Ai_Sakamodo

Estava na lavanderia procurando o bendito vestido que Keiko tanto adorava quando ouvi a porta se abrir. Ouvi passos hesitantes e logo depois senti uma respiração quente em meu pescoço me arrepiando.
Me virei de olhos fechados dando um passo para trás e quando os abri levei meu olhar para cima dando de cara com quem eu menos queria ver.
Seus olhos verdes ônix me encaravam como se tentassem me desvendar por completo e suas mãos estavam inquietas como se ele não soubesse o que fazer com elas. Por um momento ele levantou a mão direita a levando ao meu rosto, mas parou antes de me tocar.
Constrangido ele desviou o olhar levando a mesma mão a sua nuca.
_ Eu… - sua voz soou um tanto trêmula e percebendo isso ele pigarreou tentando se recompor. - Depois de tanto tempo resolvi seguir os conselhos da Grandinne. A Keiko precisa de uma mãe. - senti meu coração acelerar com suas palavras e uma pequena chama de esperança se acender em meu peito. - Decidi que será melhor para ela. Espero estar tomando a decisão certa. - mordi o lábio inferior resistindo a tentação de pedir para que ele vá direto ao ponto. - Kinana será uma boa mãe e esposa. - ele murmurou soltando um sorriso fraco. Comprimi meus lábios tentando conter as lágrimas que tentavam se formar e abri um sorriso falso o parabenizando e o incentivando a seguir o que ele achava que seria melhor para os dois. - Eu queria que você fosse a primeira a saber. - ele disse e começou a se afastar. - O casamento será em um mês. - terminou e saiu me deixando sozinha naquele cômodo apertado, mas que pra mim parecia vazio, assim como o meu interior.
Me sentia quebrada e iludida. Mas o que eu esperava?
Afinal, eu era apenas a babá da sua filha.

Noites em claro, escutando infinitamente clientes a tratarem como se ela fosse uma psicóloga. Lucy era uma bela mulher italiana e a um ano trabalhava em um bar em Toronto, Canadá.
Lugar esse onde ela conheceu Gray, um misterioso homem de negócios que passou a frequentar seu local de trabalho.
Ela gostava de sua vida e de seu trabalho. Tudo estaria perfeito, se ela não estivesse prestes a ser deportada. E foi então que o até então cliente, Gray, lhe faz uma proposta.
_ Se case comigo… – a loira arregalou os olhos sem saber como havia se metido naquela situação.
Sem ter outra escolha ela acaba aceitando, mas em pouco tempo se vê presa em uma situação que ela nunca imaginou.
Casada com Gray, ela conhece Natsu. O melhor amigo de seu marido que a faz perder suas estruturas, e continuar a ser fiel acaba se tornando uma difícil missão que o rosado terá o prazer de dificultar.
_ Não é a ele que você quer. – o rosado disse se aproximando cada vez mais.
_ Como pode ter certeza? – ela retrucou logo se vendo presa entre ele e o balcão da cozinha.
_ Por que é a mim que seu corpo chama. – ele sussurrou passando levemente seus dedos sobre a pele aveludada do rosto dela.
Logo ele levou a mão até o pescoço e seu toque delicado fazia a loira se sentir arrepiada da cabeça aos pés. Ela fechou os olhos e soltou um suspiro quando a mão do rosado chegou ao seu colo, mas antes que ele pudesse fazer alguma coisa ela o sentiu se afastar antes do moreno voltar do quarto.
_ Eu disse que ainda tinha essa camiseta. – Gray encarava o amigo com um sorriso vitorioso enquanto o rosado tentava se manter o mais neutro possível.
A loira os encarava sem saber onde enfiar a cara.
Seriam longos meses.
Longos seis meses até aquela tortura acabar, mas o que ela poderia fazer? Havia sido a sua decisão e teria que arcar com as consequências.

Sabe aquela pessoa forte, decidida, que sabe o que quer e faz tudo a seu alcance para conseguir? O tipo de pessoa inspiradora que por onde passa chama a atenção por sua postura perfeita e confiante?

Pois é, essa não é nossa protagonista.

Marinette é uma garçonete sonhadora e… iludida? Por toda a sua vida ela se viu apaixonada por diversos caras diferentes. Qual era o seu critério? Ser gentil com ela.

Apenas isso era o suficiente para a azulada se apaixonar e aos 22 anos nada havia mudado. Estava perdidamente apaixonada por seu colega de trabalho. Ele era gentil, bonito, um verdadeiro sonho para ela, mas tinha um pequeno detalhe.

Ele era comprometido.

A única que sabia dessa desastrosa paixão era sua melhor amiga e ela faria de tudo para que Marinette esquecesse o gentil pasteleiro. Mesmo que tivesse que fazer um perfil para a amiga em um aplicativo para pessoas desesperadas.

O que eu mais queria era esquecer, mas então descobri da pior forma que meu passado não permitiria isso de forma alguma, sempre estaria ali para me lembrar das escolhas estúpidas que fiz, que magoei pessoas importantes, que não dei valor as amizades que consegui...
O que não entendo é que mesmo com tantos erros vocês sempre estiveram ao meu lado, até aqueles que diziam nunca me perdoar. Isso é a verdadeira amizade? Não sei se mereci isso, mas agradeço. Agradeço de coração o que fizeram por mim e mesmo que seja egoísmo da minha parte tenho um último pedido a fazer:
Quero que vivam.
Isso não é o final e sim o começo. O começo das suas vidas sem mim.
Uma vez me disseram que não se deve se sacrificar pelos amigos e sim viver por eles e é engraçado que até nesse momento fiz a escolha errada aos olhos de vocês, mas eu escolhi deixar vocês viverem então vivam, vivam por mim e continuem com os sorrisos e a alegria inconfundível que a Fairy tail possui. Sorriam nos momentos de alegria e principalmente nos de tristeza.
Não chorem por mim, não gastem suas lágrimas, pois mesmo que não acreditem ainda vamos nos ver de novo!

Como se a cena se repetisse ouviu a porta ser fechada atrás de si e novamente um arrepio lhe percorreu assim que seu olhar se encontrou com o dele. Ele estava em pé encostado na penteadeira a olhando com um olhar quase faminto. Sentiu sua intimidade molhar sob aquele olhar.

Atrás dele havia um enorme espelho, viu sua imagem refletida e percebeu o quanto parecia patética daquele modo. Engoliu em seco e desviou o olhar para a poltrona em que havia esquecido o seu celular, mas ele não estava ali.

_É isso que procura? - lentamente voltou seu olhar para ele podendo ver seu celular em sua mão.

_S-Sim... - foi se aproximando para recuperá-lo. - D-Desculpe te atrapalhar pouco antes do show. Já vou embora, não se preocupe... - quando ela ia pegar o celular ele o tirou de seu alcance.

_ Você não me atrapalhou de forma alguma. - ela ficou perdida por alguns segundo sem saber o que dizer.

_M-Me devolve... - sussurrou sem conseguir terminar a frase.

Foi tudo rápido demais, quando percebeu estava sendo prensada contra a penteadeira, embriagada pelo cheiro e o calor daquele homem e arrepiando a cada toque dele.