TheWiseOak

Contos sobre os desafortunados irmãos Choi, Saeran e Saeyoung. Por que ninguém é culpado por coisas que estão fora de seu controle, e temos que encontrar em nós mesmos razões para nos perdoar.

Vingança pode ter um sabor muito amargo, se não tiver cuidado, criança.
Por que você agora anda lado a lado com a morte,
regal e temido.
Mas a vingança que você desconhece fita o seu cão, faminta e desesperada.
Você também é um alvo, é carne, é caça.
Cuidado com as sombras que dançam, o passado que você escolheu ignorar.
Pois as sombras imortais te seguem, vingança em mãos, a te farejar.
E sem seu cão, sua morte,
seu trono desmorona e você perde.
O jogo que a vida joga, a vingança que você pede.

O garoto olhou para o homem, e este começou a se lembrar de coisas que nem tinha percebido ter esquecido.
O homem tinha, em vida, feito coisas terríveis, e também coisas boas.
Ele tinha boas e más memórias, sentimentos bons e ruins.
Ele sentiu os braços e as pernas, e seu pescoço latejou tão fortemente que ele quase se dobrou.
Ele tinha mentido, assim como tinham mentido para ele.
A canção sumiu dos ouvidos do homem, e então um zumbido tomou seu lugar.
Ele tinha amado, embora não soubesse se tinha sido amado algum dia.
Não. Ela o tinha amado, mesmo que não da mesma forma.
Então ele ouviu um grito, e soube que vinha da mulher atrás dele.
Lily. O nome dela era Lily.

Encostada no peito de Harlock, Mayu pôde ouvir o coração do capitão, batendo lentamente, num ritmo lânguido que parecia se fundir com a vibração do motor da nave.
Mas aquela era também, a prova que debaixo dos mistérios e do olhar de gelo do capitão da Arcadia, batia um coração humano.
O coração de Harlock, o homem.
Harlock, o rebelde, o sonhador, o esperançoso.
Harlock, o homem de mãos gentis e sorrisos tímidos.
Harlock, aquele que ela esperava um dia poder chamar, sem medo da rejeição, de pai.

Já era o terceiro horário, e Castiel tinha faltado todos.
Ele não tinha dormido direito, e estava sem saco para fazer qualquer coisa que fosse.
Por isso, estava no porão, deitado em um sofá velho que um dia devia ter pertencido à sala dos professores, uma revista de música sobre os olhos.
Mas aquela revista não era qualquer uma. Era de meses antes, e, no entanto, ele não conseguia jogá-la fora.
Tudo isso por causa da foto que estava diante dele, que ele encarava sem sequer piscar.
Debrah olhava para a câmera, seu conhecido sorriso estampando o rosto de feições delicadas.
Aparentemente, ela andava fazendo bastante sucesso, e o que ele estava fazendo?
Estava na escola, um cigarro já há muito apagado entre os dedos, desejando algo forte para beber. Estava numa banda completamente desconhecida com o melhor amigo.
Estava perdendo tempo com noites em claro, baladas estúpidas, mulheres e bebida.
Mas o que mais ele podia fazer? Ela tinha ido embora.
Era ele que o empresário tinha dispensado.
Era dele que todos desistiam aos poucos.
De repente ele ouviu passos na escada que levava à porta do porão, e se sentou rapidamente, escondendo a revista sob uma pilha de caixas e pisando no cigarro.
Mas quem apareceu na escada foi Revas, que olhou para ele com aqueles olhos tão escuros.
E então, sem saber por que, ele se sentiu culpado.
Pela revista, por não contar para ela.
Mas o que ele possivelmente poderia dizer?
“Desculpa, mas eu me sinto deprimido por que eventualmente, assim como todo mundo, você vai me odiar.”
Mal sabia ele, no entanto, que ela não só conhecia essa sensação muito bem, com também, compartilhava da mesma culpa.

Esperança é algo que vive nos pequenos atos, nos detalhes de cada dia. Se você deseja entender o significado de esperança, então ame.
Ele vivia em busca de amor, e ela, de esperança.
E mesmo que tudo caminhasse para separá-los, eles não se negaram, mesmo que por um breve momento, encontrar aquilo que tinham sempre buscado.

Algumas pessoas nascem para a glória.
Para usar uma coroa, para se vestir em ouro e prata.
Já outras nascem para serem tratadas como lixo.
Para sofrerem as injustiças do mundo, serem esquecidas por todos.
Valar, Eru, estrelas, por quê?
Para que eu nasci?
Minhas melhores memórias são entre as paredes de pedra ancestral da casa de minha família, minha risada de criança ecoando pelo jardim, enquanto Ada me gira em seus braços.
Nana sorri, e canta para nós:
“Pequena estrela no céu
Ouve minha canção
Protege com sua luz
Aqueles que vivem em meu coração

Estrelas de Eru
Dancem conosco então
Pelas quatro estações
Protejam a mim e meus irmãos”
Eu me lembro de nadar na piscina de meu quarto, de dormir sob a luz das estrelas.
Caminhar sobre os Halls do castelo de Greenwoods.
De correr pela floresta vibrante onde não havia escuridão, não havia medo ou perigo.
Meu lar, minha liberdade.
Nana... Eu sinto tanto a sua falta...
Ada... Por que fizeram isso com você?
Por que ele fez isso?
Ele, o Rei de Greenwoods.

Sobre minha crianças, vai escutar histórias.
Sobre seus passados, você verá lágrimas.
A respeito de seus sonhos, vai sentir sua força.
E assim, em conjunto, ouçam esta canção.
A canção de minhas crianças.