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História A Little Crush II - Quem é Você?


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


VOOOOOOOOOOOOLTEI *--* Depois de muito tempo, eu finalmente consegui postar. Peço mil desculpas, mas eu estava muito ocupada e também estava sem criatividade e não consegui digitar nada. Graças a Deus, ENEM e TCC já passaram e eu vou voltar a postar normalmente. Quero agradecer por todos os comentários e favoritos, vocês são demais.
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Queria muito agradecer a Maria Paula e a Sarah, que me ajudaram muito com as ideias. Obrigada meninas. Capítulo dedicado especialmente a minha marida linda, <Bia3. Amores eu espero que gostem do capítulo e em breve saberemos quem é esse louco que está atormentando o Zayn e a Emma.
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Espero que gostem e uma ótima leitura a todos.

Capítulo 16 - Quem é Você?


Capítulo 16 – Quem é Você?

‘’Não importa como, onde e por que. O fato é que todos – de uma maneira ou de outra – vão te decepcionar. ’’

 

O fim de semana tinha chegado, estávamos em uma manhã de sábado e o clima estava perfeito para ficar em baixo dos lençóis acompanhada de uma xícara bem quente de chocolate, enquanto algum filme de comédia passava na tevê. Zayn procurava algo no guarda-roupa enquanto a toalha em volta de sua cintura ameaçava cair a qualquer momento. Eu, por outro lado, estava mexendo no celular procurando algo de interessante na pagina em branco do Google, percebi que não sabia o que pesquisar quando se passaram cinco minutos e eu continuava na mesma posição. A verdade era que eu não conseguia parar de pensar nas palavras de Rachel. No fundo, aquilo fazia certo sentido, não era uma hipótese a ser jogada fora. Eram informações demais para serem assimiladas, pessoas que eu não sabia confiar. Minha cabeça estava uma confusão de ideias, assim como a minha vida. Bloqueei o aparelho e suspirei me levantando da cama a arrumando a minha saia (1).

– Porque está tão calada?  –Zayn perguntou vestindo a camisa.

– Estava esperando você se vestir, oras.  –brinquei.

– Me observando?  –arqueou uma das sobrancelhas.

– Talvez. Mas você também gosta de observar.

– Só se o meu foco for você.  –ele me puxou pela cintura.

– Essa foi boa.  –bati em seu peito.

– É a verdade. Adoro observar você.  –ele deu um beijo calmo em meu pescoço.

– Não sei por que você gosta disso. Eu não tenho nada de atrativo.  

– Tem certeza? Tudo em você chama a minha atenção.  –Zayn grudou nossos corpos.  – Seu cabelo, seus olhos, sua boca, seu sorriso, seu sexo...  –ele sussurrou em meu ouvido.

– Ah, você é louco.  –empurrei-o.  – Não tente me seduzir agora.

– Gosto de fazer isso porque sei que você não irá resistir.

– Você é muito convencido. Mas sabe, isso pode até ser verdade.

– Tenho certeza que é.  –finalmente ele me beijou enlaçando a minha cintura.

Naquele dia, quem iria sair sem dar explicações era eu. Não podia dizer a Zayn que  combinei de me encontrar com Jared, porque na certa ele mataria o pobre coitado e eu levaria um belo sermão. Mas Zayn precisava entender que eu tinha parte em toda aquela confusão e queria logo por um fim nela. E não há ideia melhor do que se aproximar o suposto maníaco. É como dizem; se não pode com eles, junte-se a eles. E era exatamente isso que eu iria fazer. Tentar criar um vinculo com Jared e notar se ele poderia ser mesmo nocivo para mim e Zayn. Nunca gostei de julgar alguém sem antes conhecê-la e não iria fazer isso com Jared. De alguma forma, eu não sinto que ele possa me fazer mal, mas as aparências enganam. Quando fui ao hospital com Jasmine eu pedi a ela que falasse com Jared para me encontrar na loja de noivas, com a seguinte desculpa que eu iria pegar o meu vestido e Zayn não poderia me ajudar. Por sorte, ela não me questionou o porquê de tê-lo escolhido e disse que falaria sim com ele.

