karolwasilewski

Minha vida se fundiu a dele naquela simples troca de olhares...Ele roubou toda a minha atenção no meio daquela multidão, não pude definir se foi pelas suas vestes sombrias, seu olhar descontraído, misterioso, cheios de vida ou simplesmente pelo seu estilo diferente, único...

Fingi não sentir o coração acelerado ao vê-lo cantar, mesmo repugnando este estilo, senti ele me invadir com sua canção, a guitarra, sua voz me penetrava e possuía minha alma.

A letra da música, seus movimentos ao dançar fazia surgir em mim algo surreal, uma vontade louca, imensa de gritar, pular, chorar...A música soava na minha mente mesmo após a letra finalizar, mesmo negando era incrível vê-lo no palco demonstrando todo o seu talento, aqueles olhos me perfurar e sua voz me hipnotizar.

Nunca imaginei que aquela garota me chamaria tanto a atenção, sempre evitei garotas como ela, vulgares, com vestes escassas e que dançavam até o chão, mas por um acaso do destino a contemplei dançar...

Seus movimentos iriam além da minha consciência, a batida criava ritmos , seu olhar me fazia vibrar, fingi não sentir atração, fingir não me dar conta que meu coração acelerava ao me recordar, sempre desprezei esse estilo musical, as canções eram vazias, desconexas e sem sentido, mas ela fazia parecer um ritual da sedução ao se movimentar.

Cebola acreditando que perdeu a Mônica para o Dc vai curar suas mágoas em um barzinho mas algo acontece ali...Uma semana depois tudo se ajeita na sua vida e sua amada Mônica o aceita de volta.Quando os dois vão comemorar um mês de namoro algo surpreendente acontece.

Aquile dia nunca se apagara da minha mente...O dia onde tive uma arma apontada para a minha cabeça, minha vida passou diante dos meus olhos em milésimos de segundos, a morte era inevitável como a de meus colegas de trabalho caídos sem vida sobre o piso, pintando o branco com vermelho carmesim dos seus pulsos.

Ali que era para ser meu fim acabou sendo o começo de tudo...Eu vi o rosto de um dos assaltantes, não dá! por mais que eu lute contra, o rosto daquele homem não saí da minha cabeça, invade meus sonhos, meus pensamentos, meus momentos mais felizes, diversas vezes acordei durante a madrugada sobressaltada suando assustada relembrando aquele momento.

Eu me culpava dia após dia por não tê-lo entregado a polícia, ele salvou a minha vida, impediu que seu comparsa atirasse em mim, me lembro nitidamente das suas formosas linhas faciais que me levaram da emoção da paixão ao terror da morte e de seus olhos castanhos que caminhavam ao precipício do abismo.

Nenhum psiquiatra foi capaz de o tirar da minha cabeça, de tirar aquele dia da minha mente, o sangue, o disparo, a morte...Seus olhos, seus malditos olhos que invadira o meu ser.

É ele, era ele, tinha que ser ele, cruzando a porta detectora de metais da agência bancária de braços dados com uma senhora idosa trazendo um sorriso doce em seu semblante...

Ele invadiu meus sonhos e meus pensamentos mais intimos....Ele que sempre manteve seu rosto coberto por uma máscara que o transformou em um verdadeiro enigma indecifrável pra mim...Ele que em apenas uma noite, um baile conseguiu dominar o meu ser e minha alma completamente ... Eu não consigo de forma alguma esquecer aquele eflúvio masculino, aquele sorriso sedutor e aquele olhar enigmático direcionados a mim... Ele me fez extremecer ao toque de seus labios e meu interior vibrar de desejo, de paixão... Eu não o conheço, não sei da onde veio, alias não sei nada sobre ele, apenas que se denomina....O Fantasma Vigilante...

Eu sempre estive perto dele...sempre gostei dele como um grande amigo...ela era minha melhor amiga, mas por orgulho o fez sofrer....
Eu na tentativa de consolar meu amigo acabei me envolvendo sem querer e depois percebi que não possuía mais volta..... ele com aqueles cabelos rebeldes de lábios viciantes .....com aquele olhar profundo que desnuda a minha alma me fez sentir oque eu nunca havia sentido na minha vida...algo maior... algo muito mais forte que a amizade.....

[...] Eu queria que parassem.
Essas malditas vozes não me obedeciam, chorei, mandei, supliquei que parassem, continuaram do mesmo modo.Não aguentei e gritei com elas.Foram embora, simplesmente com um grito mágico.

Geralmente, quando gritamos com alguém por estar nos incomodando, essa pessoa continua a te chatear.

Minha mãe foi até a sala onde eu estava e se deparou com a imagem de sua única filha. Ela estava encostada na parede, chorando e falando consigo mesmo.É vergonhoso escrever isso de si próprio, mas a verdade é que eu também estava arrancando com as unhas, peles do meu braço. Quase nao sangrou, mas isso por um motivo: minhas unhas eram pequenas e não afiadas.
Minha mãe me xingou.Não pude assimilar suas palavras naquele momento e continuei a chorar, gritar e me machucar.

Tentou me tranquilizar, tentativa fracassada.
Não a julgo pelo que fez depois, foi um momento de desespero.Colocou a força 3 comprimidos na minha boca e me obrigou a bebe-los.Perdi o controle de mim, fiquei fraca e sonolenta.Minha visão estava falhando, mas tenho certeza que aquela foi a primeira vez que meus olhos encontraram os de Friedrich...

Mamãe estava ao telefone, não podia ser dela aqueles lindos olhos azuis que tanto me acalmava.Não consegui falar nada para a pessoa dos olhos azuis, não naquele momento.Com dificuldade, tentei chegar ao sofá.Falhei mais uma vez.Ainda encostada na parede, fechei meus olhos e tive meus últimos segundos se escuridão e lucidez daquele dia.

Os olhos azuis e os meus sentidos, haviam desaparecidos....