A segunda feira chegou,e com ela minha consulta com o ginecologista. Segundo Enzo,ele e o cara eram amigos e o doutor era um ótimo profissional.
Não posso negar que estava um pouco incomodada com o fato dele ser homem,geralmente eu ia à consultas com doutoras. E também,o único homem que tinha me visto pelada até então era Dave.
Nina,Dave e eu estávamos no carro,sendo levados pelo motorista de Enzo. Não demorou muito até chegarmos no consultório particular. Lá tinha uma secretária,que nos mandou aguardar,já que o doutor estava atendendo uma paciente. Sentamos nos banco que tinham ali.
- Tá nervosa? - Dave tocou minha perna,chamando minha atenção.
- Um pouco. - Mordi o lábio inferior,o fitando.
- Não precisa ficar. - Ele sorriu. - Eu e a Nina estamos aqui.
- Eu sei,mas você foi o único homem que me viu pelada. - Rebati. - Eu fico com vergonha!
- Vergonha de que? Ela é tão linda! - Deu uma risadinha.
- Ai,Dave! - Revirei os olhos.
- Mariah Wood,o doutor está a sua espera. - A secretária nos informou.
- Ah,okay. - Respondi,me levantando,sendo seguida por Nina e Dave.
- Eu nem vi a paciente sair. - Nina se pronunciou.
- Nem eu.
Seguimos até a porta do consultório e assim que a abri,quase cai para trás. Fiquei ali,travada,vendo o doutor sorrir e impedindo que Nina e Dave entrassem.
- Mariah,entra logo! - Nina me empurrou,entrando,e me fazendo entrar também.
- O que?! - Ouvi Dave gritar atrás de mim. - Você não vai mesmo se consultar com esse filho da puta. - Segurou meu braço,me puxando para perto dele.
- O que tá acontecendo aqui? - Nina nos fitou,com o cenho franzido.
- Bom dia. - O doutor se levantou da cadeira e saiu de trás da mesa,vindo em nossa direção. - Então seu nome é Mariah! - Me encarou. - Meu nome é Pietro Pellegrino. - Sorriu,estendendo a mão em minha direção.
- David Grohl. - Dave entrou em minha frente,apertando a mão do cara. Os dois se encarando seriamente.
- Alguém pode me explicar? - Nina pediu.
- Acontece,Nina, - Dave começou - que esse doutor - falou com certo desdém - tentou beijar minha namorada a força naquela boate.
Nina arregalou os olhos e me fitou.
- David,eu estava sob o efeito de álcool,vamos deixar isso para trás. - Pietro se defendeu.
- Foda-se! - Ele gritou. - Não confio em ginecologistas que tentam agarrar garotas a força numa boate. - Passou seu braço por meus ombros.
- O que nós vamos fazer então? - Questionei,torcendo para irmos embora dali.
Como sempre,Nina tomou as rédeas da situação.
- É o seguinte, - virou-se para Dave - quer ser pai?
- Não! Não agora. - Ele respondeu.
- Então,vamos esquecer o que aconteceu e deixar a Mari se consultar com ele mesmo para fazer o que precisa ser feito,okay?
Dave revirou os olhos e bufou.
- Tá. - Concordou,muito contrariado.
- Ótimo. Sentem. - Pietro apontou para as cadeiras que ficavam de frente para a cadeira dele.
Dave sentou ao meu lado,segurando minha mão esquerda,e olhando atentamente tudo o que o cara fazia.
- Então você tem dezoito anos,Mariah? - Me olhou,de uma forma que me deixou constrangida.
- Sim.
- E o que te trouxe aqui?
- Ela perdeu a virgindade. - Nina respondeu.
- Perdeu a virgindade... Interessante. - O doutor respondeu. - E foi com esse... Esse magrelo aí? - Apontou para Dave com desdém.
- Eu juro que vou dar um soco na cara dele. - Dave passou as mãos pelo rosto,controlando sua irritação.
- Sim,foi com ele. - Respondi,incomodada.
- Sentiu muita dor? Sangrou? Sentiu ardência,algumas dessas coisas? Tem quanto tempo mais ou menos?
- Senti dor só na hora,não sangrou e ardeu para fazer xixi,mas foi só até o dia seguinte,depois passou. E tem uns dois dias. - Respondi.
- Usaram preservativo?
- Na primeira não,mas na segunda sim.
- E você tomou alguma coisa?
- Eu dei pílula do dia seguinte para ela. - Nina respondeu.
- Ah,tudo bem. Vamos fazer alguns exames,preventivo e aí eu receito o melhor anticoncepcional para você. Ele terminou de anotar as coisas no papel. - Ah,okay,agora tira a roupa.
- Como é que é? - Dave o fuzilou com o olhar.
- Estou brincando,parceiro,calma! - Pietro deu uma risada. - Vá até o banheiro,tire a roupa e coloque o avental que tem lá dentro. - Virou-se para mim.
