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História A Loira do Carro Branco - Refletidas


Escrita por: folklorewriter

Notas do Autor


Então, voltei!!

Obrigada a todos que compartilharam e que comentaram no capítulo anterior <3 esse é mais curto, mas é gostosinho, aproveitem!

Capítulo 2 - Refletidas


"...nós às vezes nos reconhecemos. A um certo modo de olhar, a um jeito de dar a mão, nós nos reconhecemos e a isto chamamos de amor."

— Clarice Lispector.

 

Vinte minutos não foram suficientes para nenhuma das duas. Emma ainda rodou pelos seus pensamentos, buscando qualquer coisa que explicasse a forma como ela se sentia sobre Regina. Era algo a mais, a loira não conseguiu impedir que a explicação mais clichê chegasse a sua mente, e que muitos chegariam a descrever a situação como tal: paixão à primeira vista. Porém, isso simplesmente era um absurdo para ela e até algo inexistente. Talvez podia ser uma conexão ou apenas personalidades que se davam bem entre si.

Ainda assim, Emma buscou algo mais racional, ela começou a apostar que era a sensação da aventura, da sensação de se entregar para algum estranho, como quando nos sentimos mais confortáveis dividindo um segredo nosso com alguém que acabamos de conhecer e provavelmente nunca mais a veríamos.

Ela, com certeza, estava se rendendo ousadamente para morena enquanto Regina transferia algo tão, mas tão leve. Contudo, ainda não parecia a definição mais completa, não era como se Regina estivesse entregando apenas um pouco dela mesma durante a viagem, mas também um pouco da loira. Parecia que a morena captava as falas e as essências de Emma e as devolviam de forma compreendida e com uma confiança depositada. Emma se sentia refletida por ela, é isso, refletida, parecia que as energias delas se misturavam e ricocheteavam-se uma na outra.

Emma apenas decidiu que era análise demais para poucos momentos, e, muitas vezes, tentar explicar algo era o que matava todo o seu conceito. Então, quando a morena virou o carro no posto, Emma só tinha uma coisa em mente: ela aproveitaria ao máximo o tempo dela com Regina.

Parando o carro onde o funcionário do posto auxiliou, Mills desligou o carro e pediu para ele encher o tanque.

— Hey — Emma chamou a atenção da motorista. — Enquanto você termina aqui e estaciona o carro, eu vou à lojinha de conveniência. Você quer mais alguma coisa além da água?

Regina não entendeu porque ela teria que estacionar, mas assentiu. — Traz só duas garrafas d'água para mim, por favor.

— Ok — Emma respondeu, pegando a sua bolsa e saindo do carro.

A loira sorriu ao sentir o olhar de Regina demorar nas suas costas enquanto ela saia do veículo. Por via das dúvidas, Emma foi andando para conveniência que estava de frente ao veículo balançando os seus quadris mais do que era realmente necessário. Antes de entrar no estabelecimento, a loira deu uma última olhada em direção a Regina e o seu sorriso aumentou brilhantemente quando percebeu o olhar penetrante da morena ainda nela.

Depois de abastecer e estacionar o carro nas vagas atrás do estabelecimento, Regina saiu um pouco do carro para esticar as pernas, ela andou um pouco e se encostou na sua Mercedes. A morena se perguntou o que estava fazendo Emma demorar tanto, será que a loira não sabia que as vagas ficavam nos fundos, praticamente escondidas?

Regina já estava apreensiva por ficar sozinha naquele lugar de noite. Tudo bem que era um ambiente de céu aberto cercado por três muros altos e a parede sem aberturas do fundo da conveniência. Mas qualquer um poderia chegar virando a esquina do lado da conveniência pela qual os carros passavam.

Quando Regina já estava cogitando ir para a loja checar o que Emma estava fazendo, ou se ela ainda estava lá, escutou um barulho de saltos clicando na esquina. A morena não sabia o motivo, mas assim que Emma apareceu virando a esquina, ela soltou um suspiro aliviado.

Regina já vira a loira em pé duas vezes, mas nada a impediu de correr os olhos novamente pelo corpo dela, principalmente com Emma praticamente desfilando até ela. O vestido branco balançando de uma forma tão cativante quanto a sua dona, era incrível como ele moldava perfeitamente a cintura e os seios da mulher.

