História Who You - A verdade

- “ Espera, o que estás a fazer com o pé parece muito rígido. É melhor se fizeres um movimento mais delicado e preciso. Assim.” Hansol corrigiu o menor, mostrando como podia melhorar a coreografia. ByungJoo acenou em sinal de concordância e repetiu o movimento que Hansol executara sem dificuldades.

Era meio da tarde, os rapazes dançavam que nem loucos desde que Byungjoo tinha achado a casa do maior. Foi um pouco complicado porque a casa de Hansol situava-se num bairro cheio de ruas e ruelas que fizeram o rapaz de cabelos loiros perder-se umas 2 vezes. No entanto, não houve problema porque os rapazes já se encontravam embrenhados no que mais gostavam de fazer. Byungjoo usufría do conhecimento de Hansol e pedia-lhe dicas e sugestões. O mais velho ficava tão contente quando o seu dongsaeng lhe pedia ajuda!

- “Okay! Bora descansar pode ser?” O rapaz de fios pretos sugeriu assim que acabaram de executar a coreografia toda. Byungjoo acedeu e sentaram-se os dois à beira da cama com garrafas de água na mão.

O mais novo estava ofegante e por isso fechou-se os olhos e encostou a cabeça na cama. Hansol tentou não fitá-lo mas o rosto do mais novo estava ainda mais atraente, agr com os fios húmidos do suor. Ai céus! O mais velho desviou o olhar e focou-se na sua estante, contando os CD’s que tinha. Ele tinha de se distrair do Deus que se sentava ao seu lado!!

- “Posso ir à casa de banho?”

- “Claro que sim, é a primeira porta à esquerda.” Byungjoo levantou-se e saiu do quarto de Hansol que observou os seus passos. O menor tinha deixado a porta aberta e Hansol, finalmente, conseguira tirá-lo dos seus pensamentos, preocupando-se com a Mia, a sua gata, que não podia estar dentro do seu quarto por largar muito pêlo. Ele sabia que a Mia, assim que aquela porta estivesse aberta, tentaria esquivar-se para dentro do quarto, mais precisamente para debaixo dos lençoís.

Esperou que Byungjoo voltasse para o quarto mas não foi que se sucedeu. Foi ouvido um grito de susto, um barulho seco e forte e um miar apavorado. Hansol rapidamente se levantou do chão e correu para o hall onde encontrou um rapaz deitado no chão de pedra castanha e uma gata eriçada fitando o pobre rapaz.

- “Mia!” O mais velho repreendeu o animal que rapidamente entrou no seu quarto. A gata seria perseguida mas havia outra coisa mais importante na mente do rapaz de fios escuros.

- “B-Joo estás bem?!” Ele perguntou com choque e muita preocupação. Observou o mais novo, sem saber como proceder.

- “Estou sim, o teu gato só se atravessou à frente dos meus pés e eu tropecei nele.”

- “Desculpa, a Mia gosta muito de fazer isso. Mas estás magoado?”

- “Não.” Ele riu-se nervosamente. “Oh ah…” Byungjoo mostrou um dos seus dedos por onde jorrava sangue. “Acho que aconteceu porque estava a segurar a porta da casa de banho. O meu corpo deslizou e o meu dedo passou pela fechadura…aquela coisa da porta tu sabes do que estou falar, pronto.” O mais velho riu-se do atrapalho.

- “De qualquer das maneiras, vamos tratar disso.” Hansol ofereceu uma mão a ByungJoo para este se levantar. Depois puxou-o para a sala, onde o fez sentar enquanto buscaria o kit de primeiros socorros.

Hansol sentou-se ao seu lado, abrindo o kit pousado no seu colo. Retirou os utensílios necessários e ensopou um pedaço de algodão em álcool etílico para desinfetar o corte do mais novo. Pegou na mão do mais novo e tentou ser carinhoso porque sabia que o álcool iria arder.

Byungjoo não se manifestou por não arder ao ponto de se queixar e por estar mais interessado no outro rapaz. Observava a expressão concentrada do mais velho, em transe. Não sabia o porquê de estar tão vidrado mas o subconsciente gritava-lhe como o mais velho era bonito. Mesmo que quisesse descartar esses pensamentos perturbadores para a sua mente, aparentamente, heterossexual, não conseguia. Algo no rosto de Hansol o atraía profundamente. Apanhou-se a nadar nas lentes azuis e a comparar os lábios finos com frutas igualmente rosadas.

