História Will of Fire - Fazendo o melhor possível.

Cachoeira – Floresta do Fogo – Dois meses depois -

Haviam se passado dois meses desde que Naruto virou aluno de artes marciais sob a tutela de Hiruzen. A rotina de treinos era dura, mas ele estava começando a se acostumar. Ele era um garoto esperto e por isso sempre seguia os conselhos de seu mestre:

- “Naruto! Imagine que o seu corpo sumiu, imagine que você não tem sangue e nem carne que o tornem pesados.” – foi o que disse Hiruzen enquanto Naruto tinha que ficar plantando bananeira com apenas dois dedos no chão.  O rostinho do garoto estava molhado de suor e ele tinha um semblante de dor, apoiando o peso inteiro do seu corpo em apenas dois dedos.

- “Torne-se uma árvore contra o vento, com a raiz enterrada no chão e as folhas soltas no ar. Não se deixe levar pelo vento, mas não se oponha a ele.” – foi o que disse Hiruzen enquanto observava Naruto tentando resistir a correnteza de um rio que chegava até seu pescoço, ele estava tentando desesperadamente nadar contra a corrente.

- “Quando chover transforme-se em uma pedra e fique aguentando a chuva que cai sobre você.” –  foi o que disse Hiruzen observando Naruto treinar no topo da torre senju, estava caindo um temporal com relâmpagos rasgando o céu, mas Naruto estava praticando socos e chutes em alta velocidade sem hesitação.

- Soco reverso! Jab! Soco com avanço! Soco ascendente! Soco em gancho! Soco circular! Soco vertical! Soco paralelo! Soco duplo!  - gritava Hiruzen debaixo de forte chuva, ordenando que Naruto executasse os socos que ele dizia.

- “Você entendeu Naruto? Torne-se um dragão contra as cachoeiras!” – foi o que disse Hiruzen enquanto observava Naruto praticando chutes contra a cachoeira a qual a dois meses atrás Hiruzen encontrou ele ali fritando peixes.

- Chute frontal! Chute semi-círcular! Chute lateral! Chute para trás! Chute invertido! Chute reverso! Chute com salto! – gritou Hiruzen, vendo Naruto finalizar a sequência de chutes com uma voadora na cachoeira que tinha uma forte corrente, servindo como uma barreira para os ataques de Naruto.

- “Torne-se uma montanha contra o mal. Jamais se mova ou fuja, mesmo que sua vida esteja em jogo. Você entendeu Naruto?” – foi o que disse Hiruzen enquanto observava Naruto meditando no topo da cachoeira que estava congelada devido ao inverno do mês de dezembro.

Era onde ele estava atualmente, o Uzumaki estava de olhos fechados e não se movia mesmo com neve acumulando em sua cabeça em ombros.

- “Ele está progredindo rápido.” – pensava Hiruzen ao longe, escondido nas árvores enquanto observava Naruto, ele estava fumando seu cachimbo enquanto observava Naruto imóvel, tentando achar algum sinal de frio ou hesitação, mas não encontrou nenhum.

- "Ele se tornará um Genin muito forte. Eu tenho certeza disso. Os garotos mais velhos que treinei tinham dificuldade nessa fase do treinamento mas o Naruto tem uma facilidade de aprender na prática.” – pensava Hiruzen, retirando o cachimbo da boca e soprando fumaça, sentindo o calor se espalhando pelo seu corpo.

O Hokage então puxou um relógio de bolso e verificou a hora, vendo que estava na hora de ir trabalhar.

- “Eu vou deixá-lo sozinho agora, ele conhece a rotina. Vamos ver como ele se sai sem mim.” – pensou Hiruzen, guardando o relógio em um de seus bolsos e saindo andando, deixando Naruto sozinho em meditação.

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Complexo Hyuga – Ao mesmo tempo -

Naruto não era o único que estava treinando duro naquele momento. Outro garoto estava treinando no Complexo Hyuga. O clã mais rico e influente de Konoha. Com um largo complexo do outro lado da vila.

Neste ambiente, pai e filho treinavam, lutando um contra o outro. O adulto apenas defendia os golpes rápidos do seu filho de treze anos que atacava rapidamente com chutes e com a palma da mão. Este era Hizashi Hyuga e seu filho Neji Hyuga, a semelhança deles era clara, com os dois tendo longo cabelo negro que caia pelas costas deles e olhos brancos.

