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História Where Did You Sleep Last Night? - A noite que mudou minha vida.


Escrita por: strokiszka

Notas do Autor


ooi,gente! tudo bem?
estou postando essa história super no impulso. Estou terminando de postar uma fanfic com o Alice In Chains,estou escrevendo a segunda parte de uma fanfic também com eles,mas eu estou tão animada com essa daqui que resolvi postar. Provavelmente eu vou demorar a postar um pouco,mas tenho uns dois capítulos prontos já.
Nina,sua maravilhosa,surpresinha para voce!!! kkkkkkk
espero que gostem!
ps: essas são a Mariah e Nina ;)

Capítulo 1 - A noite que mudou minha vida.


Fanfic / Fanfiction Where Did You Sleep Last Night? - A noite que mudou minha vida.

Tacoma - 21 horas.

Num ato desesperado, joguei as três mochilas pela janela do meu quarto que ficava no segundo andar da casa. Ouvi seus passos e um desespero tomou conta de mim. Me dirigi para a janela pronta para pular mas ele puxou meus cabelos, me jogando no chão, já dentro do quarto.

- Tá achando que vai fugir, vadiazinha? - Perguntou, montando em cima de meu corpo.

- Me solta, seu arrombado! - Me debati com a intenção de tirá-lo de cima de mim, não obtendo sucesso.

- Cala a boca! - Encostou o cano frio da pistola em minha testa, bem no centro dela. Senti todo o meu corpo tremer, aquele poderia ser o último dia de minha vida.

- Vai, atira! Atira! Me mata logo, você já matou minha mãe e eu não tenho nada nesse mundo sem ela. - Gritei, nervosa.

Ele abriu a boca pronto para responder quando ouvimos um gemido vindo da escada. Ele me fitou e saiu de cima de mim. Rapidamente me levantei e fui até o corredor ver o que era. Era minha mãe, cheia de sangue. Ela não estava morta, ainda.

- Filha, foge! - Ela reuniu suas últimas forças para gritar.

Sem pensar duas vezes me joguei da janela do quarto, ouvindo mais um disparo. Cai no chão cheio de folhas de árvores e senti meu corpo doer, mas não podia ficar ali parada, então peguei as três mochilas e corri -mancando- o mais rápido que pude, mas ainda escutei seus gritos:

- Sua vagabunda, eu vou te buscar até no quinto dos infernos! - Meu padrasto gritou da janela do quarto.

Continuei minha corrida até a rodoviária próxima de minha casa, onde comprei uma passagem de ônibus para Seattle, onde minha vida recomeçaria dali em diante.

Flashback on.

Eu e minha mãe estávamos na sala assistindo TV e comendo pipoca. Ela e meu pai se separaram quando eu era apenas um bebê de três meses, ou seja, nunca conheci meu pai, pois ele nunca veio me visitar. Depois da separação, ela conheceu o meu padrasto, Harper, com quem se casou. Eles não tiveram filhos, mas tiveram um bom casamento até ele virar um alcoólatra estúpido que espancava a esposa. Naquela noite de sábado ele tinha ido ao seu lugar preferido na terra, o bar ao lado de nossa casa. Eu sabia que ele chegaria extremamente bêbado e estava com medo, porém, não demonstrei, não queria que minha mão percebesse.

Eu estava deitada no colo de minha mãe enquanto ele me fazia cafuné.

- Está tudo bem, minha filha? - Minha mãe perguntou.

- Está sim, mãe. - Sorri sem mostrar os dentes.

- Parece preocupada.

- Estou bem, mãe. - Forcei um sorriso.

- Eu vou levar o pote de pipoca para a cozinha já que terminamos de comer.

Ela levantou-se no mesmo instante em que a porta da sala foi aberta com força, batendo na parede. Meu padrasto havia chegado. Meu coração batia descompassado e fiquei ofegante, sentindo o medo correr por minhas veias.

- Holly, vai fazer minha comida. - Harper ordenou.

- Já vou. - Minha mãe abaixou a cabeça e foi para a cozinha.

O homem sentou ao meu lado e pude sentir o odor forte de bebida.