O olhar admirado de Regina foi subindo e parou no rosto da loira, um arrepio instantaneamente desceu pela sua espinha ao perceber a mulher também praticamente penetrar o seu corpo com o olhar.

Regina agradeceu por ter usado aquele blazer social com um body sexy por baixo, ela sabia o poder e a beleza que estava aspirando. Então, ela continuou parada na mesma pose encostada no carro, permitindo que Emma praticamente gravasse cada curva do seu corpo. Quando os seus olhos se conectaram de novo, a morena sentiu o seu corpo tremer ao perceber a íris da loira levemente dilatar e ela morder o seu lábio inferior.

— Você realmente é a mulher mais linda do mundo e tem a plena noção disso, não é? — Emma perguntou, chegando perto da morena.

— Essa era a minha exata dúvida sobre você, Swan. — A voz de Regina saiu rouca e confiante. — Por que demorou tanto?

— Ah, eu fui ao banheiro e comprei mais uma coisa além das suas garrafas .— Emma soltou aquele sorriso ousado dela.

Regina semicerrou os olhos para a loira e, inclinando o rosto, percebeu que ela escondia a sacola da lojinha atrás das costas. — O que você comprou? — perguntou, já sorrindo de curiosidade e esticando a mão para buscar o saco.

— Nuh-uh — Emma deu um passo para trás, rindo —, você vai ter que adivinhar.

— Ah, não é possível, Emma. — Regina riu e tentou buscar o saco mais uma vez, apenas para Emma dar outro passo para trás.

— É sim, vai. — A loira continuou sorrindo. — Fecha os olhos.

Regina revirou os olhos, mas os fechou logo em seguida, tentando segurar o seu próprio sorriso.

— Você vai sair me dando beijos de novo?

Talvez fora porque o clima havia ficado bom e divertido, ou porque a sensação dos lábios da loira no seu rosto era a primeira coisa que Regina se lembrava ao fechar os olhos, seja qual foi a razão, a morena soltou aquilo e, no momento que ela falou, ela percebeu a leve risada da loira morrer e o ar do ambiente mudar completamente.

Regina manteve os olhos fechados, sabia que se encarasse Emma agora seria pior e mais perigoso. Mills, no entanto, estava curiosa para saber o que a loira iria fazer, de repente havia ficado silêncio demais. Mas, subitamente, ela sentiu a presença do corpo de Swan mais perto do seu e a respiração quente dela contra o seu pescoço, ela engoliu a seco, sabendo que havia sido ela quem despertou todo aquele fogo novamente.

— Não é possível que você me faça uma pergunta dessas sem propósito nenhum — Emma falou perto do ouvido da morena.

Ainda com os olhos fechados, Regina fez questão de notar todos os seus outros sentidos: a noite estava amena apesar dela começar a sentir uma energia quente pela aproximação da loira; ela não conseguia escutar nenhum barulho além da respiração de Emma e um bem distante de carros passando na pista do outro lado daquele novo esconderijo delas.

Ela se permitiu ser tomada por todo aquele êxtase intoxicante da brincadeira safada da loira. Ela sabia que Emma fazia isso de propósito, ela sabia que estava entrando em algo confuso e até mesmo se entregando tão, mas tão, facilmente nos jogos da loira. Porém, o pior era que nenhuma parte dela queria parar, ela queria ver até onde isso chegaria, ela queria mais. E o mais perturbador: Emma também sabia que ela queria isso.

— Você tem três chances para acertar o que eu comprei a mais, a cada erro, um beijo onde eu quiser.

Regina suspirou fundo e apoiou as mãos no metal do carro, atrás do seu corpo, para buscar qualquer estabilidade.

— E se eu não aceitar isso? — a morena perguntou, mas sem ousar se mover ou até a abrir os olhos.

— Então, a gente não faz nada e eu te mostro o que eu comprei sem cerimônias, é claro.

