História Where Did You Sleep Last Night? - Que as aventuras comecem.

Dave Pov.

Por mais que eu conhecesse Mariah há dias,eu já sentia uma grande atração por ela. Não só atração sexual,como também uma atração de amizade,digamos assim. Ela só tinha dezoito anos e por conta da maldade do mundo foi obrigada a ser forte e a se virar sozinha,e isso me atraiu muito nela.

Vê-la melancólica e depressiva por aí me deixou mal e senti que era minha obrigação tentar ajudá-la. Eu sempre fui o tipo de cara que curte ajudar e fazer os outros rirem,e não seria diferente com ela. E por esse motivo eu decidi chamá-la para sair.

Caminhei até o prédio de Nina e subi até o andar de seu apartamento,batendo na porta. Nina me recebeu com um sorriso enorme.

- Oi,Dave. Entra.

- Oi,Nina. - Ela deu passagem e eu entrei,fechando a porta atrás de mim.

- Eu preciso falar uma coisa séria com você. - Sua expressão mudou rapidamente.

- Pode falar.

Ela se aproximou e começou a falar baixo,quase cochichando.

- Depois que você foi embora,eu vi a Mariah entrar no banheiro chorando. - Suspirou. - Estou preocupada com ela,então,por favor,seja legal e carinhoso com ela hoje. Por dentro todos nós sabemos que ela necessita disso.

Ponderei sobre o que ela disse por uns segundos antes de responder.

- Eu convidei ela para sair justamente para fazer isso.

- Obrigada. - Sorriu. - Ela está no quarto,vou chamar.

Maria Pov.

O dia tinha sido o mais merda possível,até Dave,Kurt e Krist chegarem na lanchonete. Por mais que o imbecil do Dave tivesse derramado café em mim e colado chiclete no meu cabelo,eu tinha me sentido muito melhor do que antes. Depois que eles foram embora,eu voltei para a minha bolha de tristeza e fui tomar banho para chorar em paz. Pelos olhares de Nina pude perceber sua preocupação,mas ela respeitou a minha privacidade.

Já eram sete da noite e eu estava pronta,passando o batom em meus lábios. Eu usava uma saia e um casaco,aquele look bem anos noventa e um coturno. Confesso,eu estava animada para sair com Dave. Ele me fazia bem e seria bom passar um tempo sozinha com ele. Risadas seriam coisas que não iriam faltar.

Quando a campainha tocou,meu coração acelerou e eu senti as famosas borboletas no estômago. Dei as últimas olhadas para garantir que eu estava mesmo bonita. 

- Mariah, - Nina chamou abrindo a porta do seu quarto - o Dave chegou.

Sorri e assenti. Ela saiu deixando a porta aberta e eu fui atrás dela em seguida. Quando cheguei na sala encontrei o Dave e tenho que admitir,ele estava muito gato. Vestia uma calça jeans surrada,um all star e um casaco fino preto. Ele me olhou de cima a baixo e sorriu.

- Você está linda. - Elogiou.

- Obrigada. - Agradeci timidamente.

- Bom,acho que agora eu posso dar os recados,né? - Disse Nina,quebrando o clima ali presente.

- Que recados? - Perguntei.

- Primeiro são para o Dave. - Ela virou-se para ele e incorporou uma pose mandona. - Se você machucar,bater,magoar ou fizer qualquer coisa ruim ou contra a vontade dela eu vou arrancar fora o teu pinto,tá ouvindo?

Dave arregalou os olhos e sorriu em seguida.

- Pode deixar especialista em pau,não vou aprontar nenhuma com ela.

- Ótimo. - Ela virou-se para mim. - Se ele fizer qualquer coisa que você não gostar,arranca fora o pinto dele!

- Não vai dar,não tenho a mesma habilidade que você. - Assim que eu falei,Dave caiu na risada.

- Ah,agora voce tá se mostrando engraçadinha,é? - Nina arqueou as sobrancelhas.

- Sim,vocês ainda vão descobrir que eu sou muitas coisas.

- Uh,olha ela toda misteriosa. - Riu. - Bom,vão logo,tenho um trabalho a ser feito aqui,se é que me entendem.

- Quem é,Nina? - Dave perguntou.

- Deixa de ser fofoqueiro!

Rimos e Dave e eu nos despedimos de Nina. Descemos as escadas do prédio e começamos a caminhar até o ponto de ônibus.

- Tá curiosa para saber onde vamos? - Ele perguntou acendendo um cigarro.

- Sim,muito!

- Ah,é? Que pena,pois vai continuar! 

Abri a boca surpresa e dei um empurrão no Dave.

