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Em seus plenos quarenta e sete anos, Midoriya estava contando a sua filha adotiva sobre as viagens que fez com o esposo quando eram mais jovens, tudo porque a mais nova encontrou o velho álbum de fotos com adesivos de aviões.

Os funks que Midoriya ouve no último volume incomodam Shoto, que passa a colocar as músicas de seu gosto na mesma altura para abafar o barulho da casa do garoto, porém, isso acaba incomodando à toda a vizinhança, já que os mesmos disputam para quem ouve música mais alto. Antes que resolvesse ligar para a polícia e denuncia-los por desordem urbana, Ochako decide chamar Midoriya em sua casa e lhe sugerir um acordo com Shoto, porém, quando o menor chega na casa do meio-a-meio, as coisas não saem bem como ele queria que saíssem.

Midoriya resolve se reunir com os amigos em um clube durante um fim de semana à noite. E enquanto seus amigos conversam e dão em cima de garotas, ele, o único garoto gay da rodinha, sente-se deslocado por não ter sequer alguém na mira. Contudo, as coisas mudam um pouco durante a performance de uma das bandas da noite, pois ele se vê atraído pelo vocalista e guitarrista de cabelos bicolores. E o sentimento é recíproco.

Porque Midoriya conseguia levar Todoroki para qualquer canto do mundo, mesmo sem sair do lugar.

Para Izuku, não tinha erro. Mesmo desacreditado em relação o amor, e com todos os motivos para crer a inexistência de tal, Shouto era a única exceção de tudo o que pensava.

Shouto tinha um sonho, e Izuku não fazia parte dele, mesmo que se amassem e fossem grudados um no outro por qualquer divindade existente.

"Sinceramente,
Quais são as chances de você encontrar o amor da sua vida?
Você acreditaria que um fã tímido, com uma voz tão bela que te arrepia, tornaria-se seu esposo e seu mundo?
Que linhas e formas, antes servidas só de enfeites para lembranças, tornariam-se reais na mais bela cena do seu futuro? Ou que ainda, seu próprio coração compõe notas e canta sem a permissão da sua consciência?
Eu nunca imaginei que essas coisas aconteceriam comigo.”

Todoroki tentava a todo custo evitar os olhos verdes de Midoriya, mesmo não conseguindo se esquivar ou até mesmo evitar o sorriso bobo em seus lábios quando ele sussurrava pedindo para dançar para ele, mesmo que tivesse dois “pés esquerdos” e um coração totalmente de quatro pelo rapaz que lhe guiava a cada batida da música.