História You are mine, Angel - Isso é só o começo

Quando estava quase caindo no sono ouvi a campainha tocar, resmunguei um xingamento e me levantei para atender, mas Patch me interrompeu, segurando meu braço falando que ia atender, beijando o topo da minha cabeça.

- Mas o que...

Ouvi Patch falar e me levantei, querendo saber quem estava conversando com ele.

Me deparei com Vee e Kurt arrumados entrando, e um Patch um tanto raivoso por não ter conseguido dormir.

- Nora, você tem que se arrumar.

- Vee, você não estava triste, cansada, debilitada?! Eu preciso dormir! –  Berrei, olhando para os dois.

- Exatamente, mas Kurt me falou que tinha uma festa e bom, eu precisava me animar. – Vee disse com um sorrisinho e eu ergui minha sobrancelha.

Já ia protestar, mas Vee faz um gesto com a mão para que eu me calasse, e começou a ir para meu quarto, me levando junto.

- Vou escolher sua roupa.

Ia agradecer, falando que eu mesma ia escolher minha roupa, mas como Vee sabia que eu faria isso ela me empurrou para o quarto, fechando a porta.

****

- Que tipo de festa vocês estão nos levando? – Bufei irritada.

Alisei a saia preta curta que Vee pegou e vesti uma jaqueta, também preta.

Minha roupa era praticamente toda preta, só o batom vermelho que salvava. Top, saia e maquiagem. Tudo definitivamente preto. Exceto pelo salto que era de veludo na cor vinho. Vee deixou que eu escolhesse pelo menos o salto.

- Nora você está linda, agora vamos.

Sai do quarto, já me sentindo enrubescer com o olhar de Patch. Algumas coisas nunca mudavam.

- Anjo, você está linda.

Dei um sorriso e ele retribui me puxando para um beijo. Nos separamos ao ouvir reclamações de Kurt e Vee.

- Os pombinho já acabaram? – Vee iria continuar, mas Kurt interrompeu, completando a frase.

- Temos que ir para festa.

Sorri sem mostrar os dentes para os dois que completaram a frase, pelo que parece os pombinhos não eram só Patch e eu. Pensei em Gavin e balancei minha cabeça. Minha melhor amiga estava encrencada.

****

A festa era em um galpão imenso perto da praia em um lugar distante e quase vazio. Sempre que eu passava por ali sentia um pressentimento ruim. E parecia pior.

- Nora relaxa, curta a festa. – Kurt piscou para mim e entrou no galpão ao lado de Vee.

Patch percebeu meu desconforto e me abraçou de lado, beijando o topo da minha cabeça.

POV – Narrador

Vee foi direto beber, querendo esquecer tudo que estava acontecendo. Essa guerra que estava prestes a começar, suas brigas com Gavin... ele não queria acreditar nela de nenhum jeito, falando que ela estava completamente pirada. Vee precisava muito do apoio de seu marido.

- Não beba muito. - Kurt alertou, encostando na parede ao lado de Vee.

Em resposta ela bebeu todo o conteúdo do copo que estava segurando, e pegou o de Kurt também, indo para a pista de dança logo depois, puxando Kurt pelo colarinho da camisa.

****

Nora ainda estava indecisa com essa festa, não sabia quem estava dando a mesmo ou se tinha alguém que trabalhasse para o Anjo Gelado aqui. Mas Nora decidiu confiar em Kurt, ele não os levaria para um local perigoso.

- Anjo, vamos dançar. 

Patch sorriu maliciosamente, virando o copo que estava em sua mão. Nora fez o mesmo, seguindo Patch para a pista de dança.

****

Vee dançava acompanhando o ritmo da música, junto com Kurt, que dançava desajeitado.

Vee diminui o ritmo, olhando no fundo dos olhos negros de Kurt, passando os braços pelos ombros de Kurt, deixando-o um tanto surpreso. Ela sorriu e inclinou a cabeça, com a intenção de beijá-lo, mas Kurt desviou e colou sua testa na de Vee, dando um sorriso de lado.

- Eu quero te beijar, te beijar loucamente. Não só te beijar mais te levar para fora desta festa e fazer altas loucuras no meu apartamento. – Kurt falou olhando nos olhos de Vee. – Mas nunca me aproveitaria de você nesse estado, além de você ser casada.

Vee ia falar que se sentia sóbria e não via problemas em se aventurar no apartamento dele, mas foi surpreendida por um homem desferindo um soco no rosto de Kurt.

****

Nora ouviu um gritinho de Vee e passou empurrando todos que estava em sua frente, indo para o que parecia o centro da atenção no galpão.