Mas também reparou nas bochechas avermelhadas do mais novo. Perguntou-se o porquê de ele estar tão vermelho mas a resposta veio de imediato quando fitou os olhos do mais velho que já se concentravam em si. Olharam-se durante uns bons segundos e de repente o mundo parou de girar. Para ambos. Estavam tão embrenhados em tentar desvendar o filme que passava na alma de cada um que nem notavam à quanto tempo estavam em silêncio.

O primeiro a acordar foi Hansol que sem se aperceber aproximava-se lentamente do mais velho. Arregalou os olhos  e afastou-se bruscamente, tentando pensar numa desculpa credível.

- “D-Desculpa, estava só a confirmar se de facto usas lentes ou não…”

- “A-Ah…” O mais novo proferiu um pouco às aranhas. Seria mesmo só para confirmar isso?

O rapaz de fios pretos tentou enganar mais a si mesmo do que propriamente B-Joo porque ele ainda se encontrava em estado de negação. Isto não podia simplesmente acontecer. Ele tinha de pensar no EuropeanDreamer!!

Byungjoo olhou para o seu dedo e observou o penso com animais coloridos.

- “Desculpa é os únicos que temos…” Hansol tentou desculpar-se pelo penso demasiado infantil mas ficou muito mais descansado quando Byung mostrou um sorriso adorável, dizendo que não havia o menor dos problemas.

Regresseram ao quarto do mais velho e continuaram a dançar o resto da tarde (depois de expulsar a Mia da cama). Ambos dançavam mas sem grande concentração para ao menos por sentimentos no que faziam. Todos os sentimentos encontravam-se nos pensamentos de ambos. Precisavam desesperadamente de respostas, mas como as conseguir?

No fim, Byungjoo ficou para jantar e desfrutaram de uma pizza gigante cheia dos condimentos que mais apreciavam. Puderam abster das suas mentes curiosas e divertir-se um bocado, conhecendo-se melhor.  Depois, Byungjoo teve de voltar a casa e para o seu alívio, Hansol levou-o até à universidade para que ele não se perdesse de novo. Já estava muito escuro mas mesmo assim Byungjoo insistiu em ser só levado até à universidade. Hansol acabou por ceder e separam-se no portão da universidade. Cada um voltou para o seu lar, a sós com os seus pensamentos. O mais novo já tinha um plano formado em mente. Tudo mudaria dali para a frente.

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EuropeanDreamer diz: «Boa noite, Miki~»

Mikiki diz: «Boa noite europeu. Dormiste tudo?»

EuropeanDreamer diz: «Mais ou menos, hoje não vou ficar a noite todo acordado, desculpa ahah»

Mikiki diz: «Não faz mal, eu também preciso de descansar. Hoje pratiquei a tarde toda.»

EuropeanDreamer diz: «A sério? Eu também que coincidência.»

Mikiki diz: «Eu não costumo acreditar em consequências mas vou abrir uma exceção ou a minha cabeça explodirá.»

EuropeanDreamer diz: «Passa-se alguma coisa? Sabes que podes contar-me tudo.»

Mikiki diz: «Eu sei, não te preocupes ok? Não é nada de especial, não me apetece pensar sobre isso. Apetece-me falar contigo e não pensar demasiado.»

EuropeanDreamer diz: « Ok, eu não vou forçar. Dizes quanto te sentires confortável para o fazeres. Estou aqui sempre para te ouvir.»

Mikiki diz: «Obrigada Europeu, és sem dúvida um amigo verdadeiro. Obrigada por tudo. Podemos não nos conhecer pessoalmente mas sei que és honesto ao contrário de certas pessoas…»

EuropeanDreamer diz: «Essas pessoas não são dignas de nada! Devemos ser sempre honestos mesmo que não seja a melhor opção…»

Mikiki diz: «Pois…concordo.»

EuropeanDreamer diz: «Enfim, vou provar ainda mais que sou de confiança agora.»

Mikiki diz: «Que vais fazer?»

EuropeanDreamer diz: «Vou enviar uma foto minha, espera tou à procura da perfeita ihih»

[EuropeanDreamer enviou uma imagem]

EuropeanDreamer diz: «Este sou eu! Não sou nada do outro mundo mas também não me considero propriamente feio.»

