Eeveezita

O rapaz não consegue cessar o choro, enquanto segura a moça ensanguentada em seus braços. Eles estão em um campo de batalha, longe de qualquer médico para ajudar. A garota tenta acalma-lo antes de seu último suspiro.

-Vamos, não chore.- Ela diz. Sua voz está rouca e fraca.- A culpa não é sua...não tinha como evitar. Você sabe disso.

-Não. Se...se eu tivesse sido mais forte. Eu...eu...

-Se nada! Para de se culpar, você fez o que pode e isso para mim é o bastante.- Sorri.

-Mas...- Tentou falar mas as palavras não saiam.

-Ei.- Leva uma mão a bochecha dele.- Eu te amo, tá bem?- Lágrimas rolam de seus olhos. Mesmo comum sorriso em seu rosto.

Ele sorri e suspira. Aproxima seus rostos encostando suas testas. E todos os momentos felizes que passaram juntos repassam em sua cabeça. Como um tornado, levando tudo que ele mas ama embora.

-Eu também te amo...minha estrelinha brilhante.- Ficam assim abraçados por alguns segundos, antes de...

Será que algum dia eu vou ser amada de verdade?

Essa pergunta ecoava na minha mente, atravessando os anos, os momentos, os sorrisos e as decepções. Sempre fui o tipo de garota que se apaixonava fácil, e todo ano parecia trazer um novo nome para minha lista de amores impossíveis. Era como se, a cada ano, um novo coração fosse escolhido para bater mais forte.

Olho para trás e vejo uma coleção de histórias inacabadas, de olhares roubados, de esperas silenciosas por uma mensagem que nunca veio. Cada um deles marcou uma fase da minha vida, me ensinando algo sobre o amor, sobre o mundo e, principalmente, sobre mim mesma. Mas depois de tantas expectativas quebradas, começo a me perguntar se vale a pena continuar acreditando. Se ainda existe, em algum lugar, um amor que seja verdadeiro para mim.

Hoje, enquanto olho pela janela e vejo o mundo continuar girando, percebo que tudo isso faz parte da minha história.