Regina precisou respirar fundo mais uma vez, a voz de Emma soava tão baixo e ela já podia sentir o fôlego quente da mulher no seu rosto. Regina não queria negar, mas também não queria pedir pelo jogo para não parecer mais entregue do que já estava. Então, ela simplesmente continuou, esperando que a loira entendesse.

— Foi uma cerveja para você?

A morena agradeceu o seu reflexo de morder o seu lábio inferior rapidamente para não permitir que nenhum som saísse da sua boca quando ela sentiu os lábios macios de Emma contra o seu pescoço. Regina forçou mais ainda os seus olhos a ficarem fechados no momento em que a loira, depois de beijá-la, afundou o nariz propositalmente no seu pescoço para cheirá-la também.

— Não — a resposta da loira saiu rouca.

Regina engoliu a seco, ela não deveria estar começando a ficar excitada com tudo aquilo, tudo estava passando dos limites de uma forma gritante, mas, como já hipocritamente realizado antes, ela não tinha nenhuma vontade de impedir aquilo.

Esperando um tempo para que a sua voz não saísse falhada, ela tentou de novo. — Algum salgadinho ou sanduíche?

Emma riu baixo pelas duas opções, mas aproveitou para dar um beijo na bochecha esquerda de Regina. — Não. — E depois um na bochecha direita. — E, não.

Regina escutou a loira mexendo o saco e, depois de possivelmente abrir o objeto, ela também colocou o saco e a sua bolsa em cima do teto da Mercedes. Regina ficou esperando qualquer movimento de Emma até que seu corpo estremeceu ao sentir dois dedos da loira alisando seus lábios, mas logo sentiu algo pequeno e cilíndrico também tocar na linha que separava sua boca, a morena finalmente abriu os olhos em realização.

— Cigarro. — Ela deu seu último palpite já abrindo um pouco a boca, fazendo a ponta final do maço passar pelos seus lábios e os dedos de Emma se pressionarem mais contra sua boca.

— Isso. Você fuma, Mills? — Emma soltou o cigarro assim que Regina o prendeu entre os dentes.

— Não desde a faculdade — Regina confessou ainda imóvel e com o cigarro nos dentes.

Emma observou curiosamente o comportamento de Regina, a mulher era extremamente responsiva, qualidade essa muito inerente às submissas, mas a loira não ousaria atribuir esse título a Regina logo de cara, ela aprendeu a sempre esperar que a morena pudesse surpreendê-la.

— E você? — Regina perguntou ainda no mesmo lugar.

Emma sorriu e retirou o cigarro da boca dela e colocou na sua para acendê-lo com o isqueiro que também comprara, depois de dar dois tragos, ela colocou o maço de volta na boca de Regina e acendeu outro para ela.

— Na verdade, não, mas eu achei que seria um bom adicional para a gente se ocupar com mais alguma coisa enquanto descansamos um pouco, que tal?

— Você quer descansar? — Regina perguntou mais esperançosa do que pretendia enquanto subia uma mão para segurar o cigarro e fumar direito.

— Bom, você não pretende ficar realmente sentada dirigindo por oito horas direto, não é? — Emma perguntou e deu mais uma tragada. — Se você ficar com sono em algum momento, eu posso dirigir por você.

— Ok, mas você quer descansar onde? — Regina perguntou, semicerrando seus olhos. — Porque eu não vou fumar dentro do meu carro e é a única coisa nesse estacionamento.

Emma apenas sorriu para ela e apontou uma sobrancelha erguida para o teto da Mercedes.

Regina bufou e riu desacreditada. — Você só pode estar brincando. — Ela negou com a cabeça, ainda rindo. — Eu nunca vou permitir que subam nesse carro.

— Ah, vamos, um carro forte desses. — Emma tentou mais uma vez. — Certeza que teria sido ele que destruiria aquele caminhão na estrada.

Regina riu mais ainda, deixando a fumaça sair pelo nariz. Emma aproveitou a baixa guarda para convencê-la.

— Hoje é um dia diferente, cheio de coisas novas e... — ela apontou para o cigarro na mão da morena. — Cheio de exceções também.

Regina pareceu ponderar e abaixou a cabeça rindo. — Está bem, Swan. Mas é bem provável que você suje um pouco o seu vestido.

