LeeJaeHi

Um autor não muito bem sucedido, com um pequeno público e em busca de inspiração, acaba por encontrar o lugar ideal na pequena ilha de Gageodo, Coreia do Sul. Alugando um pequeno chalé próximo ao mar e no lado mais desabitado da pequena ilha de 9,2 km², espera que a solidão lhe traga o efeito desejado para terminar mais um de seus desconhecidos livros. Mas o que acontece, quando descobre que ele não é tão solitário assim? E pior, que nada é como parece? [fantasia]

Diz-se que, de tempos em tempos, até hoje, na Baía de Chaleurs, é possível observar-se um navio fantasma em chamas desaparecer no mar, consumido pelo fogo, antes de uma tempestade assolar o litoral. Como acontecera no dia em que a maldição fora lançada...

[EunHae, Fantasia]

– Vai se foder – ele respondeu sorrindo, de um jeito brincalhão.
– Não. – sorri de canto, e ele reagiu da mesma maneira, já sabendo o que eu iria falar em seguida – Eu vou é foder você.
– Babaca – DongHae mordeu os lábios, enquanto sua mão estapeava de leve a minha cara, mas forte o suficiente para fazê-la virar para o lado.
– Otário – bati em seu rosto da mesma maneira, e ele sorriu divertido.
– Na sua casa?
– Agora mesmo – respondi, já levantando-me, e ele me seguiu sem nem ao menos pestanejar.

[EunHae]

Nascido em uma sociedade de conceitos deturpados, ele perdeu os pais quando ainda era muito jovem. Sem saída, acabou sendo levado a uma Casa Escravocrata, passando anos de sua vida em regime de aprendizagem, até que finalmente um homem aparece para tirá-lo de lá. Sem saber, ele fora vendido com o objetivo de se tornar companhia de uma mãe que havia recentemente perdido seu filho mais novo, de mesma idade. Diferente do planejado, ela repudia-o, porém, aos poucos, ele acaba caindo nas graças de toda a família, principalmente do filho mais novo, que aceita-o tão logo o conhece. Com o tempo, os laços de amizade iniciados tão rapidamente tornam-se mais forte, alcançando tamanhos exorbitantes. Laços estes, que logo tomariam o rumo de um sentimento muito mais forte do que apenas o sentimento de amizade.

Eu gosto de pensar que onde quer que esteja ele ainda lembra de mim do mesmo jeito que eu me lembro dele. A pilha de cartas que se acumulou em minha escrivaninha só serve para me lembrar quantos dias eu já passei sem poder vê-lo.
A guerra separou dois países, muitas famílias e também me separou de Hyukjae. Depois de tanto medo, eu não sabia mais no que acreditar. Eu só tinha uma certeza: eu esperaria por ele até o final. [EunHae]

E foi assim que eu dei um fim a nossa convergência que sempre me pareceu nata. Foi assim que eu transformei aquela convergência em uma convergência divergente, onde forçosamente nossos passos foram obrigados a tomar rumos diferentes e independentes. Foi assim que eu dei o primeiro passo para longe daquela história sufocante que nos rodeava e que me assombrava desde antes do nosso nascimento.
E eu esperava que aquele primeiro passo fosse também o último.

[EunHae e HaeHyuk]

Porque nosso amor é assim. Simples e incrível.

Tudo e nada.

Você e eu.

Nada poderia fazer com eu que prestasse atenção como antes. Sorria só de pensar no outro, as mãos suavam e o coração batia a ponto de parecer que queria sair do peito. Mas o mais difícil era negar o óbvio: eu estou me apaixonando pelo meu professor de educação física.

Estou ficando tão cego e apaixonado que nem vejo o quanto isso pode me trazer problemas mais tarde. [HaeHyuk | UA!]