1. Spirit Fanfics >
  2. 2191 Days >
  3. About not having changed anything.

História 2191 Days - About not having changed anything.


Escrita por: CupcakeAlado

Notas do Autor


YEEEEEEEEEY SEI QUE POR ESSA VOCÊS NÃO ESPERAVAM SKSKSKSKSKSKKSKSK
Na verdade nem eu esperava atualizar assim tão do nada, mas digamos que bateu vontade e eu me sentisse no dever de trazer a última atualização do ano (pELO MENOS ANTES DE COMEÇAR UM CURSO QUE VAI TOMAR 2/3 DO MEU DIA e, consequentemente, talvez me fazer demorar ainda mais com att). É ISTO MENINES, vida de formanda é complicado e o caminho para as responsabilidades adultas ainda mais #Socorroeutenhosó17anos!!!!!!!

ENTAAAAO, sendo assim me senti devendo um retorno por todo carinho que a fic vem recebendo, e surtos com a volta do Jimin (que torna tudo na fic mais lindinho, porque SPOILER, é a partir de agora que vão ver toda interação jikook digna de casal da nação e COMO MUITO DE VOCÊS COMENTARAM NO OUTRO CAPITULO, interações de pai e filho que vão fazer vocês cair de amores, logo aviso <33)

Mas não vou mais demorar aqui, pois imagino como vocês estejam ansiosos skskskksksks OU PELO MENOS ESPERO QUE ESTEJAM HEIN!! E VEJO VOCÊS NAS NOTAS FINAIS HEHEHE~

TOMA SUA DEDICATÓRIA BRUNA HISTERICA DESESPERADA @jeonblood parcera jungkookbot da parada

Capítulo 12 - About not having changed anything.


Fanfic / Fanfiction 2191 Days - About not having changed anything.

— Eu não lembrava da sua comida ser tão boa! E olha que estou falando de panquecas, não de kimchi… — foram os dizeres do Park mais velho enquanto tinha a primeira refeição da manhã, fazendo Taeyang rir — Se bem que da última vez você ainda não sabia fazer panquecas. Deus, quando tempo eu dormi?

— Deixe de ser exagerado. — revirei os olhos enquanto me sentava ao seu lado, mas sem negar os elogios — E sobre as panquecas, eu pedi algumas aulas particulares com Namjoon hyung.

— Appa… — largou tudo o que fazia por um momento, apenas para comprimir os lábios e abaixar os olhos — De repente eu fiquei com saudade deles.

— Aposte que ambos terão um ataque do coração assim que souberem de você.

— Disse a eles sobre as minhas ligações?

— Só não foram os primeiros porque não os quis acordar cedo depois da primeira ligação e o fiz com meu irmão. — sorri ladino.

— E como eles estão? Manteve contato? Eu não ganhei nenhum irmão nesse meio tempo ou coisa parecida, certo? Taehyung ainda está como vizinho deles? — por pouco não engasguei enquanto tomava suco em meio aquele interrogatório súbito.

— Ei, calma, calma! — ri enquanto me virava em sua direção e pegava sua mão fechada em punho — Sim, eles estão ótimos, ou se mantiveram na medida do possível desde sua partida. Claro que tivemos contato, seu desaparecimento exigiu isso. Não, infelizmente você ainda não tem um irmão apesar de saber como isso é seu sonho. E sim, Taehyung ainda está lá apesar de viver mais na fazenda do que aqui, mas com sorte ele ainda deve estar em casa quando formos lá ver seus pais. — ao final respirei fundo — Nossa, perdi o fôlego.

— Isso me tranquiliza um pouco, digo… Saber que pelo menos há algumas coisas que não mudaram. — seus dedos apertaram os meus assim que dirigiu os olhos para o filho do outro lado na mesa, brincando de fazer desenhos com a geléia nas torradas.

— Não fique assim, ele só aprendeu a andar, falar algumas frases e... — encarei o garoto quando esse ergueu a torrada para mostrar o trabalho artístico — Desenhar em torradas.

— Esse era pra ser o tio Yoongi? — Jimin sugeriu enquanto cerrava os olhos.

