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História Worth It - Capítulo Único


Escrita por: Biah_Chan

Notas do Autor


Oie pessoal!
Então... Estava eu sem fazer nada numa tarde qualquer, quando de repente essa vontade surgiu e "BUM"... Surgiu Worth It kkkk O nome é "vale a pena" (preferi em inglês porque é mais bonitinho) porque queria deixar claro que vale a pena arriscar, sorrir, chorar... Viver! ~filosofando aqui~ KKKKKKKKKKKKK
Espero que gostem, e se acharem confuso -não sei, vai que né?- pode perguntar que eu respondo de boa :)
Boa leitura <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


Nico

“No momento você não pode invocar nem um osso de galinha sem virar uma poça de escuridão, Di Ângelo. Já falei, chega dessas coisas do Mundo Inferior. Ordens médicas. Você me deve pelo menos três dias de repouso na enfermaria. Começando agora.”

Nico não pode negar que ficou feliz por essa ‘ordem’ de Will. Isso era algo novo para o moreno, mas como ele havia prometido a si mesmo que faria sua segunda chance valer à pena, resolveu arriscar e ficar no acampamento. E de brinde os três dias agüentando Will Solace.
Mas o que ele não esperava era todos esses sentimentos avassaladores e confusos que passou a sentir desde que conhecera Will e a vontade de fugir quando entrou na enfermaria junto de Will. O loiro apontou para uma cama no canto da sala sorrindo amigavelmente para ele.

Se deite lá que eu já venho com os medicamentos para você. – Will falou já se dirigindo para uma parte pequena salinha dentro da enfermaria. Deveria ser onde eram guardados os remédios e afins.

Nico varreu o local com o olhar. Durante as 48 horas que via os filhos de Apolo correndo de um lado para o outro pelo acampamento para buscarem suprimentos para os feridos, Nico achou que fosse encontrar a enfermaria cheia. Porém, agora, poucos eram os que estavam deitados nas camas, alguns tinham pernas ou braços engessados e alguns poucos tinham quase a metade do corpo forrado por gaze. A grande maioria estava dormindo, outro liam livros e um ou dois, Nico não prestou atenção, brincavam com o gesso.
Quando Nico chegou a sua cama, olhou-a com um colchão fino, lençóis brancos e um travesseiro aparentemente desconfortável. Ele sentiu pena dos que precisavam ficar lá por tempo indeterminado e lamentou por ter que ficar por lá durante três dias. Soltou o ar lentamente e só então percebeu alguém olhava para si.

Você é Nico Di Ângelo? – perguntou uma menina que parecia ter seus quinze anos. Nico ficou tentado a perguntar a menina como ela sabia seu nome. Apenas se limitou a responder num balançar de cabeça, se sentando na cama desconfortável. – Will me falou de você. De como você agiu corretamente ao decidir deixar Octavian lançar o projétil em Gaia.

Nico apenas estreitou os olhos e refletiu sobre o que a menina havia falado. Mas uma pergunta pairava em sua mente, algo que o deixou extremamente curioso. Porque Will Solace falou dele?

Precisa ver de como ele fala de você. – a menina falou dando um risinho. – Os olhos chegam a brilhar. Afinal meu nome é Melanie filha de Atena.

O moreno olhou para os olhos cinza quase azulados da menina e deu um meio sorriso. Ela apenas queria puxar assunto com ele. Já que sua perna estava engessada e a grande maioria de seus irmãos estava trabalhando na reconstrução do acampamento, ela deveria estar se sentindo solitária. Imediatamente Nico se identificou com a menina. Solidão era algo que ele conhecia bem.

Desde que estou aqui, Will é o único que conversa comigo. Meus irmãos estão ocupados e meus amigos morreram na batalha... – revelou com uma voz triste e embargada pelo choro que prendia.

Nico não entendia o porquê de ela estar lhe contando suas dores, mas não pode deixar de sentir pena da menina. Seus cabelos negros e ondulados estavam espalhados pelo travesseiro, seus olhos estavam avermelhados pelo choro e as lágrimas, num impulso que Nico não sabia onde conseguiu, se aproximou da menina e começou a afagar-lhe os cabelos.

Chorar faz bem – falou apenas isso e continuou a acariciar os cabelos negros da menina.

Nico estava desconfortável com toda aquela cena. Era claro que ele não sabia confortar alguém que estava sofrendo, muito menos sabia quais palavras deveria usar para acamá-la, mas vê-la daquele jeito, frágil, sensível, solitária Nico acabou se lembrando de quando tinha dez anos e de como se sentiu quando descobriu que Bianca havia morrido.
No meio de tanta indecisão pela parte do moreno, uma tosse forçada foi-se ouvida e Will pareceu em sua visão. Ele sorri para aquela cena.