- Me dá o controle remoto, fedelha.

Passei o controle para ele e respirei fundo, tentando controlar as batidas do meu coração. Minhas mãos suavam e minha boca estava seca, tudo por eu estar morrendo de medo dele bater em minha mãe, novamente. Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes ele tinha a agredido, pedido desculpas, dito que ia mudar... Mas não mudava e sempre cometia os mesmo erros.

Minutos depois, minha mãe apareceu na sala com um prato de sopas de legumes. Aquele aroma gostoso se espalhou pela sala, fazendo minha barriga roncar. Ela colocou o prato na mesa de centro em frente ao sofá.

- Aqui está. - Ela estava pronta para se retirar, mas ele não deixou.

- Espera aqui, - pediu com a língua enrolada - quero ver se isso tá bom.

Minha mãe respirou fundo e ficou ali parada em frente a ele. Meu olhar encontrou o dela e o sustentamos por uns segundos, até que ela balançou a cabeça em direção ao quarto, e eu entendi que era para eu subir.

Subi as escadas e entrei no meu quarto, em seguida, comecei a ouvir a discussão deles.

- Isto está uma merda! Você é uma vagabunda! Não faz nada direito, não serve para nada! Vadia! - Harper gritou.

Não consegui ouvir a voz de minha mãe, apenas ouvi barulho de vidro quebrando.

- Harper, está quente, meu Deus! Você me queimou. - Minha mãe choramingou.

- Eu deveria ter enfiado esse prato de sopa no seu... Aceite que tacar ela em você foi um castigo! Agora limpa isso, sua vagabunda!

- Eu não sou vagabunda! - Minha mãe bradou e em seguida, ouvi um barulho alto na sala, provavelmente meu padrasto tinha virado a mesa de centro no chão.

Uns segundos depois minha mãe começou a fazer um escândalo, gritando, esperneando. Ele estava a agredindo. Tapei os ouvidos com as mãos e fechei os olhos com força, desejando que aquilo fosse só um pesadelo. Eu já não aguentava mais aquele inferno. Abri os olhos e abri o meu armário. Estava decidida a tirar minha mãe daquela casa. Peguei três mochilas e coloquei roupas, documentos, coisas que eram necessárias para minha sobrevivência. Peguei o porta retrato da cabeceira de minha cama. Era uma foto minha e de minha mãe. Terminei de arrumar minhas coisas e segui para o quarto de minha mãe, para arrumar as coisas dela, enquanto isso, eles continuavam a brigar.

- Seu demônio, eu te odeio. - Minha mãe falou.

- Ah, é? Eu sou um demônio? - Perguntou grogue. - Então se prepare para conhecer o inferno. - Em seguida, o barulho fatal. O barulho de tiro ecoou pela casa e eu tive que me segurar na porta do quarto de minha mãe para não cair. Minhas pernas bambearam e meus olhos se encheram de lágrimas. Reuni forças e desci as escadas. Chegando na sala, vi meu padrasto com a arma na mão e minha mãe, caída no chão.

- Seu... Seu... O que? - Perguntei, vendo minha visão embaçar por conta das lágrimas. - Eu vou ligar para a policia, você vai pagar por tudo! - Gritei.

- Não, eu vou te matar também! - Ele veio atrás de mim e eu subi as escadas como um foguete, entrando no quarto e pegando as três mochilas.

Flashback off.

Depois de 1 hora e meia, desci no primeiro ponto no centro de Seattle. O vento frio balançou meus longos cabelos castanhos, me fazendo tremer ao sentir a brisa em meu pescoço. Sentei em um banco que encontrei na calçada, tentando compreender tudo o que havia acabado de acontecer. Sem alternativas, me deitei ali mesmo, pronta para adormecer na rua pela primeira vez em minha vida.

Abri os olhos e estava amanhecendo. Minhas costas doíam. Me sentei e passei as mãos pelo rosto, vindo à tona tudo o que aconteceu na noite anterior. Queria que tudo tivesse sido apenas um pesadelo, mas não, foi real. Senti um aperto horrível em meu peito e lágrimas rolaram em meu rosto. Senti a dor de perder a mãe preencher o meu peito. Eu não tinha mãe, não tinha casa, não tinha um emprego, não tinha nada nem ninguém para me ajudar, estava mais sozinha do que nunca. Deitei novamente no banco e fiquei ali em prantos, sozinha, com a dura realidade batendo em minha porta.