— O appa acertou! — não escondi minha surpresa diante a confirmação do menor, deixando meu queixo cair levemente.

— Olha, eu acertei! — reiterou o Park mais velho.

— Onde você está vendo meu irmão aí? — franzi o cenho ao encarar o desenho que, com dificuldade, dava para se ver os olhos e a boca curvada lateralmente.

— Se ali são os olhos, aquilo em cima são as sobrancelhas… — explicou enquanto apontava para a comida — E elas estão para baixo, igual a boca. Yoongi é a única pessoa que tem a expressão brava natural.

— Oh… — instintivamente levei o indicador para os lábios enquanto assentia em concordância.

— É tudo questão de interpretação da arte. — se levantou enquanto pegava o prato da mesa — E você desenhou muito bem, já pode virar concorrência do appa. — com a mão livre bagunçou os fios escuros da criança, que ficou com uma expressão impagável diante da declaração: Os olhos brilhantes voltados para mim e a boca entre um “O” e um sorriso. Se Jimin soubesse como aquele elogio natural ao desenho do filho era significativo…

— Eu não disse…? — murmurei para que apenas o menor ouvisse, vendo esse encolher os ombros e olhar por baixo da franja o pai defronte o mármore da pia.

 

 

— E então a professora escolheu o nome que eu sugeri, mas as garotas da minha sala ficaram falando que Hea não combinava com a espécie do peixe e tentaram mudar, mas nem eu e nem Minsoo deixamos. — disse orgulhoso o desfecho da história sobre o peixe beta que era mascote da sua turma.

— E em que parte dessa história você tirou seu cinto para ficar pulando pelo carro? — lhe encarei pelo retrovisor, vendo sua expressão sapeca carregada de culpa — Vai, senta quietinho aí e põe o cinto.

— Mas appa, a escola já tá’ ali na frente. — se imiscuiu entre os bancos do motorista e passageiro, mas antes que eu pudesse protestar, prosseguiu animadamente — Ali, appa! Aquela é minha escola! — apontou para frente afim de indicar o monumento no final do quarteirão.

— Ela parece melhor desde a última vez em que vi... — o mais velho, que estava no banco ao lado, se manifestou enfim depois de todo desabafo do filho.

— Reformaram e- — comecei a falar, mas fui cortado pela euforia do menor.

— E ali é a quadra esportiva! É onde vai acontecer a festa do dia dos pais! — bateu palmas animadas no ar — Nesse dia você vai vir, não vai, appa?

— E como eu poderia negar um convite desses? — riu com uma expressão completamente boba e se antes eu estava com uma carranca por ter sido interrompido, não pude evitar sorrir com a cena.

— Ah, verdade, eu preciso trazer o convite que deixei com a tia Jisoo! Juro que dessa vez não esqueço! — se voltou para trás afim de pegar a mochila enquanto eu estacionava perto da entrada — Tchau, appa um... — outra vez entre os bancos frontais do carro, se esticou para despedir, deixando um rápido beijo sobre meus lábios, como era um costume bobo nosso — Tchau, appa… Dois... — ao se voltar para o outro lado, se mostrou levemente sem jeito, despertando assim um riso em Jimin, que, sem espaço para hesitação, puxou o rosto do menor até selar sua bochecha com força.

— Até mais tarde, leãozinho. — por fim Taeyang riu baixo com o novo apelido, finalmente se vendo livre para descer do carro enquanto acenava, ainda que de costas, em nossa direção.

Sorri tão bobo quanto Jimin diante do que foi a cena de seu uniforme preto se agitando e a mochila deslizando por seus braços enquanto corria para além dos portões brancos, também acenando para o senhor que ali se encontrava para recepcionar as crianças. Mas tão logo minha atenção se voltou para o alfa ao lado, que tinha os ombros caídos e um sorriso sem dentes tornando seus traços serenos como de quem está perdido em pensamentos bons. E se eu dissesse que naquele momento meu coração não se esquentou, trazendo a tona a vontade de repetir o mesmo abraço da noite anterior, seria uma completa mentira, pois o que eu mais queria era ignorar os esquemas daquele dia – por mais egoísta que pudesse soar – e não fazer nada além de me entrosar com ele e passar a tarde inteira sentindo seu perfume até que meu nariz esquecesse das outras fragrâncias existentes, e o envolvendo em um abraço de urso que faria meus braços doerem.