Vejo que já se conheceram – comentou com uma pequena maleta em mãos. Melanie fungou e se desculpou com Nico.

Recaídas... – disfarçou rindo desconfortável. Nico apenas observou a menina se ajeitar para tentar dormir um pouco.

Deve ficar em sua cama, Di Ângelo – o loiro falou andando até a mesma. Nico quando a viu, fez uma careta sem perceber.

Vocês deveriam trocar essas camas. São duras e desconfortáveis. – revelou.

Eu as acho muito confortáveis. – Will ergueu uma sobrancelha loira. Nico corou.

Tanto faz. – resmungou baixo.

Nico observou o loiro preparar alguma coisa líquida e ergueu uma sobrancelha. Will cantarolava uma música qualquer, aparentemente feliz, e isso deixou Nico desconfortável. Ele não estava acostumado com a felicidade e os outros sentimentos ‘bonitos e felizes’. Tentou se ajeitar na cama, mas nenhuma posição deixou Nico confortável. Nessa hora Nico sentiu falta da cama-caixão do chalé 13.
Will percebeu o desconforto do moreno e se virou para ele, na mão direita segurava um líquido meio esverdeado, e a mão esquerda se encontrava na cintura do mesmo.

Para de reclamar das camas da enfermaria – ponderou entregado a Nico o copo com o líquido suspeito.

O que é isso? – o garoto teve que perguntar. A aparência suspeita do conteúdo do copo não agradou o pequeno, mas quando fungou o copo, sentiu o cheiro adocicado da bebida.

Apenas beba – Will falou incentivando-o.

Nico, ainda meio receoso, levou o líquido à boca e sorriu quando o gosto doce, mas não enjoativo, desceu por sua garganta. Terminou de beber e entregou a Will o copo. O loiro sorria abobalhado para Nico.

O que foi? – perguntou estranhando o olhar do loiro.

Nada – o loiro riu baixinho. Nico estranhou, mas percebeu que não conseguiria convencer Will a lhe contar o motivo do riso.

O que era isso? – perguntou num impulso. Nico não se repreendeu por estar tão curioso, sentia que Will Solace conseguia despertar a criança que há muito tempo Nico já fora.

Se-gre-do! – Will soletrou rindo. Nico se segurou para não responder o loiro e se limitou a soltar um resmungo. – Então, vai hoje na fogueira? – o loiro perguntou baixo, Nico ficou surpreso de escutar aquilo.

Não sei... Acho que não. – respondeu olhando o piso de madeira.

Ah... – o loiro exclamou, também olhando para o chão de madeira.

O assunto acabou e os dois ficaram num silêncio confortável. Nico sentia que de vez em quando Will o olhava, mas logo desviava o olhar. O moreno sorriu pequeno e se acomodou na cama.
Estava cansado.

¨*¨

Will

Will não podia negar que estava nervoso. Não esperava que Nico realmente topasse a ideia dos três dias na enfermaria, mas quando o moreno aceitou e depois foi falar com Percy, o loiro sorriu abertamente.
Durante os dois dias que não viu Nico, ele pensou nas várias opções de conversar com Nico. Porém nada lhe agradava. Durante sua correria pelo acampamento para cuidar dos feridos da batalha, Will procurava Nico inconscientemente. Às vezes encontrava o moreno ajudando na reconstrução do acampamento, outras vezes o vi apenas perambular pensativo.

Will estava nervoso. Mas não pelo fato de ter presenciado a cena de Octavian e de ver Nico deixar o loiro morrer, aqui era preciso afinal Octavian estava louco e usava o nome de Apolo para suas loucuras sem fundamentos. Will ficou impressionado com o raciocínio rápido do moreno, talvez ele soubesse que aquilo era para acontecer.
Durante suas várias consultas, Will conheceu Melanie e se apiedou da menina, seus amigos tinham lutado na batalha e, infelizmente, haviam morrido. Seus irmãos se encontravam tão ocupados na organização do acampamento, que estava um caos pela bagunça, que não tinham tempo para visitá-la. Ela era a única que Will se sentia a vontade de conversar sobre Nico. E sobre os sentimentos estranhos que sentia quando eles estavam pertos.

Foi por um conselho dela que Will tomou coragem e chamou Nico aquele dia. Disse que ele deveria ficar de repouso na enfermaria e já o considerava um amigo. Tentou ao máximo esconder toda sua felicidade quando o moreno topou.

No começo foi até um pouco difícil fazer Nico conversar com o loiro. Várias foram às vezes que um silêncio constrangedor pairou sobre eles. Mas Will sentia que deveria conquistar a amizade de Nico. Soube desde a primeira vez que o vira.

Solace! – Nico gritou furioso. Will deu um pulo de susto e se levantou do píer.

Eu não fiz nada! – falou com as mãos levantadas, seu sorriso alargou e o coração falhou uma batida.