Emma deu de ombros, sorrindo vitoriosa. — Eu não ligo.

Elas apagaram os cigarros, antes da loira subir pelo capô do carro até a parte de cima da Mercedes. Ela ajudou Regina a subir logo depois.

— Meu Deus! — Regina ria em puro divertimento enquanto escalava o seu carro, como alguém que estava quebrando regras pela primeira vez e gostando da sensação.

Assim que as duas estavam sentadas no teto do carro, Emma passou uma garrafa d'água para Regina e bebeu um pouco da outra.

— Obrigada.

— De nada, Mills.

Emma acendeu mais dois cigarros para ela e passou o de Regina, rindo depois do contraste da morena de segurar uma garrafa de água em uma mão e um cigarro em outra.

— Você fez faculdade de quê? — Emma puxou assunto.

— Comunicação, e você?

— Cheguei a fazer economia, mas nunca quis seguir carreira.

— Você tem outros interesses? — Mills perguntou curiosa, querendo saber cada vez mais da loira.

— Eu gosto muito de literatura clássica, mas eu faço isso a parte, como um hobby.

— Nossa. — Regina a olhou impressionada. — Você diz longe da vida de acordos e sabotagens?

Emma percebeu o tom brincalhão, mas ainda ficou com um pé atrás. — Você realmente não se importa que eu faça essas coisas?

Regina negou com a cabeça enquanto tragava. — Hm, não, é até interessante e tem um ar animado, o que se encaixa com você.

Emma sorriu e encarou a morena de volta, realmente havia algo nela que fazia a loira realmente se sentir confortável em ser ela mesma, algo que ela não sentia há muito tempo. Era muito bom viver sem máscaras e sem medo de alguém julgar qualquer passo seu. Pensando nisso, ela mentalmente agradeceu Regina por essa noite agradável e livre.

— Mas — Regina continuou —, eu fico curiosa se um dia você vai se aquietar em algum canto ou vai correr o risco de estar indo presa até os seus 80 anos.

Emma riu alto com aquilo. — Aí, Gina, eu não sei. — Ela foi sincera. — Talvez se eu conhecer um amor. Eu sempre imaginei que aos 40 eu estaria casada, na minha fazenda, com uma terra imensa e construindo uma família de três filhos para criar. Conforta-me que ainda tenho um tempo para isso.

— Eu gostaria de três filhos também, mas não uma fazenda, talvez uma casa enorme com um jardim imenso no quintal — Regina falou, sorrindo e olhando para o nada, imaginar o seu futuro sempre dava uma sensação boa de probabilidade.

— É, pode ser também — Emma considerou. — Mas tem que ter um pé de melancia.

— Por que um pé de melancia?

— Ah, imagina, Gina: três pequenos, todos só de roupa de baixo se lambuzando, chupando melancia. As barriguinhas todas meladas da fruta e com os caroços grudados.

— Meu Deus — Regina sorriu abertamente —, que coisa mais linda. E você acha que está pronta para um relacionamento ou um amor?

— Quando eu me sentir completamente segura, eu estarei pronta para amar. — Emma deu de ombros, mesmo não conseguindo parar de sorrir.

— Então, você só vai esperar? Por um amor seguro? — Regina se virou totalmente para ela, seu interesse nos quereres da loira apenas aumentando.

— Sim, um em que eu me sinta abraçada. Como um lar.

— Como se fossem vocês duas contra o mundo — Mills continuou sorriu com o pensamento.

— Sim — Emma sorriu de volta, mas coçou a garganta para continuar —, e eu queria um lugar afastado da cidade justamente para ter esse céu aqui também — a loira falou e apontou para o céu acima delas.

Dada a distância da cidade e a estarem em um lugar com mais campo aberto do que qualquer outra coisa, o céu estava repleto com as mais brilhantes das estrelas do que haveria em qualquer outro.

Regina olhou para cima e ficou levemente sem fôlego, o cenário era lindo. Ela sabia como um céu limpo era o mais estrelado e cintilante, mas sempre se surpreenderia como se fosse a primeira vez quando olhasse para cima, principalmente depois de passar muito tempo na cidade grande.

