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História 30 Dias - Dia 29


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Cumprindo a promessa, amém!
kkkkkkkkkkk
E olha que fiquei revolts! A frase que ouvi, pra vcs se prepararem pra vida "o erro só tem um dono e o acerto é compartilhado"
¬¬'

Capítulo 114 - Dia 29


Ouvir aquilo parecia ter mudado meu dia. Eu não esperava, diante toda a crueldade pela qual passamos, ninguém parecia ter tido qualquer motivo para não fazer algo de extrema maldade. Foi quando de repente, depois do que disse, um fio de luz de esperança parecia ter iluminado minha vida. Eu olhei para ela com a boca entreaberta. Momentos de tanta agonia e sofrimento, de repente, eu apenas deveria ter ouvido ela e não havia tido aquele tempo. Mas ela chegou na hora certa, com as palavras certas, com a salvação para minha vida.

- Do que você está falando, Sarah? O médico esteve lá, ele fez tudo conforme foi pago para fazer.

- Não, mãe. Diferente do que você acreditou, Rafael não foi a fundo no que você queria. Ele não fez o que deveria ter feito e o médico havia sido pago por você para cometer um crime. Surpresa a dele, não precisar fazer nada disso e ainda ganhar. Rafael pagou mais por seu silêncio. Quando ele saiu do quarto informando que havia feito o que devia, você tão cega, sequer se questionou se todos caíram na sua conversa. Você cavou seu próprio destino, como alguém que não foi capaz de amar sua própria filha, seria capaz de desejar um neto? Em que planeta valeria a pena matar pessoas, para consertar um erro, que não tinha conserto? O nascimento dessa criança, fruto de uma violência, seria tão mais odiado por meu pai, quanto a traição. Toda essa atitude, seria tão monstruosa, que sequer permaneceria ao seu lado. Pelo contrário, cuspiria na sua cara, como se você fosse um praga!

- Você não pode ter feito isso...

A mulher, surpreendentemente, chorava com a expressão visivelmente abalada. Tudo o que ela havia feito, toda maldade que finalizaria com uma vida inocente, havia sido jogada fora, ficando somente o quão monstruoso foi o que fez. Ficando somente a atitude completamente impensada racionalmente que fez.

- O que vocês fizeram? O que vocês fizeram?

- O que não fizemos. Quer mesmo saber? Está sentada? Pois eu te conto. Você queria que Rafael abusasse de mim todos os dias, até que eu estivesse comprovadamente grávida. Enquanto isso torturaria Ellen, manteria ela prisioneira, pois saberia que eu não reagiria caso houvesse ameaças de que poderiam machuca-la. Mas Rafael não queria me machucar. Seu ódio não passaria de um tapa na cara, ele não conseguiu. Ele não ficou excitado com lágrimas, não ficou excitado com desespero. Isso jamais o excitou. Ele não era tão brutal a esse ponto. Foi quando ele disse que não conseguiria e você brilhantemente pensou na inseminação. Ele viu o quanto estava desesperada para isso e que não seria somente parar curar a homossexualidade, como você havia dito. Era algo mais, algo completamente absurdo. Ele viu o quanto era absurdo e eu pedi, pedi com todas as minhas forças, que ele não fizesse isso. E ele em um lapso de racionalidade, tramou comigo, um plano. Mas ele achou que eu ficaria com ele, por sorte Ellen foi mais rápida. E você, mais rápida ainda! O comandante morreu por sua causa, obedecendo suas ordens. Rafael sabia que morreria também. Quantas pessoas teriam que morrer para isso? E quando você atirou em Ellen... você cavou seu próprio destino. Pois agora, você ficará presa o resto da sua vida e eu juro, mãe, que você vai sofrer muito aí dentro. Meu pai, aquele que você cegamente diz que amava, deve ter nojo de você. Deve estar te olhando lá de cima e dizendo o quão nojenta você é.

- Pelo amor de Deus...