– Zayn, eu vou até a loja de noivas.  –falei depois que nos separamos.

– Quer que eu vá com você?  –perguntou carinhosamente. Sinceramente, eu tinha que ser forte para conseguir dizer não a ele.

– Não precisa.  –tentei não parecer grossa.   – Eu vou e volto logo.

– Eu não vou fazer nada hoje, Emma. Posso ficar o tempo todo com você.

– Vamos combinar assim; agora eu vou resolver alguns assuntos do casamento e a noite, você pode fazer o que quiser comigo.

– Hm’ gostei disso.  –seu sorriso aumentou nos lábios.

– Então, eu já vou.  –beijei sua bochecha.  – Até mais tarde.

– Você vai sozinha?

– Sim, Zayn. Fique tranquilo, nada vai me acontecer.  –peguei a minha bolsa em cima da cama.

– Ficarei a sua espera.

Sorri e sai do quarto.

Sério mesmo que tinha sido tão fácil assim? Zayn nunca aceitava algo tão facilmente e menos ainda quando eu estava envolvida. Com certeza tem algo de errado aí.

[...]

Quando cheguei em frente a loja de noivas, eu tirei os óculos e guardei-o na bolsa. Procurei Jared fora do local, mas nem sinal dele. O encontrei olhando uma vitrine e falando no celular. Toquei seu ombro e ele se virou para mim.

Eu te ligo depois, estou ocupado agora.  –ele disse e desligou o aparelho.  – Que bom te ver, Emma.

– Digo o mesmo.  –fingi um sorriso.  – Obrigada por ter aceitado me ajudar, Zayn anda um pouco compromissado esses dias e não tem tido muito tempo para mim.

– Não precisa agradecer, e, isso é até bom porque passamos um momento juntos.  –ele sorriu.

– Pois é. Será que podemos entrar agora? Estou ansiosa para ver o meu vestido.

– Claro que sim. Vamos.  –Jared se colocou ao meu lado e empurrou a porta com enfeites e letreiro rosa.

Senti certa nostalgia ao lembrar-me do dia em que estive ali com Trisha. Quando eu acreditava que tudo seria fácil e sem complicações. É uma pena que eu estava enganada.

– Eu espero que seja uma pessoa paciente, Jared. Não sei se experimentar vestido pode ser uma coisa rápida.

– Não se preocupe, tenho todo o tempo do mundo.   –aquilo soou tão sincero e fofo ao mesmo tempo, que eu fiquei com receio de dizer algo que ele não gostasse.

– Vou falar com alguma atendente, você pode esperar aqui.  –apontei para os bancos de cor branca.

– Tudo bem.  –assentiu com a cabeça.

Caminhei até um balcão de estatura baixa, onde as atendentes caminhavam rapidamente trajadas com calças e blusas pretas.

– Com licença.  –falei educadamente.  – Eu preciso de ajuda.

Demorou alguns segundos até que finalmente a mesma garota que me atendeu da vez passada veio falar comigo.

– Olá.  –disse animada.  – Ei, eu me lembro de você. Emma não é?

– Isso aí.

– Em que posso ajudar Emma?  -ela escorou os cotovelos sobre o balcão.

– Eu fiquei de vir buscar meu vestido uns dias atrás, e, como infelizmente só tive tempo agora, eu resolvi vir.

– Ah sim, seu vestido era aquele com detalhes vermelhos?  –ergueu uma das sobrancelhas.

– Esse mesmo.

– Vou precisar que o experimente outra vez, só para termos certeza de que está perfeito.

– Sem problemas.  –enquanto ela foi buscar o vestido, eu caminhei de volta para Jared. Ele estava no mesmo local e novamente falava ao celular.

Ele desligou rapidamente quando me viu e eu estranhei seu comportamento.

– Alguém importante? 

