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História You Were Beautiful - Não me dê adeus


Escrita por: BSayoko e biabiased

Capítulo 22 - Não me dê adeus


Fanfic / Fanfiction You Were Beautiful - Não me dê adeus

         Sehun, 2008

 

            - Oppa. Acho que estou com fome. – Jinhye disse, sem desgrudar os olhos do filme que passava na televisão.

            - Queremos ter alguém pra quem voltar... – Sehun cantava junto. Parou, suspirando, e se voltou para a garota: - Seus pais te falaram aonde foram?

            Jinhye pausou o filme, virando-se para encarar o mais velho.

            - Não. Eles também não te contaram?

            - Não. – ele falou, começando a ficar preocupado. O que era bem surpreendente: que só depois de passar o dia inteiro com a garota ele se tornasse preocupado sobre o paradeiro dos pais dela. – Aconteceu algo?

            - Acho que sim. Baekhyun oppa recebeu um telefonema de madrugada. Então ele e a mamãe saíram correndo pra algum lugar. Eu estava com muito sono, não me lembro bem.

            - Seu pai levou algo com ele? – Sehun perguntou desconfiado, lembrando-se do pai da garota usando um terno aquela manhã, quando abriu a porta para o garoto, após agradecê-lo repetidamente por cuidar da garota aquele dia.

            - Um vestido para a mamãe. – ela respondeu. Parou por um segundo, apertando os olhos, e acrescentou: - Acho que foi o Jongdae oppa que ligou. Fiquei preocupada com ele. Você falou com o Luhan oppa hoje?

            - Não... Ele não está me atendendo. – Sehun estalou os dedos, se levantando lentamente. – Espero que Jongdae hyung esteja bem. – murmurou, decidido de que algo havia acontecido com o garoto.

            - Ah, você acha que algo aconteceu? – Jinhye perguntou, preocupada. Sehun bagunçou seus cabelos, forçando um sorriso.

            - Não, deve estar tudo bem. Continue vendo seu filme, vou ver se consigo fazer algo para comermos.

            - Certo... – ela murmurou com um biquinho sutil, voltando a se concentrar no filme.

            Sehun seguiu para a cozinha, abrindo os armários despreocupadamente em busca da única coisa que ele sabia que seria capaz de preparar: macarrão instantâneo. Pegou o celular e mandou a primeira mensagem do dia para o namorado, perguntando “Está tudo bem? Estou perdido aqui!”, logo concentrando suas energias em procurar uma panela.

            - Se eu fosse uma panela, onde eu estaria. – murmurou consigo mesmo, jogando o celular no bolso da calça.

            - Oppa! – Jinhye gritou da sala, o deixando em alerta.

            - Jin? – chamou, se aproximando do cômodo.

            - Oppa, eu não estou enxergando! – ela gritou desesperada, caindo do sofá. Sehun correu até a garota, segurando sua mão.

            - Calma Jin, calma. Eu estou aqui.

            - Eu não gosto do escuro...

 

            .

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            - Pode nos levar ao hospital mais próximo, por favor? – Sehun pediu ao taxista, prendendo a garota ao cinto do carro. – O mais rápido que puder.

            - A chuva pode ser um problema. – o homem falou, logo dando partida no carro.

            - Conseguiu falar com a mamãe? – Jinhye perguntou, procurando as mãos de Sehun com as suas. Ele entrelaçou seus dedos aos da criança, vendo-a ficar com o semblante mais calmo.

            - Ainda não, mas estou tentando. – ele afirmou, o telefone colado na orelha. O motorista do taxi resmungou alguma coisa que Sehun não compreendeu, e o garoto trouxe o celular de volta à visão de seus olhos, procurando o número de Luhan na tela. Se não fosse aquela luz que o cegava...

            Sehun olhou para cima, vendo a luz forte de um farol cobrir sua visão, perigosamente próxima, e tudo o que teve tempo foi de cobrir o corpo pequeno de Jinhye com o seu próprio, ouvindo os estrondos da batida agredirem seus ouvidos. A garota gritou quando o carro bateu contra o muro, fazendo-os arfar. Sehun abriu a porta, caindo no asfalto frio com a criança em seus braços e o corpo dolorido. Ouviu alguém gritar “chamem uma ambulância!” e seus olhos embaçados apenas viam vários faróis de carro e uma multidão que começava a se formar ao redor dele.

            O garoto soltou o celular, segurando Jinhye mais firmemente e se arrastando com a garota desacordada até uma calçada, repousando-a no chão molhado. A garoa fria o fazia tremer de frio, mas não mais do que o medo que sentia ao ver o corpo mole de Jinhye repousando na calçada.