Acabei adormecendo de novo e quando acordei, percebi que a rua estava mais movimentada. O dia estava nublado, e as pessoas passavam me encarando de um jeito estranho. Levantei, peguei minhas mochilas e comecei a caminhar pela rua. Avistei uma lanchonete a uns 30 metros de mim e decidi parar ali para tomar café com os 10 dólares que me restavam. Entrei e a decoração do local me chamou a atenção. Era uma lanchonete com decoração dos anos 60. As paredes eram vermelhas, assim como as mesas. As cadeiras, na verdade eram sofás com listras brancas e vermelhas. Fui andando até que mais no fundo pude ver o balcão, o caixa e uma porta que devia dar para a cozinha. Fui até o balcão, onde uma jovem que aparentava ter a minha idade, me atendeu. Ela era muito bonita. Tinha cabelos negros na altura dos ombros, olhos azuis, algumas sardas e mostrava ser uma pessoa de atitude.

- Bom dia, posso ajudar? - Perguntou ela, mostrando o sotaque diferente em sua voz. Era perceptível que não era americana.

- Bom dia, me vê um café, sem açúcar, por favor.

- Só um instante.

A jovem entrou na cozinha e eu comecei a observar os quadros com músicos famosos da época, até que vi um papel pendurado na parede, com uma ótima informação.

"Temos vaga para trabalho. Interessados, entrar em contato".

Meu coração se encheu de esperança, e a menina voltou com o meu café.

- Ei, ainda tem vaga aqui? - Perguntei.

- Tem só uma... Está interessada, não é?

- Estou.

- Bom, eu vou te dar um papel para você preencher com seus dados e se o dono daqui te achar apta, a vaga é sua.

- Ok.

- Vou pegar o papel.

Ela entrou novamente e voltou logo em seguida, com um papel e uma caneta. Peguei o papel e ele pedia a data de nascimento, nome completo, nome dos pais, número da identidade, grau de escolaridade, último emprego e experiências. Preenchi tudo e entreguei a menina.

- Vi aqui que nunca trabalhou em nada e não sabe o nome de seu pai.

- É, mas... Olha, eu necessito desse emprego. Fugi de casa e cheguei aqui ontem,não tenho onde morar e o único dinheiro que tinha, paguei o café, me ajuda, por favor. - Supliquei.

Ela me olhou desconfiada.

- Olha, moça, eu vou falar com o chefe, ok? Vou ver o que ele acha e se podemos fazer algo por você.

- Tudo bem. - Respirei fundo e bebi o meu café.

Logo depois, a garota voltou com um senhor de meia idade e os dois pararam de frente para mim.

- Sente-se comigo, querida. - O senhor apontou para uma das mesas. Eu o segui e sentei. - Nina me contou sobre sua história.

- É, apenas uma parte dela.

- Então me explique tudo.

Comecei contando que não conhecia meu pai, da minha fuga de casa, mas não mencionei sobre o assassinato de minha mãe, apenas disse que não aguentava mais vê-la sofrer na mão de meu padrasto.

- Bom, passou por maus bocados.

- Sim, - suspirei - eu aceito qualquer função, aceito lavar banheiro, lavar louça, tudo.

- Eu vou te ajudar. Não se preocupe, o emprego é seu, senhorita.

Suspirei aliviada e sorri.

- Muito obrigada, não tenho como te agradecer.

- De nada, querida.

Descobri que o senhor se chamava Hershel, e ele me explicou as regras do local, os horários, salários, minha função e tudo mais. Eu seria a garçonete. Me considerei sortuda por conseguir emprego de primeira, agora seria mais fácil arrumar um lugar para morar.