– Não, não. Era só a minha irmã. Ela pediu que eu comprasse umas coisas para ela.  –ele guardou o celular no bolso da blusa.  – Mas então, já viu o vestido?

– Terei que experimentar. Prometo que será rápido.

Fiquei em silencio depois daquilo e refleti as palavras de Rachel e tentei usá-las sobre Jared. Eu não acredito que ele possa gostar de mim – a não ser como uma amiga – afinal nós mal nos conhecemos e eu sou quase casada. Ele também não odiava Zayn, odiava? Quer dizer, eles não se gostam, mas tentam, ou não, se respeitarem. Jared não tinha motivos para fazer mal a Zayn e a mim. Pelo menos é o que eu penso.

– Aqui está.  –a atendente veio até nós com um enorme saco plástico escuro.   – Vamos ver como ficou essa belezinha.

Ela desceu o zíper e eu fiquei de pé para observar o meu lindo vestido. Senti uma alegria interna ao fitá-lo a minha frente, imaginei-me caminhando de braço dado com papai até o altar onde Zayn me esperava com aquele sorriso esplêndido. Não esperei mais nenhum segundo, tomei o vestido de suas mãos e entrei no provador. Tirei toda a minha roupa e ela, com a ajuda de mais três atendentes, conseguiram deixar ele acentuado em meu corpo. Fiz um coque em meus cabelos só para ter uma vista melhor de toda sua parte traseira.

– Você sabia que dá azar, o noivo ver o vestido antes do casamento?  –ela falou olhando para Jared.

– Ah não, eu não sou o noivo. Emma e eu somos apenas bons amigos.  –sorriu de canto.  – E a propósito, eu adorei o vestido. Ficou ótimo em você.

– Obrigada.  –agradeci e subi no pequeno alicerce para ficar de frente com o espelho.

– Bem, ficou perfeito.  –a moça falou depois de uma volta ao meu redor.   – Você vai arrasar.

– Eu espero mesmo.  –balbuciei boquiaberta.




Quando terminei de vestir a minha saia, eu saí do provador e fui agradecer a Jared por ter sido paciente comigo e esperando esse tempo todo.

– Jared.  –dei risada ao vê-lo distraído segurando o meu vestido.   – Eu queria te agradecer por hoje. Não foi muita coisa, mas podemos fazer isso outro dia.  –pousei minha mão em seu ombro.

– Só irei ficar realmente agradecido se me der um abraço.  –pensei até em recusar, mas que mau havia em um abraço?

– Ok.  –levantei um pouco os pés para disfarçar um pouco a minha falta de altura. Abracei-o rapidamente e depois me afastei.  – Satisfeito?

– Claro, Em.  –gelei só de ouvir aquele apelido.

– Porque gosta de me chamar assim?  –perguntei baixinho.

Ele abriu a boca para falar algo, mas alguém o impediu quando o empurrou no chão. Fiquei em estado de choque quando reconheci quem era aquela pessoa.

Vou sair sozinha. Não se preocupe.  –ele imitou a minha fala.   – É isso que chama de sair sozinha?

– Você me seguiu, Zayn?  -coloquei as mãos na cintura.  – Porque não confiou em mim?

– Confiar desse jeito? Você saiu com um cara que sabe que eu odeio.  –ele apontou o dedo pra mim.

– Você é idiota, Zayn.  –ouvi Jared falar depois que se levantou.   – Não tem tempo nem para a namorada e ainda quer jogar a culpa nela.

– Escuta aqui.  –Zayn partiu para cima dele.   – Você não sabe de nada, filho da puta. Eu pedi para que ficasse longe dela, mas você parece surdo.

– Calma Zayn.  –me coloquei no meio dos dois.

– Emma saía da minha frente.  –falou sem paciência.

Ele me empurrou pelo braço e ficou cara a cara com Jared.

– Se continuar dessa forma, você vai perdê-la.  –bateu com o indicador no peito de Zayn.

– Está me ameaçando, Jared? Você está louco?

– É apenas uma hipótese.  –ele deu de ombros.

– Já chega.  –Zayn disse.