            - Alguém me ajude! – ele finalmente conseguiu gritar, mal notando as pessoas que já estavam ao seu redor.

            - Ela está viva. – um homem declarou, segurando delicadamente a cabeça de Jinhye. Uma mulher, que talvez fosse sua irmã, devido a semelhança, cobriu a cabeça de Sehun com um guarda-chuva, pedindo-o para olhar para ela enquanto ela procurava por machucados em seu corpo.

            - Dena, ligue para uma ambulância. – ela falou para uma garota mais jovem que se aproximava deles.

            - Já liguei. Unnie, acho que o motorista... – ela se interrompeu ao ouvir um celular tocar, abandonado no chão a poucos metros deles. Sehun não notou o que ocorria, preocupado demais ao ver Jinhye voltar à consciência, para reparar na garota que ia até o celular e o atendia com as mãos trêmulas.

            - Alô? – a garota chamou, empurrando os cabelos encharcados para longe de seu rosto.

            - Sehun? – uma voz que não era muito mais que um sopro perguntou, e Dena começou a se questionar sobre se deveria ter olhado o identificador de chamada.

            - Não, me desculpe, estou com o celular do Sehun, imagino, mas houve um acidente de carro e ele e a garotinha estavam envolvidos e...

            - Ele está bem? – a voz perguntou desesperada, fazendo a garota engasgar. Ela não sabia a quem o celular pertencia.

            - Acho que sim, quem...

            - O motorista está morto! – alguém declarou perigosamente perto da garota, espantando-a e fazendo-a se interromper por um segundo.

            - Acho que Sehun está bem. – ela afirmou, vendo o garoto ao lado de sua irmã mais velha declarar que se chamava Sehun. – Alô? Alô?! – chamou assustada, não ouvindo mais a pessoa do outro lado da linha.

            - Dena? – seu irmão chamou, e ela fechou o celular, entregando-o à Sehun.

            - A ligação caiu. Parecia alguém doente.

            - Devia ser meu irmão, ele está gripado... – o garoto murmurou, vendo Jinhye apertá-lo ainda mais em um abraço.

            - Eu estou com medo, oppa.

 

           

 

         A Garota, 2014

           

            - O amor será eterno novamente. – ela leu, ainda encarando a inscrição na lápide a sua frente. Yoojin colocou a mão em seu ombro.

            - Vamos. – murmurou, vendo-a se levantar com os olhos carregados de lágrimas. “Nenhuma lágrima será perdoada” estava escrito no primeiro bilhete em que trocaram, dele para ela.

            E naquela época ele não fazia ideia de que ela também chorava.

            - Você falou com Tao? – ele perguntou. Ela assentiu, sem tirar o semblante triste dos olhos, não deixando uma única lágrima escorrer.

            - Ele vai partir. – ela respondeu num sopro. – Você sabe que ele e Yifan são um... – ela começou hesitante, vendo-o rir.

            - Sei. – ele falou lhe oferecendo um meio sorriso, fazendo-a suspirar de alívio.

            - Yifan tem que voltar pro Canadá, cuidar da empresa da família. Tao vai com ele. – ela suspirou, começando a andar para longe da lápide. – Ele vai partir...

            - Bom, creio que já não faça mais diferença. – Yoojin disse. Jinhye assentiu.

            - Acho que não. Você confia mesmo em mim?

            - Eu confiaria minha vida a você, Byun Jinhye.

            - Bom, você está confiando a de outra pessoa. – ela retrucou quase se engasgando nas próprias palavras. Yoojin segurou sua mão, quase rezando para a garota não notar.

            - Confio em você. – afirmou.

            - Por quê? – ela perguntou parando de olhar, cravando seus olhos nos dele. Yoojin franziu os lábios.

            - Porque eu sei que você está me escondendo alguma coisa. Que está escondendo alguma coisa de todo mundo. Porque acho que a única pessoa que pode tomar essa decisão é você. – ele suspirou. – No fim das contas... É sua história, Jinhye.

            - Estou com medo. – ela assumiu. Ele voltou a andar, puxando-a consigo.

            - Pois não fique. Medo é inútil. Pare de fingir que não sabe exatamente como isso acaba. – ele falou, irredutível.