— É lindo — Regina sussurrou.

Emma olhou para a morena, ainda sorrindo. — É sim, é uma das coisas mais lindas que eu já vi.

Regina voltou sua atenção para Emma e sorriu timidamente, até a coisa mais clichê da loira mexia com ela. Ela percebeu Emma apagando o cigarro e fez o mesmo, guardando-os na caixa, e beberam o restante das águas.

— Deita aqui, Mills. — Emma bateu a mão no metal do carro bem ao lado dela e deitou logo em seguida.

Regina colocou a sacola de lado e seguiu o pedido, deitando bem ao lado da loira. Seus ombros se tocavam enquanto deitavam olhando o céu.

— Sabia que dá para retirar vários mitos clássicos só observando o céu estrelar? — Emma questionou. — A maioria das constelações e dos fenômenos da natureza já foram atribuídos à vários deuses, muitos com histórias mais conhecidas que outros, ou até mesmo com mais de uma história com desfechos múltiplos.

— É por isso que você gosta tanto de literatura antiga e do céu também? — Regina perguntou impressionada.

— Sim, mas a verdade é que existem muitas lições incluídas, é a parte que eu mais aprendo. Muitas dessas lições eu coloco dentro da realidade para planejar como lidar com algo. Os mitos antigos não são como contos de fadas, eles são viscerais, eles lidam com o amor, mas também com o poder, a ira, a inveja dos mais fortes até os mais fracos, do erro mais grave até o mais tolo.

— Eu queria escutar cada um deles — Regina falou de forma leve e se virou para deitar de lado e olhar o perfil da loira. — Você realmente é uma mulher impressionante, Emma.

Emma sentiu um nervoso que nunca sentira antes, ela se virou também para ficar frente a frente com a morena. Com elas deitadas de lado, sozinhas na noite escura, apenas com a luz da lua e alguns postes distantes, Emma sentiu que podia falar o que quisesse.

— E você é uma das pessoas mais transparentes e verdadeiras que eu conheci, Mills.

Os olhos das duas se conectaram e Emma esticou o braço para alisar a bochecha de Regina. — E a mulher mais bonita que eu já vi também — a loira confessou, seus olhos já completamente pesados de muitos sentimentos enquanto ela alisava a pele macia de Regina.

Ela desceu os dedos até a boca da morena e traçou o seu polegar pelo lábio inferior dela, imaginando como seria a textura e o encaixe daquela boca na sua. Emma foi levemente tirada do seu transe com Regina chegando mais perto dela, seus corpos quase se tocando e os rostos delas tão próximos que os seus narizes estavam quase se alisando.

— Você não vai me beijar de verdade nunca? — Regina perguntou, achando uma coragem dentro dela, provavelmente acessa por Emma.

Swan foi pega de surpresa, mas, dessa vez, ela já sabia que era exatamente por essa e mais coisas que ela queria desesperadamente beijar a mulher agora a encarando com olhos brilhantes. Ela também podia sentir o corpo de Regina emitindo muita energia para o seu, como faíscas, algo perigosamente gritante e, ao menos tempo, sem nenhum som, que poderia explodir a qualquer momento. A loira subiu sua mão para passar seus dedos pelos fios castanhos enquanto o seu polegar alisava carinhosamente a bochecha de Regina.

— Achei que você nunca fosse perguntar — Emma falou, roçando seu nariz com o de Regina, de uma forma tão leve que elas podiam sentir como se existisse um fio de seda na linha em que os seus narizes se acariciavam.

A morena sorriu, fechando os olhos e deixando um suspiro trêmulo sair. Ela já havia sentido o quão macios eram os lábios da loira, mas nada a preparou da sensação deles contra os seus. Então, quando ela sentiu Emma fechar a distância restante e beijá-la tão delicadamente, o seu corpo todo tremeu fracamente.

Mills a beijou de volta, pressionando sua boca no novo encaixe formado. Nos primeiros segundos era apenas lábios selados, mas Regina logo moveu o beijo, capturando lábios finos e aveludados com os seus. As duas começaram uma dança sutil e tímida que ia aumentando cada vez mais, ao passo que sentir os lábios da outra deslizando e capturando os seus não era mais o suficiente.