Eu não vi mais nada a não ser Zayn e Jared rolando pelo chão. Zayn deferia socos no rosto e no peito de Jared. Percebi quando sangue escorria no nariz de ambos e eles murmuravam palavrões. Algumas pessoas fizeram um circulo a nossa volta e outras corriam para fora da loja. Minha única reação foi tentar puxar Zayn pelos ombros, mas ele parecia estar grudado em cima de Jared. Certo momento, o esverdeado inverteu a posição e segurou firme pelo colarinho da blusa de Zayn, vi perfeitamente odio emanando dos seus olhos e eu senti medo.

– Qual é o seu problema?  –Jared perguntou com raiva.

– Eu é que pergunto. Qual é o seu problema? Acha que pode agarrar a minha noiva e eu não irei fazer nada?  –o soco que Zayn deu no olho de Jared, fez o mesmo tombar para trás e outra vez, Zayn estava no comando.

– Para com isso, Zayn.  –pedi gritando.

– Esse desgraçado merece uma lição, Emma.  –ele disse apenas.

– Ele não fez nada, Zayn. Para.  ­–agarrei-o pelo braço, mas a única coisa que recebi em troca foi um empurrão.

– Parem os dois agora mesmo ou eu vou chamar a polícia.  –a dona da loja se manifestou. Nenhum deles parou de se debaterem, pareciam mais crianças brigando por um motivo inútil do que dois adultos. 

– Zayn, por favor, me escuta.  –pedi uma última vez.   – Se querem se ferrar, fique a vontade.

Quando a dona da loja disse que iria chamar a polícia, ela estava mesmo falando sério. Foi em questão de minutos para a viatura estacionar e no final todos nós fomos parar na delegacia.

[...]

Caminhava de um lado para o outro daquela maldita recepção na delegacia. Parecia um funil de tão pequena. Um ventilador girava no teto e fazia um incomodo irritante. Eu havia ligado para avisar Trisha e papai sobre aquele pequeno grande ocorrido. Zayn e Jared estavam presos em celas separadas, e, só seriam soltos quando a fiança fosse paga, mas infelizmente eu não tinha dinheiro o suficiente naquele momento e também não poderia sair dali porque servia de testemunha para o que os dois fizeram. Minhas pernas estavam tremendo e eu achava que a qualquer momento fosse desmaiar. Estava passando mal de tamanho nervoso. Passei a mão por minha testa, e respirei fundo umas três ou quatro vezes.

– Emma, querida.  –ao ouvir a voz de Trisha, meu corpo inteiro relaxou.  

– Que bom que chegaram.  –agradeci mentalmente quando abracei papai e depois a Trisha. Yaser estava logo atrás dele e com uma cara não muito boa.

– O que foi que aconteceu?  –Yaser perguntou sério.

– Zayn brigou com Jared quando nós estávamos na loja de noivas.  –expliquei.  – A mulher dona de lá acabou chamando a policia e eles trouxeram os dois bonitões para cá.

– Zayn não muda nunca. Eu já disse várias vezes, que ele precisa aprender a controlar esses impulsos raivosos que ele tem.  –disse olhando pra mim.  – Você deve saber que ele é um pouco impulsivo, Emma.

– Sim, eu sei.  –respirei profundamente.  – Só não achei que ele fosse capaz de fazer uma coisa dessas.

– E qual foi o motivo dessa vez?  –papai trouxe um copo d’água gelado para mim.

– Ele não gostou de me ver com Jared.  –cocei a nuca.

– Ciúmes? Quer dizer que, ele e todos nós estamos em uma delegacia porque Zayn surtou por ciúmes?  –Yaser parecia inconformado. E, não era para menos. Ele tinha passados dos limites, assim como Jared.

– Vamos deixar para discutir essas coisas em casa. O mais importante agora é tira-los daqui.  –papai acalmou-nos.

– Tem razão.  –Trisha sorriu.  – Vamos levar os bebezões para casa.