- Babaca. - Bufei e ele deu uma risadinha.

- Relaxa,esquentadinha,daqui a vinte minutos você vai descobrir onde estou te levando.

O ônibus chegou rapidamente e conversamos sobre coisas inúteis quando já estávamos dentro dele. A nossa parada chegou rapidamente. Descemos do ônibus e paramos em frente a um parque bastante verde.

- Chegamos ao nosso destino. - Disse Dave,que pegou minha mão e começou a me puxar para dentro dele. - Bem vinda ao Magnuson Park. É um famoso parque de Seattle,acho que você vai gostar daqui.

Enquanto ele me arrastava pelas mãos,eu olhava todo aquele verde presente em árvores,na grama e flores espalhadas pelo local. Era muito bonito.

- Você gosta do Soundgarden?

- Ah,eu adoro. - Sorri lembrando de quão gostoso era o Chris Cornell.

Dave bufou.

- Você gosta das musicas ou do peitoral do Cornell?

Fingi pensar sobre aquilo e Dave revirou os olhos,arrancando uma risada de mim.

- Eu gosto das músicas,mas o fato dos integrantes serem gatos ajuda,né? - Dei de ombros.

- Enfim,indo direto ao assunto: Você sabe a origem do nome?

Ele parou e virou de frente para mim,me olhando.

- Hum,não.

- Então eu vou te mostrar.

Dave foi me puxando até pararmos em frente a uns troços esquisitos que ficava de frente para um rio.

- Isso é a origem do nome do Soundgarden? - Cruzei os braços,fazendo careta.

- Olha só,esses trecos são uma arte construida com varios tubos de metal que fazem um som estranho quando o vento bate. - Ele explicou.

- Ah sim... Nunca imaginei que essa fosse a origem do nome deles. - Dei uma risadinha. - Mas e esses barulhos são como?

- São tipos gemidos.

- Tipo os da Nina? 

- Pergunta pro Krist,ele deve saber. - Ele sorriu e sentou no gramado. - Senta aí.

Me sentei e respirei fundo.  O lugar era bem relaxante e eu aproveitei para desestressar,olhando para o rio.

- Já pode desenbuchar. - Disse Dave,abraçando as pernas.

- Desenbuchar? - O fitei com o cenho franzido.

- É,diz o que te atormenta.

- Não quero falar sobre isso. - Voltei a encarar o rio. 

- Você precisa se abrir. Guardar todas as merdas para si mesma só vai fazer você entrar em uma depressão.

- Eu sei. - Suspirei. - Mas é dificil falar sobre isso. - Olhei para o chão.

- Mas como eu,a Nina,o Krist e o Kurt vamos te ajudar se você não fala? - Tocou meu ombro.

- Podem me ajudar falando sobre outros assuntos. Coisas que me distraiam.

Dave soltou o ar dos pulmões e tirou sua mão de meu ombro.

- Então tá bom. Me diz,o que quer fazer da vida?

- Ah,eu quero viajar o mundo,conhecer vários lugares,pessoas e países diferentes. Quero viver muitas aventuras,fazer coisas que vão me deixar arrependida no dia seguinte,eu quero viver... De verdade. - Falei olhando para o céu,num tom sonhador. - Quero chegar ao fim da vida satisfeita por ter vivido muito.

- Então você é aventureira? - Ele sorriu.

- Não. - Mordi o lábio. - Eu sou merdrosa,mas tenho vontade de fazer várias doideiras por aí.

- Andando com o nirvana e com a maluca da Nina,pode ter certeza que você vai fazer muitas merdas. - Ele se levantou.

- Onde vai? - Perguntei ainda sentada.

- Vou comprar cerveja. Quer?

Fiquei pensativa,não sabia se deveria fazer aquilo.

- Nunca bebeu,é?

- Eu só dei um gole. - Dei de ombros.

- Não se preocupa. Hoje você vai experimentar de verdade. - Piscou.

...

Era por volta das onze da noite e eu e Dave voltávamos para casa,cambaleando. O Dave estava bêbado e eu estava meio tonta,feliz,mas não totalmente doida. Nós ríamos até do vento. Chegamos em frente ao prédio da Nina e paramos de frente um para o outro.

- Dave,eu adorei o nosso passeio. De verdade. - Falei,sorrindo feito uma besta.

- Ah,Mariah, - ele se aproximou e passou a mão no meu rosto - eu que adorei o nosso passeio. - Falou meio grogue.

- Não! Eu que adorei mais!

- Não,eu adorei mais! - Ele apontou para si mesmo.