Por isso mesmo! Era pra ter me encontrado na arena pra treinarmos! – esbravejou o moreno, que só naquela hora percebeu o estado de Will.

Will acompanhou o olhar de Nico por todo seu corpo. O loiro estava com uma bermuda azul claro, sem camisa e com os cabelos balançando ao vento. Nico olhou para o peitoral bronzeado do loiro e corou.

Eu estava apenas pensando... Tentando falar com meu pai. – Will confessou voltando a se sentar no píer.

Ele percebeu a indecisão do moreno. Riu sem som e depois olhou para Nico, que bufou e se sentou ao seu lado. O moreno passou a observar o lago. O vento balançava os cabelos negros dele e Will ficou hipnotizado com a cena ao seu lado. A pele pálida, o corpo pequeno, os lábios finos, os cabelos negros... Will sentiu uma estranha vontade de beijar Nico.

Então... – o moreno quebrou o silêncio e Will percebeu que estava chegando perto do moreno. Nico pareceu não perceber o movimento do loiro, mas continuava olhando para o horizonte. – Nada? Quero dizer, já conseguiu falar com Apolo? – perguntou.

Will suspirou, arriando os ombros e também olhou para o horizonte. Havia ficado encantado com a voz de Nico. Ele sempre ficava.

Não... Os deuses sumiram. Ninguém consegue falar com seus pais divinos. – revelou cabisbaixo.

Nico crispou os lábios e olhou para Will.

Eu consigo falar com meu pai... Mas ele é como se fosse a ‘exceção a regra’ – riu e Will outra vez se encantou com o som da risada do moreno.

Deve ser legal controlar os mortos e tudo mais – comentou.

Nico o olhou divertido e fez algo que Will se surpreendeu. Bateu de leve seu ombro no de Will. O loiro sentiu uma pequena corrente elétrica percorrer seu corpo. Sorriu sem perceber.

Te garanto que ser filho de Hades é um peso enorme, mas o poder até que é legal sim. – revelou.

Nico nunca havia admitido que achava divertido invocar mortos do chão. A única parte que ele não gostava era de sentir quando os semideuses morriam. Isso para Nico chegava a ser perturbador.

Vai se gabar agora? – Will falou fazendo bico. – Ser filho de Apolo também é muito legal, ta?!

– Se você diz... – Nico falou, a fim de poupar seus ouvidos de mais uma discussão sobre como filhos de Apolo eram ‘o máximo’.

Depois de alguns minutos de silêncio, Will dirigiu seu olhar para o moreno ao seu lado. Nico não o olhou, estava apreciando a bela do lago. Durante sua estadia no Mundo Inferior Nico ficou privado de ver essas belezas da natureza. Mas isso não era uma coisa que ele gostava, pelo menos não naquela época.

Ele agora observava tudo como se fosse à primeira vez.

Will observou Nico e suspirou baixinho. Já fazia cinco dias que Nico estava no acampamento. Durante esses cinco dias, Will fazia de tudo para estar perto de Nico. O moreno não parecia incomodado com a presença do loiro, parecia até gostar, embora se esforçasse para esconder.
Will até ficou amigo de Jason Grace, o loiro que vez ou outra se sentava a mesa de Nico e conversava com ele como se fossem amigos há anos. Will não pôde negar que o que sentia quando os dois ficavam juntos conversando era ciúmes, mas sabia controlar muito bem. Afinal Jason amava e namorada Piper, uma das poucas filhas de Afrodite que eram ‘boas’ na visão dele.

Nico desviou o olhar do lago e seus olhos castanhos escuros, parecidos com amêndoas, caíram sobre os olhos azuis de Will.

A troca de olhares intensos descrevia a Will tudo o que Nico já havia passado todas as dores, sofrimentos e as poucas vezes que Nico foi verdadeiramente feliz. O moreno desviou o olhar, meio corado e constrangido. Will riu e num movimento despretensioso moveu sua mão ao encontro da de Nico.
Surpreso, Will notou que Nico não havia afastado as mãos. Sorrindo, o loiro entrelaçou suas mãos e olhou para o pôr do sol. Nico, ainda corado, olhou para as mãos unidas e sorriu por sentir uma pequena corrente elétrica percorrer desde sua mão até o resto do corpo, o deixando relaxado e aquecido.

Mesmo sem nenhum dos dois precisar elaborar aqueles discursos enormes de casais apaixonados, os dois sabiam que havia algo entre eles. Algo bonito, puro e verdadeiro. Sabiam que levaria tempo até que eles aceitassem a verdade, que levaria tempo para aquela frase que hoje já é tão banal, fosse pronunciada.
Porque eles sabiam o valor de um simples “Eu te amo”, e isso era algo que eles estavam dispostos a pagar. 


Notas Finais


Espero sinceramente que tenham gostado, e aguardo os comentários <3


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