  -“Tem um garoto que pega o mesmo ônibus que eu para a escola que tem olhos castanho mel brilhantes, tão cheios de vida quanto o lago onde as crianças vão nadar no verão. Ele senta com seus amigos e ri das pequenas coisas e, quando eles estão em silêncio, ele fica olhando pela janela. Eu sento duas fileiras atrás dele e acho que ele é lindo.” – ela falou repentinamente, parando de andar. Yoojin virou para ela surpreso, até um pouco espantado.

  - O que está fazendo? – perguntou.

  - Te contando minha história. – ela respondeu, voltando a citar: - “Tem um garoto que pega o mesmo ônibus que eu que é alegre desde as sete da manhã. Ele senta com seus amigos e lhes oferece sorrisos vazios, usando blusas de mangas longas no meio do verão. Eu sento duas fileiras atrás dele e acho que ele é lindo.”

  - O que é isso? – ele perguntou rouco, mas ela apenas o ignorou.

 - “Tem um garoto que pega o mesmo ônibus que eu que tem olhos castanho mel, vazios como o lago onde as crianças vão nadar - no inverno. Ele senta com seus amigos e encara o próprio colo e, quando seus amigos dizem algo engraçado, ele não ri mais. Eu sento duas fileiras atrás dele e acho que ele é lindo.” – ela parou, fechando os olhos e suspirando.

  - Jinhye, eu não entendo...

  - “Havia um garoto que pegava o mesmo ônibus que eu que foi achado pelos pais depois de atirar em si mesmo. Ele escreveu uma carta para seus amigos, dizendo que os amava. Escreveu uma carta para seus pais e pediu desculpas. Ele escreveu uma carta para o garoto triste que sentava duas fileiras atrás dele no ônibus e disse que ele era lindo." – ela terminou, abrindo os olhos novamente. Yoojin a encarava chocado. – Não mencionou que ele era o amor da vida dele porque imaginou que ele já soubesse. – sussurrou, mais para si mesma do que para o garoto.

  - Eu não entendo! – ele exclamou cansado, em um tom hesitante.

  - Entende sim. – ela disse. – Mas tudo bem. Deixo você fingir que não.

 

         Luhan, 2008

           

            - Não gosto da ideia de te deixar sozinho. – Yixing disse, apertando o corpo do amigo contra o seu. Luhan riu sem humor, separando o abraço.

            - É só por meia hora. Logo meu pai vai estar aqui para me levar pra casa dele. – ele disse com a voz rouca, como ficara após algumas horas de choro.

            - Posso ficar até ele chegar. – Yixing insistiu, observando os lábios rachados e olhos inchados do melhor amigos. Pálido. Um só dia e Luhan já parecia uma pessoa completamente diferente.

            - Vá para casa, seu pai já deve estar preocupado. Eu vou ligar para Sehun.

            - Você jura? – Yixing perguntou, amaldiçoando o celular que já tocava em seu bolso. Seu pai, pela décima vez naqueles quinze minutos de trajeto entre o cemitério e a casa de Luhan.

            - Juro. – Luhan afirmou. Yixing desistiu, dando mais um abraço no amigo antes de partir.

            - Qualquer coisa me ligue. – disse, permitindo que o amigo trancasse a porta de entrada.

            Luhan entrou no apartamento sem fazer nenhum som. Tirou os tênis e os colocou no exato local onde sempre colocava para não levar uma bronca da mãe e, sem ligar nenhuma luz, caminhou até o sofá, onde se encolheu, abraçando os joelhos enquanto encarava a casa escura ao seu redor. Deveriam ser oito horas da noite, talvez mais, e a pouca iluminação no local vinha da rua, janelas vizinhas, faróis de carro. Eram o suficiente para assombrar Luhan. Como aquela casa ainda podia estar de pé? Como aqueles móveis ousavam existir sem ela?

            O garoto jogou a cabeça para trás, pensando que já não era mais capaz de chorar. Obrigou seus dedos a procurarem o celular em seu bolso, digitando automaticamente o número de Sehun enquanto fechava os olhos, já não suportando mais a cena. Franziu as sobrancelhas quando ouviu o quinto toque – afinal Sehun sempre atendia rapidamente – mas logo ouviu o celular ser atendido.

            - Alô? – alguém chamou, mas Luhan mal a escutou. Seus olhos, que se recusavam a permanecer fechados, haviam encontrado um porta retrato. Como BaoYu era linda...

            Ele pigarreou, tentando se concentrar.

            - Sehun? – perguntou, imaginando se o mais novo teria lhe dito algo.

            - Não, me desculpe – uma voz feminina ecoou, deixando Luhan em alerta – estou com o celular do Sehun, imagino, mas houve um acidente de carro e ele e a garotinha estavam envolvidos e...