EuropeanDreamer diz: «Oi? Estás ai Miki?»

Mikiki diz: «Sim, estou. Desculpa a minha mãe chamou-me…. Uau…….»

EuropeanDreamer diz: «Uau? Isso é um elogio ou sarcasmo? Ahah»

Mikiki diz: «Um elogio! Não esperei que fosses tão giro… Até me sinto envergonhada…»

EuropeanDreamer diz: «Agora sou eu que digo Uau! Ahah Obrigada lol Não tens de te sentir. Aliás, podias mandar uma foto tua também…»

EuropeanDreamer diz: «Quer dizer, já nos conhecemos à tanto tempo por isso acho que não fazia mal trocarmos fotos…”

Mikiki diz: «…Verdade. Dá-me uns minutos.»

[Mikiki enviou uma imagem]

Mikiki diz: «Sou eu…….»

EuropeanDreamer diz: «Estás envergonhada do quê?! És tão linda… parece até quase surreal. Espero não estar a sofrer de catfish. Ahah»

Mikiki diz: «Achas? Ahah..»

EuropeanDreamer diz: «Se te vir na universidade, posso te cumprimentar?»

Mikiki diz: «Claro que sim, eu também farei o mesmo se te vir por aí.»

(…)

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Byungjoo começou a gostar da rapariga. Mesmo nunca a tendo visto na vida real, ele achava-a perfeita pelas conversas que tiveram durante aquelas semanas. O seu desejo de se encontrar com ela era cada vez mais ardente. E depois de ver a foto dela, ainda tinha ficado mais curioso. Porque não entendia como uma rapariga tão gira como a Mikiki usaria o WHO YOU. O coreano sabia com toda a certeza que a Mikiki podia arranjar um namorado em 3 tempos se quisesse. Por essa razão, é que Byungjoo começava a preocupar-se. Mikiki era sempre de uma certa maneira muito misteriosa e pouco revelava sobre si. Para fazer as suas suspeitas ainda mais credíveis, Mikiki ainda não lhe tinha dito o seu nome. E se afinal Byungjoo sofresse de catfish? Isso seria muito perturbador porque mesmo que a rapariga fosse demasiado misteriosa, o coreano tinha se acostumado  e até que gostava daquilo. Era diferente do normal.  Mas o diferente nem sempre é bom. E Byungjoo sabia-o.

Hansol não o poderia negar mais. Byungjoo era EuropeanDreamer e EuropeanDreamer era Byungjoo. O rapaz de cabelos pretos não sabia se ficava extremamente feliz ou extremamente nervoso. Afinal, como poderia não ficar feliz? A sua paixoneta pelo Byungjoo começara pela aparência mas juntando o psicológico mostrado através das conversas do WHO YOU, o interesse do mais velho tornava-se maior.  Hansol sonhara com alguém tão perfeito como Byungjoo desde sempre! Mas… este era o pior cenário que podia ocorrer entre eles.

Hansol já conseguia imaginar a cara de fúria do mais novo quando este descobrisse que a Mikiki era na verdade Hansol. Provavelmente nunca mais falariam e Hansol morreria com a culpa apunhulada no seu peito. Mas adivinharia que as coisas tomariam este rumo? Hansol não tinha culpa de nada mas agora que sabia de tudo, passara a ter. Era o seu dever, contar a verdade a ByungJoo. No entanto, não era fácil chegar ao pé da pessoa que tu gostavas e dizeres que afinal a rapariga era Hansol. E o mais velho ainda arruinou mais o cenário por ter enviado uma foto ao calhas.  Devia ter sido honesto no momento em que o mais novo mandara a sua foto, que por sinal, mostrava a perfeição dos seus traços. Hansol tinha de resolver este dilema o mais depressa possível.

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Como era habitual para o dançarino, Jiho, encontrava-se num bar qualquer de Seoul a desfrutar do sábado à noite com os amigos. Já tinha bebido o suficiente para qualquer piada ser a causa de gargalhadas tão altas que ultrapassavam o volume da música. Enquanto conversavam, alguns dos seus amigos já se tinham espalhado por causa de alguma rapariga com quem estavam a dançar. No entanto, Jiho não tinha saído para arranjar uma diversão para a noite mas sim porque algo que ele precisava de ver aconteceria daqui a alguns minutos. Mesmo estando alterado, ele contava os minutos que faltavam para o espetáculo começar. Lembrava-se muito bem do cartaz daquele bar que anunciava um underground rapper em ascenção. Se fosse um rapper qualquer, Jiho não queria saber mas aquele rapper…ele tinha de ouvir. Por isso tinha combinado ir aquele bar com os amigos na desculpa de se querer divertir um pouco. 