- Não! Eu... - Fui interrompida por Dave me abraçando. Ele passou seus braços por minha cintura,me apertando. Sem pensar,passei meus braços por seus ombros. O abraço de Dave era confortante e muito gostoso. Encostei minha cabeça em seu peito e consegui sentir o cheiro gostoso do seu cabelo.

- Dave,seu cabelo é cheiroso! - Falei gargalhando.

- E você é gostosa. - Disse dando um apertão em minha bunda,que me assustou.

- Dave! - Exclamei,olhando para seu rosto,vendo seu sorriso maravilhoso.

- O que é? Sua bunda é uma coisa linda... E gostosa. - Ele sorriu novamente.

- Já que você apertou minha bunda,eu vou apertar a sua de volta.

- Pode apertar.

Então,dei um aperto na bunda de Dave,com gosto.

- Sabe,eu estou interessado em você. - Suas mãos foram para minha cintura por baixo da blusa,a apertando. Senti meus pelos eriçarem e um fogo surgiu dentro de mim,me fazendo ansiar por mais.

- Por quê? - Coloquei minhas mãos em sua nuca.

- Porque você é misteriosa. Eu gosto de garotas misteriosas. Eu tenho vontade de desvendar a pessoa. - Olhou para meus lábios e sua expressão de bêbado mudou para uma expressão séria,bem safado.

- E por que você nao tenta? - Mordi os lábios olhando em seus olhos.

Ele apertou mais minha cintura,me puxando para colar mais ainda nossos corpos. Ele abaixou levemente a cabeça até chegar em meu pescoço,onde começou uma trilha de beijos. Seus beijos variavam entre beijinhos e chupões,me deixando louca. Eu puxava seu cabelo levemente,tentando controlar todo o fogo que surgia dentro de mim. Eu não estava acostumada a fazer aquelas coisas. Seus beijos foram subindo do meu pescoco até meu maxilar,indo para meu queixo e quando ele chegou perto dos meus lábios,me afastei.

- O que houve? - Perguntou,confuso.

- Ah,Dave... Não quero me envolver com você agora. - Enrolei uma mecha do cabelo,umedecendo os lábios.

- Você está jogando comigo? - Ele fechou a cara,se aproximando.

- Jogando? Eu? Não. - Sorri.

- Mariah,eu não jogo para perder! Eu jogo até eu conseguir o que eu quero. - Ele se aproximou até nossos rostos ficarem quase colados. - Eu não jogo para perder,então se prepara. Vamos ver até quando você vai aguentar. - E então,ele selou nossos lábios e saiu.

Naquela noite eu descobri que quando eu bebo,fico mais saidinha que o normal. Eu não sabia que poderia ser tão safada aquele ponto! Eu não posso negar que pensava naquelas coisas de vez em quando,mas eu virei outra pessoa sozinha com o Dave. E gostei desse lado da Mariah que eu não conhecia.

Subi as escadas do prédio rindo sozinha. Quem me visse ia me achar doida,mas eu não estava nem aí. Entrei no apartamento de Nina,que estava com a porta destrancada e dei de cara com um cara muito gato.

- Jerry Cantrell? - Abri a boca mega surpresa vendo ele sair do quarto da Nina. - Meu Deus! - Coloquei as mãos no rosto.

- Oi. - Ele sorriu.

Ouvi alguns murmúrios e em seguida,vi Layne Staley e Mike Starr saindo do quarto.

- Mas que porra é essa? - Gritei. - Meu Deus,o Alice in Chains tá mesmo na minha frente ou eu tô pirando?

E numa última tacada,saíram do quarto Sean Kinney e Nina,que limpava o canto da boca. Eu simplesmente dei uma risada muito escandalosa.

- Puta que pariu,tu tava transando com todos os integrantes do Alice In Chains? Nina,tu é foda. - Gritei,fazendo a maior baderna.

Nina me encarava com os olhos arregalados,enquanto os meninos riam.

- Eu tô no mesmo ambiente que o Alice in Chains,não acredito! - Comecei a girar,até que tropecei em um pé e quando ia cair no chão,fui socorrida pelos braços de Mike Starr.

- Nossa,você é muito gato! - Sorri,com segundas intenções.

- Você também é uma gatinha. - Ele sorriu de volta.

- Mariah,você tá bêbada? - Nina entrou na nossa frente,com o cenho franzido.

- Eu? - Aprontei para mim. - Não! - Gargalhei.

- Meninos,eu preciso que vocês saiam.

- Tudo bem. - Disse Sean.

- Obrigada. - Ela sorriu.

- Nós que agradecemos. - Mike respondeu com um sorriso malicioso. 

Os meninos se despediram e eu simplesmente deitei no sofá e apaguei.