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Não havia amor, só a vontade de ser amado.

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Cada uma das dores presentes em Ikari tomam vida, após três vezes reviver as mesmas coisas, os mesmos acontecimentos. Um "merecido descaso" era mais do desejado, mas sua salvação não estaria em uma reles escolha do qual um dia foi forçado a ter.

Com suas barreiras de ego quebradas, Shinji não poderia se sentir mais solitário em meio ao mundo apático à suas tristezas e costuras abertas, mas ao menos havia um alguém minimamente interessado em lhe ajudar, mesmo que pouco.

"Diga algo, criança assustada" dizia ela, que mesmo que todos já tivessem deixado de lado, continuava ali.

demonstrações de afeto nao é algo que esteve muito presente na vida de shinji, mas kaworu faz questão de tentar mudar esse pequeno fato.

Shinji andava pelo céu obscurecido, olhando para suas estrelas em busca de memórias perdidas em algum lugar do tempo. As asas estendidas de Adão decretavam o fim de um sonho, mas Ikari estava satisfeito, pois nada daquilo realmente morreria enquanto existissem memórias e uma leve chuva de penas caindo do céu.

Estávamos parados sob uma árvore: ele olhando para as pétalas, e eu olhando para ele; para como ele parecia bonito enquanto sorria para as flores e para o céu de primavera. Para como ele parecia triste enquanto lamentava a efemeridade das coisas.

As paredes de seu quarto já não eram brancas, também não mais transmitiam segurança aos seus sonhos perturbados; apenas riscos tortos e trêmulos, uma contagem de dias que cruelmente tornaram-se anos. A contagem regressiva para Kaworu novamente provar do líquido proibido que tanto ansiava, daquele que nunca deveria ter sequer chamado sua atenção, porque ele o fazia lembrar-se de que podia sim sentir, mas isso não significava que lhe era permitido sentir.

Entre danças improvisadas sobre o tapete outonal de folhas caídas e músicas da finada banda dos anos oitenta, Shinji percebe que sair com seu namorado naquele dia frio de maio foi a melhor decisão.

Kaworu sempre diz seus pensamentos abstratos e profundos a Shinji, e Shinji não sabe compreendê-lo como deveria.

Tudo o que queria era que o relógio parasse de correr em meio aos momentos finais e os segundos que ainda lhe restavam. Aquele era como se fosse seu próprio conto de Cinderella, mas dessa vez, a catástrofe não poderia ser evitada por uma fada ou sapatinhos de cristais. Mas no fim, era tudo um conto de fadas, certo?