– Vou arcar com as despesas de Jared, já que não conseguiram entrar em contato com a família dele.  –papai depositou um beijo em minha testa.

– Obrigada.  –procurei o lixo para jogar o copo fora.

Era até engraçado ver a cena de Zayn escorado na grade, com os braços pendurados para fora dela e fuzilando Jared com o olhar, este que estava em uma cela de frente com a sua.

– Pensei que nunca iria passar por isso.  –comentou Yaser colocado as mãos nos bolsos das calças.  – Vocês dois merecem uma surra de cinta.

Os dois abaixaram a cabeça no mesmo instante recebendo calados os sermões de Yaser. Bebezões, como Trisha tinha dito.

– Jovens.  –o policial jovem falou ao abrir a cela de Zayn.  – Isso é comum por aqui, mas os sujeitos costumam estarem bêbados diferentes desses dois aqui.  –bateu no ombro de ambos.  – Espero não me encontrar com vocês, caso estejam alterados.

– Não irá.  –Zayn olhou para mim.

– Vocês estão liberados, agradeçam a família de vocês e a boa moça aqui.  –apontou em minha direção.  – Sem mais delongas, obrigado pela compreensão.

Ele arrumou a boina e deu de costas.

– Vamos embora.  –segurei no braço de papai.

Assim que atingimos a saída, eu ouvi Zayn me chamar, fingi não ter escutado, mas ele segurou em minha mão e me puxou para si.

– Você mentiu pra mim, Emma.  –ele parecia atordoado.  – Porque fez isso?

– Porque se eu dissesse a verdade você nunca me deixaria ir até lá. 

– E você acha isso ruim? Emma, você sabe o que anda acontecendo, ainda quer que eu não tenha cuidado com você?

– Não estou reclamando disso, Zayn. Eu estou chateada por ter feito aquilo. Não era necessário bater em Jared, por causa disso eu fiquei sem o meu vestido.

– Me desculpa, ‘tá bom? Eu não queria fazer isso.  –revirou os olhos.

– Não faça mais isso.

– E que história é essa de que eu não tenho tempo para você?  –meus olhos se arregalaram ao ouvir aquela pergunta.  – Emma, eu passo vinte e quatro horas com você. Tudo que eu faço é para você. Como tem coragem de dizer que eu não tenho tempo para você?

– Não quis me referir a essa parte, quando eu disse isso.  –suspirei mais uma vez.  – Eu estou cansada psicologicamente Zayn, e eu não tenho nem ideia do que você está fazendo sem o meu conhecimento.

– Já disse que não faria nada para magoar você. Eu pensei que tivesse entendido a parte de que se algo acontecer a você, Emma, eu morro.  –sua voz saiu em um fio.

– Eu entendo isso, Zayn. E eu não quero que pare com esses cuidados, só peço que também confie em mim e não faça as coisas sozinho. 

– Você sabe que é um pouco difícil. 

– É só controlar-se mais e parar de achar que eu não sou capaz de te ajudar.

– Eu sei da sua capacidade, você é bem mais forte do que eu.  –ele me deu um selinho.  – Você ainda me ama mesmo?  –dramatizou.

– Quer parar de ser idiota?  –reclamei.  – Eu te amo e sempre vou te amar, idiota. E da próxima vez que duvidar do meu amor por você, quem vai vir parar na delegacia vai ser eu.

– O que você não tem de tamanho, você tem de braveza.  –ele riu e me abraçou.

Por cima do seu ombro, eu vi quando Jared me lançou um olhar tristonho e atravessou a rua enquanto atendia novamente o celular. Mas que tanto ele conversava ou com quem ele papeava do outro lado da linha?

[...]

Antes de me deitar, eu passei creme em minhas pernas e em meu pescoço. Estava tão cansada que mal tive coragem para colocar a minha camisola. Joguei-me na cama, puxei o lençol para me cobrir e desliguei a luz do abajur. Senti as lágrimas correrem pelos os meus olhos, eu não tinha motivos – no momento – para chorar, só precisava daquilo.

