Outubro de 1992.
Um ano se passou e tudo em minha vida mudou. Depois do acidente fiz vários exames e tivemos a certeza absoluta de que eu não tinha ficado com nenhuma sequela do acidente. Realmente tinha sido meu renascimento.
Meu pai e eu criamos um lindo laço de amizade e amor,recuperando o tempo perdido. Eu finalmente tinha o "Starr" em meu nome,me tornando oficialmente membro da família. Minha relação com meus irmãos não tinha como ficar melhor,éramos muito unidos. Inclusive,eu acabei ganhando mais três irmãos: Layne,Jerry e Sean.
Nina e eu continuamos a nos amar como irmãs e nossa amizade só crescia. Minha amiga e Krist finalmente juntaram sua trochas e começaram a morar juntos. Ele continuou a arrasar no Nirvana,já ela saiu do emprego na lanchonete e começou a estudar Moda em uma universidade de Seattle.
Kurt e Izzy continuaram a ser aquele casal completamente apaixonado e casaram. Ela mantinha sua carreira de guia turística,mas agora se limitava apenas a excursões por Seattle,já que o casal de gêmeos nasceu em maio de 92. Os dois eram loiros,dos olhos claros,mas parecidos com a mãe. Gael e Lilian faziam Kurt ser o homem mais babão e apaixonado do mundo.
Dave e eu continuamos a nos amar completamente. A diferença era que nós dois passamos a dar muito mais valor aos nossos momento juntos,já que sentimos na pele o medo de quase nos separarmos.
O caso da morte de minha mãe foi finalmente concluído: Harper foi considerado culpado e teve uma pena a ser cumprida,porém,o acidente o deixou completamente sequelado. Ele ficou louco e precisou ser internado em um manicômio. Nunca mais tive notícias dele.
Minha mãe foi enterrada pelos vizinhos que acharam seu corpo. Desde que descobri isso,faço visitas ao seu tumulo,levando flores e todo o amor que eu ainda sentia por ela.
O Nirvana estava bombando,minhas amigas estavam resolvendo suas vidas e eu saí de minha casa na vila e fui morar com meu pai. Nós morávamos perto de Mike e Melinda,então estávamos sempre juntos. Eu estudava Direito em uma faculdade de Seattle e era babá de Gael e Lilian nas horas vagas. Estava tudo dando certo.
...
Em uma noite qualquer eu estava deitada no sofá,sozinha em pleno sábado à noite. Meu pai tinha saído para um encontro com ninguém menos que a mãe de Nina. Sim,a família de Nina saiu da Itália e veio morar em Seattle. Os pais delas eram separados,então sua mãe e irmã vieram para ficar com ela.
Izzy estava em sua casa com seus filhos,Nina estava com sua família,Melinda estava viajando na turnê do Alice e o Nirvana estava em turnê também e só voltariam na semana seguinte. Eu não tinha escolha,teria que matar meu tédio sozinha. Bufei e apertei o botão do controle remoto para trocar de canal mais uma vez,quando ouvi uma batida na porta.
- Ué,meu pai já chegou? - Estranhei,levantando do sofá e indo em direção a porta. - O que houve,pai? - Questionei,abrindo a porta,mas tive uma surpresa. - Dave! - Gritei o vendo cheio de bolsas parado de frente a porta. Ele jogou tudo no chão e eu me joguei em seus braços,laçando minhas pernas em sua cintura.
- Meu amor,eu senti tanta saudade de você! - Ele disse,me apertando contra seu corpo.
- Eu também. - Beijava todo o seu rosto,tentando matar a saudade. - Você não disse que só voltaria semana que vem? - Parei,afastando nossos rostos para poder olha-lo.
- Sim,eu menti porque queria fazer uma surpresa. - Sorriu,me olhando com cara de bobo.
- O que foi? - Dei uma risadinha de vê-lo me olhando daquele jeito.
Ele não respondeu,só continuou me olhando seriamente,parecendo hipnotizado.
- Dave! - Chamei,ainda sorrindo.
Sem abrir a boca,ele entrou e fechou a porta com o pé,me levando direto para o quarto. Eu não disse nada,apenas o deixei seguir.
No quarto,ele me deitou em minha cama cuidadosamente. Tirou sua blusa devagar,sem tirar os olhos de mim. Apesar de ser magro,ele estava bem mais fortinho e mais gostoso,na minha opinião.
Devagar,ele veio se deitando sobre mim,olhando em meus olhos. Roçou sua boca na minha enquanto eu subia minhas mãos por suas costas nuas. Sem perder mais tempo,nossas bocas se uniram em um beijo cheio de saudade e amor. Nossas línguas dançavam na boca um do outro enquanto nossas mãos exploravam nossos corpos.