Emma soltou um leve suspiro e começou a buscar por uma dominância no beijo, ela passou a ponta da língua no lábio inferior da morena ao mesmo tempo que desceu sua mão completamente para fios castanhos e agarrou o cabelo de Regina. A morena soltou um gemido abafado, abrindo um pouco a boca, fazendo a língua de Emma encontrar a sua.

Revidando o movimento ousado, Regina deslizou a sua mão pelas curvas da loira, sentindo toda pele de Emma já quente sob o fino vestido e agarrou a perna dela, a puxando para encaixar na sua cintura. Assim que seus corpos se juntaram, Regina enfiou sua língua mais fundo na boca da loira, deslizando sobre a dela e explorando habilidosamente.

Emma gemeu e a beijou de volta com o mesmo fervor e profundidade, enroscando a sua perna na cintura dela e a trazendo mais para perto, até onde não tinha mais como o corpo delas ficarem mais próximos.

Ao passo que o beijo ficava mais quente e ofegante, Regina soltou o seu agarre da coxa da loira, e subiu sua mão novamente, traçando as pontas dos seus dedos por toda extensão do corpo da mais nova, deixando leves arrepios na sua pele, os quais Regina sentia não só no toque, mas em cada suspiro dela contra os seus lábios.

Emma aproveitou a sua perna encaixada em cima de Regina para conseguir a vantagem de virá-la de costas e montar em cima dela, retirando a sua mão do cabelo curto. Quando Emma estava em cima de Regina, seus lábios se desconectaram por um momento e elas abriram os olhos. O cabelo de Emma estava descendo em cascadas sobre seu ombro e pousando no peito arfante de Regina. A loira percebeu os olhos antes castanhos da morena agora pretos e a boca dela borrada com o leve tom de vermelho do seu batom, pedindo para ser espalhado mais ainda.

Emma sentiu a necessidade de beijá-la de novo, mas, em vez disso, ela abaixou a cabeça em direção ao ouvido da morena.

— Você tem ideia do quão tentadora você é? — Emma suspirou contra o ouvido dela.

Regina suspirou fundo e juntou todo o cabelo loiro em uma mão, agarrando-o para pressionar o rosto de Emma contra o seu pescoço. Mills mordeu seu lábio quando a loira começou a beijar toda a extensão do seu pescoço, fazendo o corpo da morena se arrepiar todo e o meio entre suas pernas começar a arder. Com um aperto forte em fios loiros, Regina gemeu ao sentir Emma morder um ponto do seu pescoço e passar sua língua no local da mordida logo depois, a loira repetiu o mesmo movimento mordendo a pele quente logo mais abaixo, sentindo a morena se contorcer levemente embaixo dela e a arrancando outro gemido.

— Emma — Regina conseguiu chamá-la roucamente, já sentindo certa umidade na sua calcinha. — A gente precisa parar.

— Está tudo bem? — loira perguntou, levantando a cabeça um pouco para olhá-la.

— Sim. — Regina sorriu completamente anestesiada e desceu as mãos para alisar as costas nuas de Emma, a abertura do vestido proporcionando total contato entre dedos carinhosos e a pele macia. — Só mais devagar, ou eu tenho certeza que eu não consigo me parar – confessou.

— E isso é ruim? — Emma provocou, aliviada agora que entendia que Regina estava sentindo o mesmo desejo que ela.

Regina a lançou um olhar incrédulo, semicerrando os olhos mesmo querendo rir. Por mais que ela quisesse sentir mais da loira, ela não queria arriscar seus limites, ainda mais a céu aberto em cima do seu carro. Emma riu da cara que ela fez e deu um selinho breve em seus lábios.

— Você é linda demais, Mills.

Regina sorriu contra os lábios da loira e a abraçou, enrolando os dois braços no corpo dela, e a trouxe para perto.

— Se eu soubesse que era esses beijos que eu ia receber desde a estrada, até o caminhão teria valido a pena.

