Superfície Enganadora
escrita por Soyokaze_Asami e Amber_SpyglassEm andamento
Capítulos 1
Palavras 1.907
Atualizada
Idioma Português
Categorias Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)
Gêneros Aventura, Fantasia, Ficção, Literatura Erótica, Literatura Feminina, Magia / Misticismo, Mistério, Policial, Romântico / Shoujo
"Nem tudo o que reluz é ouro, Alice", tia Imogen disse numa época em que a pequenina de cabelos dourados a via como a pessoa mais sábia entre todas. Agora uma lady da sociedade, como sua mãe costumava dizer, Alice pouco se recorda da sua infância além de seus sonhos fantásticos e daquele fatídico momento com tia Imogen. Fora o último em que a vira sã, empurrando-a no balanço do jardim secreto.
"Você vê este livro? As bordas das páginas gastas, sua capa desbotada... tudo esmaece com o tempo, exceto as emoções das estórias que ele carrega. Foi um presente do meu noivo, o príncipe de quem eu lhe falei. Guarda todos os segredos de sua terra natal."
O rosto de Alice se retorceu ao ver tanto a grossura quanto a aparência simplória do livro.
"Agora, veja este anel aqui", ela disse mostrando suas mãos não tão enrugadas, de dedos longos e finos.
"É lindo, tia."
"É de rubi, simbolizava a paixão de Fergus Aberdeen, o último pretendente a bater na minha porta."
"Por que não se casou com ele?"
"Tão tarde ele chegou que já não havia espaço no meu coração para outro. Meu pai aceitou o pedido de casamento, eu o recusei, e tão orgulhoso ele era que se recusou a receber o anel de volta. Você entende o que eu quero dizer, pequena?"
Alice balançou sua cabeça em negação.
"Este anel maravilhoso e até escandalosamente grande, alguns diriam, está carregado de capricho, remorso e culpa. Ele é pesado. Já este livro batido é leve, cheio de amor, sonhos e esperanças."
"Se é pesado por quê a senhora usa?"
"É a minha penitência. Eu magoei muitos para ser feliz de verdade. Já o livro me conforta."
"Como o papai e a mamãe. Quando eu tenho pesadelos eles me abraçam até eu dormir de novo."
"Exatamente."
"Tia Imogen, esse livro tem gravuras?"
"Das mais belas."
"Pode ler pra mim?"
"Mas é claro que sim."
Alice inclinou-se sobre a sacada, observando a paisagem e contemplando o passado. Aos poucos ela começava a compreender mais e mais sua tia. Talvez na terra dos loucos, onde tudo está de cabeça para baixo, tia Imogen fosse a única a fazer sentido das coisas. Até mesmo dele, com seu olhar cativamente, palavras indecentes e espírito tenro.
"Você vê este livro? As bordas das páginas gastas, sua capa desbotada... tudo esmaece com o tempo, exceto as emoções das estórias que ele carrega. Foi um presente do meu noivo, o príncipe de quem eu lhe falei. Guarda todos os segredos de sua terra natal."
O rosto de Alice se retorceu ao ver tanto a grossura quanto a aparência simplória do livro.
"Agora, veja este anel aqui", ela disse mostrando suas mãos não tão enrugadas, de dedos longos e finos.
"É lindo, tia."
"É de rubi, simbolizava a paixão de Fergus Aberdeen, o último pretendente a bater na minha porta."
"Por que não se casou com ele?"
"Tão tarde ele chegou que já não havia espaço no meu coração para outro. Meu pai aceitou o pedido de casamento, eu o recusei, e tão orgulhoso ele era que se recusou a receber o anel de volta. Você entende o que eu quero dizer, pequena?"
Alice balançou sua cabeça em negação.
"Este anel maravilhoso e até escandalosamente grande, alguns diriam, está carregado de capricho, remorso e culpa. Ele é pesado. Já este livro batido é leve, cheio de amor, sonhos e esperanças."
"Se é pesado por quê a senhora usa?"
"É a minha penitência. Eu magoei muitos para ser feliz de verdade. Já o livro me conforta."
"Como o papai e a mamãe. Quando eu tenho pesadelos eles me abraçam até eu dormir de novo."
"Exatamente."
"Tia Imogen, esse livro tem gravuras?"
"Das mais belas."
"Pode ler pra mim?"
"Mas é claro que sim."
Alice inclinou-se sobre a sacada, observando a paisagem e contemplando o passado. Aos poucos ela começava a compreender mais e mais sua tia. Talvez na terra dos loucos, onde tudo está de cabeça para baixo, tia Imogen fosse a única a fazer sentido das coisas. Até mesmo dele, com seu olhar cativamente, palavras indecentes e espírito tenro.
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