ChocolateDeApolo

A criança nasceu e montei uma metáfora sobre pássaros bonitos que passam pela janela do trem e pérolas que eles buscam pra te entregar, pra te livrar da solidão

—Sobre o que era? Sobre a gente nunca ter tempo de relacionar?
[...]
Eu sentia um desequilíbrio muito bom quando ele me amava muito quando tava comigo fisicamente, de um jeito que eu nunca sentiria com alguém que amasse de volta, qualquer ato minimo que eu fizesse me daria uma glorificação que só o amor não recíproco dá(pensei).
—Sei lá. —Disse.

—Tu acha que mulheres podem escalar árvores? — Ela arqueia a sobrancelha, tenho inveja de todas as mulheres que fazem isso.
Ela era meio assim, eu não tenho senso de direção, nem consigo levantar só uma das sobrancelhas, então quando eu preciso me impor e achar respostas ela me ajuda com isso.

—Você sabe que eu tenho um amor lírico por você?
—Como assim?
—Liricamente amo você, todos os textos pra você são melhores.

Minha imunidade física baixou a uns tempos atrás, nasceram aftas na minha boca. Agora entretanto, a minha imunidade psicológica baixou também, pensar é como comer com aftas na boca.

Ele é o tipo de homem que você olha e pensa "tudo bem, se você quiser um filho, eu te dou." Enquanto esquecia todos os conselhos indiretos de Freud. Era só felicidade, com ele era só felicidade, por isso eu sempre estragava tudo.

Estou lendo aquele livro japonês que você ficava me indicando a anos, te garanto que se nós morássemos em apartamentos eu ia te interfonar cada dízimo de hora e ditar minha opinião sobre os capítulos, porém a gente só divide mentes vizinhas.

—O que você queria que eu tivesse feito?
—Eu não sei, o que você queria que eu tivesse feito? —minhas dúvidas sempre foram perenes.
—Que tivesse vindo comigo.—ele sempre teve mais certeza.