– Você confia em mim?  –ouvi Zayn falar e colar seu corpo por de trás do meu.

– Você sabe que sim.  –funguei tentando segurar o choro.  – Só não concordo em você estar fazendo algo e não me contar.

– Não precisa se preocupar com isso.  –ele me virou.   – Você está chorando? O que aconteceu? Pelo amor de Deus, fui eu quem fez isso?

Neguei com a cabeça e enxuguei as lagrimas.

– Quando eu me apaixonei por você, a primeira promessa que eu fiz a mim mesmo; foi a de que nunca deixaria você chorar por minha causa.

– Não é por sua causa, meu amor.  –toquei carinhosamente em seu rosto.  – Só senti vontade de chorar.

– Me desculpe por hoje, mas eu não suporto a ideia de ver você ao lado de outro cara. Especialmente se for o Jared ou o Harry.

– Eu entendo você, ciumento. Mas você sabe que eu sou apenas sua.

– Apenas minha.  –disse antes de me beijar.  – Isso me fez lembrar de uma coisa.

– O que?

– Você disse que eu poderia fazer o que eu quisesse com você hoje a noite.  –beijou meu pescoço.

– Zayn, eu estou com sono. 

– Você me fez uma promessa. E uma promessa é divida. Não pode quebrar uma promessa.  –seus beijos subiram por minha mandíbula.

– Não podemos fazer isso.  –relutei contra seus lábios ávidos atracando aquele local sensível.   – Alguém vai nos ouvir.

– E qual é o problema nisso? Se algo te incomoda, amanhã mesmo nós mudamos para a minha antiga casa. Lá podemos fazer barulho a vontade.  –sussurrou.  

– Não é uma má ideia.  –falei antes puxá-lo pela nuca e unir nossos lábios.

Quando o ar nos faltou, ele se ergueu um pouco e puxou o lençol que cobria o meu corpo. Suas mãos foram diretamente para a minha coxa e em seguida para a cintura. Por onde ele passava, levava a camisola junto, deixando a minha pele exposta e completamente arrepiada.

– Vamos fazer isso de maneira diferente hoje.  –o vi morder os lábios.  – Deixarei você comandar.

Sorri com o seu jeito malicioso de falar. Sem esperar, ele me trouxe para o seu colo e massageou as minhas costas. Colei novamente os nossos lábios, mas dessa vez de um jeito urgente e necessitado. Mordi seu lábio inferior e ele apertou a minha cintura. Zayn estava apenas com uma boxer, e aquilo facilitava muito o meu trabalho. Eu mesma tirei a minha camisola, ele continuou vidrado em mim, até a peça estar no chão.

Sem perda de tempo, ele beijou o vale entre os meus seios e em seguida os tomou com a boca. Joguei a minha cabeça para trás e puxei seus cabelos escuros.

– Já que estou no comando hoje, quero te pedir uma coisa.  –falei em seu ouvido.

– O que?  –perguntou massageando a minha intimidade por cima da calcinha.

– Me mostre tudo de melhor que você pode fazer. 

– Com todo o prazer.

Seus lábios tocaram os meus antes de cairmos juntos na cama.

[...]

Na manhã seguinte, Jasmine veio me visitar e trouxe de presente café e rosquinhas. Ela esperou que eu tomasse banho e colocasse um vestido para tomarmos o café juntas. Deixei os meus cabelos soltos e desci para encontrá-la. Jas estava diferente naquele dia, as madeixas loiras estavam presas em um belo coque, e o rosto sem maquiagem alguma.

– Ainda bem que mamãe desistiu desse negócio de fisioterapia, era algo desnecessário.  –Jasmine falava enquanto sentavamos na mesa redonda próxima a área da piscina.

– Fico feliz que já esteja bem.  –suspirei pegando um dos cafés trazidos por ela. 

– Mas e aí, como foi com Jared ontem? Conseguiu pegar o vestido?  –perguntou.

– Você não faz ideia da confusão que aconteceu.

