byunpoesie

Uma queria paz, mas decidiu se mudar para o Edifício dos Anjos sem saber que o edifício era assombrado pelo fantasma de uma coreana que queria apenas um pouco de atenção.

Havia tanta coisa que Taehyung poderia descrever agora, talvez em um momento de paz em sua cabeça afundada na tristeza. Ele queria ser a Lua, orbitando em seu próprio eixo de distância grandiosa. Queria brilhar, ser a luz do fim do túnel, ser uma explosão destruidora para uns; acolhedores, para outros.

Beomgyu, cansado da pressão social e da busca por metas impossíveis, encontra um refúgio na chuva, mesmo que por um momento.

Era para ser um dia onde boas memórias seriam feitas; o sol dançava levemente pela derme alheia, pigmentando pequenos pontos do rosto de Yujin em vermelho — que tinha seus olhos sempre atentos à câmera em suas mãos. E então, os barulhos que tanto teme começam outra vez, cortando o canto dos pássaros que repousam tranquilamente em alguma árvore ali perto. Tum-tum. O coração dispara, os movimentos se tornam descompassados e o medo começa a se apoderar de si. Tic-tac. O tempo parece fugir do seu controle e ela sente que nunca chegará a tempo. Um deslize, uma vida, boas memórias que poderiam ser feitas e uma câmera encontram-se no fundo do lago.

E aí. De boas? Como o próprio título já diz, esse é o meu diário e eu sou Choi Soobin. Aí você me pergunta: o que carambolas um garoto de dezessete anos tá escrevendo em um diário, algo feito majoritariamente por crianças de doze anos, que escrevem só besteiras? Pois eu te respondo: ficar completamente gay por Choi Beomgyu.

Há tinta respingando por todos os lados. Existe uma bagunça evidente no que havia feito, mas ela precisava saber.

Choi Soobin achava um tanto engraçado como pequenas ações, eram capazes de grandes feitos.

Uma provinha disso era que, este ano prometeu que faria só o que quisesse em prol de criar memórias (esta sendo sobre sua vida romântica), seja se vestido como se fizesse parte de uma subcultura com contexto histórico e contra o capitalismo, ou só agindo como um rebelde – que não era – boca suja e de caráter duvidoso (este último sendo sobre pegar ou não a comida que caiu no chão e pôr na boca antes dos cinco segundos acabarem).

Soobin não contava que essa sua mudança radical trouxesse Choi Beomgyu, o guitarrista bonitinho que quebrava corações por aí (uma pequena fofoca: é tudo boato).

“Respeite onde você foi plantado! Cresça direito!” Eles diziam, apontando tantos espinhos em sua direção que camuflavam as pétalas — se é que sequer possuíam alguma beleza em seus caules secos e duros. Oras, que absurdo! Era o mesmo que pedir para ser margarida em um jardim de cactos. Por que querer parecer diferente onde fora alocado para ser igual? Por que procurar pelo sol quando chove? Por que brotar em um solo que não é seu destino?