Quando Nora conseguiu chegar perto o bastante ela viu Gavin e Kurt brigando, com Vee segurando Gavin e um homem segurando Kurt, mas quase desistindo, Kurt era um anjo caído, forte demais para um humano.

Patch correu em direção a Kurt, tentando acalmar o amigo, gritando um pouco também.

- Quem é esse merda? – Grita Kurt.

- Olha como você fala comigo, seu idiota. – Grita Gavin de volta. – Ela é minha mulher, e homem nenhum toca nela desse jeito.

Nora foi na direção de Vee, gritando para que Gavin saia da festa.

Então tudo começa. O som dos tiros, janelas quebrando, gente gritando.

Gavin saiu correndo ao mesmo tempo que pessoas mascaradas começam a ocupar o galpão, deixando algumas pessoas saírem.

- Anjo! - Patch gritou puxando Nora para uma saída, tentando se camuflar no meio da correria.

Kurt e Vee já corriam para outra saída, também tentando não ser reconhecidos.

- Cadê o Gavin? - Gritou Vee - GAVIN!

Ambos planos não deram certo, então Kurt, Nora, Vee e Patch foram arremessados para o centro do galpão. 

Nora levantou e sacou duas adagas escondidas na sua roupa, Vee pegou o chicote que Nora emprestou, que antes parecia um cinto. Kurt e Patch preferiam lutar corpo a corpo. 

Eles avançaram, mas Vee deu um grito, largando o chicote e indo em direção a um dos homens mascarados, que agora segurava um homem, com uma espada contra sua garganta.

- Isso é só o começo. – O homem sussurra, sua voz era grossa, rouca.

Vee soltou um outro grito quando cortam a cabeça do homem. Todos atordoados demoram para perceber que o homem era Gavin.

- NÃO! - Gritou Vee em desespero. Kurt segurou ela enquanto os homens saiam, levando consigo o corpo.

- Eu levo ela para casa. – Kurt disse puxando-a consigo. Vee estava histérica.

- Não, vem com a gente. – Disse Patch.

Kurt respirou fundo e beijou a cabeça de Vee.

- Vai ficar tudo bem.

****

POV - Nora

Choque. Era tudo que meu corpo sentia. O grito de Vee, os tiros, Gavin sendo assassinado... Vee não poderia aguentar mais um amor de sua vida morrendo. Não novamente.

Estávamos nós quatro de volta ao meu apartamento. Patch estava sentado no sofá com os cotovelos sobre os joelhos e o rosto entre as mãos. Kurt estava no meu quarto com Vee, que desde então não parava de chorar.

- Eu sinto que a culpa é minha. – Disse Patch. 

- Como assim? Você não fez nada. – Corri para o sofá, levantando o rosto de Patch.

- Por isso mesmo. Eu não aguento mais conviver com culpa, Anjo. Scott morreu tentando te proteger, sendo que isso era dever meu. Gavin morreu tentando protegem Vee, quando eu que deveria estar fazendo isso. Mas não, eu estava muito ocupado caído no chão sem conseguir lutar! – Patch falou com o maxilar travado.

- Patch! Não é seu dever proteger todo mundo! – Falei irritada. – Você não é o salvador do universo. Entenda isso de uma vez por todas.

- Eu sou tão inútil, que nem anjo da guarda eu consegui ser. Eu sou fraco. – Patch se levanta e segue para a varanda.

- PATCH! VOLTA AQUI. – Gritei.

- QUE PALHAÇADA É ESSA AQUI? - Vee saiu do quarto berrando mais alto que eu, me deixando congelada.

- O Patch, ele está... - Vee não deixou eu completar.

- JEV PATCH CIPRIANO ENTRA AQUI AGORA! - Vee gritou irritada, pronunciando o nome do Patch misturado com seu apelido e sobrenome, deixando Kurt com os olhos arregalados. Patch entrou na sala, mais assustado que Kurt.

- Ninguém me chama pelo nome. – Patch sussurrou com os olhos semicerrados. – Ninguém.

- Ok gente, vamos parar. – Kurt falou levantando as mãos.

- Que tal vocês pararem de agir como idiotas e perceberem que eu sou como um peso morto para vocês? – Vee soltou irritada. – Eu sou desajeitada, não consigo lutar.

- Vee, isso não... 

- Nora. - Vee disse irritada. – Cala a boca. 

- O que a Vee está tentando dizer é que ela precisa de treinamento. – Explica Kurt.

- Tudo bem, sem problemas. – Disse Patch.

- Quando começamos? - Perguntei olhando de Patch até Kurt.

Vee deu um sorrisinho que não combinava com seus olhos vermelhos e inchados.

- Agora.