O garotinho tentou saltar para acertar a palma no rosto de seu pai mas levou um chute no estômago, sendo arremessado para trás e rolando pelo piso do dojo. Ele se levantou e tentou atacar seu pai novamente com três golpes rápidos, porém todos foram defendidos e ele levou um contra-ataque na cara, rolando para trás novamente.

Dessa vez o menino se levantou com dificuldade e correu na direção do adulto que simplesmente se moveu tão rápido que pareceu um borrão para a criança, colocando o pé para ele tropeçar, e foi o que aconteceu, o garotinho foi ao chão novamente.

- Certo, por hoje é só. – disse Hizashi ao ver que seu filho já não aguentava mais.

- Não, pai... eu consigo continuar... – disse o pequeno Neji, constrangido por não ter conseguido acertar sequer um golpe.

- Neji! Você não pode se esforçar tanto. – disse Hizashi impedindo que Neji avançasse novamente apenas com seu olhar severo.

- Mas tendo em vista a sua idade, você está bem forte. – disse Hizashi com sua expressão se suavizando em um sorriso.

O pequeno Neji então ficou de joelhos e tocou o chão com sua testa em uma posição de pura gratidão.

- Muito obrigado por lutar comigo! – agradeceu Neji em um tom de respeito. Hizashi apenas sorriu e fez sinal para Neji se levantar e o garotinho obedeceu.

- Agora, vamos comer. – disse Hizashi andando na direção dele e passando por ele, Neji o acompanhou com o olhar vendo seu pai pegar uma sacolinha que ele tinha deixado perto da entrada, ela continha dois sanduíches.

Os dois se sentaram do lado de fora do dojo para comer. Hizashi sorria enquanto Neji se empanturrava com o seu sanduiche de queijo.

- Ei, pai... Eu ouvi dizer que seu irmão mais velho tem um filho como eu. – disse Neji com um sorriso no rosto, tal sorriso estava rodeado de cheddar.

- Sim. Uma menina, nasceu um ano depois de você. – respondeu Hizashi em um tom ameno.

- Uma menina... hm... – murmurou Neji em um tom pensativo.

- Hoje nós vamos comemorar o aniversário de doze anos dela.  – acrescentou Hizashi vendo Neji parecer ainda mais pensativo.

- Como será que ela é? – questionou Neji, curioso. Porém antes que Hizashi pudesse explicar, Neji soltou uma exclamação de surpresa.

- Pai! Está nevando!  - disse Neji se levantando e andando dois passos para frente para sair do teto de proteção do dojo, ficando exposto á neve.

- Pela espessura das nuvens... Uma nevasca das grandes está vindo. – disse Hizashi, também se levantando.

- Hm... Acredito que devido a nevasca o conselho irá querer adiantar o aniversário. Então nós devemos nos preparar, Neji. – declarou Hizashi, virando a cabeça para olhar para o seu filho.

- Eu vou conhecê-la hoje? – questionou Neji com um largo sorriso em seu rosto.

- Vai. – confirmou Hizashi, fazendo um gesto de afirmação com a cabeça.

- Que legal! – comemorou Neji.

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Complexo Hyuga – 14h -

Algumas horas depois, a previsão de Hizashi se confirmou, para evitar contra tempos o aniversário de Hinata Hyuga, a filha do líder do Clã, fora antecipado. Vários membros do clã estavam vestidos em yukatas comemorativos na frente da mansão onde morava o líder do clã e sua família.

Hizashi e Neji estavam junto da multidão, esperando que a porta da mansão se abrisse e o líder do clã viesse dar uma palavra para os outros membros. Depois de dez minutos, finalmente o líder do clã, Hiashi Hyuga e sua filha saíram da casa acompanhados de alguns guarda-costas.

Hiashi era irmão gêmeo de Hizashi, portanto eles eram exatamente iguais, porém ficava evidente que Hinata havia puxado mais a mãe ao contrário de Neji que puxou mais ao pai e ao seu tio. Isso podia ser visto no cabelo azul escuro dela, que era reminiscente da primeira dama que havia falecido dando a luz a Hinata, ela também mantinha o cabelo em um corte hime diferente de Neji que mantinha o cabelo liso como seu pai e tio.

A garotinha estava claramente intimidada pela quantidade de pessoas e isso ficava aparente pela forma que ela segurava a aba do yukata branco de seu pai.

