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História A Little Wicked - Hipocrisia


Escrita por: Muffin_Paradise

Notas do Autor


Oi pessoal, mais um capítulo especial para vocês, postado nesse domingo lindo, dia de Game of Thrones, amém amém...
Espero que gostem!

Capítulo 6 - Hipocrisia


 

CAPÍTULO 6

HIPOCRISIA

– Edward, você também pega Química no último período? – a voz de Harry o tirou de seus devaneios, enquanto o acompanhava pelos corredores da escola.

Edward piscou os olhos para Harry, que sorria para ele de forma educada, mas depois franziu a testa ao ver a expressão vazia do vampiro.

– Sim... Tenho. – Edward respondeu.

– Está tudo bem? – o bruxo perguntou, parando por um momento, abraçando seus livros contra o peito.

Edward confirmou com a cabeça, mas sua expressão facial era consternada.

– Sim, tudo perfeitamente bem. Estou apenas... Absorto.

Harry assentiu com a cabeça, continuando a andar ao lado de Edward em direção a sala, os dois em silêncio.

– É provável que até amanhã a sua pulseira e a de Jasper, assim como o colar de Alice estejam prontas... – Harry disse baixinho em certo momento – O encantamento dura até doze horas a partir do momento em que vocês usam...

Edward não respondeu.

– Mas sempre que quiserem, podemos refazer para vocês. – Harry continuou, enquanto Edward abria a porta para que o garoto menor pudesse entrar primeiro.

– Não é necessário. – ele replicou secamente, caminhando até uma mesa com um assento vago ao lado de um estudante que reagiu surpreso ao ver que Edward Cullen, sempre tão reservado, sentando-se ao lado dele.

Edward viu Harry piscar os olhos de forma surpresa e um tanto magoada para si, seu sorriso suave morrendo aos poucos, enquanto ele timidamente se dirigia para uma mesa vazia dos fundos.

...

...

Tic... Tac... Tic... Tac...

O som ponteiro do relógio no escritório de Carlisle.

Ping... Ping... Ping...

O som da goteira da torneira da cozinha.

Clack... Clack... Clack...

O som do salto alto de Rosalie pelo piso de madeira.

Esses eram alguns dos sons que Edward, agora deitado no sofá de couro de seu quarto, ouvia graças a sua audição extremamente aguçada – uma parte pequena de sua mente criando um padrão sonoro para cada coisa que ouvia. Ele encarava o teto de seu quarto, a visão apurada observando as micropartículas de poeira flutuando no ar assim como o brilho criado pelos cristais do lustre, seus olhos decompondo a luz em oito cores – a oitava cor não era possível ser captada nem por olhos ou equipamentos humanos e Edward nunca conseguiu definir com qual cor aquilo se assemelhava.

Ele pensava sobre os acontecimentos ocorridos naquele dia, sobre as informações que ele leu na internet, nas informações que ele e Harry trocaram, sobre ele e sua família aos poucos estarem se envolvendo com os bruxos, sobre a morte de Mike Newton, sobre o cadáver na floresta...

Edward coçou a testa enquanto se lembrava da imagem mental do cadáver do garoto, da crueldade em que ele fora executado e principalmente nas circunstâncias em que ele foi encontrado, como se ele tivesse sido uma espécie de sacrifício de algum ritual obscuro, o que era o suficiente para ele ficar com uma nuvem de desconfiança pairando sobre sua cabeça ao pensar sobre os três britânicos.

Ele teria que conversar com Carlisle eventualmente, ver o que poderia fazer a respeito sobre isso e o que...

Tic... Tac... Tic... Tac...

Ping... Ping... Ping...

Clack... Clack... Clack...

Edward rosnou irritado pelos sons insistentes, atirando um travesseiro do sofá na porta do quarto.

Ao respirar fundo, ele pode sentir a garganta horrivelmente seca, queimando pela única necessidade básica que possuía: a sede por sangue. Tecnicamente, a sede nunca cessara completamente, sempre havia um resquício dela tal qual um humano teria ao ter uma eterna dor de garganta, só que para ele era muito, muito pior. Quando um vampiro sentia sede – a sede de verdade que faziam com que os olhos ficassem negros – eles tinham uma sensação semelhante a ter um ferro em brasa na garganta, e o único alívio possível seria sentir ela ser umedecida por sangue.

