_Carol_Smith

O destino olhou para os quatros jovens e decidiu mudar um pouco o rumo das coisas.
Quatros jovens irão embarcar em uma aventura de tragédia, onde haverá romance e seus mistérios.


TIC, TOC, TIC, TOC... O tempo é curto!

A Hyuuga foi a primeira a chegar ao escritório e adentrou vendo a cadeira da hokage vazia. Fechou os olhos e suspirou.
- Invisível – Falou para si mesma.
- Eu vejo você – Uma voz rouca pairou na sala e fez a Hyuuga arregalar os olhos e colocar as mãos sobre o peito. No canto da sala, uma cabeleira negra se destacava, a pele branca, os olhos sérios e escuros como a noite.

- Um psicólogo de vinte e quatro anos em casa dormindo as dez da noite. – Sasuke falou para si mesmo e a voz ecoou por todo o quarto. Sorriu. Afetado demais. Pensou antes de fechar os olhos para tentar pegar no sono.

- Uma professora de vinte e três anos, Hyuuga, deserdada. Bela vida Hinata. – Virou-se para tentar dormir e ficou olhando a noite cinzenta pela porta de vidro em seu quarto, a pequena varanda iluminada pela lua.

Sasuke podia listar os momentos mais difíceis de sua profissão, perder pacientes guerreiros que lutavam até o ultimo momento, perder crianças que partiam dessa vida com o sorriso no rosto, sempre era difícil e cada vez que acontecia, era diferente, mas dar a notícia de que uma pessoa está com câncer é sempre do mesmo jeito. Cheio de choro, tristeza, uma clima de despedida que pairava o lugar a partir do momento que o paciente sabia que estava com a doença. Caminhavam para o quarto, Sakura ia a frente, abriu a terceira porta a direita do corredor do quinto andar, uma menina magra de cabelos lisos dormia na cama, Sasuke olhou a ficha em sua mão, 14 anos, ela era uma criança, um barulho ao seu lado o fez virar-se.

- Sakura-chan. – Uma voz baixa e doce chamou sua atenção e ele deparou-se com uma mulher de pele branca e cabelos escuros, azulados ou seria a luz do quarto hospitalar? Mas o que prendeu Sasuke foram os olhos, de um azul tão claro que pareciam cristais por onde toda a luz do mundo parecia ser filtrada.

Hinata saltou do galho para o chão ainda era escuro e gotas finas de chuva caíam pela vila, os olhos claros pareciam cansados e ela olhou para Sasuke que parou ao seu lado, sabia que ele não gostava dos dias de chuva.

- O que faz aqui? – A voz era ríspida, mas a vontade que ele tinha era de abraça-la, ela baixou os olhos e sorriu minimamente.
- Seria possível que ainda me amasse? – Falou baixo e embargada. – Que me amasse a ponto de perdoar o quanto fui covarde?
Tudo dentro dele se despedaçou.
- Por que foi embora? Por que me deixou aqui? De quê adianta se eu ainda te amar se você não retribui?

Finalmente entendi o que Itachi me disse quando ainda era uma criança tola e idiota, os olhos da Hyuuga podiam ser uma herança familiar, mas diferente de qualquer outro membro de sua família que possuíam os olhos duros e frios, tal como a maioria dos Uchihas, Hinata tinha os olhos como janelas da alma e era fácil reconhecer seus sentimentos através das orbes claras, instintivamente fui até ela e a abracei deixando com que ela chorasse livremente molhando minha camiseta, essa foi a primeira vez que me senti um com Hinata, e foi a primeira de muitas.

Hinata, um anjo de olhos perolados e cabelos azuis escuros. Naruto, um demônio loiro e de olhos azuis. Ele se tornou a força que ela precisava. Ela se tornou o coração que ele não tinha.