- Ah! Ela é tão fofinha! – declarou Neji com um largo sorriso.

- Neji... é seu destino protegê-la e também proteger o sangue dos Hyuga. – disse Hizashi em um tom sério, enquanto observava Hinata.

- Sangue dos Hyuga? – questionou Neji, parecendo confuso. O semblante sério de seu pai se suavizou e o homem sorriu para ele. Ele dirigiu sua mão até a cabeça de Neji para frustração do garoto, pois isso significava um intenso cafuné.

- Pai... – resmungou Neji enquanto seu pai lhe fazia o cafuné. O homem mais velho soltou uma gargalhada.

Duas horas depois, após toda a cerimônia de aniversário, era chegada a hora de ver o progresso que Hinata estava fazendo em seu treinamento. Tal ritual era comum no clã Hyuga desde a data de sua fundação. O dojo da família principal havia sido especialmente preparado para aquele momento, um largo salão para que Hinata lutasse contra outras crianças do clã. 

Hiashi e Hizashi estavam sentados em seus joelhos, lado a lado no canto superior da sala. Outros membros do clã estavam distribuídos pelo salão de uma forma que deixasse o centro livre.

E a herdeira do Clã Hyuga não estava fazendo feio.  Eles estavam trocando golpes na arte marcial do Punho Gentil, especialidade do Clã Hyuga. Com uma série de movimentos rápidos, ela derrotou seu oponente derrubando o garotinho no chão com uma palmada em seu peito.

- Aiii! – gemeu o garotinho, sentando no chão com a mão massageando o próprio peito depois de receber um golpe de Hinata.

- M-Me desculpe! Não foi minha intenção! – desculpou-se Hinata, parecendo horrorizada por ter machucado o seu oponente. Heiji, o avô de Hinata, que também estava presente no local sentado ao lado esquerdo de Hiashi, bateu sua bengala no chão, parecendo bastante insatisfeito com a atitude da herdeira do clã.

- Não se desculpe menina, termine o que começou! Acabe com o seu oponente! – reclamou Heiji, batendo sua bengala no chão novamente.

- M-Mas! – gaguejou Hinata, não vendo sentido em continuar já que o seu oponente já havia sido derrotado. O garotinho estava com um olhar de pânico idêntico ao de Hinata.

- Não discuta comigo menina! Faça como eu comando! Sem fraqueza! Sem misericórdia! – retrucou Heiji, batendo sua bengala com bastante força no chão, não deixando espaço para contestações.

HIashi e Hizashi estavam em silêncio, não ousando desafiar o ex-líder do clã. Mesmo em detrimento de Hinata que estava amedrontada.

- Eu não posso... não é justo... – choramingou a menina para desgosto de Heiji que bateu a bengala no chão em frustração.

- FAÇA!  - gritou Heiji com uma feição transtornada.

Hinata, por puro instinto, atacou o garoto. Acertando a palma de sua mão no olho direito dele com um golpe fortíssimo que fez o oponente rugir de dor e bater a nuca no chão, o olho atingido imediatamente ficou roxo.

- Gwaaaaaaaaah! – rugiu o garoto, se esperneando no chão com a mão no olho ferido.

- M-Me desculpe! – gaguejou Hinata, bastante abalada por ter sido obrigada a fazer aquilo.

- Perfeito Hinata! E você... carregue esse ferimento como um memorando da vergonha que você trouxe para este clã! – disse Heiji em um tom muito sério, enquanto o garotinho era retirado dali pelo seu pai que o levou em seus braços até a saída, em busca de gelo para o olho de seu filho que chorava em seus braços.

- Parece que nenhum garoto do clã foi capaz de derrotar Hinata-sama. – disse Hizashi em um tom extremamente formal e frio. Hiashi se virou para Hizashi com um sorriso de canto.

- Do que você está falando? Nós ainda não testamos contra todos, Hizashi. – disse Hiashi em um tom gentil, o líder do clã olhou diretamente para Neji que estava sentado ao lado de Hizashi.

Hizashi direcionou o olhar para o seu próprio filho que o encarou de volta com um semblante de confusão.

- Não é comum que crianças da casa secundária participem da cerimônia. – disse Hizashi no mesmo tom frio.

- Apesar disso, não é contra as regras do clã. Vamos lá irmão, eu gostaria de ver o progresso que você fez com Neji até agora. – disse Hiashi em um tom gentil enquanto Hizashi manteve seu semblante de seriedade.