Levantando-se do sofá e abrindo a porta-janela na parede de seu quarto, ele saltou para a floresta, correndo rapidamente entre a vegetação.

Parando em um ponto aleatório e distante, ele fechou os olhos, se concentrando nos sons que ouvia: o vento sacudindo os galhos das árvores, o som dos pequenos animais como os roedores, o som do gorgolejar da água de um rio próximo e... Lá estava... O som da batida do coração de um cervo, um som do músculo pulsante, bombeando litros e litros de sangue quente... Edward sentiu a garganta contrair e o veneno ácido encher sua boca, enquanto corria em direção ao som.

Vampiros eram os predadores perfeitos.

O topo da cadeia alimentar.

Seus corpos petrificados eram praticamente indestrutíveis, a pele resistente a danos externos e de alto impacto exceto se fossem expostos por um razoável tempo no fogo, pois o veneno e fluídos que ficavam em seus corpos eram inflamáveis. Sua visão e audição eram igualmente superiores, podendo localizar pelo som e cheiro alguém a quilômetros de distância sem a menor dificuldade. Sua força era também impressionante, podendo facilmente destruir um tanque de guerra tal qual uma criança ao rasgar papel.

Edward não teve a menor dificuldade em atacar o cervo, se certificando de que o animal não tivesse tempo o suficiente para reação (ele detestava o gosto que sangue ficava após os animais liberarem altas dosagens de hormônios como adrenalina), cravando seus dentes, afiados como lâmina no pescoço do animal, cortando a pele, músculo e tendões, sentindo o gosto do sangue quente passar pelos seus lábios e descer pela garganta.

Largando a carcaça do animal com cuidado, ele limpou a boca com as mãos, retirando o sangue e os pelos, podendo sentir o líquido aos poucos ser absolvidos pelo seu corpo, mas ainda não estando totalmente saciado.

Repetindo o processo, ele caçou um leão-da-montanha (que conseguiu reduzir a camisa que ele usava em retalhos) e mais um cervo, sentindo-se plenamente cheio assim como sua a dor em sua garganta abrandar.

Edward pegou o celular, clicando no botão de início para ver as horas fazendo com que o brilho o iluminasse. Já tinha passado o horário do pôr-do-sol e a escuridão começava a cair sobre a floresta. Apagando a tela, ele analisou momentaneamente o reflexo de seu rosto...

O rosto de um assassino.

Além da super força, velocidade, visão e audição, vampiros eram sobrenaturalmente atrativos para os humanos em geral, que além de ficarem deslumbrados ante a beleza física também eram hipnotizados até pelo cheiro que emanavam de seus corpos... Bella certa vez mencionara o quão ele e Alice cheiravam bem, o que fez com que o vampiro apenas franzisse a testa ao constatar que ele era, no final das contas, uma máquina biológica para matar pessoas.

Edward subitamente abaixou o celular saindo de seus pensamentos ao ser assaltado por uma sensação estranha, semelhante a um instinto primitivo.

Ele sentiu que estava sendo observado.

Concentrando a audição, ele apenas ouvia a própria respiração (seu olfato não sentia nada diferente do usual) e o som dos galhos das árvores balançando ao vento e corujas que começavam a cantar... Fora isso, apenas o silêncio.

Mas a sensação persistia.

Olhando para os lados, ele fez uma varredura ao seu redor, vendo nada mais do que árvores e vegetação, além de uma fina névoa que começava a cobrir o chão. Ele estava sozinho.

Crack!

O som de um galho seco quebrado ao ser pisado soou atrás de Edward, que se virara rapidamente o suficiente para ver um vulto escuro e indefinido, tal qual uma neblina negra entre as árvores.

– Mas o quê... – o vampiro sussurrou ainda parado, assim como aquela estranha forma, até que ele decidiu se aproximar com um passo lento, mas a ação foi o suficiente para que aquela coisa se movimentasse com grande velocidade e Edward não teve outra escolha a não ser correr em direção ao vulto, que avançava em uma velocidade maior do que a dele, sempre com uma boa distância de vantagem.

Correndo o máximo que pôde, Edward parou quando percebeu que o que tivesse fugindo dele, já havia desaparecido e ele mais uma vez estava sozinho. Olhando ao redor, ele não via nada mais além de árvores altas com os troncos cobertos pelo musgo, já sendo timidamente iluminada pela luz pálida da lua cheia entre finas nuvens.