            - Ele está bem? – o chinês perguntou desesperado, lembrando que Baekhyun havia lhe dito que Sehun estaria com Jinhye. Então aquele, aquele que havia sofrido um acidente, devia ser seu Sehun.

            - Acho que sim, quem...

            - O motorista está morto! – alguém a interrompeu, e Luhan congelou, sentindo o celular escorregar para longe de seus dedos. “O motorista está morto!” sua mente declarava.

            Sehun e Jinhye.

            Sehun.

            Seu Sehun.

            Luhan levantou rapidamente, quase perdendo o equilíbrio. Sentia sua garganta se fechar enquanto lágrimas que ele jurava nem possuir mais encharcavam seu rosto. Seu pulmão parecia queimar, como se houvesse decidido que oxigênio era seu novo veneno, e seu pobre coração agitado o deixava zonzo e surdo. O garoto abriu a porta do quarto da mãe, caindo no chão quase imediatamente. Foi aos tropeços até a escrivaninha da mulher, onde pegou um papel e uma caneta que jogou no chão, onde caiu segundos depois. Não importava mais estar no chão – a gaveta da qual ele precisava estava bem ao seu lado.

            Abriu a gaveta, vendo a farmácia particular de sua mãe, onde sabia que estariam, bem ali no fundo, os antidepressivos dela. Quatro ou cinco caixas, quase completas.

            Ela havia decido parar.

            Luhan os arrancou da gaveta com a mesma pressa hesitante com o qual os tirou de suas caixas, com a qual arrancou comprimidos de cartelas e abriu vidros marrons lacrados. Agarrou a caneta e escreveu, com o máximo de consciência que conseguia unir, a última coisa que planejava escrever. Abandonou o papel ao lado de seu corpo, junto com as caixas de remédio, e deitou no chão frio de madeira. Um pensamento sobre Sehun ser mais novo que ele cruzou sua mente, mas logo se afastou junto com os outros pensamentos. O garoto chinês sentia seu coração acelerar, sua mente, confusa e agitada demais, lhe dar comandos que seu corpo já não era mais capaz de obedecer com seu corpo que formigava.

            Uma overdose, pensou, logo corrigindo-se:

            Uma crise de abstinência.

            E então levantou o peito, procurando pelo ar que se recusava a chegar à seus pulmões, pensando em como fora miserável e em como fora tão inacreditavelmente feliz apesar disso. Pensou em seu pai, em sua irmã, em sua mãe, em Jinhye, em Baekhyun, em Jongdae, em Yixing, em Tao, em Yifan, na avó de seu namorado, em Jaehyun, em Yoojin, em Kyungsoo, em Yura, em Hyunjae, em sua madrasta e... E em Sehun.

            E então seu coração parou de bater.

 

            .

            .

            .

            .

 

            “Baekhyun, te escrevo essa carta porque só confio em você para deixar meu adeus. Porque você vai me xingar e vai sofrer, mas é o único forte o suficiente para passar minha mensagem. Talvez o único a me deixar ir também.

            Para o meu pai... Para os meus pais, na verdade, deixo o meu pedido de perdão. Desculpas por não ser tão forte quanto eles já foram. Eu só não aguento mais.

            Para você, para o Jongdae e o Yixing, saibam que seja lá o que venha depois eu vou sentir falta de vocês. Você não tem ideia do quanto os amo. Eu não teria suportado metade de tudo isso sem vocês, e sem dúvidas, se eu pudesse, jamais faria de vocês os amigos “daquele garoto”.

            E, se você puder, diga para aquele garoto triste que senta atrás da gente no ônibus e que às vezes volta para casa com você que ele é lindo. Acho importante que alguém diga, mesmo que... Bom.

            Adeus, Baekhyun. E lembre-se, porque estou tentando pensar nisso também...

            O amor será eterno novamente.”


Notas Finais


NÃO ME MATEM E MANTENHAM A CALMA
Esse não é o último capítulo portanto, por favor, para aqueles que não me pretendem me abandonar tem atualização segunda.
Quero perguntar se vocês querem final alternativo. E não, quando eu digo final alternativo não é só outra maneira de foder com tudo, é uma maneira de corrigir as coisas.
Sobre o capítulo... Se foi muita idiotice como as coisas terminaram? Sim. Mas vocês devem estar familiarizados com Romeu e Julieta e aquele final é uma putaria.
Até segunda gente e me digam sobre o final alternativo
E não doeu em ninguém mais do que em mim T--T
- B.


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