Como era de se esperar,Nina e Dave não saíram do meu lado depois que acordei. Eles apenas saíram para chamar uma enfermeira e voltaram logo. Assim que o médico responsável pelo meu caso chegou,ficou admirado por eu ter acordado. Ele disse que era um milagre.
Durante o dia fiz vários exames. Foram exames normais,como de sangue até tomografias. O médico disse que eu parecia estar muito bem e sem sequelas,mas isso só seria certo de se dizer depois de um tempo e de novos exames. Depois,me deram um banho e me alimentaram. No fim da noite,Dave avisou a todos que eu tinha acordado mas alertou que por ordem do médico,eles teriam que aguardar uns dias até me visitar.
Quase na hora de dormir,eu estava mais desperta e então Dave e Nina me contaram tudo,tintim por tintim do que tinha acontecido. Fiquei sabendo que meu pai tinha ido me visitar no hospital,portanto não tinha sido sonho e sim realidade. Eu também contei a eles que realmente tinha ouvido tudo o que diziam e me lembrava de algumas poucas coisas.
Duas semanas se passaram e com elas a rotina de remédios e exames. Quando eu já estava me comunicando bem,investigadores do caso da morte de minha mãe vieram conversar comigo e eu contei tudo a eles. Tudo mesmo,sem nenhuma omissão. Dave ficou o tempo inteiro ao meu lado,segurando minhas mãos,me dando forças.
Não restavam mais duvidas sobre a verdade sobre o assassinato de minha mãe e Harper seria julgado assim que saísse do hospital,já que seu estado era crítico,embora não tivesse em coma.
Era uma linda sexta feira e além de ter sido um dia de muito sol,eu havia recebido a maravilhosa notícia de que aquele seria meu último dia no hospital. Segundo o médico,eu estava perfeitamente bem,só precisaria fazer alguns exames de mês em mês até um certo tempo. Mais uma vez ele afirmou que meu caso era um milagre. Eu saí daquela sem nenhuma sequela. Era meu renascimento.
No final da tarde,Dave estava sentado em minha cama,me ajudando a lanchar. Eu já conseguia fazer tudo sozinha,mas ele insistia em querer me ajudar em cada movimento que eu fazia. Enquanto eu olhava para o céu através da janela,senti que Dave me observava enquanto segurava o copo de suco. Olhei em seus olhos e sorri. Eu não sei se era possível,mas vê-lo ali,cuidando de mim o tempo inteiro,me fez ama-lo ainda mais de uma forma inexplicável. Eu sabia que era ele quem eu queria pelo resto de minha vida,isso era certo.
- O que foi? - Perguntei,já sem graça pelo jeito que ele me olhava.
- Nada,ué. - Ele deu de ombros,sem desviar o olhar de mim.
- Fala,Dave! - Fiz biquinho e ele sorriu,parecendo um bobo apaixonado.
- Eu nunca vou te deixar sair dos meus braços,está ouvindo? - Perguntou,arqueando as sobrancelhas e eu apenas assenti. - Ótimo.
- Ainda não me respondeu. - Peguei o copo de sua mão e dei um gole no suco,sem parar de olha-lo.
- É porque eu estou reparando em como você é linda. - Ele se aproximou,deixando nossos rostos bem próximos. - Eu estou morrendo de saudades de você,do seu sorriso,do seu cheiro... - Passou seu nariz no meu. - Nunca me deixe,é a única coisa que eu peço. Nem eu,nem nenhuma pessoa do planeta pode viver sem Mariah Wood. Quer dizer,Mariah Starr.
- Eu nunca vou te deixar! Eu sou tão sortuda por ter um Dave tão maravilhoso ao meu lado. Eu nunca vou ser capaz de retribuir o cuidado que você teve e está tendo comigo. - Coloquei minhas mãos em sua nuca,o aproximando de mim.
- E você não precisa retribuir até porque eu fiz isso por amor. - Devagar,ele selou nossos lábios. Aos poucos o beijo foi evoluindo,mas fomos interrompidos por uma gritaria no corredor. Nos separamos e eu franzi o cenho,curiosa para saber do que se tratava o barulho. Dave levantou e foi até a porta. Quando a abriu,quatro cabeludos com vários balões entraram na sala acompanhados de duas mulheres. Era o Alice In Chains,minha irmã e uma moça baixinha que eu não conhecia.
- Mariah! - Sean gritou,vindo em minha direção. - Caraca,eu sempre soube que você era a Bela adormecida! - Brincou,levando um tapa forte de meu irmão.
- Dá próxima vez,me chama que eu posso ser o príncipe que te beija e desperta do sono profundo. - Jerry se aproximou,dizendo isso na maior cara de pau. Dave e Mike olharam feio para ele,que percebeu. - Calma pessoal,é só uma brincadeira. - Levantou os braços em rendição.
- Tudo bem. - Sorri,sentindo o clima descontraído.