Pronto para se virar para correr de volta para casa, ele parou quando a sua audição captou um som ínfimo, quase que imperceptível, mas que foi o suficiente para fazê-lo saber que ele não era o único naquela floresta. Fechando os olhos, ele se concentrou naquele som em particular, que apesar de ser notável, ele não conseguiria descrever exatamente do que se tratava, mas que era o suficiente para chamar sua atenção. Orientando-se pela audição, ele começou a andar.

Edward fez o menor barulho possível com seus pés à medida que ele ia se movimentando, descendo uma íngreme parte da floresta.  Passo a passo, ia ficando cada vez mais nítido e alto e ele pode entender que aquilo era uma voz humana, uma voz humana que produzia algo com que parecia ser um dialeto, mas um dialeto no qual Edward nunca ouviu (isso se fosse mesmo uma língua): era chiada, arrastada nos sons da letra “s” como um sibilo gutural.

Aquilo soava aos seus ouvidos como algo antigo, inumano e sua intuição dizia que possivelmente maligno.

Ele parou a vinte metros de distância do local de origem do som, quando sua visão apurada captou a luz de velas que iluminavam a pequena clareira entre as árvores altas, algo que seria relativamente normal, como por exemplo, alguém acampando na mata, se não fosse pelo fato das velas estarem flutuando no ar enquanto giravam em espirais. Edward abaixou os olhos e viu que no centro da clareira havia uma figura humana que usava uma capa negra, enquanto seus braços pálidos estavam estendidos. Edward andou poucos passos em sua direita, escondendo–se atrás de uma árvore e reconheceu quem era.

Harry.

Harry estava de perfil e Edward viu parcialmente seu rosto enquanto o garoto continuava a falar e olhar para baixo. Edward com seus olhos até ao chão e se sentiu um tanto horrorizado ao ver o que estava acontecendo: no chão havia um desenho feito de uma substância branca, que se destacava contra a cor escura da terra.

Edward era leigo em conhecimento de Ocultismo, mas ele era inteligente o suficiente para saber que aquilo se tratava de um algum tipo de selo. Mas isso era o de menos, pois o que estava em cima do selo foi capaz de despertar nele um profundo arrepio – cobras e serpentes de diferentes espécies, cores e tamanhos se enroscavam umas nas outras a medida que iam circulando ao redor dos pés descalços de Harry como se estivessem participando de uma dança macabra.

– Valak, entregue teus filhos para mim! – a voz de Harry soou rouca e grave, e aos poucos começou a levitar do chão, fazendo com que as cobras sibilassem em resposta, como se elas estivessem entendendo o que o garoto dizia.

O vampiro engoliu o seco.

Enquanto assistia aquilo, Edward quase soltou um som de susto ao notar que uma pequena cobra negra se enroscando em seus pés. Chutando o pé no ar, ele viu o réptil se arrastar em direção à clareira, assim como uma dúzia de outras cobras também estava se arrastando em direção ao local, como se tivessem atendendo um chamado. E estavam. Edward viu Harry, ainda levitando, olhar para sua direção. Edward prendeu a respiração ao pensar que o bruxo o tinha visto, mas este não olhava para ele e sim para a pequena cobra que tinha acabado de chutar.

Decidindo que aquilo era o suficiente para ele testemunhar, ele decidiu fugir o mais rápido que pode, se concentrando unicamente em chegar em casa, como se tivesse entrado em um modo automático ao correr por entre a vegetação.

Pela primeira vez, em quase um século, ele estava com medo.

...

...

Edward esfregava com uma esponja o sangue seco e a sujeira vendo-as descer pelo ralo, assim como aproveitava a maravilhosa sensação que a água quente proporcionava em seu corpo eternamente frio – não que provocasse algum tipo relaxamento muscular, como ocorria nos humanos, mas ainda assim ele gostava daquele ritual. Ao terminar a ducha, e secar-se com a toalha, o vampiro se dirigiu ao closet desproporcionalmente grande demais para uma pessoa  (uma obra de Alice), vestindo-se com qual quer coisa.

Ele precisava falar com Carlisle.

