arrogância.

- Nem se quisesse esconder atrás dela conseguiria. – Murmurou e quase não ouvi o que disse.

- Desculpe?

- Não é nada. – Controlou uma reação e timidez.

- Ótimo. Primeiro gostaria de saber o porquê de querer se juntar a nossa revista.

- Bom acho que eu seria de grande ajuda para sua revista já que pretendo me formar em jornalismo e seguir a carreira com o mesmo empenho que sigo os estudos, sei que aqui é o melhor lugar para se começar uma carreira, pelos méritos da Infinite e sucesso que faz. – A resposta dela parecia ensaiada e como todas as outras, normalmente eu teria aceitado sua fala, mas sabia que seu olhar implicava mais que sucesso profissional, aquele olhar parecia com o meu durante os dois anos sem contatar meus pais, expressava solidão e infelicidade.

- Por que não tenta me dizer o real motivo de estar aqui? – Perguntei recebendo um olhar confuso da moça, que parecia muda.

- Como assim mon amour? Desculpe até eu fiquei curioso.

- Quero dizer para falar com o coração, o jeito que você olha implica muito mais que sucesso profissional.

- Não acho que isso seja pertinente em uma entrevista de emprego. – Disse nervosa.

- Talvez não, mas estou pedindo que diga obviamente se quiser dizer.

- Eu... Não sei se posso.

- Como preferir, mas seria de grande ajuda na seleção final conhecer melhor uma das candidatas. – Usei essa fala como chantagem para saber o que aquele olhar escondia, de alguma forma me intriguei.

- Tudo bem. – Falou rápido. – Ficarei feliz em dividir.

- Ótimo, fique a vontade.

- Digamos que as coisas em casa não são das melhores. – Parecia envergonhada. – Não passo fome nem nada do tipo e não quero que sinta pena de mim.

- Eu não sinto pena de ninguém querida. – Aquilo soou um pouco duro demais.

- Farrah paga minha faculdade, mas odeia gastar dinheiro com isso, vive jogando na minha cara que preciso de um trabalho para deixa-la em paz e seguir minha vida. – Desabafou rápido sem dar detalhes.

- Farrah?

- Minha mãe. – Ela pronunciou as palavras com certo receio e nojo.

- Entendo. – A analisei por alguns segundos notando o desamparo crescer em seus olhos. – Só pelo seu olhar posso deduzir que não está fazendo isso só por você.

- Como você sabe? – Parecia incrédula com minha percepção, Shane acompanhava o bate papo sem entender muita coisa, mas se ateve a não entrar no meio da conversa.

- Eu só sei, houve um tempo em que queria mudar as coisas para mim e outra pessoa. – Não quis mencionar meu passado trágico.

- Parece que conseguiu.

- Você não sabe disso, mas e então tem mais alguém incluso?

- Minha irmã, quer dizer meia irmã. – Notei certo desconforto nas palavras dela e resolvi prosseguir tudo de forma profissional.

- Continuando. – Mudei o foco da entrevista, suavizando a tensão que se instaurava no ar. -Acha que conseguiria atender as necessidades dessa revista?

- Acredito que faria qualquer coisa que fosse necessária para isso. – Ali estava o que eu tanto queria a disposição em seguir ordens.

- Qual sua pretensão salarial?

- O suficiente pelo trabalho que eu realizar aqui dentro. – As repostas dela eram ótimas e corriam naturalmente.

- Shane você quer perguntar algo? – Olhei o moreno que estava calado a tempo demais.

- Claro. Como você lida com a pressão? – Com certeza ele perguntava aquilo pelo meu gene forte em exigir mais do que as pessoas podiam fornecer.

- Eu estou acostumada a lidar com qualquer tipo de situação, não me estresso facilmente apenas faço o possível para resolver o problema e fazer isso da forma mais eficiente possível. – Mais uma resposta inteligente e agradável aos meus ouvidos.

- Você é boa em responder perguntas querida. – Shane comentou arrancando um sorriso iluminado da bela moça a minha frente.

- É muito jovem para tantas boas respostas. – Meu amigo era ótimo em ajudar na auto estima das pessoas, diferente de mim que só sabia diminui-las ainda mais.

- Fico agradecida que ache isso. – O corpo parecia relaxado pela primeira vez desde que cruzou a porta.

- Quantos anos têm mesmo? – A pergunta soou aleatória.

- Dezoito.

- Ótimo, acredito que por hoje é isso senhorita Raudenfeld. – Estendi a mão para ela e quando pegou senti que seus dedos tremiam.

- Muito obrigada pela oportunidade. – Agradeceu um pouco tímida.

- Foi um prazer mon amour. – Shane pegou na mão dela.

- O prazer foi todo meu. – Após dizer isso nos deu um aceno de cabeça e sumiu porta afora.

   Meu amigo me encarava intrigado com o tom pessoal que dei a entrevista e não conseguia conter sua curiosidade sobre o motivo que me levou a fazer isso, o encarei de canto de olho e me expliquei antes que perguntasse.

- Ela tinha meu olhar de quando cheguei à cidade. – Me referia época em que estive brigada com meus pais e nunca tive a chance de me desculpar.

- O olhar desamparado de infelicidade? – Como ele me conhecia bem.

- Exato, parecia ser mais que isso, os problemas dela pareciam se estender além da mãe. – Fiquei pensativa.

- É uma pena que existam situações como a dela.

- É uma pena. – Reforcei o pensamento dele e no meu interior eu já sabia exatamente o que queria, queria Amy Raudenfeld como minha assistente, mas não diria isso a ele agora apenas na hora certa. Parte de mim implorava para conhecer aquela moça e tentar tira-la do caminho que segui.

   Continuei na revista até bem tarde fazendo as outras entrevistas, não importava quantas pessoas ainda faltavam nessa semana minha decisão já tinha sido tomada desde o momento que reconheci o desespero nos olhos dela. Ela tinha aquele desejo de mudar de vida assim como tive anos atrás, era do tipo que sai e agarra com unhas e dentes aquilo que quer, pois já sabe que ninguém dará isso a ela de bandeja.


Notas Finais


O que acharam do cap?
Comentem e recomendem a história se estiverem curtindo <3


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