E ver toda aquela cena que se desenrolava entre ele e o filho não colaborava em nada, pois era como se cada vez mais estivesse me tornando fraco do coração. Ainda mais se levasse em consideração que desde o ocorrido no café da manhã, Taeyang se mostrava mais suscetível e falador que nunca – como se elogiar seus desenhos fosse o passe livre para uma intimidade e ótima amizade consigo, ainda que antes mesmo disso ambos já se mostrassem muito bem de contato. Sendo este último caso algo até um pouco assustador. Afinal ele, ainda que tímido em alguns aspectos como se despedir com beijos para sair do carro ou deixar que seu corpo fosse visto na hora de trocar de roupa, havia criado um laço extraordinário com Jimin, pois nem mesmo eu esperava que tudo fosse correr tão naturalmente.

Desde o primeiro momento havia o chamado de “appa” sem qualquer hesitação, de modo como nem tentara fazer o mesmo com Seunghyun – certo, talvez nesse quesito houvesse um dedo meu, pois na vez em que quase cometeu o erro de confundir-se, chamando o alfa de “appa”, talvez de fato meu olhar sobre si não tenha sido nada bom. Mas claro que não havia sido intencional assustá-lo, na verdade isso me partia o coração, só que eu precisava defender Jimin, precisava impedir que laços íntimos fossem criados com uma pessoa tão egoísta quanto o Choi. Eu apenas queria defender minha família. E saber agora que todos meus esforços haviam valido de algo, fazia um certo orgulho crescer do lado esquerdo do peito. Orgulho de saber que Taeyang podia amá-lo como se o conhecesse desde sempre, que Jimin logo estaria a par de toda vida do garoto se dependesse de sua empolgação em relatar tudo como fora sobre a escolinha, que agora tudo estava bem.

— Eu fiquei com inveja. — foram os dizeres do alfa para me trazer a realidade.

— Inveja? — franzi o cenho em confusão.

— Aham, da boca de Tae. — sorriu ladino e me permiti soltar um riso diante a péssima cantada.

— Por que eu ainda me surpreendo com essas coisas? — tombei a cabeça para trás, passando a mão entre os fios que caíam por minha testa.

— Eu não sei, mas posso continuar te surpreendendo se me deixar te beijar agora.

— Estamos em frente uma escola infantil, Jimin… — lhe encarei desacreditado.

— E vamos para casa dos meus pais. Assim não vou poder te beijar nunca! — escorregou de forma dramática o corpo pelo assento de couro, mas algo dentro de mim se aqueceu por perceber que ele já estava tão à vontade e sendo ele mesmo.

— Tão dramático…

— Eu só não acredito que depois de seis anos você vai me negar um beijinho. — levantou o polegar e indicador com um leve espaçamento entre ambos para ressaltar sua fala — Porque eu não estou pedindo um beijo de filme ou igual aquele de ontem, só-

E antes que lhe permitisse continuar a dramaturgia, soltei meu próprio cinto de segurança e ainda que em posição um pouco desajeitada por conta da direção do carro, me inclinei para tocar sua boca em um selar sutil e carregado de inocência. Um que automaticamente lhe tirou um sorriso antes mesmo de nos separar – o que não aconteceu como esperei, pois então senti meu inferior rapidamente ser segurado entre seus dentes frontais em uma provocação que eu não deveria ceder, mas… Bem, era Jimin ali naquele banco do passageiro, segurando minha boca tão provocantemente até se permitir chupar meu lábio, e exalando aqueles feromônios que ficavam ainda piores se em um lugar fechado como aquele.

Suspirei quando sua mão foi para minha nuca, forçando mais o rosto para perto de mim afim de iniciar um ósculo que eu, em toda minha sanidade e responsabilidade por estar diante a escola de meu filho, aceitei. Afinal era a boca de meu alfa trabalhando tão bem com a minha e fazendo meu sangue ferver em suas respectivas veias. Tanto que logo minhas mãos já se encontravam fechadas em punho sobre suas coxas, os olhos pesados demais para se manterem abertos e os pulmões produzindo mais suspiros do que podia contar. Totalmente dominado pelo sentimento de amar incondicionalmente aquele lúpus.