- Você não merece piedade, você não merece a bondade de um neto. Você nunca vai ter o desprazer de voltar a olhar para minha cara. E como as leis do Brasil são uma porcaria, eu não duvido que logo saia de onde está e venha aqui fora. Mas só o fato de não ter conseguido nada, nem seu neto, nem a morte de Ellen, sequer a liberdade. Você perdeu o único homem que um dia te amou e você burra, estúpida, ignorou a vida toda. Você nunca foi feliz na vida, mãe. Você não sabe o que é isso e não queria que mais ninguém soubesse. Você ao invés de recuperar-se, fazer o possível para mudar, pelo contrário, só causou nojo ao meu pai. Sempre foi essa mulher cruel, cheia de maldade dentro de si. Ele via isso... ele viu tudo isso. Ele nunca te amou, porque ele era um homem bom demais para conseguir amar o diabo como você. Ele me amou... mesmo tendo o seu sangue e nada do dele, ele sempre me amou. Porque ele era capaz disso... você não... você nunca o amou... você nunca conseguiu amar ninguém.

- Você não podia ter feito isso...

- Você quem me apresentou Rafael... foi você. Então o fato de ter me divorciado mexeu tanto com você porque até aquele momento eu não havia engravidado. Você não se importava com o casamento, você só queria saber de você. Do seu plano idiota.

- Você não entende. Você não vai querer entender porque é egoísta suficiente...

Nesse instante eu não pensei em meu condicionamento físico, agarrei o aparelho das mãos de Sarah e olhei para aquele animal que estava do outro lado. Eu não queria mais saber de nada, não me importava com seus motivos, com suas ideias. Aquele lixo humano teria que ficar trancado dentro de uma sala pro resto de sua vida, sem contato algum com seres normais. O quanto aquela mulher era cega o suficiente, para pensar em seu próprio umbigo e ainda iniciar um discurso a respeito do egoísmo.

- Escute pela última vez. Se tem uma coisa que tenho boa, é minha memória e você com certeza deixou claro em diversos momentos que você está pouco se fodendo para quem quer que seja, você está cagando pro resto da humanidade. Você é um monstro tão cruel, que arquitetou um plano tão vulgar, que fugia contra as vontade de qualquer pessoa, mas que prendia a uma alucinação sua. Eu espero que você repense muito no tempo que vai ficar aí dentro, porque aqui fora, você não tem neto e provavelmente perdeu a única filha que tinha.

Desliguei a chamada e Gabriel apressou-se em recolher o eletrônico. O ar parecia ter entrado com tudo e isso machucava um pouco. Aliás, isso doía muito. Sarah imediatamente aconchegou-se ao meu lado, tentando me confortar, mas eu acabei me derrubando em lágrimas. Não por sofrimento, eu sentia um alivio sem tamanho naquele momento. O medo que eu sentia de lidar com um trauma tão violento quanto uma gravidez daquele nível. Jamais passou pela minha cabeça abandonar aquela mulher por qualquer que fosse o medo, mas lidar com a dor que ela sofreria. Isso me assustava.

Sarah limpou minhas lágrimas, acariciou meu rosto e me olhou docemente, engolindo toda a dor e angústia que sentia. Era por isso que ela estava estranha quando a encontrei, a seriedade, a distância. Todo o passado de Sarah parecia ter se reduzido a um capricho que jamais tenha sido dela, foi uma vida induzida e que naquele momento ela estava caminhando com as próprias pernas e sua mãe parecia querer quebra-las. Mas da mesma que o círculo pode ter vários caminhos, ele se fecha onde deve se fechar, a vida dela parecia ter se encaminhado para tantos lados e finalmente se fechado para a felicidade. Porque mais do que antes, mais do que tudo, eu faria aquela mulher feliz. E foi assim que tudo escureceu, dentro daquele abraço caloroso a qual Sarah me envolvia, adormeci.


Notas Finais


Sarah <3


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