Emma finalmente riu contra os seus lábios, e deu leves beijos novamente pelo rosto da mais velha. Swan, então, se soltou cuidadosamente do agarre de Regina, saindo de cima dela e voltando a deitar de costas no metal, mas esticou um braço sob o teto e olhou para Regina.

— Vem cá? — a loira perguntou.

Regina percebeu que aquela estava começando a ser sua pergunta favorita da loira, juntamente com a visão de Emma esticando um braço para ela deitar por cima do seu peito. Ela concordou, graças a todos os sentimentos e hormônios atiçados no momento anterior que ainda estavam nublando a sua consciência, não permitindo que ela processasse analiticamente qualquer coisa. Então, Mills apenas deitou perto do pescoço da mais nova, a olhando.

Emma sorriu e a abraçou, inclinando o rosto para beijar Regina novamente. Dessa vez suas línguas deslizaram uma sobre a outra logo, mas em um beijo mais lento, uma querendo explorar e sentir o gosto da outra minuciosamente, para nunca sair de suas memórias.

Precisando recuperar o fôlego novamente, Regina foi parando o beijo aos poucos com leves selinhos e deitou contra o ombro de Emma de uma forma mais confortável. Elas ficaram assim, deitadas perto uma da outra, até que Emma lembrou de uma coisa e subiu o seu braço livre que antes enrolava a cintura de Regina, para checar as horas no seu relógio de pulso.

Ela riu levemente ao ver as horas. — Adivinha que horas são.

— Que horas? — Regina perguntou, levantando o rosto e virando pulso de Emma com uma mão para ela mesma ver.

A loira revirou os olhos pela notável curiosidade de Regina que a incapacitava de adivinhar as coisas, e sim apenas esticar a mão para saber o que era logo. Ela apenas sorriu com o jeito da morena e deixou ela ver o relógio dessa vez, puxando o corpo dela para mais perto do seu, sorrindo assim que viu a realização do horário passar pelo seu rosto.

— 21:23h, Swan, está atrasada para o seu acordo de namoro — Regina brincou, olhando para ela.

Emma encarou olhos castanhos. — Passei alguns minutos por grandes distrações. — Emma sorriu, alisando o rosto dela agora. — Mas, Regina Mills, você quer namorar comigo?

— Até a cidade? — Mills perguntou.

Emma tentou ver através daquela pergunta o máximo que conseguiria, mas Regina perguntou com uma retórica curiosidade que, se tivesse que ter algo a mais ali, a loira deveria ter percebido antes, agora já não tinha mais detalhamento.

— Exato, Mills — Emma respondeu incerta, aquela resposta deveria trazer mais confiança à Regina, mostrar que a morena não estava fazendo nada de mais, mas até ela mesma não acreditava nisso —, até a cidade.

— Ok, eu aceito — Regina concordou e deu um selinho leve em Emma. — Até a cidade.

Emma sorriu e, assim que Regina estava se afastando, ela se aproximou e a beijou de volta forte. Ela sorriu mais no beijo ao perceber a morena levantando os braços para abraçá-la. Elas ficaram assim novamente, abraçadas, se beijando e depois olhando o céu por um bom tempo.

— Quer fazer o quê agora? — Emma perguntou, quebrando o silêncio e voltando a fazer um carinho no cabelo da morena.

— Na verdade — Regina sorriu tímida —, eu estou com fome.

— Ai, que bom, eu também estou — Emma riu. — Eu achei que você não ia ficar com fome nunca nessas oito horas.

— Você sabe que será mais que oito horas só por essa parada, não é?

— Ainda bem. Para mim, é melhor ainda.

Regina descobriu que ela não sabia fazer mais nada além de só sorrir. — Besta.

Emma deu um último beijo nela antes de se levantar e estender uma mão para Regina.

— Vamos? Os restaurantes da beira da estrada costumam fechar às 23h e tem um parecendo bem organizado aqui do lado, podemos ir andando.

Regina ficou deitada por um tempo apenas olhando para a loira sentada agora ao seu lado, nenhum pensamento veio a sua mente, ela só sentia a necessidade de olhá-la um pouco, até que estendeu a sua mão para agarrar a dela e se levantar.

— Vamos, Swan.


Notas Finais


espero que estejam gostando, até o próximo! <3


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