História We know - Sua mão ta doendo?

P.O.V Camila

- Camz, você demorou e eu resolvi vir atrás pra… - A Lauren parou na porta do banheiro assim que viu a cena e arregalou os olhos. Logo vi Mani, Ally e Lucy chegarem atrás dela e reagirem da mesma maneira, mas não demorou muito pois mais rápido do que eu pudesse perceber, Lauren foi na direção da Laura e acertou em cheio um murro em seu rosto, fazendo-a cair no chão do banheiro. Eu olhava a cena horrorizada sem saber o que fazer ou como reagir, mas logo Mani correu até a Lauren e a impediu que ela fizesse alguma besteira.

- Calma, Laur, não vale a pena, vamos embora, vamos levar a Mila daqui…

Eu olhava pra minha Lolo e tudo que eu via era raiva em seus olhos, ela não parava de olhar pra Laura que ainda estava caída no chão. Quando finalmente consegui sair do lugar, me aproximei da Lauren e segurei sua mão, que parecia machucada pela força do murro. Fiz um carinho no lugar e dei um beijo na sua bochecha, a puxando devagar pra um abraço e sussurrando no seu ouvido: “Eu to bem, Lolo”. Percebi seu corpo relaxar no meu abraço e ela retribuir, me puxando pela cintura pra perto do seu corpo e deixando um beijo na minha testa. A puxei devagar pra sairmos daquele banheiro, mas antes ela virou, encarou a Laura e disse, sua voz num misto de raiva e proteção:

- Nunca mais se aproxime da minha menina outra vez, espero que isso esteja bem claro. - saímos de lá muito rápido e como não tínhamos mais tinha clima de festa, fomos para a área externa da boate. As meninas se mantiveram um pouco afastadas de nós e eu sentei no sofá, ficando de frente pra Lauren e ainda segurando sua mão machucada e mesmo assim ela não reclamava de dor. Após um tempo, ela quebrou o silêncio com um suspiro e a frase:

- Foi horrível te ver nos braços de outra, mesmo que você não tenha culpa. - fiquei com um bolo na garganta quando ouvi aquilo, eu não queria ter causado alguma dor a ela, mesmo que não tivesse sido minha intenção, eu me sentia suja ao lembrar das mãos da Laura em mim. Apenas concordei com a cabeça e levei a outra mão ao seu rosto, acariciando-o de leve e deixando um beijo no canto da sua boca.

- Eu imagino, Laur. Me desculpa, eu não queria te deixar assim. Sua mão tá doendo? Acho que vai precisar colocar gelo. - ela sorriu de canto e puxou meu corpo pra próximo ao dela, deixando um beijo na minha cabeça e suspirando.

- Não, eu tô bem e minha mão também. Só fica um pouco aqui comigo…

- O tempo que você precisar, Lolo. - eu estava encolhida no sofá, deixando o braço da Lauren me rodear e com a cabeça deitada em seu ombro.

- E se eu precisar pra sempre, Camz? - levantei devagar a cabeça e a encarei. Ela mantinha um sorriso torto no rosto e aqueles olhos abençoados fixos em mim.

- Então eu ficarei aqui pra sempre, Lolo. - falei com toda certeza que tinha no meu coração. O resto da noite foi apenas nós na nossa própria estufa de carinhos e declarações. Como voltamos cedo, as meninas resolveram voltar de táxi. Lauren pediu mil desculpas, falando que estragou a noite delas mas todas fizeram questão de deixar bem claro pra ela que estava tudo bem e que era pra irmos pra casa descansar.

Durante o percurso pra casa, ela ainda estava calada e eu estava pensativa, nem o som do carro nós ligamos. Quando paramos na porta da minha casa, ela desligou o carro e me olhou, e apenas pelo seu olhar, percebi que ela estava melhor.

- Laur… Obrigada, sabe, por me defender hoje.

- Camz – senti sua mão acariciar minha bochecha e fechei os olhos com aquele carinho – Eu fui tão egoísta. Pensei nisso o caminho todo. Eu me preocupei o tempo todo com o que eu senti, mas não dei importância pra você. VOCÊ estava naquele banheiro com aquela louca, VOCÊ que poderia estar machucada. Me desculpa, eu só deixei a raiva tomar conta e não soube controlar.

- Ei ei ei, Lolo, não fala mais isso. Eu estou bem, ok? Graças a você, eu to bem. Me deixa ver essa mão – seguro sua mão e vejo que estava ficando com uma cor roxa muito feia – Meu deus, Lauren. Vem, vamos colocar gelo nisso – desço do carro e vou em direção à porta sem dar chance pra que ela retruque.