Era agora, duas da manhã. Jiho rodou a cadeira para observar o palco e espero que fosse anunciado o rapper, o que não demorou muito. Uma rapariga esbelta subiu ao palco e disse com um grande sorriso na cara: “Estão a divertir-se?! Espero que sim porque agora vamos passar ao momento alto da noite! Uma salva de palmas para o Jenissi, um novato das redondezas.”

O rapaz de cabelos castanhos que Jiho conhecera através do grupo de amigos da universidade, estava ali na sua frente a fazer rap. A sua roupa era mais extravagante: trazia umas calças pretas justas com uma t-shirt branca XXL cheia de rasgões nas mangas. Usava uns óculos escuros e uns colares dourados. Jiho riu-se por não achar aquele o estilo do mais velho. Ele parecia tão normal nas saídas da universidade e aqui estava completamente à sua vontade.

Taeyang, ou Jenissi, começara a fazer rap e as pessoas que dantes se comiam na pista de dança, davam atenção ao jovem rapper que estava a impressionar todos. Também Jiho estava impressionado. Não estava à espera que Jenissi fosse tão bom. Não era só o rap mas também as músicas? Será que era Jenissi que as produzia? Porque se fosse, Jiho ficaria ainda mais boquiaberto. Afinal estava certo, em ter um certo interesse em Jenissi.

O concerto durou muito mais que Jiho esperava, mas o tempo passou a correr e ele só queria que houvesse uma segunda parte.  O rap nunca foi o seu gosto musical primário mas apreciava alguns rappers e achou que Jenissi se acabara de tornar num dos seus preferidos.

O bar fechou depois do concerto e os amigos de Jiho foram para casa. No seu caso, decidiu esperar por Taeyang. Por isso, esperou-o sair da porta detrás do bar. O mais velho acabou por sair, não muito depois de Jiho ter chegado ao local.

- “Parabéns.” Jiho aplaudi-o do escuro, o que fez Taeyang pular e quase cair das escadas se não se tivesse agarrado ao corrimão.

- “Porra, que susto Xero!” Taeyang queixou-se do ataque de coração que acabara de sofrer por causa do seu dongsaeng. “Que andas aqui a fazer?”

- “Eu vim assistir ao teu concerto. Foi muito bom, não estava nada à espera! És muito bom a fazer rap, hyung!”

- “Ah, Obrigada Jiho. Não acredito que vieste aqui de propósito.” 

- “Mas vim.” Ele desfez-se em sorrisos. “Vais para casa?”

- “Sim e tu?”

- “Estava a pensar se não querias conversar só um bocadinho. A menos que estejas mesmo cansado.”

- “Não estou. Bora.” Os rapazes saíram do beco e voltaram ás ruas principais de Seoul. Dirigiram-se a um pequeno jardim, com árvores baixas onde se sentaram nuns bancos vermelhos.

- “Então, juntaste-te ao nosso grupo por causa de quem?”

- “Por causa do Sangdo Hyung. Eu não tinha amigos na universidade então o Sangdo introduziu-me a vocês. E tu?”

- “Eu faço parte dos dinossauros. Eu era amigo do P-goon e decidimos começar a andar com os nossos dongsaengs, no meu caso, o Hojoon, no caso do P-Goon,  o Gohn e o Seogoong.”

- “Ah, quer dizer que és dos mais velhos? Quem diria, pareces tão novinho~”

- “Ahah, que graça. A altura não é sinónimo de nada Jiho. Posso ser mais baixo mas isso não quer dizer que não seja mais responsável que tu.”

- “Porque dizes isso? Tenho cara de quem é muito irresponsável?” Xero provocou o maior, com o seu famoso sorriso capaz de fazer qualquer rapariga beijar os seus pés. No Jenissi, só lhe provocou um arrepio inconsciente.