Contei a ela tudo que tinha ocorrido, desde o momento que saí de casa até a conversa com Zayn de noite.

– Você e Zayn é um tipo de casal raro, sabia disso?  –ela disse de boca cheia.

– Como assim?

– Vocês dois brigam, ele faz algo que você não gosta ou vice-versa, mas ambos não conseguem se odiar ou ficar intrigados.  –ela engoliu o pedaço de rosquinha.  – É como se tudo isso fortalecesse ainda mais o relacionamento de vocês. É invejável.

– Não consigo e nem quero ficar com raiva de Zayn, por isso sempre evitamos levantar a voz um para o outro ou até mesmo correr atrás quando percebemos que pisamos na bola.  –percebi que Jasmine tinha mesmo razão.

– Esse garoto é maluco por você, Emma. Mesmo quando você é que está errada, ele é quem pede desculpas. Amiga, mal posso esperar para vê-los casados.

– Então somos duas.  –dei risada.  – Também quero logo que isso aconteça. Só precisamos acertar algumas coisas antes.

– Vocês dois vão conseguir, e terão sempre o meu apoio.  –ela colocou sua mão sobre a minha carinhosamente.

– Obrigada Jas, sabe que isso é importante pra mim.

– Nós vamos ser pra sempre amigas.  –voltou a sorrir.   – Mas se eu fosse você ficaria longe de Jared, só para evitar esse tipo de confusão.

– Eu sei. Mas eu não consigo ficar parada esperando coisas piores acontecer. Já é um tormento saber que existem alguém lá fora que quer o meu mau e eu não saber quem é.

– E o que sair com Jared tem extamente a ver com isso?  –disse confusa.  – Meu Deus, você desconfia dele?

– Mesmo achando que ele não seria capaz de fazer algo ruim, eu desconfio.

– Porque acha que ele tem algum envolvimento?

– Não sei bem. Ele apenas chegou do nada e tem a mania de me chamar de Em. O mesmo apelido que escreveram na minha parede.

Wou! Isso faz sentido.  –seus olhos arregalaram-se.

– De qualquer forma, eu não vou tirar conclusões precipitadas.

– Já falei como isso está parecendo um filme de suspende e terror?

– E eu só quero que acabe logo, estou cansada de fazer parte dele.

Escorei a minha cabeça na palma da mão enquanto levava um pedaço de rosquinha até a boca. Ao colocar um pouco os pensamentos em ordem, eu lembrei da frase que Jared havia dito a Zayn no dia anterior; ''Se continuar dessa forma, você vai perdê-la.'' Juro que estou torcendo para que isso tenha sido apenas efeito do momento de raiva.

– Algo que também me preocupa são as saídas de Zayn. Ele não quer me dizer o que anda fazendo pelas minhas costas, e ainda não quer que eu saía de casa.

– O que ele poderia fazer, Emma? Acredito que nada que possa te prejudicar.

– Ele diz a mesma coisa, mas eu tenho medo. Sinto-me indefesa sem ele por perto e traída por não saber sobre o que tratam os seus assuntos.

– Talvez seja coisa de homem.

– Espero que esteja certa.  –fixei o olhar no pote de café.  – Fiquei mais assustada depois que fizeram isso com ele. Eu sei que Zayn não vai ficar parado e muito menos de braços cruzados.

– O que resta é torcer para que tudo se resolva e da melhor forma possível.

– Também torço por isso.

Relaxei os ombros e fiquei olhando para o céu.





Depois que Jasmine foi embora, eu fiquei sozinha em casa. E era horrível a sensação de estar só, em um local em pleno silencio e com medo. Em outra ocasião, eu agradeceria por estar sozinha – poderia ler ou fazer bolos tranquilamente – mas é triste saber que isso não condiz mais com a minha vida. Ligar a tevê no ultimo volume não resolveria e nem ficar trancada no quarto também. Resolvi então, dar uma olhada no meu carro. Ele deveria estar virando mofo pelo tanto de tempo que estava parado na garagem. Caminhei descalça até o fundo da casa, empurrei o portão branco bem pintado, bati as mãos uma na outra para limpá-las e olhei para o meu carro. Meu corpo paralisou, minhas vertebras e juntas pareciam não ter movimento. As lágrimas correram dos meus olhos e eu nem percebi esse exato momento.