Era única pessoa que poderia ajudá-lo a pôr sua mente no lugar, a agir com racionalidade. Ele não queria preocupar seus irmãos com suas desconfianças e muito menos com o que presenciou na floresta. Isso seria motivo o suficiente para criar alarde.

Descendo as escadas, ele se dirigiu ao escritório do patriarca da família, uma sala ampla, com vários livros de medicina, assim como pinturas á óleo raras, aquisições que Carlisle adquiriu ao longo de seus trezentos anos como vampiro e de sua estreita relação com os Volturi. Sentado, na mesa, Carlisle abriu um sorriso caloroso ao ver seu filho caçula e ao mesmo tempo o mais velho parado na porta.

‘Edward, está tudo bem?’, a mente de Carlisle indagou ao ver o rosto preocupado do adolescente.

Edward se aproximou da escrivaninha onde o outro vampiro estava, se sentando em uma cadeira vazia e pegando uma folha de papel com uma caneta. Em uma casa cheia de vampiros com super audição, ele não se arriscava ao ter uma conversa sonora com Carlisle, preferindo se comunicar de uma forma silenciosa. Escrevendo ligeiro, ele entregou a folha a Carlisle que franziu a testa ao notar a seriedade que aquilo significava.

Não. Sinto que há algo de errado em relação aos bruxos.

Hoje ficamos sabendo que Mike Newton foi assassinado e seu corpo foi encontrado em uma floresta. Dias atrás eu conversei com o Charlie Swan e vi pela mente do policial que acompanhava o estado em que o cadáver foi achado, na hora não sabia que se tratava do garoto Newton... Ele parecia ter sido vítima de uma espécie de ritual satânico ou algo parecido. Havia velas derretidas ao redor do corpo dele... Marcas de lâminas sobre a pele... Ele foi mutilado...

Carlisle levantou os olhos para Edward.

‘E você está suspeitando que foram eles?’

Edward acenou positivamente com a cabeça, pegando a folha de papel e escrevendo.

Hoje, quando fui caçar, vi algumas coisas na floresta. Não posso especificar o que vi, pois ainda estou tentando compreender o que vi. Mas foi o suficiente para me deixar ainda mais alerta. Eles não são inofensivos.

 O que devemos fazer?

Carlisle passou a mão pelos cabelos loiros, enquanto olhava para o papel. Edward franziu a testa ao tentar focar no somente naquilo e não se lembrar de Harry e seu ritual com as serpentes.

“Filho, eu honestamente não sei o que dizer, mas por hora eu aconselho a fazer nada. O que você tem até agora são suspeitas e não informações concretas... Não podemos agir precipitadamente.’ , a voz mental de Carlisle soou cautelosa.

– Então devo fazer nada? – Edward sussurrou audível o suficiente para que apenas o outro vampiro ouvisse.

‘Sim. Mas isso não significa que não devemos ficar de olhos abertos... Não sei se você sabe, mas está ocorrendo uma relativa onda de desaparecimentos pela cidade, assim com em Port Angeles. As autoridades deixaram avisos para que contatássemo-los em caso algum dos procurados aparecesse no hospital.’, Carlisle franziu a testa.

Edward o fitou preocupado.

– Quantas pessoas?

‘Até agora, quase 15.’

 Mas não acho que seja ainda motivo para alarde. – Carlisle finalmente falou, colocando a mão no ombro de Edward. – Por hora, os trate cordialmente...

– Okay...

Carlisle sorriu para ele.

Edward se levantou da cadeira e amassou o papel e jogou na lareira para que ninguém soubesse daquilo. Ao se voltar para o Carlisle, Edward observou a pequena estatueta atrás do vampiro loiro, o Bastão de Esculápio, símbolo da Medicina. Ao ver a serpente de bronze, Edward se lembrara de Harry.

– Carlisle...

– Sim?

– Você por acaso já ouviu falar sobre algo chamado Valak? – Edward perguntou cauteloso.

Carlisle estreitou os olhos e negou com a cabeça.

– Não, por quê?

Edward abaixou os olhos.

– Por nada. Tenha uma boa noite.

– Você também filho.

Edward saiu do escritório, se sentando no sofá da sala de estar, que estava momentaneamente vazia. Pegando o seu celular, Edward abriu um site de pesquisas e digitou Valak, para quem sabe assim obter algum tipo de informação. Ao clicar na Wikipédia, Edward ficou lívido.