Esse último que, ao notar que não viria de mim a iniciativa de separar o beijo, tomou a frente de dissipar gradativamente o contato quente de nossas línguas, partindo para selares esporádicos e molhados contra minha boca até que naquele carro não restasse nada além de duas pessoas com as bocas vermelhas e  palavras demais presas na garganta.

— Eu te amo. — e então novamente o alfa que sabia usar tão bem as palavras atacava, deixando-me ainda mais desconcertado se possível.

— Já disse para não fazer essas coisas assim tão do nada. — passei a língua entre os lábios, desviando meus olhos para outro ponto que não fosse os do lúpus.

— Eu não tenho uma memória muito boa. — rebateu e com isso me deixei rir anasalado enquanto negava com a cabeça em um sinal de descrença.

— Vamos logo para casa de seus pais. — para evitar mais constrangimentos retornei a posição inicial e me apressei em ligar o carro.

— Oh, verdade, esqueci que estou com uma agenda bem cheia. — brincou antes de soltar um longo suspiro — Como acha que eles irão reagir?

— Eles souberam controlar bastante as coisas desde que mostrei a primeira gravação. — encarei o sinal vermelho do semáforo e refleti sobre o quanto aquele casal, tão apegado ao filho, no fim das contas, deviam ter chorado ao que fui embora com Taeyang.

Afinal sempre foram uma família muito apegada principalmente por causa das incontáveis situações que o filho se metia – algo que os tornou atentos demais pelo fato de terem tido um lúpus em uma sociedade que de certo encarariam-no como um problema desde os cios intensos demais se comparado a alfas comuns e que poderiam criar incontáveis cenários de tragédia, até o fato de que tinham uma ligação igualmente forte e que, se não fosse algo bem construído, alterava até mesmo os comportamentos do seu parceiro. Ou seja, uma espécie que precisava ser  cuidadosamente explorada para não se tornar rancorosa diante todo preconceito, que tinha de saber como controlar todos hormônios naturais de lúpus e desse modo, havia feito de Jimin um completo mimado da sua família.

Então não importava se Jin houvesse mantido um sorriso fraco durante toda conversa que se estendeu com o loiro sentado na cama enquanto eu mantinha a cabeça repousada em seu colo, recebendo um afago gostoso durante a conversa totalmente voltada ao Park mais novo da casa. E não importava se, ao descermos com o prato vazio de panquecas, havíamos dado de cara com um Taeyang em cima do sofá, tendo a mão erguida em posição de ditador, enquanto Taehyung e Namjoon se prostravam de joelhos como verdadeiros escravos – que denunciava totalmente a brincadeira que deveria ter se desenrolado ali na minha ausência.

O fato era que nenhum deles era de ferro para suportar a expectativa que era ter o filho voltando, e eu entendia isso melhor do que ninguém. E não seria uma mensagem vaga dizendo, naquela manhã, que tinha uma surpresa para o casal, que evitaria o transtorno que suas emoções se tornariam. Afinal Jimin tinha esse poder sobre as pessoas próximas dele.

Diferentemente do esperado ele havia se tornado uma pessoa de personalidade preciosa demais – havia sido um bom filho na medida do possível, um pai atencioso e um marido presente até seis anos atrás. Fez com que todos se apegassem em si e deixou sua marca registrada em cada um. Fosse com pequenas ações – como nunca negar um natal com os pais – ou até as mais grandiosas que envolviam sempre reservar uma hora do seu dia para o próprio filho. Não importava se estava cansado de tanto se manter trancado em seu escritório no que era para ser o porão da casa. Se lembrar que havia duas pessoas sempre lhe esperando com a mesa do jantar posta, era a razão de nunca se deixar perder pelo trabalho – foram seus próprios dizeres.

— Eles finalmente pintaram essa casa? — Jimin indagou com um pouco de descrença enquanto eu estacionava um pouco distante do portão dos Park.