- “Não, tens cara de quem não quer saber das consequências do que faz.” Taeyang esclareceu o outro, na perfeita consciência que Jiho estava a fazer-se ao bife. Não era característico dele, mas estava a deixar-se levar pelo mais novo. Taeyang não era nada a favor dessas coisas de uma noite. Isso não lhe significava nada e por isso nunca se dedicou a nenhuma relação amorosa. Não é como se tivesse uma fila de raparigas atrás de si, o que influenciou a sua decisão de ser responsável e pensa primeiro antes de agir.

Jiho devia ser das raras pessoas que estavam, provavelmente, interessadas nele. Devia sentir-se desconfortável pela situação ou pelo facto de Jiho ser um rapaz? A falta de interesse por namoros fez com que Taeyang começasse a questionar a sua orientação sexual à muito por isso se Jiho tentasse alguma coisa, Taeyang não o pararia.

- “Ás vezes é bom simplesmente fazer o que nos apetece, e não pensar no resultado sabes.”

- “Desculpa, não consigo pensar como tu. Tenho uma consciência demasiado grande para ser tão despreocupado.” O mais velho riu-se, um pouco embaraçado. Mas o seu embaraço tornou-se vergonha assim que Jiho se aproximou mais dele, para ser mais precisa, da sua cara.

Jenissi arregalou os olhos, sem saber como reagir à proximidade do outro. Ele usaria esta oportunidade para testar a sua orientação sexual. Não podia ser muito mau pois não?

- “Então, agora vais deixar de te preocupar pode ser? Só por alguns segundos.” Depois de sussurrar aquelas palavras de maneira sedutora, Jiho tomou os lábios do mais velho e iniciou um beijo demorado e lento. Demasiado lento para Taeyang.

Não soube de onde proveio aquela coragem, mas o rapaz de fios castanhos aprofundou o beijo e acelarou o ritmo com que as bocas trabalhavam. Nunca lhe passara pela cabeça que beijar um rapaz fosse tão bom. A sua mente confusa dizia-lhe que não iria ser nada de especial mas aquilo era muito bom. Ou então era Jiho que sabia beijar bem.  O que significava aquilo? Que Taeyang era homossexual ou que simplesmente gostava dos beijos de Jiho?

O cerébro do outro rapaz, comportava-se de outra forma. Enquanto taeyang mergulhava num poço sem fim de perguntas, Jiho tinha desligado tudo. Apenas se entregava ao beijo, como acontecia com todas as raparigas (e rapazes) que tinha comido. Aquele beijo, para ele, não tinha muito mais sentimentos do que o desejo carnal. Taeyang e Jiho conheciam-se apenas à algumas semanas e nem tinham falado muito por isso Jiho não gostava dele inteiramente. O seu aspecto físico era o que lhe interessava maioritariamente. Desde o dia em que viu Taeyang, achou-o muito atraente, com aquele sorriso que provocava covinhas nas bochechas do mais velho. E Jiho precisava simplesmente de o devorar. Mas aquilo poderia demorar. Se o outro rapaz não tinha a mesma mentalidade que ele, não sabia quanto tempo demoraria a conseguir o que queria. Mas valia a pena tentar não?

Depois de muito tempo, Jiho soltou-se dos lábios de Taeyang, depois de morder o inferior, provocando um arrepio na espinha do último.

- “Não foi bom por alguns momentos deixares as preocupações de lado e fazeres simplesmente o que te apetece?” O mais novo fez-se ouvir depois algum tempo a tentar recuperar o fôlego.

- “É… não foi mau.” Taeyang encolheu os ombros, provocando o mais novo de propósito.

- “Ah Hyung!” Jiho riu-se do outro. “Já vi que também és mauzinho.”

- “É claro que sim, sou teu Hyung tenho esse direito.” O rapaz de cabelos castanhos formou um sorriso convencido nos lábios e depois olhou para o relógio. “Bom, vou andando. Tu também devias de ir.”

- “Ah pois, que horas são? Até me esqueci que o tempo existia~”

Taeyang pôs dois dedos na boca e reproduziu-o o som de alguém a vomitar. “A sério Xero com essas pirocisses, não vais longe.”

- “Ao menos tentei. Bom, boa noite, vemo-nos por aí hyung.” Jiho acenou, usando de novo o seu tal sorriso e Taeyang acenou de volta, levantando-se do banco. Saiu do jardim e decidiu ir para casa a pé. Depois do que se sucedeu ele precisava do ar frio da noite para lhe acalmar as hormonas.