Na demonologia, Valac (também grafado UalacValakValaxValu ou Valic) é conhecido por dar respostas verdadeiras sobre tesouros escondidos; ele revela onde podem ser vistas as serpentes e as entrega de forma inofensiva para o mágico.

Lendo mais, ele descobriu que Valak era um dos 72 demônios descritos no grimório A Chave Menor de Salomão, em que serviam para invocar e obrigar a obedecer aos que os conjuraram, para servir aos seus propósitos.

Edward teve calafrios.

...

...

Horas depois, já em Forks High School, Edward foi surpreendido ao ver que os três bruxos caminharam até eles no estacionamento, fazendo com que Alice sorrisse de forma sincera para Hermione, as duas conversando sobre qualquer assunto, enquanto Rosalie permanecia calada. Ron entregou para Emmett um saco de papel em que tinha um pedaço da torta de sangue, o que deixou o vampiro musculoso extremamente feliz, os dois conversando sobre os jogos de futebol que iriam acontecer no próximo final de semana.

– Edward... – Harry olhou para o vampiro de forma cautelosa.

Edward esboçou um fantasma de um sorriso e acenou com a cabeça. Ele não conseguia olhar para Harry e não se lembrar do que viu.

– Está tudo bem? – o bruxo perguntou.

– Sim... Está tudo bem. Com licença. – o vampiro disse de forma mais neutra possível, andando diretamente para o prédio com a sua mochila, fazendo com que Alice o olhasse de forma confusa.

Edward caminhou pelos corredores vazios, agradecendo o fato de que eles chegaram alguns minutos adiantados o que dava a ele um pouco de paz antes de ter sua mente novamente bombardeadas por pensamentos. Destravando o armário, ele pegou seu livro de Filosofia, assim como algumas canetas.

Subitamente a porta do armário fechou com violência e ele viu que Harry estava na sua frente, seu rosto com uma expressão irritada.

– Qual é a porra do seu problema? – Harry exigiu.

Edward piscou os olhos, completamente atônito.

– O quê... Eu não entendi...

– Eu perguntei qual é o seu problema. Além de bisbilhoteiro, você é surdo?

Edward franziu o cenho, sua boca se entortando. Então ele o tinha visto na floresta... Uma pequena de sua cabeça ficou consternada com aquilo, mas ele não deveria deixar transparecer na frente do bruxo.

– Eu não estava bisbilhotando. – o vampiro disse se aproximando do garoto mais baixo, que olhava de cabeça erguida. – Eu estava caçando.

– Oh, muito conveniente... – Harry revirou os olhos.

– Estou falando a verdade. Se quiser acreditar ou não, problema seu. – ele replicou, começando a caminhar, mas Harry o impediu ao colocar sua mão no braço dele. – Eu não tive intenção nenhuma de atrapalhar o seu pequeno ritual.

O garoto piscou os olhos verdes para ele.

– E o que você acha que sabe sobre isso Edward? O quê está pensando sobre mim e meus amigos? – Harry disse em uma voz branda.

Edward lambeu seus lábios.

– Eu não estou pensando em nada. – Edward respondeu de forma irônica – Ou deveria estar?!

– Você mente. – Harry respondeu áspero – Fale a verdade.

– Quem você pensa que é para afirmar se eu minto ou não?! – Edward rosnou, aproximando–se ainda mais de Harry que não parecia se intimidar com a altura dele, que o fazia parecer menor.

– Céus, qual é o seu problema?! – Harry disse frustrado, colocando a mão na nuca enquanto olhava para o teto do corredor e depois abaixou a cabeça – Apenas FALE o que está entalado na sua garganta e deixe de agir como um menininho do primário!

Edward rosnou baixo.

– Você quer sinceridade? Okay, vamos ser sinceros. – ele disse – Eu acho que você e seus amigos estão escondendo coisas de nós, coisas sérias.

– Como o quê?

Edward não respondeu, apenas arqueando sua sobrancelha.

– COMO O QUÊ?! – Harry exigiu.

Edward olhou para os lados, certificando de que estavam sozinhos.

– O garoto Newton. – Edward respondeu.

Harry piscou confuso.

– O quê?

– Mike Newton. O garoto que morreu. – Edward se aproximou dele – O corpo dele foi achado em uma floresta e em circunstâncias muito suspeitas e talvez até similares para você.

