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A alegria de uma paixão tornou-se a adaga que perfurou o coração de Amara quando ela descobriu que o coração do homem que a fazia suspirar pertencia à outra. Mas pior do que isso seria conviver com ele, todos os dias. Seria Amara forte o suficiente para superar sentimentos pelo homem que ela convivia todos os dias, por muitas horas do seu dia?

Miranda é uma jovem que após perder os pais em um acidente trágico, deixa seus sonhos de lado pra ajudar sua irmã May a criar sua sobrinha. Depois de conseguir um trabalho em Nova York, ela se vê cercada e encantada por algo que ela sempre amou: livros. Sempre quis ter um amor só pra si, tão bonito e intenso como foi o de seus pais e nunca achou que teria, até conhecer um misterioso rapaz de olhos azuis intensos.

"Andei por entre aquelas pessoas e pelo caminho, meus olhos se encontraram com os olhos de Henry rapidamente. Sorri de modo tímido enquanto sentia o aperto no peito e falta de ar se apossarem de mim, e segurando a barra de meu vestido com pouco volume, cheguei na área externa, que tinha vista para a cidade de Londres. Por sorte não tinha ninguém e quando o choro veio, pude apoiar as minhas mãos na grade de madeira que dava segurança para quem quisesse apreciar a vista londrina. Chorei copiosamente, ao mesmo tempo que buscava por ar, e quando o vento frio da noite tocou meu rosto como se quisesse me ajudar, eu ouvi uma voz grave, mas suave, e a sombra de um corpo forte aparecer em meu campo de visão."

Enquanto lembrava de tudo isso, lembrei-me da sua imagem ali concentrado, as sobrancelhas franzidas, o rosto emoldurado pela barba que o deixava ainda mais com aparência séria em concentração, os braços fortes e os músculos em maior evidência quando ele movia ou levantava aquela caixa de metal, e quando ele fez aquele trocadilho, que dava a entender que...

Eu não pude ouvir mais nada do que ele dizia, pois estava totalmente focada no movimento de seus lábios enquanto ele falava. O jeito que eles se moviam, como o Henry às vezes os molhavam com a sua língua que parecia ser muito talentosa e... Morna. Meu Deus, eu o desejava tanto e ao mesmo tempo não havia nada que eu pudesse fazer em relação a isso, pois ele nunca havia dado nenhum sinal de mínimo interesse em mim. Mas isso não me impedia de fantasiar como seria beijar aquela boca que...

O cenário parecia até de um romance: nós dois na cama, uma chuva fina e gostosa caindo lá fora, músicas lentas e gostosas de se ouvir pelas primeiras horas da manhã enchendo aquele quarto. Meu coração pulsava de felicidade, e eu desejei que fosse assim para sempre.

― Tudo certo ― ele disse, a voz ofegante ― chego em quinze minutos. Você já tomou café?
― Estou esperando a máquina prepara-lo agora ― respondi, colocando o telefone entre o ouvido e o ombro, enquanto pegava uma xícara para despejar meu café.
― Certo. Se quiser, tem frutas cortadas na geladeira ― ele disse.
― Obrigada, eu vou comer ― respondi enquanto despejava o café em minha xícara.
― Certo, até daqui a pouco ― Ele disse ― Ai! ― Ele exclamou ― Tropecei numa pedra ― Sua risada forte soou pelo telefone e eu ri.
― Cuidado! ― Eu disse, rindo ― Tchau, te amo.

Eu olhei para ele, que tinha um sorriso muito contido em seus lábios. O cabelo estava um pouco grande, talvez ele não o tenha cortado há um tempo. A camiseta com três ou quatro botões ― eu estava tão paralisada que pude até notar isso ― estava com alguns abertos e dava mísera visão aos pelos tão másculos de seu peito. Seus olhos azuis eram de tamanha força que eu mal pude olhar para eles por mais de um segundo.