''Saudades, Em?''

Era o que estava escrito no vidro do meu carro em meio a poeira, aquilo parecia recente, pois, não havia nem sequer um sinal de borrado. Dei alguns passos para trás e senti quando bati em algo. Mas então eu lembrei que atrás de mim não tinha parede e nem outro objeto. Não era algo, era alguém. Me virei lentamente, a tremedeira em minhas pernas só tinha aumentado e tudo ao meu redor parecia estar girando.

Foi naquele momento que eu enxerguei aquela mesma figura que saiu do meu quintal dias atrás. Ele usava uma touca ninja e nem os seus olhos estavam descobertos, blusa preta de gola, calças e botas. Meu corpo foi lançando contra a parede, do lado de uma prateleira de ferro alta, tentei gritar, mas sua mão coberta por uma luva grossa. O pedido por socorro ficara preso em minha garganta. Comecei a entrar em desespero e com isso me debater contra o seu peito. Vi perfeitamente quando ele fez um gesto para que eu me calasse e depois levantou um pouco a blusa para mostrar a faca presa na cintura.

Balancei a cabeça de um lado para o outro não querendo acreditar que aquilo estava acontecendo. Não poderia acabar daquele jeito, eu não tinha nem vinte anos completos. A figura escura tombou a cabeça para frente e aspirou o cheiro do meu cabelo. Sua mão livre entrou por entre os meus fios e ele continuou com aquela insanidade. Mas que tipo de pessoa era aquela?

Enquanto ele estava entretido com aquilo, eu vi uma mínima chance de escapar de tudo aquilo. A altura da minha mão havia uma caixa de ferramentas e para a minha sorte, se é que eu tinha alguma, ela estava aberta. Uma chave de fenda estava apontada para mim e eu não pensei duas vezes em pegá-la e enfiá-la em sua perna. Ouvi um murmúrio de dor dele e o empurrei. A brecha para fugir estava aberta, corri fora dali e nem sequer olhei para trás. 

Saí correndo pelo quintal e tudo que eu achei para me defender foi um misero pedaço de garrafa velha. Saí a procura do telefone, precisava urgentemente pedir ajuda a alguém. Antes mesmo de chegar a cozinha, as mãos daquele maníaco me capturaram e me prensaram contra a pia. Percebi que ele mancava e o sangue ensopava a calça escura.

– Quem é você?  –perguntei sem forças.

Ele balançou a cabeça como se negasse a falar o nome.

A única coisa que eu consegui fazer foi arranhar seu abdômen com a ponta do vidro, o que parece nem ter causado efeito nele. Rapidamente ele quebrou a garrafa mais do que ela já estava, os cacos espatifaram-se pelo chão e o canalha buscou apenas um dele. Fechei os olhos já esperando um corte profundo na garganta, mas tudo que eu senti foi uma dor aguda em minha coxa. Gritei alto de dor e ele se afastou observando a minha expressão de dor.

Aquilo era uma vingança por tê-lo ferido? Merda.

Eu queria ter tido forças para correr atrás dele quando o mesmo saiu correndo da minha casa, mas a droga do vidro em minha perna impedia essa obra. Com muita dificuldade, apoiando-me nos moveis e mancando, eu alcancei o telefone preso a parede. Disquei o número de Zayn com os olhos transbordando em lágrimas. Eu estava tão assustada que a dor em minha coxa era coisa pouca.

Ao passar do quinto toque, ele finalmente atendeu.

– Zayn.  –gritei caindo ao chão.  – Zayn me ajuda.

Emma? Emma o que foi?

– Zayn eu...

O telefone escorregou de minha mão e a ultima coisa que eu vi, foi o sangue correndo pela minha perna direita.

Continua...


Notas Finais




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