Harry deu um passo para trás.

– Espere um minuto, você está insinuando o quê exatamente? – Harry articulou com as mãos.

– Não sei, me diga você... – Edward respondeu.

– Wow wow, um momento. – Harry disse – Você está insinuando que eu e meus amigos matamos o garoto mortal, é isso?

Edward deu os ombros.

– Baseado em quê?! – o bruxo disse.

– Eu vi através da mente de um policial a cena do crime. – Edward respondeu friamente.

– E?!

– Velas, membros decepados, sinais de tortura... Não é algo suspeito quando se tem três bruxos na cidade? – Edward respondeu.

Harry cerrou os dentes, contraindo fortemente o maxilar.

– E consequentemente Ron, Hermione e eu somos suspeitos, é isso? Somos assassinos?! – Harry respondeu por fim.

– Se tornam suspeitos quando eu vejo você invocando um demônio no meio da floresta... Não é algo que gere ideia de inocência. – Edward respondeu irritado – Então sim, eu imagino SIM que vocês tem algo haver com isso!

Edward mal teve tempo de processar o que aconteceu, apenas sentiu o impacto da mão de Harry lhe dando um tapa na cara que soou como um estalido alto pelo corredor ainda vazio. Edward arregalou os olhos, sentindo seu rosto petrificado arder pela agressão, coisa que seria impossível um humano comum fazer sem machucar a si mesmo.  Os olhos verdes de Harry fitaram o vampiro com raiva.

– Agora é a minha vez de falar, seu sanguessuga. Eu não julguei sua família e muito menos você por ter causado a morte de uma mortal no ano passado.  – Harry disse, segurando o punho de Edward que ardeu com o calor provocado pelas mãos do bruxo, tal qual teria se tivesse sendo tocado por ferro em brasa.

Edward arregalou os olhos para ele.

– Bella não é? Garota bonita, olhos castanhos de corça que morreu graças a sua espécie?! – Harry continuou, sua voz de fria crueldade – Uma tragédia, mas ainda sim provocada por vocês. Mas não é isso que vampiros fazem? Matam? Eu imagino que você deva ter muito mais sangue em suas mãos do que eu...

Edward arfou, notando que as portas dos armários do corredor assim como as lâmpadas, começaram a tremer por uma força invisível. Harry soltou o punho dele assim como parou de fazer os objetos em sua volta tremerem.

– Então não venha agir como se fosse superior, porque você não é de forma alguma... – Harry rosnou para ele – Você está apenas sendo hipócrita!!!

Edward abaixou a cabeça, tentando usar novamente sua voz.

– Vocês o mataram? – ele perguntou por fim, vendo a pele de seu pulso se regenerar pela queimadura provocada pelas mãos do bruxo.

Harry balançou a cabeça negativamente.

– Não. Me mostra o que você viu. – Harry exigiu.

– Como assim...

– Me mostre a memória que viu pela mente do policial. – o bruxo replicou impaciente, olhando para os olhos do vampiro.

Edward repassou a memória, enquanto Harry via através de sua mente.

Harry abaixou os olhos com a testa franzida.

– Eu e meus amigos não fizemos isso. – Harry disse por fim de maneira fria – O que fizeram com esse garoto, Mike, pode ser uma tentativa de algum ritual que fracassou assim como um assassinato qualquer, para atrair a atenção da mídia. Alguns psicopatas sentem prazer ao ver seus “trabalhos” causando terror na mídia e população, não é a primeira nem a última vez que isso acontece.

Harry deu um passo para trás do vampiro.

– Eu sou um bruxo, mas não significa que eu sou a total encarnação do mal, assim como você é um vampiro, e não é exatamente um exterminador de humanos. – Harry murmurou, enquanto tirava um pacote do bolso de seu casaco, jogando no peito de Edward que pegou institivamente. – Aqui estão a sua pulseira e a de Jasper, junto com o colar de Alice. Façam bom proveito delas!

Antes que Edward pudesse dizer algo, Harry pegou a mochila caída no chão e caminhou em passos duros em direção à saída da escola, deixando para trás um vampiro terrivelmente arrependido.


Notas Finais


Então... O que acharam? Gostaram? Não gostaram? Amaram? Se sim ou se não, deixe seu comentário, que eu ADORO ler hehehe :3


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