Dave se levantou e tirou a calça,ficando apenas de cueca box. Ele me observou e começou a tirar meu short e minha calcinha de uma vez só, bem devagar,enquanto fixava seus olhos nos meus. Depois,começou uma trilha de beijos de meu pé até a parte interna de minha coxa,fazendo o mesmo na outra perna em seguida. Suas mãos também passeavam por ali,me arrepiando por inteira.
Ele deitou-se em cima de mim novamente,voltando a beijar meus lábios calorosamente. Suas mãos foram para baixo de minha blusa,a retirando de uma vez,em seguida o sutiã também foi arrancado. Seus beijos foram descendo por todo o meu pescoço, indo de encontro aos meus seios, barriga e por fim chegando ao lugar desejado. Suas mãos passeavam por meu corpo enquanto sua língua trabalhava,me fazendo puxar seus cabelos.
Estava quase chegando lá quando Dave parou bruscamente e sorriu,voltando a beijar minha boca. Segundos depois ele tirou sua última peça de roupa e colou seu quadril no meu,encostando seu membro já duro em mim,me excitando ainda mais. Ele segurou minhas mãos um pouco acima de minha cabeça e logo se encaixou em mim,matando a saudade daquele momento tão nosso.
Ele encaixou seu rosto no vão de meu pescoço,deixando alguns chupões enquanto eu gemia a cada investida certeira. Não demorou muito até atingirmos nosso máximo. Dave permaneceu deitado,tentando recuperar a respiração.
- Eu senti saudades. - Disse,meio sem fôlego.
- Eu também. Muita. - Respondi,acariciando suas costas.
- Sabe de uma coisa? - Ele levantou a cabeça para me olhar.
- O que? - Questionei,vendo suas bochechas rosadas e seu rosto suado.
- Vamos nos casar,ter dois filhos e passar férias no Hawaii.
- Ah,é? - Sorri. - Mas isso só vai poder acontecer quando você pegar suas malas lá fora.
- Ih! É verdade! - Ele se levantou,correndo em direção a sala,me fazendo dar uma risadinha. Como eu o amava...
Dezembro de 1997.
Pov Nina.
Tudo em minha vida estava lindamente certo. Terminei minha faculdade de moda e estava trabalhando em um emprego na área. O emprego de groupie ficou no passado,assim como meus muitos clientes famosos.
Krist e eu nos casamos em 1994,ano em que tivemos nosso primeiro filho,Cameron. Dois anos depois tivemos o Steve,nossas maiores bençãos. Os dois meninos tinham cabelos ondulados escuros e olhos verdes. Obviamente eram maiores que as outras crianças,graças ao caçador de nuvens do pai.
Naquele dia em especial estávamos passando férias no Hawaii,juntos com nossos amigos. Eu dormia tranquilamente em minha cama depois de ter ficado um bom tempo tentando fazer meus meninos desligarem a bateria para dormir.
Meu sono ia perfeitamente bem,até que ouvi o maior barulho de coisas caindo. Steve se assustou do meu lado,acordando aos berros. Cameron se levantou no susto,correndo do quarto para ir atrás do barulho. Olhei para o lado de Krist na cama e ele não estava lá. Senti meu sangue borbulhar,ele com certeza estava fazendo merda. Peguei Steve no colo e saí do quarto,pisando no chão com força.
- Mamãe,aqui na cozinha. - Ouvi Cameron gritar.
Fui até seu encontro e quando cheguei na cozinha,pude ver Krist em frente a geladeira,segurando alguns potes enquanto a maioria das coisas que tinham ali dentro estavam no chão,jogadas e sujando tudo.
- Krist Anthony Novoselic,que porra é essa que você fez? - Gritei,sentindo meus olhos quase saltarem para fora de tanta irritação. - Você tem noção que demorou anos para eu conseguir fazer essas pragas,digo,esses meninos dormirem? - Perguntei,ouvindo o choro de Steve em meu ouvido. Comecei a balança-lo,tentando parar com o choro,o que deu certo.
- Mas eu nem tava fazendo barulho! - Ele retrucou,dando de ombros.
- O que você estava tentando fazer?!
- Eu só queria comer um pudim,só que ele estava muito na parte de trás e eu tive que pegar esses potes aqui,mas acabou que eu me atrapalhei e derrubei tudo. - Me olhou como um cachorrinho que tinha caído da mudança,usando só uma cueca e meias de patinhos.
- Papai,voxê é muito desastlado! - Cameron gritou,soltando uma risada gostosa logo depois,o que me fez rir.
- Eu sou,né meu filho? - Krist sorriu,quase babando pelo filho. - O que você acha de ajudar o papai a limpar isso aqui,hein? Prometo que depois eu te dou um pote bem grande de sorvete. Só não conta para sua mãe. - Ele sussurrou,como se eu não tivesse ali,fazendo nosso menino sorrir largo,me fitando para obter minha aprovação.