Levantei da cadeira e Dave me seguiu.
- Que foi? - Questionei.
- Vou com você. - Ele respondeu.
Dei de ombros e entrei no banheiro que tinha dentro da sala com Dave logo atrás. Peguei o avental que estava pendurado e dei para Dave segurar. Estava tão presa em meus pensamentos que nem percebi que ele me comia com o olhar,me vendo tirar a roupa.
- Meu Deus,parece até que nunca me viu sem roupa. - Gargalhei.
- Cara,você é muito gostosa! Eu não quero que ninguém além de mim veja essa obra de arte. - Apontou para meu corpo.
- Me dá o avental. - Puxei de sua mão e o vesti. - Vamos logo. - Peguei sua mão e saímos do banheiro.
- Bom,agora deita ali, - Pietro apontou para uma maca meio estranha - e abre as pernas pra mim.
- Qual foi,cara? - Dave se aproximou,colocou as mãos no peito do cara,o empurrando. - Tá maluco,porra?! Que história é essa de mandar minha namorada abrir as pernas pra você? Eu vou arrebentar essa tua cara de almofadinha,seu corno! - Ele gritou,apontando o dedo indicador na cara do homem.
- Dave! - Nina entrou na frente dele. - Calma! Não faça merda,por favor. E doutor Pietro,seja mais profissional,porra!
- Nossa,vocês são estressados,hein? - Ele deu um sorriso debochado.
- Você que é um filho da puta! - Dave bradou.
- Dave! - Nina repreendeu. - Mariah,deita logo aí. Quanto mais rápido as coisas andarem aqui,melhor!
Deitei e fechei bem as pernas. O Doutor se aproximou e sentou num baquinho bem de frente para as minhas pernas. Logo em seguida Dave foi para o lado dele,seguido de Nina,que segurava seu braço esquerdo.
- O que é? - Pietro olhou para ele,parecendo sem paciência.
- Eu vou ficar aqui,quero ver tudo o que você vai fazer.
- Tá bom. - Ele deu de ombros. - Mariah,eu preciso que você abra.
Eu não conseguia. Minhas pernas estavam travadas e eu estava com vergonha,muita vergonha. Olhei para Dave e suas bochechas estavam vermelhas,provavelmente de raiva do cara.
- Mariah,abre as pernas logo! - Nina falou.
- Eu tô com vergonha! - Falei,nervosa.
- Não precisa ter vergonha! Eu vejo vaginas o tempo todo. - Pietro disse,num tom convencido.
- Mariah,meu amor,finge que só tem eu aqui,tá bom? - Dave acariciou meu joelho,tentando me acalmar.
Suspirei e abri as pernas. Fechei os olhos e tapei os rosto,morrendo de vergonha. Senti algo gelado entrar em mim,nem demorou muito.
- Pronto! - Pietro se levantou. - Pode trocar de roupa.
Suspirei aliviada e corri para o banheiro. Coloquei minhas roupas e voltei para o consultório. Uma enfermeira veio e fui alvo de algumas picadas de agulha,mas nada demais.
Saímos do consultório e ficamos na recepção,aguardando o resultado dos exames para levá-los para o doutor.
Assim que recebi os resultados,entramos na sala novamente. Nós três sentamos nas cadeiras e esperamos Pietro olhar todos os exames.
- Está tudo certo. - Disse,enquanto escrevia em um papel. - Aqui está a receita do anticoncepcional que você deve tomar. - O empurrou em minha direção.
- Obrigada.
- Bom,vamos embora daqui. - Dave pegou minha mão,me puxando para fora dali,mas ele voltou quando ouviu algo que o irritou.
- Mariah,quem sabe um dia eu não tenha a oportunidade de te mostrar o que é sexo de verdade? Certeza que é coisa que esse magrelo não faz! - Pietro disse,num tom petulante.
Dave soltou minha mão e virou na direção da mesa de Pietro. Foi até ele,bufando de raiva e deu um soco na cara dele,fazendo Nina soltar um grito.
- Dave! - Gritamos juntas,indo tirar ele de perto do homem.
- Seu viadinho! - Pietro gritou,limpando o sangue que saia de seu nariz.
- Isso é pra você aprender a nunca mexer com mulheres,seu desgraçado! - Dave berrou.
- Vem,vamos sair daqui. - Nina e eu o puxamos para fora do consultório.
- Eu não acredito naquele cara. Inacreditável! - Ele resmungava enquanto saíamos de lá,em direção ao carro.
- Eu nunca me senti tão constrangida em toda a minha pouca vida. - Confessei,abrindo a porta do carro e entrando.
- Eu vou matar o Enzo! - Nina entrou e sentou no banco da frente,ao lado do motorista. - Ele disse que o cara era um bom profissional... Não sei aonde!
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