- O seu pedido é uma ordem. – disse Hizashi em um tom submisso o que deixou Hiashi visivelmente frustrado. O irmão mais novo virou a cabeça para Neji que ainda estava ali olhando para os dois com um olhar de confusão.

- Neji, por favor, levante-se e prepare-se para lutar com Hinata-sama. – ordenou Hizashi fazendo Neji arregalar os olhos em surpresa.

- O quê? Por quê pai? Você disse que eu deveria protegê-la! – reclamou Neji, claramente confuso.

- Não é só isso. Hinata-sama é a herdeira do clã Hyuga, isso significa que ela será sua líder uma dia. Se ela requisita a sua força para que ela possa treinar, você deve obedecê-la. – retrucou Hizashi balançando a cabeça em negação.

- Mas... ela está exausta... não é uma luta justa.  – disse Neji observando a garotinha a distância, ela estava visivelmente ofegante por ter lutado contra tantas crianças em um curto espaço de tempo.

- Não há problema. Eu fiz esse mesmo teste quando tinha a idade dela e consegui derrotar todos os oponentes. Um verdadeiro líder não pode se deixar abater pela dor ou cansaço. Ele apenas se levantar e continua lutando de novo e novo. – assegurou Hiashi em um tom ameno, um pequeno sorriso correndo seu rosto, tranquilizando Neji que se levantou.

O garoto caminhou até Hinata que o encarou com preocupação enquanto Hiashi se levantava do chão.

´- A última luta do aniversário vai começar! Hinata vs Neji! – declarou Hiashi, levantando a mão para o alto, fazendo todos os membros do clã se levantarem. Um silêncio absoluto se instaurou no local enquanto Neji e Hinata entravam em posição de luta, ambos completamente desconfortáveis, não querendo lutar.

O avô de ambos estava observando os dois cuidadosamente. Pela careta de raiva que ele fazia, não estava gostando nada do que estava vendo.

- Isso é um absurdo... não há dúvida sobre quem vai vencer... – murmurou o ex-líder do clã em um tom de irritação. Ele havia percebido que a postura de luta confiante e agressiva de Neji era bem melhor do que a postura inexperiente e hesitante que Hinata apresentava. Outros membros do clã também haviam percebido.

- Heiji-sama... não seria prudente interromper a luta? Alguém da casa secundária vencendo alguém da casa principal não é a imagem que devemos passar. – sussurrou um dos membros do clã, perto do ouvido de Heiji.

- Mesmo que eu quisesse, não sou mais o líder do clã, não posso desfiar uma ordem de Hiashi. Se eu tentar, vou fazê-lo parecer fraco e sem autoridade. – declarou Heiji em um tom sério.

- Mas... – murmurou o familiar, parecendo preocupado, mas vendo a expressão séria de Heiji ele decidiu se silenciar.

- Comecem! – declarou Hiashi, abaixando o seu braço levantado. Neji, aproveitando a hesitação de Hinata, atacou a herdeira do clã. Ele acertou uma palmada bem no centro do rosto de Hinata em uma velocidade impressionante.

A garotinha caiu de costas no chão com o rostinho vermelho pela pancada, ela choramingou alto de dor. Muitos membros do clã soltaram grunhidos, impressionados com a facilidade que Neji havia derrubado a herdeira do clã.

- Neji vence o primeiro assalto! – declarou Hiashi, levantando a sua mão. A sua filha fez força para se levantar do chão, completamente desnorteada pelo golpe poderoso que havia sofrido. Neji prontamente ofereceu sua mão para ajudá-la a se levantar e ela aceitou a oferta.

Os dois entraram em posição de luta novamente, esperando o sinal do líder do clã. Quando o mesmo levantou o braço, os dois avançaram ao mesmo tempo, dessa vez fazendo uma luta mais equilibrada.

- O Neji é muito forte. Me lembra de quando eu era pequeno. – disse Hiashi com um pequeno sorriso porém Hizashi, sempre bastante sério, prontamente interrompeu sua linha de raciocínio.

- O Neji vive pelo bem da Hinata. Esse é o destino dos Hyuga. – assegurou Hizashi em um tom frio, fazendo um semblante triste aparecer em Hiashi.