- Ajude seu pai e depois que comer,venham se deitar. - Sorri,voltando para o quarto com Steve.
Alguns minutos ninando meu filho nos braços foi o suficiente para faze-lo dormir de novo. Coloquei Steve na cama e o cobri,observando seu rosto pequenino em contraste com a luz que vinha da janela,diretamente da lua. Sorri ao me dar conta que aquele lindo menino tinha sido feito por Krist e eu. Saí do quarto e fui até a cozinha,atrás de Cameron e seu pai. Acabei tendo uma surpresa ao chegar lá.
Krist estava sentado na cadeira,com Cameron sentado em seu colo. Os dois cochilavam com sorvete na testa e no nariz. Provavelmente tinham feito alguma brincadeira antes de apagarem ali mesmo.
- Amor. - Cutuquei seu ombro,o despertando.
- Nossa,acabei dormindo. - Ele respondeu,já se levantando e levando Cameron para o quarto.
- Vamos. - Apaguei a luz e o segui.
Chegando lá,Krist colocou nosso filho na cama e pôs as mãos na cintura,observando os dois meninos,em pé de frente a cama.
- Dá para acreditar que fomos nós que fizemos? - Me olhou,sorrindo todo bobo.
- Não. - Sorri,me aproximando dele.
- Eu os amo tanto. - Disse,me abraçando por trás.
- Eu também. Eles são as melhores coisas que você poderia me dar. - Fechei os olhos sentindo o calor de seu grande corpo.
- Eu te amo,piolho de cobra. - Deu uma risadinha,enquanto me virava de frente para ele.
- Eu te amo,caçador de nuvens. - Passei meus braços por seu pescoço,com dificuldade,ficando na ponta dos pés.
- Que tal praticarmos mais coelhinhos. - Selou meus lábios calmamente,dando um sorriso malicioso em seguida.
- Só praticar. - Sorri,assentindo.
- Então vamos aproveitar o sono deles. - E então,ele me beijou fogosamente.
Izzy Pov.
Eu dormia em minha cama quando ouvi algumas risadinhas vindas da sala. Abri os olhos e pude ver que Kurt não estava na cama. Olhei para a cama de meus filhos no chão e eles também não estavam. Estranhei e me levantei,seguindo o som das risadas.
Encontrei os três na sala protagonizando uma cena icônica: Kurt e Gael estavam sentados no chão,enquanto Lily passava maquiagem e penteava o cabelo dos dois. Cruzei os braços e fiquei observando aquela cena,segurando o riso.
- Pronto,papai. - Disse Lily,terminando de passar batom nos lábios do pai e colocando o objeto no chão. Minha filha segurou o rosto do pai com suas pequenas mãos e sorriu. - Você está lindo!
- Obrigado,minha princesa. - Kurt sorriu,seus olhos azuis brilhavam olhando para a menina. - Agora passe batom no seu irmão. - Apontou para Gael,que estava sentado ao lado do pai,esperando pacientemente.
- Tudo bem. - Ela pegou novamente o objeto e passou o batom nos lábios do irmão,cuidadosa.
- Nossa,tem gosto ruim. - Gael fez uma careta depois de lamber o batom dos lábios. - Papai,como você consegue beijar a mamãe quando ela tá usando isso? - Questionou,olhando curioso para o pai.
- Não sei. - Kurt deu de ombros. - Pode até ter gosto ruim,mas ela fica linda demais.
- A mamãe é linda sempre! - Lily ressaltou,se sentando no colo do pai.
- Tem razão. - Assentiu. - Olhem,vou contar um segredo para vocês. - Kurt cochichou,passando o braço direito por Gael,o aproximando de si. Nenhum deles havia notado minha presença. - A mãe de vocês é a mulher mais perfeita do mundo,sabem por que?
- Por que? - Os gêmeos perguntaram,juntos.
- Porque ela me deu vocês! E vocês são as melhores coisas da minha vida! - Sorriu,orgulhoso.
- Eu te amo,papai! - Gael declarou,sentando também no colo do pai,se aconchegando.
- Eu tambem amo o papai! - Lily agarrou o braço esquerdo de Kurt,marcando território.
- Eu também amo vocês. - Falei,chamando a atenção de todos.
Me aproximei e sentei de frente para eles,fitando Kurt,que ainda me olhava com cara de bobo apaixonado.
- Eu te amo. - Ele sorriu. Aquele lindo sorriso.
- Eu te amo mais. - Coloquei minhas mãos em seu rosto e selei nossos lábios.
- Eca! - As crianças gritaram,tirando risadas de nós.
- Eu também amo vocês! - Dei um beijo na bochecha de cada um deles,curtindo aquele momento.