Imediatamente fui pra geladeira e coloquei uns cubos de gelo num pano, voltando pra sala onde ela já se encontrava e sentando ao seu lado, já posicionando o gelo coberto no local de cor estranha. Quando a olho, percebo que ela me encara com um sorriso enorme, e então, falou baixinho:

- Oi morena, vem sempre aqui?

- Oi. Venho sempre que alguma menina bonita defende a minha honra – ela ri baixo e continua me encarando fixamente – O que foi?

- Você é tão linda. - desvio o olhar e sorrio sem saber o que falar, mas ela continua – Você é linda por fora e mais linda ainda por dentro. Agora faz todo o sentido do mundo do porque eu ter me apaixonado por você.

- Lauren… - ela me calou com um selinho demorado e depois continuou.

- Queria poder dormir de novo com você. Meu corpo se acostumou mal em uma noite e já quer o calor do seu pra dormir melhor…

- Fica aqui hoje – falei com a boca muito próxima à dela – Dorme comigo, meu corpo é outro muito mal acostumado pela presença do seu.

- Apesar de meu corpo e coração falar “sim” com todas as letras, eu ainda tenho um pouco de juízo que diz que sua mãe pode ser muito boa comigo, mas não ao me ver na sua cama – ri baixo e encosta nossas testas, roçando de leve o nariz no meu.

- Ela não precisa saber que você dormiu aqui. Só estaciona o carro num lugar fora de vista, avisa a sua mãe e vem dormir comigo, a gente precisa disso.

- Quem é essa Camila rebelde que arquitetou esse plano maravilhoso? - deu aquela risada gostosa e beijou meus lábios de um jeito demorado – Tem certeza que não vai ser problema eu dormir aqui? - balancei a cabeça positivamente e ela sorriu – Tudo bem então, me espera que vou colocar o carro na rua ao lado.

Enquanto ela ia esconder o carro, eu fui até a porta do quarto da minha mãe, avisei que tinha chegado e pra minha sorte, ela logo voltou a dormir e eu pude voltar até a porta e receber uma Lauren sorridente que logo segurou minha mão enquanto eu a guiava até meu quarto, antes desconhecido por ela.

- Uau, rosa, laços, mais rosas, mais laços, uma overdose de roças e laços e um cheiro maravilhoso – ela dizia enquanto analisava meu quarto perfeitamente organizado. Eu ri e fui até meu guarda roupa, separando um pijama pra mim, uma camisa que em mim ficava gigante mas que nela, provavelmente, ficaria perfeita e o short mais folgado que eu tinha. Coloquei tudo na cama e lhe entreguei uma toalha.

- Enquanto você fica ai analisando meu quarto, eu vou tomar banho e quando for sua vez, tente não fazer barulho pra não acordar minha mãe, ok? - ela concordava com a cabeça e agora olhava as fotos coladas num painel – Já avisou a sua mãe que vai dormir aqui? - ela voltou a concordar com a cabeça – Ok, agora que eu tenho certeza que to sendo ignorada, vou pra o banho.

- Ei! - eu parei na porta do quarto e olhei pra trás – Não demora, não gosto de ficar longe de você..

-

Quando ela voltou e fechou a porta do meu quarto, pedi pra que trancasse. Minha mãe não costumava entrar sem motivos no meu quarto, mas era melhor prevenir. Ela olhou pra minha cama de solteiro, onde eu já estava sentada com as costas apoiadas na cabeceira, então ela sentou ao meu lado e eu pude ver que sua mão já estava bem melhor. 

- Amanhã vamos colocar mais gelo aí e se não melhorar, você vai ao médico, ok brigona?

- Não precisa de médico, Camz, tá tudo no lugar aqui, eu garanto.

- Não importa, eu vou cuidar de você.

- Você já faz isso muito bem – ela se inclina e sela nossos lábios, mas logo deita na cama e começa a implicar e me puxar pra deitar também.

- Espera, menina, eu não vou deitar agora, alguém precisa apagar a luz – fui até o interruptor e após apagar a luz, voltei tateando as coisas até localizar a cama e aparentemente, a bunda dela.

- Ops… - rimos juntas e um pouco alto, então sem demora deitei ao seu lado e colei nossos lábios – Shiii, não faz barulho, não esqueça que se minha mãe descobrir a gente, ela mata você e não eu.

- Eu penso nisso a cada minuto, Camz.

- Boba – rio e me aconchego no seu corpo, sentindo seu braço enlaçar minha cintura e seu nariz encostar no meu pescoço.

- Sabe, apesar de tudo, foi um bom aniversário.

- Foi?

- Sim. A companhia das minhas amigas, das suas amigas e a sua fez tudo valer a pena.

- Acho que se depender da gente, seus aniversários sempre serão agitados – sinto ela me abraçar mais gostoso e deixo escapar um bocejo – Boa noite, Lolo.

- Boa noite, Camz.