— Foi um verdadeiro caos para eles decidirem a cor que usariam. — ri anasalado com a memória — E um caos maior ainda quando pintaram por conta própria.

Mordi o lábio inferior, me recordando de quando eles haviam até mesmo colocado a mim, meu filho, Yoongi, Hoseok e Taehyung para ajudar naquela bagunça quando se deram conta de que realmente não iriam muito longe sozinhos. Resultado disso fora a lembrança ainda fresca do ômega quase jogando a lata de tinta no alfa por ele sujá-lo sem querer; enquanto Taeyang de fato não parecia nada incomodado com as roupas e corpo manchados de verde – na verdade ele parecia adorar aquilo tudo –;  e Yoongi se mostrava claramente interessado naquilo enquanto ditava qualquer defeito da parte de Hoseok e Taehyung.

Eu, por outro lado, mais fiquei na sombra da criança que estava no meio de todos adultos irresponsáveis, do que de fato fiz algo útil. Pelo menos até chegar na parte em que precisei ajudar meu filho a se livrar da tinta grudada até mesmo em seus cabelos – tanto quanto o próprio sorriso arteiro permanecia colado em seu rosto. Havia sido um trabalho árduo – ainda mais por seus resmungos dolorosos não pararem um segundo sequer enquanto esfregava seu couro cabeludo –, mas no fim finalmente havia conseguido obter sucesso.

— Eu já me sinto nervoso aqui. — comentou, me trazendo a realidade do presente novamente e quando abaixei os olhos, vi suas mãos fechadas em punho — É a mesma sensação de quando você abriu a porta e Wyrth veio até mim.

— Ei, acredite em mim, vai dar tudo certo. — segurei sua mão com as minhas, sentindo um fraco tremor percorrer ela e a marca denunciar seu coração disparado.

— Realmente… — riu anasalado — Não há como as coisas ficarem piores depois disso tudo, certo?

— Seria muita injustiça do universo. — lhe acompanhei, apertando sua palma na minha e sorrindo fraco.

Retribuindo ao gesto, ele apenas assentiu fraco e se pôs a sair do carro junto comigo. E eu poderia jurar que a imagem da brisa branda atingindo seus fios negros e bagunçando-os, resultando em um sorriso pequeno que só não foi mais perceptível por conta de toda sua tensão, se tornara minha nova visão favorita. Não que eu nunca houvesse notado como ele combinava com os cabelos emaranhados naturalmente, mas eu sempre estive acostumado em vê-los como se fossem folhas secas de outono sendo agitadas pelo vento, pois Jimin não escondia o amor que tinha em manter aquela coloração ruiva tão chamativa. E agora, voltando ao natural que não tinha nem mesmo quando nos conhecemos, eu podia perceber que ainda assim aquela bagunça combinava com ele.

Talvez fosse empático aquilo e eu também me assemelhasse naquela pequena bagunça que me tornei com ele. Mas não reclamava de tal, na verdade essa ideia fazia meu peito instintivamente se aquecer e por conta disso, ao que ele finalmente deu a volta no carro e se aproximou de mim, não controlei a vontade de abraçá-lo que me consumiu; tão de repente sendo controlado pelas emoções ao invés de controlá-las.

Por extinto meu nariz resvalou a lateral de seu rosto enquanto tinha meu aperto correspondido igualmente, sem qualquer questionamento. Suspirei audivelmente quando seu perfume natural de sândalo me refrescou a memória de onde eu havia tirado a mania de constantemente ter meu rosto escondido no seu ombro – fosse enquanto víamos filmes no ensino médio, na nossa dança de casamento, ou quando simplesmente era tomado por aquela ansiedade de envolvê-lo ainda que se encontrasse distraído com outras coisas. De fato um admirador nato daquele perfume único que, sem o exagero da frase, poderia sim ser um entorpecente fácil para meu lobo.

— Amor…? — o alfa chamou em tom manso quando o contato se estendeu mais do que previsto.

— Desculpe, eu só… Fiz por instinto. — murmurei antes de me afastar sorrateiramente, cruzando meus olhos com os atenciosos do Park.