Pov Mariah.
Era um belo final de tarde e estávamos todos em uma linda praia paradisíaca do Hawaii,de frente para nosso hotel. Izzy e Kurt estavam sentados na areia cantando e tocando violão para Lily e Gael,que se divertiam. Nina e Krist estavam na beira do mar,discutindo sobre quem tinha sido irresponsável ao não perceber que Steve comia areia. Eu estava sentada em uma espreguiçadeira,observando Alice,minha filha,brincar com Cameron de pega-pega.
Sim,em 1995 eu engravidei de minha primeira filha. Não foi fácil conciliar a gravidez com minha faculdade,mas com o apoio de meus familiares e amigos tudo deu certo e eu conclui o curso. Já em 96,Dave e eu casamos. Foi uma cerimonia simples,mas muito especial. Tenho a impressão que depois do casamento,Dave ficou ainda mais apaixonado e atencioso.
Eu estava tão concentrada vendo minha filha correr com o filho de Nina e Krist que nem percebi quando Dave se sentou ao meu lado. Olhei para seu rosto e percebi que ele olhava seriamente para nossa filha,coçando a barba que tinha em seu queixo.
- O que foi,Dave? - Questionei,vendo seu cenho franzido.
- Não estou gostando nada dessa aproximação que o Cameron está tendo com a Alice. Vou ter uma conversa séria com o Krist. - Ele cruzou os braços,rabugento.
- Eu não acredito! - Gargalhei ao vê-lo morrendo de ciúmes de nossa filha. - Dave,eles são duas crianças! Não tem maldade entre eles! - Olhei para ele,chocada.
- Não há maldade até o Cameron chama-la para brincar de médico. - Ele me encarou,erguendo as sobrancelhas.
- Voce é inacreditável. - Balancei a cabeça,passando meu braço esquerdo por seus ombros. - Você vai ser assim quando a Carol nascer? - Passei minha mão livre em minha enorme barriga. Carol nasceria em três meses e seu nome era uma homenagem a minha mae.
- A Carol já vai nascer sabendo como chutar o saco de um cara! - Ele sorriu,acariciando minha barriga.
- Você tem duas filhas meninas para se lembrar todos os dias das coisas que fez comigo. - Disse,divertida.
- Mas você gostava. - Ele sorriu,malicioso.
- E nossas filhas vão gostar também. - Automaticamente Dave fechou a cara,tirando boas risadas de mim.
- Eu estou brincando! - Selei nossos lábios devagar.
- Está brincando mas eu vou atrás da nossa filha agora. - Ele levantou,indo até Alice e Cameron. Chegando lá,pegou nossa filha no colo e colocou Cameron para correr. - Pronto. - Ele se sentou,ajeitando Ali em seu colo.
- Mamae,o papai não quer deixar eu bincar! - Ela cruzou os braços,ficando com uma expressao brava.
- O papai é chato,né filha? - Disse,fazendo Dave me olhar,surpreso.
- Minha princesa,eu prometo que quando a gente voltar pro hotel eu deixo você rabiscar a parede do quarto,tudo bem? - Ele sorriu,deixando um beijo na bochecha dela.
- Eba! Te amo,papai! - Ela gritou,passando os bracinhos pelo pescoço do pai e deixando vários beijos em seu rosto,o fazendo sorrir,todo bobo.
- Sabe de uma coisa? - Ele olhou para nos duas. - Vocês são as melhores coisas que aconteceram em minha vida. Eu amo vocês e vou proteger todas vocês. - Ele pos a mão em minha barriga, e eu coloquei minha mão por cima da sua.
- Eu te amo,Dave. E tambem amo você,Alice. E também te amo,Carol.
- Me dá um beijo! - Dave e demos um selinho,fazendo Alice esconder seu rostinho em suas mãos.
- Aqui não! - Gritou,nos fazendo rir.
- Ei,gente! Venham tirar foto! - Izzy gritou,com uma camera na mão.
- Vem,vamos lá. - Dave se levantou e eu o segui.
- O Krist tem que ficar bem atrás! - Nina alertou.
- Sim,vamos lá. Se ajeitem! - Kurt pediu.
E então,Kurt,Dave e Krist se abraçaram. Eu,Nina com Steve no colo e Izzy ficamos na frente deles e Cameron,Lily,Gael e Alice se abraçaram iguais aos pais,fazendo pose para a foto.
- Vou bater,hein! Digam xis! - O homem que segurava a câmera falou.
- Xis! - Gritamos todos juntos.
"Nós mantemos este amor numa fotografia
Nós fizemos estas memórias para nós mesmos
Onde nossos olhos nunca se fecham
Nossos corações nunca estiveram partidos
E o tempo está congelado para sempre."
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