Sabe quando você acorda e tem a sensação de que dormiu demais, porém continua cansada? Bem, eu me sentia assim. Quando abri meus olhos, eles arderam com a claridade, eu tive que os fechar novamente, fui abrindo aos poucos, para acostumar com a claridade. Quando finalmente consegui abrir os olhos, percebi que estava em um quarto todo branco, olhando para os lados, vejo aparelhos médicos que, estavam ligados a mim. Olho para minha mão, extremamente branca, e vejo a agulha que penetrava minha pele, me fornecendo soro. Franzi a testa, sem entender o que estava acontecendo, então, com a mão esquerda, eu estico minha mão até a campainha vermelha, que ficava perto da cama onde eu estava. Enquanto eu apertava, notei que a mesinha ao meu lado, havia dois vasos, repleto de flores, rosas, a maioria delas eram vermelhas, mas haviam brancas também. Olhei para aquelas flores, me perguntei internamente se, eu gostava de receber aquilo, estranhamente, a resposta não veio. Me senti estranha, como se minha cabeça fosse um grande vazio.
– Ow! – Ouvi uma voz feminina, na entrada do quarto. – Já era hora de você acordar! – Ela sorri, se aproximando.
– E-eu... – Ouvir minha própria voz foi ainda mais estranho. Minha garganta estava seca, então começo a sentir sede.
– Tudo bem, não precisa falar. Sei que deve estar sentindo muita sede. – Diz, enquanto checa algum dos aparelhos. Eu apenas balanço a cabeça. – Vou chamar o Doutor Crowford, e trago-lhe água.
Ela sai, me deixando sozinha novamente. Pela primeira vez, tento mexer minhas pernas, como se lembrasse delas apenas nesse instante. Sinto um alívio enorme ao mexê-las, como se tivesse muito tempo sem caminhar. Me sentindo mais forte, eu me apoio no cotovelo, e me ajeito na cama, para ficar sentada. Imediatamente, fios de cabelos caem sobre meus ombros, seguro-os em meus dedos, eram negros e lisos. Me perco olhando para meus fios, que até então, não sabia que os tinha tão cumpridos, mas o tal Doutor, entra no quarto, acompanhado da enfermeira, que me estende um copo d'água.
– Bom dia, Senhorita! – O Doutor sorriu. Era um senhor, tinha cabelos grisalhos e óculos redondos. Eu apenas sorri. – Eu me chamo Gerard Crowford, fiquei responsável pela senhorita, em sua estadia aqui. – Diz, se aproximando com uma prancheta. – Você está sentindo alguma dor?
– Não. – Respondi.
Ele anota algo, e me faz mais perguntas sobre o meu bem estar.
– Parece que você se recuperou muito bem, senhorita!
– Dr. Crowford, quanto tempo fiquei desacordada? – Pergunto, pois devido ao vazio em minha mente, não estava lembrando de nada.
– Bem. – Ele suspirou, colocando as mãos para trás. – A senhorita sofreu um acidente de carro há seis meses. Estava dirigindo sobre efeito de alguns remédios, e por algum motivo, seu carro capotou, e caiu em um rio. Foi muita sorte ter chegado a tempo para lhe salvar. Se não fosse seu noivo...
– Espera... – Encarei-o, quase incrédula. – Noivo?! C-como assim eu... Eu...
Minha voz falhou. Eu comecei a forçar a mente, não lembrava de nenhum acidente, muito menos de um noivo.
– Sim, o seu noivo. – O médico me encarou com certa desconfiança. – Senhorita Amitiel, consegue lembrar-se de seu noivo?
Eu engoli a seco, não só com a pergunta, mas também com o nome. Aquele era meu nome? Eu não lembrava de ele ser assim...
– Não... – Murmurei um tanto baixo. – Eu não lembro de nada.
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