Ao mesmo tempo, Neji havia conseguido imobilizar Hinata no chão, com a mesma tendo a cara pressionada no piso enquanto o mais velho segurava o braço direito dela pra trás e empurrava o joelho em sua coluna.

- Certo! Por hoje é só! – declarou Hiashi, levantando o braço e interrompendo a luta. Muitos dos membros do clã soltaram grunhidos de surpresa e decepção, afinal um herdeiro de clã perder uma luta em seu aniversário era sinal de extrema má sorte para todo o resto do clã Hyuga.

- Tsc... maldita... como se atreve a nos envergonhar dessa maneira... – murmurou Heiji, porém mais para si mesmo, do que para os outros do clã que não o ouviram falar aquilo.

Hiashi e Hizashi se aproximaram dos dois pequeninos. O líder do clã tinha um doce sorriso em seu rosto, mesmo com o resultado da luta tendo sido desfavorável.

- Neji, você é muito forte, seu pai lhe treinou muito bem. – declarou Hiashi fazendo Neji curvar-se em respeito.

- Hinata, você tem muito o que aprender. – disse Hiashi, dessa vez em um tom de repreensão, fazendo Hinata abaixar a cabeça em vergonha. A cerimônia de seu aniversário se encerrava com gosto de derrota.

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Complexo Uchiha -  Ao mesmo tempo -

- Katon: Gōkakyū no Jutsu! – (Liberação do Fogo: Técnica da Grande Bola de Fogo) – Sasuke ouviu o seu pai rugir antes dele soltar uma bola de fogo gigante de sua boca, como um dragão enfurecido.

Eles estavam no famoso deque do Clã Uchiha que era conectado a um riacho. A bola de fogo disparada pelo seu pai causou uma explosão de fumaça na água devido ao choque térmico. O pequeno Sasuke estava chocado com o poder da técnica.

- “Incrível!” – pensou Sasuke de olhos arregalados, seu pai, Fugaku Uchiha, era o líder do Clã Uchiha e este título não era apenas de enfeite. Ele podia ver o qual poderoso o seu pai realmente era pelo seu domínio da liberação de fogo.

- Este é o jutsu fundamental que todos do Clã Uchiha devem saber. Para executá-lo basta fazer os selos de mão que te ensinei antes. Você acumula chakra na área entre seu peito e boca e depois o expele para fora da mesma forma que eu fiz. Agora é sua vez da fazer. – disse Fugaku em um tom sério e instrutivo.

 - Sim! – concordou Sasuke com entusiasmo em sua voz. Fugaku deu espaço para que ele tomasse a frente no deque.

- “O papai está me ensinando Ninjutsu... finalmente ele decidiu me reconhecer! Eu devo corresponder as suas expectativas!”  - pensou Sasuke enquanto fechava os olhos para se concentrar.

- Concentre-se, sinta o seu chakra fluindo dentro de você, ele dá poder a você. Os selos de mãos ajudam você a distribuir esse poder pelo seu corpo. – disse Fugaku vendo Sasuke começar a fazer selos de mão.

- Tigre! Carneiro! Macaco! Javali! Cavalo! Tigre! – disse Sasuke, citando cada selo de mão lentamente. O pequeno Uchiha sugou bastante ar para dentro de seus pulmões, fazendo suas bochechas inflarem, seus músculos tensionaram quando ele sentiu o seu próprio chakra inflamar.

- Katon: Gōkakyū no Jutsu! – (Liberação do Fogo: Técnica da Grande Bola de Fogo) – pensou Sasuke, liberando o chakra pela boca logo em seguida, mas para infelicidade dele, ele apenas conseguiu soltar uma pequena labareda.

- Somente isso... huh? – questionou Fugaku visivelmente decepcionado, apesar de não demonstrar nenhum sentimento em sua voz estoica.

- Me desculpe pai... eu vou melhorar da próxima vez... – murmurou o pequeno Sasuke, abalado por não ter conseguido corresponder as expectativas.

- Não. Foi erro meu achar que você poderia se comparar a Itachi. – disse Fugaku, fazendo Sasuke ficar ainda mais angustiado por ter sido comparado ao seu irmão mais velho. O líder do Clã deu as costas para seu filho e começou a andar para sair do deque com o olhar de Sasuke fazendo um furo em suas costas.

- Parece que ainda é muito cedo para você aprender. – disse Fugaku enquanto andava.