Depois da conversa, entrei e deixei minhas mochilas em um local seguro e fui para o banheiro me trocar. Meu uniforme era apenas um avental vermelho que tinha o nome da lanchonete e eu o usaria por cima da roupa. Naquele dia estava com uma calça jeans cintura alta, all star, uma blusa branca por dentro da calça e um cinto preto. Fiz um rabo de cavalo, coloquei o avental e saí pronta para iniciar o primeiro dia de trabalho.

Nina atendia alguns clientes e eu observei a movimentação. Vários homens bonitões paravam por lá e trocavam ideias com ela, aquilo despertou minha curiosidade.

Conforme o final do dia ia se aproximando, Nina se aproximou de mim. Eu estava atrás do balcão, com os cotovelos apoiados no mármore, apoiando a cabeça nas mãos.

- Ei, qual é o seu nome? 

Levantei a cabeça e a fitei.

- Mariah West. E o seu?

- Nina Barbieri.

- Você certamente não é americana.

- Não, sou italiana, cheguei aqui na América tem apenas três anos.

- Ah, que legal! Desculpe perguntar, não quero ser intrometida, mas por que veio para cá?

- Tudo bem, não vejo problema nenhum na pergunta. - Ela sorriu. - Eu saí de lá porque queria viver uma aventura, em um país diferente, clima diferente... Essas coisas. - Deu de ombros.

- Nossa... Você é corajosa!

- Você também, moça! Fugiu de casa. Isso não é para qualquer um.

- Eu fugi porque não aguentava mais ver meu padrasto espancando minha mãe. - Rolei os olhos.

- Te entendo! Meu padrasto também fazia isso, até que minha mãe deu um tiro em suas bolas.

Arregalei os olhos, surpresa, e Nina sorriu, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- É... Então, - pigarreei - você conhece algum hotel ou apartamento para alugar aqui perto? - Perguntei.

Ela franziu os lábios e colocou a mão na testa, pensando.

- Olha, você disse que chegou aqui hoje e não tem dinheiro... Eu vi que você só tem dezoito anos, não acho legal ficar sozinha por aí. Quer passar a noite em minha casa?

Me surpreendi com a proposta dela. Mal me conhecia e mesmo assim estava disposta a me ajudar.

- Não tem problema para você?

- Claro que não! - Ela deu um tapinha meu ombro. - Eu fico muito sozinha e não custa nada ajudar as pessoas de vez em quando.

- Nossa, muito obrigada! De verdade! - Sorri, muito aliviada por saber que não passaria mais uma noite no banco duro da calçada. - Você é corajosa, eu não teria coragem de chamar uma estranha para dormir em minha casa. - Fui sincera.

- Você tem cara de quem não machucaria uma mosca! Sei que é boa pessoa, eu sinto. - Ela piscou para mim e saiu andando.

Naquele momento eu senti que não estava totalmente sozinha. Por mais que Nina mostrasse uns parafusos frouxos em sua mente, percebi o quão legal e solidária ela podia ser com uma pessoa que nem conhecia direito. No fundo, eu sabia que eu e Nina dos daríamos muito bem.

Por volta das dezoito horas, Nina e eu estávamos em seu carro. Eu estava apavorada porque ela dirigia como uma louca. Cheguei a cogitar que não viveria mais um segundo dentro daquele automóvel, porque ela poderia nos acidentar a qualquer momento.

- Tem irmãos? - Ela perguntou, quebrando o silêncio em que nos encontrávamos.

- Não, sou filha única. - Respondi, tentando disfarçar o medo em minha voz. - E você?

- Eu tenho uma irmã, mas ela está na Itália...

Fomos interrompidas por um som de música bem alto. Rapidamente virei para trás e pude ver pelo vidro que o barulho todo vinha de um carro atrás do nosso. Pude ver três homens lá dentro.

- Hello,hello,hello,how low... - Nina começou a cantarolar a música que saia do carro deles, rebolando a bunda no banco e eu reconheci aquele som

- É daquela banda... Nirvana, não é?

- Claro!

- Qual é o nome mesmo? Smells Like... Smells Spirit...

- Smells Like Teen Spirit!

E aí, o carro atrás do nosso passou do nosso lado numa alta velocidade, e quebrou o retrovisor, nos assustando.



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