orochi_maria

- Você se lembra, Suguru? - Uma lágrima quente escorreu pela bochecha da jovem - Dos momentos que passamos juntos?

Suas mãos magras e frias apertavam a lapela do próprio casaco em busca de um amparo. Sem muito sucesso. Aquele sentimento de raiva envolvido por uma tristeza repentina lhe causava uma dor física, um aperto no peito, um nó irreparável na garganta... Saudade.

Aquele cheiro de homem me deixava bêbada, preenchia todo o estúdio, parecia amolecer minha carne e me obrigava a abrir as pernas. Fazia isso como um certo fetiche. Não gostava de me exibir, mas queria que ele soubesse como eu me sentia, deixando que visse, de relance, a calcinha vermelha de renda, depois fechava as pernas com força, roçando uma na outra, me excitando ainda mais.

Ele era um homem mais velho, com dinheiro de sobra, e eu, veja bem, eu era apenas uma artista plástica em ascensão, aceitando qualquer proposta de trabalho para me sustentar. Não poderia perder aquela oportunidade, era muito dinheiro. Já havia pintado muitos homens nus, a maioria por puro exibicionismo, mas com ele era diferente. Sua nudez me despertava para arte, mais ainda para a luxúria.

Não importava o quanto S/n rezasse, ou quantas punições lhe eram designadas, os sonhos lascivos que tinha com um demônio antigo e sedutor sempre assombravam suas noites. Por um tempo, o mal desapareceu de seus pensamentos, e, quando menos esperava, ele retornou, mas desta vez, em carne e ossos, trazendo junto de si uma tempestade de pecado e desejo.