Fugaku então repentinamente parou de andar, e ainda sem virar o rosto pro seu filho, disse:

- Um membro do Clã Uchiha não é totalmente reconhecido como maduro até que ele possa usar a liberação do fogo. É por isso que o símbolo do nosso clã é o leque que controla o fogo. Até que você aprenda a utilizá-lo, me recuso a reconhecê-lo com um de nós. – disse Fugaku em um tom rígido, deixando o local logo em seguida.

Sasuke cerrou os punhos com força, sentindo bastante raiva de si mesmo por ter demonstrado fraqueza na presença de seu pai.

- DROGA! – gritou Sasuke, assustando os pássaros na copa das árvores ao redor do lago.

- “Por que eu não consigo ser tão bom quanto o Itachi-nii-san?! Isso não é justo! Droga!” – pensou Sasuke, com muita angústia em seu semblante.

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Escritório Hokage – Torre Hokage – 20h

- Não vai pra casa, Lorde Hokage? – questionou Shikaku enquanto observava Hiruzen assinar a última papelada do dia. O Hokage não havia tirado sequer uma hora do dia para almoçar ou jantar, coisa que ele raramente fazia.

- Depois que eu terminar de assinar esses últimos papéis. – respondeu Hiruzen, sem parar para olhar para Shikaku que estava bem em frente a sua mesa.

- Você pode deixá-los para mim, eu posso terminá-los se assim o senhor desejar. – disse Shikaku, massageando a própria nuca.

- Esses não são documentos normais que você possa assinar, a assinatura do Hokage é necessária para que eles tenham algum valor perante o Imperador. – disse Hiruzen, assinando mais um papel em quanto falava, ele o colocou em cima de uma pequena pilha enquanto prosseguia para o próximo.

Shikaku pegou um dos papeis e analisou o seu conteúdo.

- Entendo... esses são as concessões requisitadas por Kumogakure não é? Para o tratado de paz? – questionou Shikaku após analisar o documento.

- Um conselheiro do Daimyo do País da Nuvem vem até aqui amanhã com sua comitiva para assinar o tratado de paz oficial entre os dois países. É um evento importante, qualquer erro pode causar uma guerra, então tudo tem que sair perfeito. – disse Hiruzen, finalmente assinando o último papel da noite.

- Então acho que seria prudente eu fazer uma ligação para Fugaku Uchiha para pedir reforço policial. Devemos evitar qualquer inconveniente. Onde ele vai se hospedar? – questionou Shikaku vendo Hiruzen retirar um cachimbo de suas vestes e levá-lo até sua boca.

- Como prova de boa fé da nossa parte, eles irão se hospedar no complexo Hyuga. – disse Hiruzen em um tom sério, sabendo exatamente qual seria a reação de Shikaku.

- O-O quê?! O complexo Hyuga?! Você conhece a história entre Kumogakure e o Clã Hyuga! Com todo respeito Lorde Hokage, isso é a mesma coisa que colocar água e óleo no mesmo recipiente. – disse Shikaku, parecendo extremamente preocupado e descontente com a decisão.

- Você não precisa me dizer isso. Mas foi um pedido pessoal do Raikage, ele só acreditará na oferta de paz se vier do próprio Hiashi. – disse Hiruzen no mesmo tom sério, retirando o cachimbo da boca para soltar uma baforada de ar quente.

- Você sabe que eles estão planejando alguma coisa não é? O Raikage não dá ponto sem nó. – disse Shikaku em um tom sério vendo Hiruzen confirmar com a cabeça.

- Evidentemente. Por isso eu pessoalmente irei supervisionar o evento, mesmo que eles estejam planejando alguma coisa, não serão capazes de realizar seus planos comigo lá. – disse Hiruzen se levantando de sua cadeira imponente.

- Entendo. Então eu deixo tudo em suas mãos. Eu cuidarei de tudo enquanto o senhor estiver ausente. – disse Shikaku, curvando-se em respeito e pegando a pilha de papéis assinados logo


- Obrigado, tenha uma boa noite, Shikaku. – disse Hiruzen, passando por Shikaku e saindo pela porta do escritório. O líder do Clã Nara observou a porta fechada por alguns segundos, imerso em seus pensamentos.

- “Não importa o quanto ele tente esconder, ele não me engana, ele tem andado distraído com alguma coisa. O que pode ser?” -  pensou Shikaku.

Will of Fire