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A vida é cheia de surpresas e algumas nem sempre são agradáveis. Mesmo que seu coração estivesse repleto pela tristeza, pela dor da perda que a corroía de dentro para fora, Momoi Satsuki sabia que podia contar com Aomine Daiki.

– Ficlet / AoMomo / Projeto: Escrita Criativa - Grupo D

Eu estou aqui, com o coração na mão e as lágrimas guardadas a sete chaves, porque eu quero te ver feliz.

Mesmo que não seja comigo.

Momoi conseguia fazer diversas coisas, menos cozinhar. E, bem, não é como se Aomine se importasse.

Em retribuição ao Valentine's Day, Aomine Daiki resolve fazer uma surpresa para a namorada no White Day - com ajuda de terceiros, claro.

"Em nosso mundo subterrâneo, tudo é coberto de gelo. Todos esperam que embaixo da Terra seja quente, já que ali tudo é supostamente preenchido por lava. Mas a verdade é que não há magma há muito tempo ali. Hoje, tudo está coberto por gelo. É um mundo de inverno eterno. Vermelho é uma cor proibida, a cor dos maus espíritos e demônios. Por isso qualquer coisa vermelha é destruída ou jogada na Floresta Vermelha.
Penso que minha vida é uma ironia, desde o meu nascimento. Nasci com cabelos e olhos azuis-gelo, e com a pele extremamente branca. Isso provavelmente acentua minha falta de presença, me tornando invisível.
Mas essa não é a maior ironia. Quando eu nasci, eu tive um irmão gêmeo. Não somos idênticos, longe disso. Por que meu irmão nasceu com os cabelos e olhos vermelhos."

"Ouço uma cadeira sendo arrastada para o meu lado, e viro-me para ver Kazunari colocando uma cadeira e se sentando conosco. Ele parece abatido.
– Não aguento mais as pessoas me perguntando sobre o acidente – ele diz, passando a mão pelos cabelos negros.
– Não foi um acidente – digo, e Shun me lança um olhar reprovador. – Você sabe que não foi.
Olho para a janela da sala. As árvores congeladas apenas me dizem que o tempo não vai passar. Eu sempre vou me lembrar da verdade, e ela vai me assombrar pelo resto de minha vida... Quando fecho os olhos, penso até que posso vê-lo sentado na mesa conosco, me pedindo para ensiná-lo a ser um bom líder.
'Você já é um excelente líder! Eu que tenho que aprender com você...'
As risadas do passado ecoam em meus ouvidos, e abro os olhos para ver uma cadeira vazia."

"Diferentemente das pessoas normais, eu não tenho medo de objetos vermelhos. Se um espírito fosse vir atrás de mim, ele já teria feito há muito tempo. Precisamente, há quinze anos, quando meu irmão nasceu.
Taiga. Kagami, o Deus do Fogo.
Enquanto ele era o Deus do Fogo, eu recebi o nome de Himuro. Casa de Gelo. Taiga estava destinado a quebrar os preceitos da sociedade, ser diferente, mudar o mundo. Enquanto eu sempre serei estagnado como o gelo, presente em todos os lugares de nosso mundo, e também aquilo que nos prende no subterrâneo.
Okamura se inclina sobre a mesa, os olhos negros me observando por debaixo das grossas sobrancelhas.
– Himuro, eu preciso que você encontre seu irmão – ele diz. – E o elimine. Pode fazer isso?
Dou um calmo sorriso para Okamura.
– Com certeza, senhor – respondo, meus olhos azuis brilhando.
'Finalmente, Taiga, vou provar que todos estavam errados.'
Mesmo que 'todos' estivessem somente em minha cabeça."

O Festival Esportivo certamente aflora os hormônios de adolescentes no auge da puberdade. Aomine Daiki se vê obrigado a seguir Momoi Satsuki por todos os lados. O motivo? O maldito uniforme de líder de torcida.

Afinal, quem disse que aranhas não podem ser cupidos? Eles, com toda certeza, iriam agradecer pela aparição da aranha mais tarde.

Estava completamente desacostumado com as ações comuns de Momoi...
Não sabia dizer o quê, mas ela estava diferente.
Ou talvez fossem apenas os seus olhos.
Estava apaixonado.

Já era outono, o último ano do ensino médio, ele já estava casado e logo, logo seria pai. Agora, tudo aquilo que pensava sobre o basquete parecia incrivelmente estúpido... Agora, derrotas e vitórias pareciam insignificantes demais comparadas à bagunça da sua vida.
Porque Daiki estava uma bagunça.
Estava cansado de tudo aquilo, e com medo de voltar pra casa. Não queria machucá-la ainda mais, e ter a certeza de que que a sua única promessa não havia sido cumprida. Ela sempre dizia que o odiava... Estava com medo de que a repetição frequente tornasse aquelas palavras reais.

Satsuki não tinha culpa se pensar em algumas bobagens vendo Aomine treinar a fazia feliz.

[ aomomo • happy lisa week ]