— Está tudo bem? — uma de suas mãos acariciou meu quadril, resvalando a ponta dos dedos por baixo da blusa.

— Está sim… — assenti minimamente, me sentindo um pouco tolo por bancar de emotivo quando Jimin era quem deveria estar morrendo de nervosismo naquela situação.

— Se você quiser adiar a visita na casa dos meus pais, eu vou entender e-

— Jimin, está tentando me enrolar? — arqueei as sobrancelhas e ao vê-lo abrir a boca sem de fato pronunciar nada, suspirei, levando ambas as mãos até suas bochechas e as apertando sem muita força — Aish, quantas vezes preciso dizer que tudo vai dar certo? São seus pais. Park Namjoon e Park SeokJin. Deveria saber melhor do que ninguém como eles vão te receber de braços abertos.

— Certo, tudo bem, então-

— Então vamos acabar de uma vez com todo esse suspense! — lhe interrompi mais uma vez, descendo uma das mãos por seus braços até alcançar seu pulso, fazendo um pedido mudo com os olhos para que me acompanhasse.

Vi seu tórax se encher de ar e então ser esvaziado em uma última tomada de coragem. As mãos se fecharam em punho, mas ainda assim seus passos hesitantes me seguiram gentilmente no percurso até o cercado de madeira que antecedia o quintal dos Park’s, pois como se tratava de uma área mais conservadora de Seul, as pessoas gostavam de manter as casas do mesmo modo que os antecessores viviam. Ou seja, não foi lá uma coisa tão complicada abrí-lo em uma pequena invasão que fez Jimin me repreender com o olhar enquanto eu só pude rir anasalado antes de apertar mais minha mão contra sua pele, sentindo apenas com aquilo como cada poro seu exalava nervosismo e antecipação.

Talvez só não fosse um sentimento pior do que quando estava prestes a chegar em casa, pois na ocasião em questão ainda me era fresca a memória de como a marca latejava, como se estivesse prestes a sofrer uma hemorragia que há tempos não tinha. Entretanto, enquanto arrastava o Park comigo quintal adentro, meu coração descompassado refletia um pouco de toda ânsia que consumia o alfa – mostrando as grandes expectativas que tinha em ver logo mais rostos familiares, sentir-se um pouco mais em casa e aliviar outros dois corações. Por conta disso que desci minha mão em seu pulso, para a palma dele, entrelaçando nossos dedos e sentindo os meus próprios serem pressionados ainda que os olhos dele não houvessem desgrudado do amadeirado a sua frente.

Por conta disso não foi difícil notar que a iniciativa de bater na porta não viria dele. Comprimi os lábios, erguendo minha mão em punho e lhe encarei até que o visse assentir com um leve menear de cabeça, então deixei que cinco toques leves fizessem o resto do trabalho.

A ansiedade de Jimin aos poucos começava a ser transmitida para mim no decorrer da demora que havia em alguém nos recepcionar, mas ao que passos foram ouvidos do lado de dentro, o alfa teve a constatação que não tinha mais volta e precisaria enfim lidar com a adrenalina que era ver seus pais finalmente. Mais uma das muitas emoções que entraria para coleção que vinha fazendo em uma só semana, talvez; e que se intensificou ainda mais quando enfim a maçaneta se moveu.

E então a porta se abriu, revelando a figura de cabelos desgrenhados que era Jin – indicando as possíveis chances de ter estado vendo um filme no sofá ou tentando dormir, já que sua expressão sonolenta também dava a entender isso, ou pelo menos enquanto tinha ela, pois aquilo que pareceu passar em minha frente por segundos, pareceu uma eternidade refletida nos olhos arregalados do ômega. Este último que entreabriu os lábios trêmulos sem desviar a atenção por um segundo que fosse de Jimin; e eu não tirava sua razão.

— J-Ji… — tentou pronunciar algo com sua voz, mas até mesmo seu murmúrio saiu falho.

Um sorriso pequeno e espontâneo brotou em meus lábios na expectativa de saber qual seria sua próxima reação, mas não ocultei minha preocupação por ver que subitamente o rosto do mais velho se tornava cada vez mais branco – em um tom muito próximo de uma folha de papel. Tamanho era o choque que deveria estar sentindo, fazendo com que, assim como havia sido comigo, agora não soubesse como desentalar as palavras de sua garganta, de que forma controlar todas emoções que deveria sufocar seu peito e ser a razão pelo marejo que pude acompanhar ter tomado seus olhos.