- Mari,você está melhor que na semana passada! - Layne disse animado,deixando um beijo em minha cabeça.
- Obrigada,Layne. - Agradeci,sorrindo para Staley.
- Essa aqui é a minha namorada,Demri Parrott. - Disse,fazendo sinal para a morena se aproximar.
- Olá,Mariah. Muito prazer. - Ela estendeu a mão,com um sorriso simpático no rosto.
- Oi,Demri. O prazer é meu. - Sorri de volta.
- Olha,eu sei que nos conhecemos agora,mas quero dizer que te admiro muito. - Demri disse,parecendo sincera.
- Obrigada. - Sorri.
- Minha irmã é foda,pode falar! - Mike me abraçou de lado e logo Melinda se aproximou,fazendo o mesmo.
- Minha namorada é foda mesmo. - Dave se aproximou,olhando bem para Cantrell.
- Gente,eu vou ser pai de gêmeos! - Do nada,Kurt entrou na sala gritando,fazendo todos voltarem a atenção para eles. - Pai de gêmeos! Um casal!
- Como assim? - Dave questionou.
- A Izzy aproveitou que viríamos visitar a Mariah hoje e marcou a ultra. Acabamos de fazer e é um casal,porra!
- Ahh,porra!! - Sean gritou e logo o quarto virou uma bagunça danada. Segundos depois,Nina,Krist e Izzy entraram,complementando a zoeira.
Krist que provavelmente já sabia da notícia,já entrou lascando um beijo na boca de Dave e Kurt,o que tirou algumas risadas de mim. Nina e Izzy vieram até mim,sentando uma em cada ponta da cama.
- Como está se sentindo? - Izzy perguntou,passando o braço esquerdo por meus ombros.
- Estou bem,mamãe de gêmeos,obrigada. - Sorri para ela,que retribuiu o sorriso. - Parabéns,Izzy. - Coloquei a mão em sua barriga. - Eu já amo meus sobrinhos.
- Obrigada,meu amor! Você não tem noção de como eu estou feliz em saber que a madrinha deles está bem. - Olhei para Nina que sorria tanto a ponto de seus olhos estarem quase fechados e logo depois voltei a observar Izzy.
-Madrinha? - Abri a boca,surpresa.
- Sim! - Ela assentiu. - Você,Nina,Dave e Krist vão ser padrinhos dos meus filhos. - Passou a mão livre na barriga,orgulhosa.
- Meu Deus! - Coloquei as mãos no rosto,sentindo meus olhos marejarem. - Eu estou tão feliz,eu amo vocês.
- Nós te amamos muito mais. - Nina suspirou. - Eu nunca vou deixar vocês duas na mão. - Olhou para mim e depois para Izzy. - A amizade de vocês é a melhor coisa que me aconteceu.
Nada precisava ser dito,apenas demos um abraço em trio,ouvindo toda a bagunça que os meninos faziam a nossa volta. Eu estava tão feliz que era impossível descrever como eu me sentia naquele momento.
- Com licença. - Uma enfermeira entrou,falando alto o suficiente para ouvi-la. - Mariah tem uma visita.
Olhei para as meninas que pareciam não saber de nada,ao contrário de Melinda,Mike e Dave que trocavam olhares. Do nada,todos começaram a sair do quarto,me deixando ali sozinha. Senti um frio na barriga,pensando em quem poderia estar me visitando. Me ajeitei na cama e manti meu olhar firme na porta,esperando a pessoa aparecer.
- Olá. - Um homem apareceu,me fazendo ficar nervosa. Eu sabia exatamente quem ele era. Era meu pai.
Por uns segundos fiquei sem saber o que fazer. Não sabia se respondia,se chorava,se ficava normal,estava um pouco confusa,ao contrário dele,que já estava se desmanchando em lágrimas.
- Minha filha,eu esperei tanto,mas tanto por esse momento. - Ele se aproximou,emocionado.
- Pai. - Sorri.
- Minha filha,me desculpa por não ter procurado você,por não ter estado com você nesses últimos tempos... Eu sempre pensei em você e em sua mãe. - Ele segurou minhas mãos,olhando em meus olhos. Confesso,vê-lo chorar estava mexendo com meus sentimentos,pois a ficha estava caindo. Eu tinha um pai e ele estava ali em minha frente. - Você é linda,linda,igual a sua mãe.
- Não precisa se sentir culpado,minha mãe também errou. - Olhei em seus olhos pela primeira vez e senti meu coração acelerar. - Você está aqui agora e isso que importa. - Sorri.
- Posso te dar um abraço?
- Claro. - Sorri. Meu pai se aproximou de mim e então nos abraçamos. Pela primeira vez eu poderia dizer que tudo o que faltava em minha vida estava ali. Eu senti toda a segurança que não sentia desde a morte de minha mãe. Tudo estava completo.
- Eu nunca vou deixar você sozinha,nunca mais!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.