Suas pernas hesitaram e um dos pés se arrastou ligeiramente pelo assoalho, mas em sentido oposto, como se algo em sua mente lhe alertasse para correr daqueles sentimentos intensos desconhecidos. Seu perfume característico de ômega já podia ser sentido por mim, como mais uma prova de completo descontrole emocional, que não era muito diferente de como o próprio Jimin estava enquanto apertava cada vez mais sua mão na minha, buscando o apoio que fosse e me passando aquela emoção bonita que era de primeiro encontro.

Afinal, às vezes na vida tudo parece ser resumido em primeiras vezes e os sentimentos que ela traz junto. Alguns mais dramáticos ao ponto de você achar que vai morrer sem ter últimas palavras; outros sem completa reação, pois a vida simplesmente não te preparou para aquilo; e alguns com tanta intensidade que faz seu sistema ter uma epifania e não conseguir diferenciar para que sorriso ou choro se aplica, te levando a simplesmente fazer os dois ao mesmo tempo. E talvez SeokJin não houvesse sentido nenhuma dessas coisas especificamente, mas sim tudo de uma só vez conforme abria os lábios trêmulos em um perfeito “O”, enchendo os peitos de ar, ainda que nada houvesse sido proferido. Nenhuma das milhões de palavras que deveriam se amontoar em sua cabeça.

Ao invés disso, sua reação foi bem menos óbvia do que esperado – razão pela qual o susto foi mútuo da parte minha e de Jimin, que presenciou o exato momento em que o mais velho perdeu todo sustento das pernas, caindo para trás em completa inconsciência.

— Appa! — Jimin praticamente pulou para dentro da casa, se colocando de joelhos ao lado do acastanhado, assim como eu próprio fiz em seguida, com o receio de que ele houvesse batido a cabeça no chão — Céus, eu… — levou a mão até o cabelo cobrindo o rosto do seu progenitor, afastando com claro nervosismo, já que sua mão ainda tremia (até mais que antes).

— Ei, fique calmo, ele não se- — tentei manter o controle da situação, mas me vi interrompido por uma terceira voz tão familiar, mas que surgiu do andar superior da casa, bem próximo das escadas.

— Amor, você já atendeu a… — Namjoon já questionava em tom alto antes de, enfim, surgir do corredor, se colocando diante os degraus com um copo em mãos e roupas desleixadas. Mas travou no mesmo instante que flagrou o caos que se encontrava a recepção de sua casa: Com o esposo desmaiado, sob auxílio do genro e o filho, que deveria ser a figura mais chocante de todas — Porta… — murmurou quase de forma incompreensível o final de sua frase, para então deixar que seus músculos fossem tomado pela mesma fraqueza que o marido, mas não nas pernas, e sim nas mãos, que tão simplesmente desfazeram o aperto entorno do copo com suco, fazendo-o tomar um rumo direto aos estilhaços no chão.

 

E aquele era o tipo de desastre que Jimin conseguia causar apenas de estar presente e voltar a ocupar aquele espaço vazio que havia deixado no coração de cada um. O espaço onde exercia os trabalhos mais importantes de todos, sendo marido, pai e filho.

 


Notas Finais


PRIMEIRAMENTE: NÃO ESQUEÇAM QUE A FIC TEM TRAILER OKAY!!!
SEGUNDAMENTE: https://youtu.be/cm4ArZiaKX8
TERCEIRAMENTE: VEJAM O TRAILER!!!

E por fim, espero de novo que tenham gostado e que tenham paciência para o que vai ser o próximo capitulo depois dESSA LOUCA QUE DEU NA CASA DOS PARK. Juro que tudo vai se resolver, mas aguentem ai até ano que vem (se a ditadura não bater aqui na porta de casa).

Mas não esqueçam de comentar o que acharam do capitulo, beleza???
Por hoje é só, mas beijos de luz, cupcakes <33


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...